quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Projeto para o Edital nº 03/09/CCJ – Co-patrocinio para Primeiras Obras

Rascunhos para inscrição do Edital do CCJ.



Encantos Urbanos à Margem da Memória



Projeto para o Edital nº 03/09/CCJ – Co-patrocinio para Primeiras Obras


PROPONENTE
Aline Reis Cardoso Vieira


EQUIPE TÉCNICA
Inayara Samuel
Alessandra Vilhena
Paloma Kliss


APRESENTAÇÃO

A presente proposta constitui um desdobramento do Projeto “Encantos Urbanos à Margem da Memória”, apoiado pela Lei VAI no ano de 2008, que teve como produto final um documentário batizado com o mesmo nome do projeto. (Anexo 1)

O documentário em questão constituiu um espaço de expressão ao mesmo tempo poético e político. Os agentes, artistas de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, expuseram neste vídeo um pouco do que estão produzindo e refletindo a partir dos seus processos criativos, suas relações com as comunidades e com os públicos, seus desafios e deleites na fazer artístico e cultural. Ao optarem por criações artísticas não-comerciais, a grande maioria desses artistas acabam desempenhando uma atuação mais intensa sem o apoio das instituições de fomento cultural e o reconhecimento do grande público.

Resultado de um processo experimental sensível e engajado, este áudio-visual apresenta imagens contundentes da produção artística de coletivos urbanos e sua relação com o espaço da rua nas grandes cidades. O projeto “Encantos Urbanos à Margem da Memória” coloca em evidencia uma rede intergeracional de artistas que não encontram espaços de expressão para suas produções. Durante a realização do projeto, O Encanta Realejo, um dos coletivos que se inseria nesse contexto, organizou a apresentação de algumas bandas no Centro Cultural da Juventude (Vila Nova Cachoeirinha/SP) e na biblioteca Alceu Amoroso Lima, espaços que não costumam incluir coletivos considerados “marginais” em sua programação musical.

O fio condutor do documentário é o Auto do Realejo Encantado, um espetáculo cênico-musical criado pelo grupo O Encanta Realejo inspirado nas composições de Aline Reis e nas poesias de Inayara Samuel. O Auto narra a trajetória de Alice, uma retirante que viaja pelas estradas e do realejeiro Teotônio, também andarilho. Nesta história de amor, os encontros e desencontros são mediados pelo passarinho do realejo, que norteia a sorte dos personagens. Abordando temas como amor, a homossexualidade, a cultura popular, o sofrimento no sertão e fazendo uma critica as contradições sociais de nosso tempo, o “Auto do Realejo Encantado” dialoga poeticamente com as falas dos artistas entrevistados no documentário.

Este documentário, registra a produção artística dos grupos entrevistados e traz à tona reflexões críticas sobre a política cultural nacional. Com a contemplação do projeto Co-patrocinio para Primeiras Obras, a proposta do Encantos Urbanos, à margem da memória é dar continuidade a parte do conteúdo do Vídeo através da Produção de um Livro, cuja narrativa se conecta com o Auto encenado como fio condutor do documentário. A proposta é fazer com que o livro dialogue com o vídeo dentro de uma narrativa ficcional vertiginosa, que será composta coletivamente em tempo real no espaço de um “blog” já existente, onde levantamentos para a pesquisa já foram inciados mesmo sem apoio. Para mais informações acesse:
http:alinereiss.blogspot.com, que tem como apelido: “Alice no País das ArmaDilhas”.
A presente proposta, portanto, constitui um desdobramento do documentário em um “Livro-vídeo-blog”. O livro terá uma tiragem de mil exemplares, o vídeo será um novo documentário/making off que registrará o processo coletivo de produção do livro-blog, incluindo entrevistas e diálogos com diversos atores sociais. Os conteúdos dos três produtos: “Livro-Vídeo-Blog”, se intercomunicam e relacionam. Todo o material será disponibilizado na internet através de downloads gratuitos no blog que será seguirá em construção no decorrer da realização do projeto.

JUSTIFICATIVA


Com o crescimento da internet como meio de comunicação e com o desenvolvimento de algumas tecnologias, tanto nós artistas quanto a sociedade como um todo, tentamos exercer o direito de gozar de certa autonomia na produção e na distribuição democrática daquilo que é produzido por um grupo artístico-cultural.

A sobrevivência de projetos autorais alternativos deve ser vista como uma forma de oxigenar as idéias do meio cultural, por dar oportunidade a conceitos e idéias que muitas vezes não teriam espaço nos meios tradicionais ou no mercado. O problema crucial, é que, projetos autorais contemporâneos tendem a não ser registrados, e o não registro já fez com que muitos trabalhos artísticos caíssem no esquecimento.

Preocupando-se também com a preponderância da grande mídia, que manipula nossa contemporaneidade determinando o que deve ou não ser relevante para o nosso entendimento do mundo, na construção de sentidos e ordenamento da realidade social, constituindo uma memória hegemônica e pasteurizada. Diante deste contexto propomos o registro de nossas atividades contemporâneas para que tenham a chance de se tornarem memórias, na perspectiva de registrar e preservar o que acreditamos que seja um patrimônio cultural.

É preciso refletir sobre nossos procedimentos e os modos como lidamos com as mídias em nossas práticas de pesquisa para adotarmos posturas críticas que reconhecem a importância de ações de valorização da diversidade cultural. Os veículos de comunicação de massa que modelam formas de pensar e agir, define papéis sociais, generaliza posições e interpretações que se pretendem hegemônicas, não são a única possibilidade de contato e interação com o público. Aos poucos as redes de solidariedade entre os mais diversos atores sociais, vão animando redes de comunicação compartilhada onde a competição dá lugar a cooperação entre as pessoas.

Propostas como “Encantos Urbanos à Margem da Memória” criam visibilidade para novas manifestações artísticas em atividade e proporciona ao público o contato com essa produção emergente.

Uma das grandes barreiras encontradas na arte é a de levar o trabalho ao público, havendo pouca estrutura de distribuição. Sabendo que a cultura de nosso país é impregnada pela riqueza de uma forte tradição oral, propomos a construção de um “Livro-Vídeo-Blog”, onde o leitor pode ser um participante ativo do processo criativo de construção da narrativa e de proposições de reflexões que considere relevantes. Incentivar a leitura, a oralidade, a troca de conhecimentos e o intercâmbio entre jovens, pessoas de várias idades e classes sociais diferentes, membros de coletivos culturais, etc.

OBJETIVO

Publicação de um “Livro-Vídeo-Blog”, utilizando três mídias: o livro em formato impresso, um vídeo de duração de aproximadamente 50 minutos com tiragem de 1000 cópias das quais 1.000 serão utilizadas para acompanhar 1000 exemplares do livro e um blog atualizado diariamente e 24 horas on-line:

http:alinereiss.blogspot.com – Alice no País das ArmaDilhas


A linha narrativa de ficção, trazendo personagens do Auto do Realejo Encantado, texto construído coletivamente pelo grupo O Encanta Realejo. O Auto foi experimentado na Oficina de Dramaturgia oferecido pela FUNARTE em agosto de 2009, no qual eu Aline Reis proponente do projeto, participei (Anexo 2). A linha narrativa continua em experimentação e reformas, tendo um trecho encenado no Ponto de Cultura Bexigão, que neste ano de 2009 iniciaram estudos independentes que a partir da ação física do ator surge uma pesquisa dos vários metodologistas do teatro, essa pesquisa deu origem ao estudo do texto de Flávio de Carvalho “O Bailado do Deus Morto”, que tem como base a antropofagia, e a história de diversos povos primitivos e que compõe esse projeto (Anexo 3).
As vivencias com o Auto já estão sendo colecionadas para a montagem do “Livro-Vídeo-Blog”, que após finalizado, será encaminhado para um núcleo de dramaturgia na pretensão da construção de uma peça teatral.

PRODUTO A SER DESENVOLVIDO

O Produto final previsto é um “Livro-Vídeo-Blog” com tiragem de 1000 exemplares em papel sufit reciclável 14x21, capa cartão suprema, com ilustração artesanal utilizando resíduos do café e ilustração no miolo, com 150 a 200 paginas aclopamdo um DVD multimídia que fará a conexão com o livro, transformando o produto final em um “Livro-Vídeo-Blog” que será disponibilizado para downloads gratuitos na internet no blog: http:alinereiss.blogspot.com.
Dançarina: Quando nada é certo, tudo é possível!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Lactobacilo Virtual

Pesquisa sobre mascaras

Pensei numa mascara pra Alice, isso da um ar de dualidade tambem...

Uma máscara é um acessório utilizado para cobrir o rosto, utilizado para diversos propósitos: lúdicos (como nos bailes de máscaras e no carnaval), religiosos, artísticos ou de natureza prática (máscaras de proteção). A palavra tem, provavelmente, origem no latim mascus ou masca = "fantasma", ou no árabe maskharah = "palhaço", "homem disfarçado". Muitas vezes tribos africanas usam máscaras em cerimônias de passagem entre a vida e a morte.

Principais funções de uma máscara:

disfarce;
símbolo de identificação;
esconder a sua identidade;
transfiguração;
representação de espíritos da natureza, deuses, antepassados, seres sobrenaturais ou rosto de animais;
participação em rituais (muitas vezes presente, porém sem utilização prática);
interação com dança ou movimento;
fundamental nas religiões animalistas;
mero adereço.

Símbolos
Ás vezes a máscara deixa de ser um mero adereço e passa a se tornar um símbolo de caráter enganoso. Vemos isso nas histórias em quadrinhos a máscara não esconde somente a identidade, mas transforma a vida de quem a possui. Os super-hérois colocam as máscaras e se transformam naquilo que não são na frente dos outros.


MÁSCARAS E MASCARADOS
Por António Cravo



Muito tem sido escrito sobre as máscaras e os mascarados de Portugal e do Mundo, quanto à sua origem, significado, morfologia, funcionalidade e outros aspectos, por eminentes etnólogos, quer do Estrangeiro, quer do nosso País.

Se hoje pretendemos evocar este tema tão vasto e difícil é tão somente porque vem a propósito, acerca da exposição de pintura sobre as máscaras e caretos transmontanos que vai estar patente ao público no Museu Abade Baçal de Bragança, e que é da autoria do pintor António dos Santos Silva, natural de Jou, concelho de Murça, e radicado em Paris, há cerca de 30 anos.

A este respeito, contudo, gostaríamos de poder transmitir de uma maneira geral e com algumas particularidades aquilo que nos parece ser mais profundo, acerca dos modelos em que este pintor se baseou, para os seus quadros, agora expostos, que tem a ver, antes de mais, com um mundo no qual temos fortes raízes, embora actualmente! vivamos afastados dele, nesta Civilização Ocidental e nos finais do século XX.

Nesse mundo, o homem criou formas mágicas, míticas, ritualistas e lúdicas durante a noite dos tempos e escondia-se através de disfarces que se chamam máscaras. Depois atravessou o Neolítico formando ciclos agrários ou sazonais, quando já domesticava a planta, o animal e sabia queimar a terra que moldava para o seu vasilhame, e assim continuou através da História.

Para a mais perfeita expressão, esse homem aperfeiçoou os caracteres estéticos da máscara; individualizou a sua fabricação, segundo o uso ao qual era destinada; estudou o seu impacto no grupo social a que pertencia o mascarado; e adaptou as máscaras aos diversos aspectos das forças sobrenaturais e demoníacas que julgava descobrir e conhecer. Deste modo, criou uma variada morfologia entre as diversas culturas que se multiplicaram.

Estes vários aspectos em consideração têm-se prolongado desde as suas origens, pelos "primitivos actuais", até aos animistas presistentes dos nossos dias, em África, Oceania e nas Américas.

Porém,no mundo contemporâneo dos cinco continentes apareceram outras máscaras sem aquele sentido primitivo, baseado nas suas origens longínquas.

Por isso, os etnólogos consideram actualmente as máscaras universais em três grandes grupos, segundo a simbologia,a funcionalidade lúdica e o esvaziamente do seu conteúdo original.

Num primeiro grupo classificam as máscaras de todas as culturas que estejam apenas integradas na própria cultura e sociedade que lhes deram origem e se combinem com o seu objectivo, a sua expressão e a impressão e aceitação sociais.

Neste sentido, cada tipo de máscaras não existe em si mesmo como sendo objecto separado dos seus contextos sociais e culturais. Por isso,neste grupo as máscaras só se consideram autênticas em função das mensagens que nos transmitem, devendo atestar a omnipresença do sobrenatural que pretendem representar e o pululamento dos mitos que nos querem transmitir.

O segundo grupo reúne as máscaras referentes ao espectáculo, por se terem desviado da sua primitiva função, desde a Grécia antiga, passando pela Civilização Romana e atravessando a Idade Média e outras Idades da História até aos nossos dias. As máscaras deste grupo representam apenas uma personagem precisa e a sua estética resulta de normas bem definidas, viradas para o espectáculo ou ambiente lúdico em primeiro lugar.

Um terceiro grupo é chamado grupo das "máscaras falsas", por terem perdido todo o sentido original,mostrando apenas uma aparência da tradição dos povos que tentam representar,mas apenas para serem vendidas aos turistas. São máscaras esvaziadas dum conteúdo contextual quanto à cultura que teimam representar e à sociedade donde são originárias.

Deste três grandes grupos as que têm mais importância no nosso entende,são as máscaras e mascarados do primeiro grupo,a fim de descobrirmos o que resta de simbologia do sobrenatural nos modelos dos quadros da Exposição de António Silva.

O Tesouro das Máscaras
Tansmontanas nos Quadros
de António Silva

A exposicão de António Silva,em Bragança,mostra-nos a realidade actual das máscaras e dos "caretos" do Nordeste Transmontano.

É o segundo pintor que conhecemos a ocupar-se deste tema através da Pintura,depois de João Vieira,natural de Vidago,ter exposto 22 quadros em 1984,na Galeria Quadrum em Lisboa, inspirado também nas máscaras daquela zona do País.

Para compreendermos a complexidade temática dos quadros do segundo pintor, expressa em setenta e cinco telas, suponho que deveremos recorrer a uma ordenação dos suportes reais que lhe preporcionaram os seus modelos; observar os contextos em que nos aparecem aqueles suportes ou máscaras esculpidas;e tentarmos descobrir o que resta do seu "conteúdo funcional originário", de acordo com as informações de Benjamim Pereira, na sua obra "Máscaras Portuguesas"-Lisboa,1973; bem como as informações de outros etnólogos transmontanos.

Os suportes reais ou máscaras,dos seus modelos, reproduzem quase sempre um rosto humano, várias vezes desfigurado com a intencão de as "diabolizar". Por isso, os seus criadores artesãos utilizaram artifícios grotescos, como certos traços anatómicos, figuras assimétricas e expressões fantasistas que muito bem se podem observar nalgumas telas desta Exposição, como por exemplo a do n°31. Noutras podemos ver a decoração da máscara com figuras zoomórficas, como a salamandra e a serpente,como é o caso do quadro n°.1. Noutras o desenho duma caveira, lembrando a Morte, e se puxarmos bem esta ideia até às origens, podemos ainda inculcar o antigo culto dos mortos, embora, actualmente, mostre a íntima redução do Homem até a cinza, como é o caso do quadro nº.9.

Morfologicamente aparece uma maior percentagem de máscaras esculpidas em madeira, seguindo-se, na ordem decrescente, em lata, em couro,em cortiça e mais pobremente em pneumático ou em cartão. Estas esculturas estão também de acordo com os dotes artísticos dos seus autores, especialidades das suas profissões, que António Silva muito bem reproduziu agora nos seus quadros ali presentes.

Nas telas desta sua exposição veja-se que o mesmo pintor revela-nos duas preocupações fundamentais: a primeira foi reproduzir figurativamente a máscara ou o mascarado, o mais próximo possível da realidade dos seus modelos; a segunda preocupação está patente na simbologia que exprime nos cantos dos quadros ou à volta da figura, apenas para nos lembrar alguns vestígios das raízes onde mergulha o seu "conteúdo funcional originário".

É neste sentido que enquadramos as máscaras transmontanas, primeiro grupo das máscaras universais de que temos vindo falar.

Na realidade expressiva dos seus modelos coexistem agora dois contextos: o do politeísmo ou pagão, e o do monoteísmo, embora este tivesse quase esmagado o primeiro.

Só foi graças à linha da tradição popular transmontana que se tem assegurado, até aos nossos dias, a existência de vários elementos do seu primeiro conteúdo e do seu primeiro contexto.

No segundo contexto, simultaneamente litúrgico, lúdico e profano, as máscaras agora ali representadas aparecem-nos, durante as festas invernais, entre o solstício de Inverno e o equinócio de Março, nos dois ciclos principais: o ciclo natalício ou dos Doze Dias, que vai do Natal ao Dia de Reis; e o ciclo carnavalesco, que corresponde às antigas "bacanais de Março da época romana" (Abade Baçal). Actualmente,anda à volta do Entrudo ou Carnaval, durante mais ou menos os quinze dias que o precedem.

Naquelas bacanais,em honra do deus Baco ou Dionísio,invocavam-se as larvas,os maus espíritos e fazia-se a reconciliação com eles, antropomorfizando-os; seguiu-se depois, pelo Carnaval, simbolicamente a celebração do renascer na Natureza. Neste sentido,é um tempo de festas que prepara a chegada da Primavera.

A designação de Carnaval apareceu somente a partir do século X.

Quanto ao ciclo dos Doze Dias, as suas personagens aparecem na Natal, AnoNovo e Dia de Reis, ou somente numa destas festas litúrgicas, ou reaparecem numa ou noutra a seguir,até por volta do dia 20 de Janeiro.

Sobrepõem-se nestes dias, marcados pela liturgia cristã, as Festas dos Rapazes; as Festas do St.Estêvão; as Festas dos Velhos, dos Caretos ou do Chocalheiro, etc.

a) as Festas dos Rapazes ocorrem, ainda hoje,em várias aldeias transmontanas,como Aveleda, Serapicos, Sacoias, Varge, Baçal, Alfaião, etc, do concelho de Bragança;

b) as Festas de St.Estêvão realizam-se também em diversas aldeias do mesmo concelho, como Parada e Grijó de Parada; e ainda na aldeia de Ousilhão, do concelho de Vinhais; na de Torre D.Chama e Vale de Madeiro, no concelho de Mirandela,etc

c) as Festas dos Caretos realizam-se também em Dia de St.Estêvão em Pinela, concelho de Bragança, e em Rebordelo, concelho de Vinhais;

d) as Festas dos Velhos festejam-se na aldeia de Travanca, concelho de Vinhais, em Vale de Porco, concelho de Mogadouro, e em Vila Chã, concelho de Miranda do Douro;

e) e finalmente as Festas do Chocalheiro têm lugar na aldeia de Bemposta, do concelho de Mogadouro. Estas festas aparecem ainda noutras aldeias do mesmo distrito.

André Gago, no ano de 1990,fez uma recolha de informações acerca das máscaras transmontanas representativas destas festas,em localidades dos doze concelhos do Distrito de Bragança,mas o número dos quadros de António Silva ultrapassa este mesmo testemunho.

Em todas estas festas é raro não se observar a omnipresença de ritos litúrgicos cristãos, como que a controlar os desmandos dos portadores das máscaras e mostrar-lhes que o sentido da relação com o sobrenatural é, neste contexto monoteísta, de cima para baixo, isto é, na verticalidade.

Nesta linha de observação, vemos que nalgumas daquelas localidades se celebra um culto religioso, como o de St.Estêvão, normalmente no dia 26 de Dezembro, noutras prolonga-se até dia 27, como em Grijó de Parada, ou até dia 29, como na aldeia de Parada. As Festas dos Rapazes, nas aldeias já mencionadas, realizam-se nos dias 25 e 26 de Dezembro e nalgumas confundem-se com as Festas de St.Estêvão, como por exemplo na aldeia de França, Bragança.

Na manifestação deste culto a St.Estêvão, como por exemplo em Ousilhão, Vinhais, aparece todo um contexto com base na religiosidade cristã, como, por exemplo,a celebração da missa, onde se fazem"ofícios divinos", como a procissão com o andor de S. Estêvão, dirigindo-se para a mesa colectiva ao ar livre, composta de pão e vinho para todos, mas benzida pelo pároco que reza depois com os presentes, antes de se sentar num lugar de honra à cabeceira da mesma,como se vê no quadro nº.15; também se podem observar outros elementos nos quadros nºs.6, 18 e 25 da exposição de António Silva.

Continuando com o exemplo de Ousilhão, observamos uma confusão daqueles elementos religiosos cristãos com os elementos do profano e do lúdico,como a eleição do "Rei"(que, por isso,toma esta festa também o nome de "Reinados") e do "Bispo",numa simbologia do poder temporal e espiritual própria da Idade Média. O "Rei"também pode ser escolhido pelo povo,ou pela obrigação do cumprimento duma promessa, com dois "vassais" para o seu acompanhamento e a escolha dos quatro rapazes ou "moços" para a execução de várias tarefas. Ainda nesta confusão com o profano, no dia 25, à tarde,os quatro "moços",sobressaindo entre outros com trajes especiais e castanholas nas mãos,visitam as casas das aldeias, cantando acompanhados da Caixa e da Gaita-de-Foles, pedindo esmola para a Igreja.

Neste mesmo cortejo entram então os caretos,personagens doutro contexto, que utilizam máscaras de madeira,como por exemplo do quadro nº.10, e pedem também, mas para si, castanhas, chouriços,etc,ou retiram, sem licença, peças dos fumeiros das casas visitadas.

No dia 26, os "moços", como no quadro n°14, abrem outro cortejo semelhante,dão sinais de alvorada, pelas cinco horas da manhã, e vão de novo pelas ruas da aldeia até chegar o meio-dia. No final desta segunda volta e depois de terem comido em casa do "Rei", "Moços" e Mascarados retomam o caminho da Igreja para assistir à Missa.

À entrada da igreja está o padre à sua espera, aspergindo-os com água benta e oferecendo depois um lugar ao "Rei" perto do altar-mor com os dois jovens "vassais". Um dos quatro "Moços" leva um pão para ser benzido no final da missa. Noutros casos, levam 4 ou 5 pães.

Quanto aos mascarados,embora tolerados nos cortejos e mesmo na refeição colectiva, é-lhes "rigorosamente proibida a entrada, no adro da igreja", devendo ficar cá fora quietos e sossegados até sair a procissão.

Isto ainda nos mostra algumas atitudes da acção monoteísta sobre o que resta da expressão cultural pagã, própria do seu contexto originário.

Naquela confusão de contextos, propomo-nos sublinhar o que ainda se pode observar desta cultura pagã ou arcaica, ao longo das várias festas de Inverno/Carnaval do Nordeste Transmontano.

Dão-nos sinais desta cultura pagã a própria máscara, que vem de tempos imemoriáveis e que marca a sua presença em todas aquelas festas sazonais; o porte duma bexiga de porco, por exemplo em Vila Chã de Braciosa, Miranda do Douro, por um mascarado e atada com um cordão que nos sugere um "culto primitivo da fertilidade", como o caso que aparece na imagem do quadro nº.3, algumas manifestações telúricas como o exemplo do casamento de duas montanhas, na época do Carnaval em Azinhoso, Mogadouro; o princípio iniciático, nas Festas dos Rapazes, através das cerimónias dos ritos de passagem da adolescência à juventude; símbolos da "Magna Mater Divina" a Terra Mãe ou a Mãe da fertilidade, como no transmite a "figura tauromórfica" do Chocalheiro de Bemposta, Mogadouro, e se pode observar no quadro n°.2, ou então "a dualidade entre o Bem e o Mal" como o exemplo da Festa dos Velhos de Vale do Porco, Mogadouro, etc, cujas figuras estão bem representadas no quadro n°.1.

Assim, genericamente, os caretos, máscaras, carochos, velhas, chocalheiros ou farandulos são "seres mágicos e proféticos que ao mesmo tempo assumem funções de sacerdote e de diabo, louvando os mortos e criticando os vivos", numa relação do Homem com o sobrenatural, de forma primitiva.

Estes mascarados e máscaras representam ainda vestígios de usos e costumes herdados dos primitivos povos que deambularam por estas paragens da Península Ibérica.

Também as festividades concentradas no Carnaval podem ser consideradas como herança de festas rituais ligadas à agricultura e à fertilidade,sobretudo com a função sagrada de abolir as barreiras entre os homens e a natureza, a fim de melhor circular a força da vida, virando a norma ao contrário,com um carácter de inversão.

Por isso,estes vestígios que acabamos de exemplificar reflectem ainda a simbologia originária das máscaras transmontanas, como prova de terem pertencido longinquamente ao primeiro grupo daquelas máscaras universais, bem próximas das dos presentes povos animistas ou naturalistas dos outros continentes do nosso Globo.

Na homogeneização do mundo rural, com a cultura dos grandes centros actuais que se vai observando nos nossos dias, podemos prever o desaparecimento total das máscaras nos seus contextos festivos, numa consequência também do desaparecimento dos seus artesãos.

Dentro deste processo de vasos comunicantes, do rural e do urbano, podemos ainda prever o desaparecimento dos vestígios vivos que ainda restam do seu conteúdo originário, apagando-se definitivamente na linha tradicional do povo transmontano que lhe tem dado alma até agora.

Por isso, já consideramos memória a exposição de António Silva nesta capital do distrito bragançano, dos dois contextos aindo a traçar, como espólio da cultura transmontana que mereceria preservá-la num lugar certo, como é um Museu. Bragança ficaria muito mais rica se lhe desse também esta atenção, e as nossas máscaras entrariam privilegiadamente, num quarto grupo que designamos por Máscaras da Pintura.

Assim,esta Exposição teria um duplo mérito, bem como as autoridades bragançanas que a promoveram e também consequentemente o seu autor.

De qualquer modo, sentimo-nos desde já reconhecidos a uns e ao autro, pela coragem que demonstraram na realização deste magnífico evento que consideramos um tesouro da Cultura Transmontana.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Riacho das Almas

Vidas Passadas

A eterna criança
A mulher do gangster
A princesinha, filha do rei
A cantora de ópera


“Quero muito viver minha própria vida, mas às vezes as pessoas não ajudam, a vida não ajuda e nada dá certo. Quero caminhar com minhas próprias pernas mas não sei bem para onde ir”...

A pessoa nesta sintonia, ao mesmo tempo em que é cercada de cuidados e atenções, tem muito medo de enfrentar a vida e de falhar. Pode ser que perdeu a confiança em si mesma ou que nunca tenha enfrentado este tipo de desafio. Viver livre é o que ela mais deseja e o que mais teme, pois se libertar deste tipo de aprisionamento parece um sonho. Muitas vezes a pessoa nesta sintonia tem dons especiais e um grande refinamento, o que dificulta ainda mais o seu vôo rumo à liberdade, já que ela própria imagina que precisa de muitas coisas para viver.
O desafio é: Viver com simplicidade e enfrentar o dia-a-dia sem medo e restrições, já que na vida diária não vivemos com grandes luxo ou mimos. Todos nós devemos trabalhar e procurar o nosso próprio sustento. Não espere que as pessoas façam as coisas por você. Vá atrás do seu caminho de vida, não fique esperando que o destino traga as pessoas e as condições especiais até você. Acorde para a vida sem medo. Vá ao banco, ao shopping, ao supermercado, com a mesma disposição que iria a uma festa. Quem faz o bom da história é você.
Trabalhe a sua cura: Procure sair do casulo e conviver com outras pessoas fora do seu circulo atual, expanda seus conhecimentos. Resolva de uma vez por todas fazer aquele curso já há tanto planejado e se comprometa ir até o final, porque é muito ruim começar muitas coisas e deixá-las pelo meio do caminho. Assim comece coisas pequenas. E lembre-se que os passos pequenos são muito importantes.

Observações: Saiba que se uma vida complicada ou infeliz vem à tona é porque você já tem condições de transformar o antigo orgulho, ressentimento, medo, raiva, ou qualquer outra energia desqualificada, em luz, amor e consciência.

Pesquisa sobre Dualidade

Razão e emoção. Emoção e razão.Assim com o Yin e o Yang,o Bem e o Mal.a verdade e a mentira,a razão e a emoção são duas forças antagônicas que regem a vida humana,mas apesar de opostas são ao mesmo tempo inseparáveis,uma complementa a outra.
Quem nunca deixou o coração falar pela razão?Quem nunca deixou a emoção tomar a decisão?Quase sempre isso não é bom!As vezes,decisões tomadas sob influência da emoção trazem conseqüências graves para nossas vidas,nãoé mesmo?
Entre nós,quem nunca agiu pela emoção em determinado momento da vida, e lã na frente não se arrependeu?O erro faz parte de nossas vidas;com ele,adquirimos experiência,amadurecemos na vida e aprendemos a não cometê-los novamente.
Infelizmente, há em nosso meio,seres fracos que não aprendem a lição;erram e persistem no erro.Faz-se necessário aprender a evidenciar o uso da razão em nossas vidas.É preciso abrir mão de certos sentimentos e emoções que nos enfraquece e nos torna presas fáceis para mentes mal-intencionadas.
Em certos momento, é preciso haver um sobrepujo da razão sobre a emoção.Deve-se deixar de lado os sentimentos e ser racionais em determinadas escolhas e oportunidades que a vida oferece.
Pode-se dizer que a própria vida é racional.Muito raramente ela oferece uma segunda chance.Agora,quando se deve usar a razão?E quando se deve usar a emoção?Bom,essa pergunta,cabe a cada um responder por si próprio.


Dualismo, diagrama apresentado em obra de Descartes


Dualismo, ou dualidade foi uma doutrina estabelecida por René Descartes e Christian von Wolff quem primeiro utilizou o conceito em sua concepção moderna, segundo o qual "é o sistema filosófico ou doutrina que admite, como explicação primeira do mundo e da vida, a existência de dois princípios, de duas substâncias ou duas realidades irredutíveis entre si, inconciliáveis, incapazes de síntese final ou de recíproca subordinação."
O princípio da dualidade é amplamente utilizado na filosofia e física modernas e constitui uma das bases da moderna teoria quântica.
Na metafísica, chama-se de dualista ao sistema que explica o todo da realidade como composto de dois tipos de realidades distintas. A doutrina metafísica segundo a qual há duas substâncias, ou seja, dois tipos distintos e independentes de seres: material e espiritual. A substância material é definida como física e pode ser definida como a realidade do mundo empirico, que nós vemos, ouvimos, etc e medida pelos nossos sentidos bem como por instrumentos como microscópios, telescópios, radar, etc.
O mundo espiritual é descrito negativamente como não-físico, não-material, chamado psicológico, mental ou espiritual. Descartes chamou a mente de res(coisa) cogitas(pensante) e o corpo de res extensa(que ocupa lugar no espaço).
Na realidade o maior problema de Descartes foi a co-relação entre a mente e corpo, onde ele próprio atribui ao "tálamo", uma parte do cérebro, por ser 'pequenino', para dizer que possui relação com algo imaterial e não físico.


Um resultado bastante surpreendente, que usa a dualidade é o seguinte:
Sejam P e Q dois polí gonos planares, Dual o operador de dualidade como descrito acima, e FC o operador de fecho convexo, então




Este resultado nos diz que para calcular a intersecção de dois polí gonos, posso calcular o fecho convexo de seus duais, e depois dualizar. Como achar o dual é linear, temos uma relação entre intersecção de polí gonos e o fecho convexo no plano.


Oscho não se agrada com a dualidade

Este é um dos mais antigos mantras. Sempre que se sentir dividido, que vir uma dualidade nascendo, simplesmente diga interiormente: "Dualidade, não".

Mas diga com atenção, não repita de um modo mecânico.

Sempre que sentir o amor surgindo, diga: "Dualidade, não"; do contrário, o ódio estará aí - eles são um só. Quando sentir o ódio surgindo, diga: "Dualidade, não".

Quando sentir um apego à vida, diga: "Dualidade, não". Só a unidade existe.

E esta expressão deve ser compreendida por você. Ela deve ser plena de inteligência, de uma clareza penetrante. Então, de repente, você sentirá um relaxamento por dentro.

No momento em que disser "Dualidade, não" - se estiver dizendo com compreensão, e não repetindo de um modo mecânico - de repente sentirá a iluminação.

Osho, em "O Livro Orange"


A dualidade onda-partícula, também denominada dualidade onda-corpúsculo ou dualidade matéria-energia, constitui uma propriedade básica da mecânica quântica e consiste na capacidade das partículas subatômicas de se comportarem ou terem propriedades tanto de partículas como de ondas.

Foi enunciada pela primeira vez em 1924 pelo físico francês Louis-Victor de Broglie, que anunciou que os elétrons apresentavam características tanto ondulatórias como corpusculares, comportando-se de um ou outro modo dependendo do experimento específico. A experiência de Young (experiência da dupla fenda) de Thomas Young exemplifica de maneira sensível esta dualidade.

De Broglie se baseou no efeito fotoeléctrico para chegar a esta conclusão, já que Albert Einstein havia concluído que os fótons que atuavam no efeito fotoelétrico eram partículas com energia E=h•f, onde f é a frequência de onda. Einstein, concluiu desta forma que, em determinados processos, as ondas se comportam como corpúsculos. Então, de Broglie associou o inverso, ou seja, que toda a partícula se comportava como uma onda. O físico francês foi capaz de relacionar o comprimento de onda com a massa da partícula, mediante a formula λ=h/m•v, onde o produto m•v representa o módulo do vetor P, ou quantidade de movimento, h é a constante de Constante_de_Planck, e 'λ', o comprimento de onda. Observando-se a fórmula verifica-se facilmente que, à medida que a massa ou sua velocidade aumenta, diminui consideravelmente o comprimento de onda. Os corpos macroscópicos têm associada uma onda, porém a massa é tão grande que se pode afirmar que apresenta um comprimento de onda desprezível, porém não nula. Por isso, na hora de falar sobre partículas é muito importante considerar a dualidade, já que o comprimento de onda que possuem explica muitos de seus fenômenos.


Conversa muito interessante: A Premissa da Dualidade.
Um professor ateu de filosofia está a falar para sua classe sobre os problemas que a ciência tem com Deus, O Todo Poderoso.


Ele pede para um de seus alunos novatos Cristãos ficar de pé...

Professor: Você é um Cristão, não é, filho?

Aluno: Sim, senhor.

Professor: Então você acredita em Deus?

Aluno: Absolutamente, senhor.

Professor: Deus é bom?

Aluno: Claro.

Professor: Deus é todo poderoso?

Aluno: Sim.

Professor: Meu irmão morreu de cancer mesmo tendo orado para que Deus o curasse. A maioria de nós iria tentar ajudar algum doente. Mas Deus não o fez. Como então podemos dizer que Deus é bom? Hem?

(O aluno fica em silêncio.)

Professor: Você não consegue responder, não é? Vamos começar de novo, jovem. Deus é bom?

Aluno: Sim.

Professor: Satanaz é bom?

Aluno: Não.

Professor: Satanaz veio de onde?

Aluno: De...Deus....

Professor: Isso está correto. Diga-me filho, exite maldade neste mundo?

Aluno: Sim.

Professor: O mal está em toda parte, não está? E não foi Deus que criou todas as coisas? Correto?

Aluno: Sim.

Professor: Então quem criou o mal?

(O aluno não responde.)

Professor: Existe Doença? Imoralidade? Ódio? Feiura? Todas estas coisas ruins existem no mundo, não é, filho?

Aluno: Sim, senhor.

Professor: Então quem as criou?

(O aluno não tem nenhuma resposta.)

Professor: A ciência diz que temos 5 sentidos para identificar e observar o mundo ao nosso redor? Me diga filho, você já viu Deus?

Aluno: Não, senhor.


Professor: Diga-nos filho, você já ouviu seu Deus?

Aluno: Não, senhor.

Professor: Você já sentiu seu Deus? Já o degustou, ou sentiu seu cheiro? Você já teve alguma experiência sensorial de seu Deus?

Aluno: Não senhor, não tenho.

Professor: Mas você ainda acredita nele?

Aluno: Sim.

Professor: De acordo com os protocolos empiricos, demonstráveis, testáveis, a ciência diz que seu Deus não existe. O que você responde a isso, filho?

Aluno: Nada, apenas tenho minha fé.

Professor: Sim, Fé. E esse é o problema que a ciência tem.

Aluno: Professor, existe Calor?

Professor: Sim.

Aluno: E existe Frio?

Professor: Sim.

Aluno: Não senhor, não existe.

(A sala de aula se torna bastante silenciosa com essa mudança de eventos.)


Aluno: Senhor, podemos ter bastante calor, ainda mais calor, super-calor, mega-calor, calor branco, um pouco de calor, ou nenhum calor. Mas não temos nada que possamos chamar de Frio. Podemos chegar a 273 graus Celsius abaixo de zero que é nenhum calor, mas não podemos ir além disso. Não existe Frio. Frio é apenas uma palavra para descrever a ausencia de calor. Não podemos medir o frio. Calor é Energia. Frio não é o oposto de Calor, senhor, é apenas a sua ausência.

(Exite silêncio total na sala de aula.)

Aluno: Professor, existe escuridão?

Professor: Claro. O que é a noite, se não existe a escuridão?

Aluno: Errado de novo, senhor. Escuridão é a ausencia de alguma coisa. Podemos ter pouca luz, luz normal, luz brilhante, luz piscante... Mas se falta luz continuamente, não temos nada, e chamamos de escuridão, não é? Na realidade o escuro não é. Se fosse, poderia o tornar mais escuro, não poderia?

Professor: Então qual é o ponto que queres fazer, jovem?

Aluno: Senhor, meu ponto é que sua premissa filosófica está falha.

Professor: Falha? Pode explicar como?

Aluno: Senhor, está trabalhando na premissa da dualidade. Você argumenta que existe vida e morte, um Deus bom e um Deus mau. Você está vendo o conceito de Deus como algo finito, algo que podemos medir.

Senhor, a ciência não pode explicar um pensamento. A ciência usa eletricidade e magnetismo, mas nunca viu, muito menos completamente entendeu a qualquer um dos dois. Para visualizar a morte como o oposto de vida é para ignorar que a morte não tem substancia em si próprio. A morte não é o oposto da vida, apenas a ausência dela.

Agora me diga professor, o senhor ensina a seus alunos que eles evoluiram de um macaco?

Professor: Se você está se referindo ao processo evolucionário natural, sim, claro que sim.

Aluno: Senhor, já observou o processo evolucionário com seus próprios olhos?

(O professor meneia a cabeça com um sorrizo, imaginando onde a conversa vai parar.)

Aluno: Como ninguem tem observado o processo evolucionário, e não pode nem provar que esse processo está acontecendo agora, o senhor não está ensinando a sua opinião? Neste caso, o senhor não seria um cientista, mas um pregador.

(A classe agora está uma bagunça só.)

Aluno: Existe alguem na classe que já viu o cerebro do professor?

(A classe cai na risada.)

Aluno: Existe alguem aqui que já ouviu o cerebro do professor, o sentiu, o degustou, ou sentiu seu cheiro?... Aparentemente ninguem o fez. Então, de acordo com os protocolos empiricos, demonstráveis, testáveis, a ciência diz que seu cerebro não existe. Com todo respeito, senhor, como então confiamos nas suas palestras?

(A sala está em silêncio. O professor com uma cara imensuravel.)

Professor: Acho que vai ter que aceitá-los pela fé, filho.

Aluno: É isso aí, senhor... O elo entre o homem e Deus é FÉ. É isso que mantem as coisas vivas e em movimento.



Fé e razão são como a dualidade onda-partícula: pode-se ter as duas coisas, mas nunca ao mesmo tempo.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

a vida - é como um jogo: tem regras, tem os participantes e tem a platéia.

Caracas



Quase cai pra trás... Por mais de quatro anos acreditei que meu signo ascendente era sagitario. Hoje, depois de fazer meu mapa astral resovi tambem pesquisa novamente meu ascendete. Quando vi que era Capricornio desacreditei... Nunca achei muito interessante esse signo, que coisa...


O Ponto Inicial do Seu Ascendente
22 graus e 07 minutos no Signo de CAPRICÓRNIO


Base de Cálculo
DIA: 13 de Novembro de 1985
HORÁRIO: 10:32 h
CIDADE: sao paulo
ESTADO: Sao Paulo


O Signo Ascendente é um dos doze signos zodiacais que se
elevava no horizonte leste no exato momento
em que você nasceu.

A interpretação do Ascendente (transcrição parcial) mostra como
as pessoas o vêem e como você gostaria de ser visto
por elas. Em síntese, é a máscara que você
usa quando se expõe ao mundo.



ASCENDENTE EM CAPRICÓRNIO

Cuidadosa, cautelosa, prudente e contida, você encara a vida realisticamente, e dificilmente toma o caminho errado para alguma realização. Não é alguém exatamente otimista ou idealista quanto aos seus planos, aspirações e sonhos e costuma sempre prejulgar. Gosta de sair, portanto não aprecia muito ficar em casa e, se for ainda bem jovem, é possível que porte um pouco de cinismo. O mundo não lhe parece um lugar amistoso e seguro, tendendo a ver a vida de uma forma muito desconfiada e cautelosa. . . . ?

Meu Mapa Astral




aline reis - Nasc.: 13/11/1985 às 10:32 em São Paulo (SP)

Posição dos planetas:
Sol em Escorpião
Lua em Sagitário
Mercúrio em Sagitário
Vênus em Escorpião
Marte em Libra
Júpiter em Aquário
Saturno em Escorpião
Urano em Sagitário
Netuno em Capricórnio
Plutão em Escorpião

Posição das casas:
Ascendente em Aquário
Casa 2 Peixes
Casa 3 Peixes
Casa 4 Touro
Casa 5 Gêmeos
Casa 6 Câncer
Casa 7 Leão
Casa 8 Virgem
Casa 9 Virgem
Casa 10 Escorpião
Casa 11 Sagitário
Casa 12 Capricórnio


CONHEÇA OS SÍMBOLOS





Seu signo é: Escorpião ... O EU Interior

O signo de Escorpião inicia em 23 de Outubro e termina em 22 de Novembro. É um signo tão mal compreendido e, injustamente, vilipendiado! Oitavo signo do Zodíaco, é negativo, fixo, de Água, violento, fecundo, noturno e mudo. É governado pelo planeta Marte e tem como co-regente o planeta Plutão.
Os nativos deste signo são seres de grandes contrastes, em todos os sentidos, capazes de grandes ódios e de paixões violentas. Guardam dentro de si os seus sentimentos e seus dramas, demostrando aparente frieza e controle. Mas, como sofrem! As forças ocultas, os ciúmes, os dramas passionais, os amores contrariados, roem suas entranhas e em vão eles tentam controlá-los! Quando, como uma panela de pressão, não suportam mais este rebuliço interior, explodem, dilacerando-se e destruindo tudo o que está em volta!
E a paz vai voltar a reinar! É sim, pois estes nativos são também capazes de grandes sentimentos. Adoram pesquisar as profundezas da alma humana, em buscas que os levam a compreender o subconsciente (são ótimos psiquiatras) e, se possuírem a habilidade e o poder de julgar justamente, irão conseguir com tenacidade regenerar, recriar, fazer renascer as flores no meio das cinzas!
Parecem muitas vezes frios e calculistas, (e o são)! Mas o fazem para não mostrar seus sentimentos interiores. Dificilmente se revelam, parecendo reticentes e por isso são difíceis de serem compreendidos. Devem tomar cuidado para não ser manipuladores, pois são grandes estrategistas e adoram o poder! Se envolvem freqüentemente em brigas por motivos de herança, e tem grandes sentimentos de vingança. Parecem ter um certo prazer em solapar a alma humana para colocar em mostra sua podridão!

Aconselho aos nativos deste signo, utilizarem suas capacidades a serviço da humanidade, dedicando-se à medicina, especialmente cirúrgica, à psiquiatria, à pesquisa, e a todas as profissões que os levem a compreender profundamente a miséria humana e a ajudar na sua regeneração! (como as ciências ocultas por exemplo). Este signo é realmente o signo da redenção e da salvação, mas depende dele ir buscá-la! Devemos compreender que somente após a morte há salvação!

O ponto frágil em seu organismo são a bexiga, os órgãos genitais, o ânus e o nariz.

Escorpião e o Amor
O Escorpião não ama, se apaixona perdidamente, intensamente. Ele possui uma força maravilhosa dentro de si que deve ser canalizada para que as emoções possam se expressar de forma plena e gratificante. Mas, quando esta força ficar fora de controle, ela pode ser destruidora, assustadora mesmo! As grandes paixões do Escorpião se transformam em ódio, não há meias medidas. A intensidade de suas emoções, a sua necessidade de envolvimento sexual podem levar o nato deste signo a situações difíceis, onde o impulso sexual o leva a ações que podem magoar o seu parceiro. O resultado seja talvez um sentimento de culpa, que dificilmente ele confessará. O ciúme é uma força destrutiva assim como o sentimento de posse exagerado. Com um pouco de auto-análise poderá chegar a um ponto de equilíbrio, especialmente com o tempo e a idade, que apaziguará todo o impulso canalizando-o de forma mais gratificante.

Escorpião e a casa:

Como é a casa ideal de um Escorpião? Seguramente uma casa de grandes contrastes, como são seus sentimentos. Ele tem muita energia e muita ambição, portanto procurará coisas sólidas, e sobretudo que reflitam todo o seu poder e sua ambição. Será sem dúvida um lugar de brilhos exagerados, veludos e cores contrastantes e ostentação de riqueza.
E como será o quarto deste nativo? Se em algum lugar do Zodíaco existe um quarto que antecipa a noite ou a prolonga sem fim, este, sem dúvida, será aquele de um nativo de Escorpião. Templo secreto, lugar roubado, este quarto recusa a luz do exterior para criá-la à sua maneira em seu interior. Cheio de contrastes, ele mescla cantos vazios com espaços repletos de elementos, materiais sedosos em forrações aveludadas, com texturas ásperas. Nas cores escarlates e sombrias, este templo de contrastes é o centro de magia necessário ao desenvolvimento de seus sonhos mais profundos. Sensualidade à flor da pele, não dispensa uma sedutora espreguiçadeira escondida por um biombo sensual, para antecipar as suas noites de prazer.
Se V. acha que seu Signo está errado, CLIQUE AQUI e saiba mais!?



Ascendente em Aquário

O Ascendente tem relação com sua aparência física e com o jeito que você se apresenta aos outros. Você que tem o Ascendente em Aquário, sente a necessidade primordial da independência de expressão. A originalidade e o talento, próprios do signo, estão presentes na expressão física mesmo que não seja visível á primeira vista. Com este signo no ascendente você terá uma expressão viva, atenta, inteligente, com grande capacidade de assimilação e organização. Seu olhar atento demonstra interesse com o mundo ao seu redor, sempre pronto a tentar e assimilar novas experiências para ampliar seu conhecimento. Em muitos casos o saber e o conhecer são tão importantes que tornam o aquariano um dos seres mais cultos do zodíaco. Mas esta cultura pode se tornar dogmatismo e até mesmo preconceito intelectual e isto pode afastar as pessoas de você em vez de aproximá-las como você gostaria. Quem possui este Ascendente é essencialmente humanitário, aprecia as amizades e se debruça sobre os problemas de sua comunidade buscando soluções e oferecendo sua ajuda. Sua beleza física é mediana, mas atraente ao olhar, pois seus olhos possuem inteligência e vivacidade. Normalmente o corpo é grande, com ombros mais largos que o quadril. Seu temperamento sanguíneo (do signo de AR) lhe confere uma circulação ativa e uma natureza jovial e otimista. Sua fragilidade está nos tornozelos e no inferior das pernas, predispondo-o a varizes, má circulação, problemas cardíacos e dores nas costas. Mantenha a saúde com uma boa série de exercícios, especialmente relaxantes, pois você tem tendência ao nervosismo.
(Lembre-se que um planeta colocado em conjunção com o Ascendente e também seu Signo, irão influenciar nesta descrição, modificando suas características).
Clique aqui para saber mais sobre o Signo Ascendente

Lua em Sagitário As Suas relacões emocionais.

Você tem um espírito aventureiro e sente necessidade de viver em lugares amplos, espaçosos. A vida ao ar livre, a prática de exercícios físicos como esporte, dança, equitação ou caça são ideais para quem possui esta Lua. Você sente atração pelas grandes viagens, especialmente porque está sempre disposto a ampliar seus relacionamentos, conhecer outros países e fazer contato com outras pessoas. Você é alegre e otimista, mas também espaçoso, sendo intolerante a qualquer limitação ou restrição. Se você tiver esta Lua em mau aspecto você se torna excessivamente emotivo, reagindo de forma exagerada quando contrariado. Pode cometer imprudências desnecessárias expondo-se a riscos e perigos. Esta é uma Lua que indica inúmeras viagens ao exterior, mas você se expõe a perigos que poderiam ser evitados. Seu gosto pelo jogo e pelas ações arriscadas pode levá-lo a sofrer perdas consideráveis em dinheiro. Você tem gosto pela aventura também no campo sentimental e poderá estar sempre em busca de novas conquistas, se entusiasmando facilmente e perdendo o estímulo assim que outra conquista aparece.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Sao Sebastiao

Pois sim, fugi da grande SP nessa sexta feira, fui conhecer a terra no meu grande novo amigo. To apaixonada pelo Caio, ele e um homem lindo...
Chegando la em Sao Seba, fomos direto pra casa da Didi. Essa mulher ja se tornou um mito. Grande parte da mocada da regiao foi encantada por essa mulher.

domingo, 4 de outubro de 2009

Como num ritual de passagem, a protagonista, através de seus amigos imaginários, irá descobrir a si mesma, ao mesmo tempo que descobre as leis e discursos que regem a sociedade.

Análise da obra: Símbolos e mensagens de “A bolsa amarela”

Já no primeiro capítulo, nos deparamos com um narrador problemático: “Eu tenho de encontrar um lugar para esconder minhas vontades” confidencia Raquel ao leitor.

Nesse capítulo, “As vontades”, a protagonista-narradora nos informa que tudo que quer na vida é ser garoto, ser grande e ser escritora. Nos entanto, tais vontades são fisicamente grandes, o que acaba por causar grandes desentendimentos entre a garota e sua família. Enuncia-se, portanto, a primeira obstrução do discurso: por ser criança, Raquel não tem voz em sua casa, não possui direitos de escolher ou discordar. Na qualidade de criança, não tem vontades, segundo seus pais e irmãos maiores – símbolo da sociedade e de sua ideologia.

Como não pode ser garoto ou mais velha, a menina tenta ser escritora. Sabiamente, para Raquel, escrever é criar um novo mundo, e para isso, passa a escrever cartas endereçadas a seus amigos imaginários. O que chama a atenção em tais cartas é que elas sempre têm como remetente nomes masculinos, que ainda segundo a protagonista, são amigos mais velhos. Ou seja, a narradora escreve a si mesma, o garoto mais velho que não pode ser. Se num plano real isso é impossível, no mundo imaginário criado pela linguagem, Raquel se realiza como um homem adulto. Ela, contudo, deixa de escrever quando seus pais e irmãos encontram tais cartas e ela não tem condições de explicá-las.

Segue-se uma descrição da família de Raquel: seus pais trabalham, seus irmãos cometem abuso de uma autoridade qualquer que acham ter; ao que tudo indica, a menina é fruto de uma gravidez indesejada, e o sentimento de rejeição que ela sente é muito grande. Sua família, portanto, impõe-lhe uma série de restrições.

Para a protagonista de “A bolsa amarela”, a infância é sinônimo de proibição; o mesmo ocorre com a condição de ser mulher. Numa discussão com seu irmão, Raquel justifica sua vontade de ser mulher: “...acho muito melhor ser homem do que mulher... Vocês [homens] podem um monte de coisa que a gente [mulheres] não pode”. Logo se entrevê que, para a narradora, ser mulher e ser criança são duas grandes restrições que a vida lhe impõe; interdições que não lhe permitem viver plenamente.

É bastante curioso notas que Lygia Bojunga Nunes expõe suas críticas a uma sociedade que não dá voz ao infante e à mulher através de uma figura que tradicionalmente não tem poder de fala: a criança.

Se Raquel não consegue se desvencilhar de suas amarras dialogando com seus amigos imaginários, tenta uma outra saída: redige a história de um galo que se revolta contra as regras do galinheiro e foge. Novamente, encontramos uma figura masculina – o galo – e o desejo de sair de uma situação sufocante. A imagem do galinheiro também é sugestiva, já que se percebe claramente uma situação hierárquica em que o galo está numa posição acima das galinhas, o macho acima da fêmea, o homem acima da mulher.

Raquel é este galo, figura que engloba todas suas vontades, além de realizar uma inversão das relações de poder: sendo o galo, a menina está acima do galinheiro – sua família, a sociedade e suas regras.

Quando seus pais, porém, descobrem a narrativa, Raquel é censurada mais uma vez. A fuga imaginária que lhe trouxe alívio, agora perde validade. É quando aparece a bolsa amarela: presente de tia Brunilda que é rejeitado por toda a família. Para Raquel no entanto, será sua chance de esconder suas vontades e seus diversos amigos imaginários.

A bolsa carrega consigo uma forte simbologia: representa a mulher forte e, de alguma maneira, inserida na sociedade, que mesmo inconscientemente, Raquel sonha ser; é também o próprio interior da personagem, onde ela guarda seus íntimos segredos, longe da invasão dos adultos que se recusam a entendê-la.

Sobre a cor, é a própria narradora quem nos explica seu significado: “... pra mim amarelo é a cor mais bonita que existe. Mas não era um amarelo sempre igual: às vezes era forte, mas depois ficava fraco; ...já resolvendo que ser sempre igual é muito chato...”. Ou seja, a cor amarela representa a mutação, a mudança pela qual Raquel está passando. Em suma, a bolsa representa o interior da personagem, que busca se fortalecer diante das censuras da sociedade; representa também seu processo de amadurecimento.

O terceiro capítulo, entitulado “O galo”, retomará a figura criada por Raquel. O galo agora se materializa e torna-se uma das grandes questões dentro do livro: às vezes tal galo parece fazer parte apenas do universo mental da menina; em outras situações, contudo, parece ser um animal real e acessível a todos a sua volta.

Diz ele a Raquel que fugiu do galinheiro, indo parar na bolsa amarela. A menina dá-lhe o nome de Rei, mas o galo recusa-o: no universo da criança, não há espaço para a hierarquia que a figura do rei sugere; todos são iguais. A partir desse momento, o galo passa a se chamar Afonso – outro nome masculino que remete às aspirações da garota em tornar-se homem – e conta que fugiu do galinheiro pois não agüentava mais as imposições de seus donos.

Sobretudo, ao fugir do galinheiro, Afonso carrega consigo uma ambição: “Acabei resolvendo que ia lutar pelas minhas idéias”, mas no entanto, ele não sabe ainda por quais idéias lutar. É fácil notar que a ambição é, na verdade, de Raquel, que num momento de transformação, está construindo, questionando e investigando os valores que quer para si, e quais vai deixar para trás, na infância.

O capítulo seguinte, “História do alfinente de fralda (que mora dentro do bolso bebê da bolsa amarela)”, narra o dia em que Raquel descobre, perdido, no meio da rua, um alfinente de fraldas, que representará a essência do que é puro e infantil na protagonista.

Já em “A volta da escola”, é apresentado ao leitor outro personagem de “A bolsa amarela”. Trata-se de um guarda-chuva mulher que o galo Afonso encontra e dá a Raquel como presente. É uma rara menção de um elemento feminino dentro da narrativa. O guarda-chuva – ou a guarda-chuva, como a menina chama – vai representar uma ainda incipiente conciliação entre a garota e seu gênero. É símbolo de abrigo e proteção, que está conquistando em si mesma.

O mecanismo do guarda-chuva de poder ter sua haste esticada carrega, também, uma simbologia: por fim, Raquel entenderá que o adulto que ela sonha ser já está contido nela, e que mesmo um dia tornando-se essa mulher forte e independente que inconscientemente sonha ser, terá ainda consigo a criança que é hoje.

Ainda dentro deste capítulo aparece, talvez, a mais importante figura simbólica da obra: o galo de briga Terrível, primo de Afonso. Acumulará em si uma impressionante carga de símbolos; irá, sobretudo, explicitar várias relações de poder. Afonso nos informa que Terrível é um galo de briga que teve o pensamento costurado por uma certa Linha Forte, e que a única parte livre de seu pensamento é aquela que o obriga a pensar somente em brigar e ganhar de todos. Terrível foi ensinado a abominar a derrota e jamais admiti-la.

Dessa forma, a autora faz novas críticas aos discursos embutidos na sociedade. Ora, num mundo capitalista, o importante é sempre a vitória – o lucro –, sobretudo se encaixarmos tal premissa na figura do galo de briga. Ele traz lucros para seu dono ou treinador (como querem alguns). Da mesma forma, o trabalhador comum exerce sua profissão para a companhia ou empresa em que trabalha, sendo sua remuneração uma parte ínfima dos rendimentos de tal companhia ou organização.

O galo Terrível também tem o pensamento costurado – imagem que remete ao leitor a uma estratégia radical de obstrução do discurso: a lobotomia – e, pode-se deduzir que Lygia Bojunga Nunes quer usar de seu galo de briga Terrível, o oposto de Afonso, de pensamento livre, como metáfora para o cidadão médio, escravo de um sistema que o prostitui e cerceia seu pensamento.

Como agravante, uma certa Linha Forte é a responsável por costurar o pensamento do galo de briga. Analisando a conjuntura política brasileira em 1976 – ano de publicação do livro – fica difícil não fazer uma rápida associação entre Linha Forte e a chamada “linha dura” do regime militar. Em raros momentos da literatura brasileira uma metáfora foi tão bem construída – e pensar que estamos tratando de um livro destinado a crianças.

Por fim, terrível se desvencilhará dessa armadilha social, se revoltará contra o sistema em que está inserido e vai fugir num barco – símbolo do exílio concedido àqueles considerados subversivos.

A autora, posteriormente, brinda o leitor com mais uma bela metáfora. Já que o guarda-chuva mulher está quebrado, e para ser consertado, precisa ser levado à Casa dos Consertos. Nesse lugar fantástico, a príncipio, as tarefas são organizadas e distribuídas aos seus moradores. Porém, todos revezam as tarefas em todos possuem poder de fala.

Seria essa, uma maneira ideal, para Lygia Bojunga Nunes, de organização familiar e social: todos sendo vistos como capazes, independentemente do sexo ou da idade; todos com poder de decisão nas questões políticas e sociais.

Com essas novas conclusões, as vontades da menina diminuem e seus amigos, o galo Afonso e o guarda-chuva mulher estão prontos para irem embora. É nesta etapa da narrativa que Afonso descobre por qual idéia lutará: não deixará que ninguém tenha o pensamento costurado como aconteceu com seu primo Terrível.

Raquel mudou, conseguiu criar seu próprio mundo, entender a si mesma como criança, como mulher; não mais quer ser homem ou adulto, está feliz consigo mesma. A única vontade que guarda dentro de si é a de ser escritora – somente assim continuará construindo seu universo particular, e não importa qual seja sua idade. Tomando para si o ideal de Afonso, também irá cumprir sua função social como escritora: denunciar a opressão e esclarecer seus leitores.

A última mensagem que a autora deixa, também é de suma importância num livro infantil: de todos os elementos que compunham seu imaginário, o único que Raquel guardará consigo é o pequeno alfinete para fraldas. Portanto, mesmo que madura, a garota sempre terá consigo uma essência inocente e pueril.

O livro termina com o esvaziamento da bolsa amarela e uma narradora feliz, leve e satisfeita consigo mesma.
Alice é sempre portadora de uma verdade que não é outra senão o auto-conhecimento como caminho para a liberdade de pensamento;
de costas para o mundo

A mística do guarda-chuva


Dias atrás tomei uma decisão fulminante: vou comprar um guarda-chuva decente. Um guarda-chuva caro. Um guarda-chuva incapaz de se dobrar ao vento, como todos aqueles últimos colecionados nos anos passados, comprados às pressas na saída de algum metrô em imprevisíveis dias chuvosos. É quase como uma mudança de eras que ocorre com um homem quando este decide finalmente comprar o guarda-chuva definitivo, aquele que não durará uma estação e sim anos, longos anos, e o acompanhará por dias e noites em pluviais travessias pela cidade.



Certamente há algo de ridículo no que acima escrevi. Mas o ridículo é uma questão de perspectiva, de interpretação, e é possível encontrá-lo em qualquer acontecimento, mesmo aqueles que se querem sérios e carrancudos. Eu mesmo achei engraçado quando um amigo contou-me meses atrás sobre sua decisão de comprar um guarda-chuva decente após anos utilizando aqueles cujas varetas entortam inexplicavelmente. Mas não há nada de engraçado nisso e agora eu consigo entender perfeitamente a mudança espiritual que um homem sofre após comprar seu primeiro guarda-chuva de verdade.


É necessário que eu explique melhor.


Primeiro de tudo é importante dizer que o primeiro guarda-chuva decente de um homem não pode ser comprado em um camelô. Isso serve para quem está com pressa e definitivamente não é disso que estou falando. Este guarda-chuva decente é antes de tudo um símbolo e, portanto, sua aquisição deve ser realizada obedecendo a uma determinada liturgia. Em outras palavras: deve ser adquirido em uma loja, e quanto mais especializada melhor. Esqueça os shopping centers: eles tornam o ritual um fracasso. Uma loja de rua, aquelas antiquadas, sem nenhum apelo de modernidade, com seu dono vetusto do outro lado do balcão e incapaz de sorrir porque a vida de hoje já lhe causa enjôos, é o templo ideal, o Pantheon onde se encontra não só guarda-chuvas, mas bolsas, chapéus, luvas, bengalas e utensílios para tabacaria. O preço deve ser no mínimo dez vezes maior do que o dos camelôs, a haste curva, ter uma ponta perfurante e me recuso a dizer que para este guarda-chuva a única cor aceitável é negra.



Depois da compra o primeiro passeio com o guarda-chuva é tão importante quanto sua aquisição (tanto melhor se estiver chovendo, já se deixa a loja batizando-o com as gélidas águas ex caelo). E é neste momento, neste passeio na rua munido de um guarda-chuva, que opera-se uma espécie de curiosa alquimia, ou revelação, arrisco a dizer quase iniciática, entre um homem e seu primeiro guarda-chuva. Sentir-se protegido por este objeto secular, cuja forma nunca foi superada mesmo após tantas descobertas científicas, é quase como experimentar uma comunhão mística com todos os homens de eras de antanho (sou da opinião de que objetos/lugares antigos estão impregnados de uma carga energética das pessoas que os utilizaram no passado). O passeio é agradável e parece que estamos distantes (espiritualmente distantes) de toda a agitação ao redor. Olha-se com desgosto para os guarda-chuvas coloridos , prova inconteste do mau gosto e da deselegância. Às mulheres permite-se o uso de cores variadas para suas sombrinhas: o guarda-chuva só tem transcendência mesmo para um homem. A mulher o utiliza como um objeto que a impede de ficar molhada; já para um homem o guarda-chuva é uma espécie de cetro. Uma mulher com um guarda-chuva negro é uma visão urbana totalmente aceitável; um homem apressado que abre um guarda-chuva multicolorido não consegue ser levado a sério.



O formato fálico do guarda-chuva talvez seja um outro elemento que explique por que somente homens são capazes de manter com estes objetos uma relação quase fraternal. Todo homem é amigo do próprio pênis e teme por ele mais do que pela própria vida, e esta relação se estende ao guarda-chuva. Perceba também que o guarda-chuva tem o mesmo formato de uma espada ou uma lança, objetos que são por excelência masculinos e que ao longo da história foram símbolos de poder, tanto espiritual quanto temporal. Até hoje são comuns garotos brincando com guarda-chuvas como se fossem gladiadores, o que mostra a especial ligação que o homem possui com este objeto. Bengalas também se assemelham a guarda-chuvas e figuram ao lado deles como objetos de elegância e masculinidade.



Graciliano Ramos andava para qualquer lugar que fosse com seu guarda-chuva negro debaixo do braço. Certa vez, de viagem (se não me engano ao Rio de Janeiro), em um dia de pleno sol, lhe perguntaram o porque levar um guarda-chuva em um dia tão bonito, sem nenhuma nuvem. Respondeu em um resmungo: “A gente nunca sabe.” Certamente o escritor alagoano, com seu estilo duro, azedo, implacável, foi um dos iniciados na mística do guarda-chuva. Lamentava aqueles que não o traziam consigo. Detestava aqueles que chegavam molhados aos encontros, com as roupas grudadas no corpo, os cabelos desalinhados pelas gotas sem clemência. O (suposto) Borges de “Instantes” (“Eu era um desses que nunca ia a parte alguma sem um termômetro, uma bolsa de água quente, um guarda-chuva e um pára-quedas”) odiaria a resposta de Graciliano. Assim como Graciliano desprezaria este Borges fictício autor de poemas hippies, e o trataria como um moleque, como um cego reacionário que nada entende da grandiosidade interior que um guarda-chuva negro, adquirido no momento certo e mediante determinado ritual anteriormente explicado, confere àquele que o possui.



E nas tempestades que arrasam as ruas, hoje caminho com meu guarda-chuva negro, elevando-o tal como um objeto de culto (o que de fato ele é, apesar da incredulidade geral). Ao fazer isso, sou indivíduo do presente, mas estabeleço uma conexão metafísica com um tempo que já passou. Há melancolia na figura do homem que caminha sob a chuva empunhando um guarda-chuva; uma espécie de nostalgia também; mas nenhum destes sentimentos é acompanhado de compaixão. Ao contrário: a melancólica e nostálgica imagem do homem que caminha com seu guarda-chuva negro é uma imagem de nobreza, de sobriedade, de afirmação de uma vontade de permanecer incólume perante as atribulações, as desgraças, os descaminhos. O comprar o primeiro guarda-chuva decente é, para um homem já feito, o equivalente ao Crisma na tradição católica: confirma-se a introdução do indivíduo no universo adulto. E tal como na celebração da Eucaristia, o homem que sai de casa com seu guarda-chuva negro renova um pacto entre o presente e o passado. E este pacto, que no catolicismo é a hóstia consagrada, na mística do guarda-chuva é um novo olhar, um melancólico e nostálgico olhar para o presente, um olhar que não se perde nas primeiras gotas de chuva, por mais densa que esta seja, e consegue ir além da cortina da água, consegue escapar da força das úmidas rajadas ex caelo e permanecer distante e livre de seus efeitos.
Fui no Dabi com o pessoal do bixigão. Foi legal, dancei a beça com o Murilo, ele é africano e tem o suing na dança... Pra variar, no dia seguinte, sábado, acordei uma e pouco da tarde. Tomei um banho super hiper demorado e depois fui pra Vila Itororó. Meti a mão na massa literalmente. Depois flanei um pouco. Encontrei as garotas da ESP no busão e fomos ver o Claudinho tocar, aproveitei pra dar uma canja... O Claudinho tocava no Soweto, eu curtia escutar uns pagodes... Depois passei na praça benedito calixto, troquei um CD meu por um pastel na barraquinho do seu Cícero, depois fui pra casa dos meus pais...

Pesquisa Guarda Chuva



SÍMBOLOS SAGRADOS TIBETANOS PARA A CO-CRIAÇÃO

GUARDA-CHUVA DE PROTEÇÃO


Este é um símbolo de proteção e realeza. A
sombra protege do calor e do sol e o frescor
de sua sombra representa proteção contra
o sofrimento, desejo, obstáculos e doenças.
Tradições diferentes desenvolveram
muitos tipos de guarda-chuvas:
a parte de cima simboliza sabedoria e o tecido
que protege simboliza compaixão.



Onde o guarda chuva foram enventados?Acredita-se que foram os ETRUSCOS.
Outros que foram os chineses.
Outros crêem que ele surgiu na Grécia, onde certas sacerdotisas os usavam como um símbolo religioso.
Até os antigos egípcios são representados usando o guarda chuva.
E, no Havaí, até hoje vemos aqueles guarda-chuvas e sombrinhas feitas de folhas. Eles já os usavam séculos antes de Cristo.
Enfim, foi uma invenção tão simples e tão útil!
Tem milhares de anos e é usado até hoje,sem muitas modificações.


O guarda-chuva surgiu no Antigo Egito e era utilizado tanto pela família real quanto pelos nobres como símbolo da posição que ocupavam na hierarquia teocrática. Hoje todo mundo usa, do cidadão mais abastado ao paupérrimo. "Mas quem usa mais é o pobre, que não tem um meio de transporte próprio para fugiu das intempéries do tempo", acrescentou o historiador Élcio Valentin, do Museu Histórico Nacional do Guarda-Chuva.

Projetado originariamente para cobrir um homem de porte médio das chuvas, ele nunca esteve tão pequeno. Antigamente tinha de dois metros à dois metros e vinte de diâmetro e era feito com material resistente.



A formação do símbolo
Quem se aproximar do universo misterioso dos símbolos sente-se irresistivelmente levado a colocar uma pergunta dominante: “O que quer isto dizer?” Pergunta natural, legítima, mas que invade o nosso pensamento e faz com que a pergunta fundamental (“O que faz isso?”) seja eclipsada.

O desejo de atribuir a cada imagem um sentido estável, estabilidade essa que ajudaria à pertinência da interpretação, opõe-se ao reconhecimento da natureza essencialmente activa do símbolo. A força da imagem-símbolo resulta do facto de ela intervir sempre como um agente dinâmico e de se tratar de uma expressão instantânea, coincidindo com uma necessidade bem precisa da evolução.

Um signo não tem vida própria. É apenas um ecrã, um suporte, um revelador que se oferece às nossas projecções logo que pode desempenhar um papel condutor na dinâmica psicológica. Antes deste instante, e depois dele, o símbolo é uma lâmpada apagada, um signo morto.

Não existem símbolos que tenham uma existência isolada e estável. Há apenas imagens que se integram em cadeias simbólicas, redes de representações compostas por elementos associados segundo as leis de sinonímia, de forma, de agregados culturais ou circunstanciais, e mesmo de uma simples proximidade de registo nos neurónios!

Estas cadeias, estes canais interpenetram-se, entrecruzam-se numa complexidade aparentemente indecifrável. No entanto, uma observação atenta de dados suficientemente numerosos permitiu-nos extrair algumas das lógicas às quais obedece a formação dessas cadeias. Estes fenómenos respondem a leis idênticas àquelas que regem o funcionamento neuronal sobre o qual repousam.

É raro poder reduzir uma imagem a um significado único. O que acontece com maior frequência é que as suas características dêem lugar a projecções múltiplas. Neste caso, é a cadeia de símbolos na qual a imagem se insere que determina o sentido dominante. Este tema será desenvolvido mais adiante, através de ilustrações exemplificativas. Uma imagem pode ser o elo de 3,4 ou 5 cadeias de representações diferentes.

O mental é o produto de uma confrontação multimilenar com as imagens. Imbuído das suas faculdades lógicas, ele quer ignorar as origens que desdenha. No entanto, quando o mental aceita que se arrogou o direito de reprimir os sentimentos, dá acesso às camadas mais longínquas das memórias ontogenética e filogenética.

Este retorno à imagem dá conta da eficácia quase mágica de uma técnica que confia ao símbolo o essencial da missão terapêutica e da abertura psicológica. Sob a aparência de um caminho humilde de imagens que parece ser, por vezes, de uma fantasia incoerente, dissimula-se uma via prodigiosa que conduz ao bem-estar.

A análise das correlações observadas entre os símbolos expressos nos sonhos oferece numerosas oportunidades de salientar a natureza das associações que existem entre as imagens, por um lado, e entre as imagens e a estrutura mental, por outro. Vários exemplos estabelecerão o papel da forma na génese de uma associação entre vários símbolos.

O estudo da bicicleta, cuja frequência no sonho acordado livre ultrapassa os 4%, mostra que esta imagem está no centro de uma rede de 33 correlações. Duas delas dominam nitidamente as outras. São os óculos e a coruja. Se nos deixarmos guiar por uma lógica normal, estas aproximações surpreendem-nos.

No entanto, para além de uma semelhança de sonoridade entre as três palavras [Em francês, as palavras são bicyclette, lunettes e chouette, respectivamente para bicicleta, óculos e coruja. (N.T.)] , o que não chega para detectar a correlação constatada, as três imagens estão ligadas por uma identidade de forma. A fim de a vermos, basta desenhar três pares de círculos:



A partir desta figura tripla, alguns traços secundários vão suscitar a evocação dos três símbolos:



Muitas correlações, reveladas pelos resultados da análise estatística, entre símbolos que nada parecia relacionar, repousam assim sobre uma ou mais características morfológicas comuns.

As cadeias de associações simbólicas não são produtos aleatórios de uma activação neuronal liberta dos constrangimentos racionais em situação de sonho acordado. Traduzem os mecanismos de funcionamento do imaginário e preenchem funções precisas.

A observação tão frequente de encadeamentos simbólicos nos sonhos autoriza-nos a fazer uma primeira afirmação relativa às regras gramaticais da língua dos símbolos: na expressão simbólica, o pleonasmo e a redundância não são impurezas linguísticas.

Do ponto de vista funcional, revelam caminhos convergentes de estímulos neuronais cuja soma permite atingir o limite de intensidade necessária para originar uma transformação. Do ponto de vista analítico, a sua constatação é uma das bases mais seguras da determinação do sentido de um símbolo.

Quando uma imagem, devido às suas características múltiplas, é susceptível de se prestar a várias projecções potenciais, é a cadeia na qual a imagem está inserida que indica a projecção activa no sonho em questão. Três sonhos, produzidos por três sonhadores diferentes, Hervé, Paul e Jacqueline, colocam o mesmo símbolo, o guarda-chuva, em três cadeias que determinam, todas elas, um sentido diferente para a imagem.

Hervé desce a uma gruta subterrânea, esgravata o pó que cobre o solo e descobre uma espécie de escudo medieval em metal. A imagem transforma-se e o escudo, agora em couro espesso, alonga-se e torna-se a pele rígida de um animal, cuja forma Hervé descreve com precisão.

Alguns minutos mais tarde, o sonhador, tendo abandonado o subterrâneo, sobe ao céu e voa como um pássaro. Imobiliza-se sobre uma pessoa que tem o guarda-chuva aberto. O sonhador insiste na imagem que oferece um guarda-chuva quando visto do céu. Em seguida, a imaginação conduz Hervé até um barco cuja barra do leme lhe lembra aquela forma. No final do sonho, o paciente admira-se com a curva formada por uma vela sustida por um mastro muito curto, o que forma uma retranca de tamanho desproporcionado.

Estas imagens encontram-se dispersas num sonho de 35 minutos e 500 palavras, e poderiam ser vistas como símbolos independentes uns dos outros. Seria estranho tentar traduzir cada um destes símbolos em relação à sequência na qual se inserem. No entanto, esta é a tentação do analista quando escuta um sonho. Poder-se-ão evitar alguns impasses se sobrevoarmos as imagens e virmos as suas semelhanças:



Hervé tem 43 anos e produziu este sonho numa fase da sua cura na qual há uma busca de equilíbrio entre uma componente feminina forte e pulsões viris culpabilizadas. O que se exprime através destas cinco imagens é a relação entre a curva e a ponta, os valores da anima e do animus. O guarda-chuva visto do céu é apenas uma das ilustrações inspiradas por esta relação.

Paul vê, no início do seu sonho, um automóvel descapotável “dos anos 20” e descreve-o minuciosamente. Um pouco mais tarde, cruza-se com um transeunte que leva um guarda-chuva preto aberto, sem que esteja a chover. Paul descreve seguidamente a forma de uma folha morta que plana no vento. No fim do sonho, vê um “morcego enorme.”

Nesta série de imagens, o guarda-chuva tem um sentido diferente daquele que tem no sonho de Hervé:



As imagens de Paul têm em comum três elementos específicos. Por um lado, apresentam uma estrutura que se estende sobre uma armação: nervuras ou varetas. Por outro lado, esta estrutura desenvolve-se a partir de um ponto central e todas as suas partes podem ser vistas ao contrário. Em repouso, o morcego fica com a cabeça para baixo, suspenso pelas patas; o guarda- chuva fechado fica na posição inversa àquela em que se encontra quando está a ser utilizado. A folha está unida à árvore pelo pecíolo e a capota do carro dobra-se ou desdobra-se a partir de um eixo de ligação à viatura.

As imagens de Paul exprimem uma fase determinante na evolução psicológica: aquela em que o paciente já está disponível para vivenciar a reabilitação dos opostos recalcados. Esta disponibilidade, condição indispensável para a realização do processo de individuação junguiano, manifesta-se frequentemente por símbolos que podem ser vistos de forma inversa.

Por fim, temos o sonho de Jacqueline que apresenta uma série de imagens ainda mais importantes. Entre elas, figura um guarda-chuva com barras multicolores. A sonhadora vê, pela ordem seguinte: uma palmeira, um pára-quedas, um guarda-chuva multicolor, um fogo de artifício, um jacto de água iluminado por um projector que refracta a luz, e um cogumelo.

Esta interpretação de formas que se desdobram a partir de um centro em todas as direcções do espaço, exprime a dissolução de um factor inibitório muito importante. O influxo nervoso acede repentinamente a zonas múltiplas da rede neurónica, provocando uma sensação de liberdade infinita.

Esta interpretação encontra a sua confirmação na multicoloração do guarda chuva, do jacto de água e do fogo de artifício. A profusão colorida no sonho é um dos indícios da reanimação psicológica: o guarda-chuva colorido de Jacqueline, inscrito nesta cadeia de imagens, alberga o sentido de uma libertação, de uma abertura psíquica.

Este exemplo do guarda-chuva, que aparece em três linhas simbólicas distintas, ilustra bem o papel determinante da importância da cadeia na tradução de um símbolo.

A estrutura do imaginário e da memória está organizada numa vasta rede que podemos comparar a um entrosamento de malhas cruzadas que vão em todas as direcções do espaço. Cada malha está ligada a uma quantidade variável de outras malhas. As ligações entre as malhas – os neurónios – fisicamente afastadas umas das outras, estabelecem-se ora de forma definitiva, ora conforme as necessidades. Fazem-no a uma velocidade vertiginosa e segundo disposições de uma subtileza espantosa.

Estas ligações podem estar inscritas na herança neuronal desde há milénios; podem ter-se estabelecido no decurso dos primeiros meses da infância ou podem ser o produto instantâneo do encaminhamento do fluxo nervoso ao longo do sonho. É este desdém biológico em relação ao tempo que choca a inteligência racional quando esta se confronta com o texto de um sonho.

Este não se situa no tempo contável. O seu espaço é o da eternidade. Quem já experimentou estas sessões de sonho acordado sabe até que ponto a noção de tempo se vai dissipando ao longo do sonho. No fim do sonho, o paciente não sabe se falou durante 15, 20 ou 40 minutos.

O enfraquecimento da vigilância racional durante a sessão não gera incoerência. É antes condição de uma dinâmica de harmonização de todo o ser, da dissolução de tensões que existem a nível de certas malhas da rede. O esforço intelectual para dominar a causa do mal-estar psicológico parece irrisório quando aprendemos que a harmonia só pode ser atingida quando abandonamos a ditadura do que chamamos, impropriamente, de racionalidade.

Esta confunde-se com o reconhecido, rejeitando para o irracional todas as formas de vida que a consciência se sente inapta a gerir! Este erro de perspectiva está na origem da maior parte dos desconfortos psicológicos.
ESPELHO
Epílogo


“Em ESPELHO, o seu quarto CD, o Grupo ANIMA mostra (...) as mútuas reflexões entre repertórios musicais da música antiga européia, especialmente os de linguagem modal e o da música de tradição oral brasileira. Aqui, entretanto, alguns dos temas das canções participam desse jogo especular (...) a interpretação do ANIMA é o que faz com que ESPELHO reflita de modo tão marcante e nítido para nossos ouvidos atuais essa música das origens, produzida por um homem ancestral. Uma música que já carrega em si um especial poder de refletir o mundo, compartilhando as mesmas propriedades do instrumento ótico”. (FCD bibl. 4)

“Espelho, desde os antigos, é atributo de Sabedoria, mas Carnalidade também o segura nas mãos; nem é preciso dizer que se trata de uma Virtude e de um Vício”. (FCD bibl. 4)

ESPELHO é uma alegoria musical que parte da hipótese que a música é também um poderoso espelho capaz de refletir culturas e mundos distantes, mensagens escritas há muito tempo e captadas hoje – refletidas pelos seus intérpretes – não fidedignamente, mas com lealdade e também distorções, a ferrugem do tempo, o filtro das culturas e as impurezas de uma, entre as infinitas interpretações possíveis do passado, no presente. Sabíamos, de antemão, da impossibilidade de lidar com a dimensão de um tema desta profundidade – o espelho constitui, na mística muçulmana, por exemplo, o próprio símbolo do simbolismo. Nem seria essa nossa intenção, meros músicos “práticos” que somos. Compartilhamos, como tal, do princípio que a música se faz a partir da “concretude” dos sons – considerando que essa seja apenas uma “meia-verdade”, ou melhor, um terço de verdade. Contraditoriamente, porém, o mar revolto da criação, símbolo da própria liberdade criativa, gerou a necessidade de âncoras de segurança, ou melhor, de pontos de apoio para a organização do “caos”.

O primeiro ponto de organização, ou apoio, é a própria poética dos artistas anônimos, espalhados pelo tempo e espelhados no Brasil contemporâneo, engendrando a arte que sobrepõe à pobreza material das vítimas potenciais de todos os esquecimentos. Esse homem, originado em uma cultura iletrada, anônima, que transmite sua arte e conhecimento através da oralidade, é exemplo de um grande jogo de espelhos, que reflete os saberes de geração em geração, com olhares múltiplos gerados pela porosidade das fronteiras e da memória.

Um segundo ponto de apoio será, como conseqüência, o trabalho realizado por pesquisadores e musicólogos que registraram pacientemente, em suas jornadas e acervos, imenso material musical, disponibilizando-o a futuros intérpretes como nós. Nesse âmbito, a reverência é sempre à figura de Mário de Andrade. Não menos importante, apoiamos também grande parte do trabalho do ANIMA sobre os de artistas que, em diferentes épocas e locais, tanto luthiers renomados quanto artesãos anônimos, fabricaram nossos instrumentos musicais - nossos guias a partir dos quais, por um caminho inicialmente traçado às cegas, construímos uma arquitetura musical sustentada pela própria diversidade de origem desses mesmos instrumentos.

Uma outra questão importante para nós é a “reflexão” sobre o fazer musical no palco, a performance musical. Trata-se de uma questão relativamente nova na arte dos sons, principalmente na questão da transposição de práticas musicais ligadas a algum ritual (boi-bumbá; reisados; cantos de devoção ou ligados à alguma liturgia, danças medievais, etc.) para o ambiente de concerto, moldado para receber mais apropriadamente a “música pura” do que uma “música híbrida”. Aqui também o espelho nos oferece uma bela metáfora, como bem nos mostrou Fernando Carvalhaes: “a tida peça musical reflete de maneira especial o mundo ao qual ela se abre, pois o ouvinte nela também se reconhece, agindo em cada escuta. Nós, os espectadores – ouvintes de uma interpretação musical – somos, por nossa vez, um espelho para o retrato – uma obra de arte a refletir a realidade, emprestando-lhe sensibilidade e sentido”(FCD bibl. 4). Após quinze anos trilhando esse caminho, percebemos que o momento transformador do palco não deveria ser imposto a nós como uma questão fechada, mas, pelo contrário, suscetível a leituras diversas, assim como o são os arranjos e composições escritos para ou pelo grupo. Para tanto, buscamos ajuda de outros olhares sensíveis a tais realidades e encontramos no LUME Teatro, na direção cênica de Jesser de Souza e Raquel Scotti Hirson, uma acolhida calorosa que nos auxilia a levar esta música para o palco também enquanto linguagem cênica.

Em ESPELHO contamos, sobretudo, com a participação fundamental do medievalista, musicólogo, compositor, arranjador, cantor e amigo Fernando Carvalhaes Duarte, que elaborou três arranjos especialmente para este projeto, e nos orientou emprestando sua sensibilidade musical com inestimáveis trocas de correspondência, ensaios e aconselhamentos sobre interpretação. A ele dedicamos este trabalho in memoriam.



SPECULUM MUNDI (enciclopédia)“Etimologicamente provém de Speculum que deu nome à especulação: originalmente, especular era observar o céu e os movimentos relativos das estrelas, com o auxílio de um espelho. Na mística muçulmana é considerado o próprio símbolo do simbolismo. A noção neoplatônica das duas faces da alma, que teria um lado inferior, voltado para o corpo e um lado superior, voltado para a inteligência exerceu uma grande influência entre os sufistas. Attar diz que o corpo está em sua obscuridade assim como as costas do espelho; a alma é o lado claro do espelho. A propósito dessas duas faces do espelho, Rumi explica que Deus criou este mundo, que é obscuridade, a fim de que sua luz pudesse manifestar-se. Analogamente, segundo a teoria do microcosmo como imagem do macrocosmo, o homem e o universo estão nas posições respectivas de dois espelhos. Do mesmo modo as essências individuais se refletem no Ser divino, segundo Ibn´Arabi, e o Ser divino se reflete nas essências individuais. Sendo o coração simbolizado por um espelho – de metal, antigamente -, a ferrugem simboliza o pecado e o polimento do espelho, sua purificação.” (DS bibl. 5, p. 393;396)

Segundo a simbologia medieval essa polaridade é representada pelo “Espelho da Natureza, que revela ao homem sua alma, segundo uma verdade perfeita. Na outra fonte... nada é estável. É um espelho perigoso... Nenhum homem pode reconhecer sua face nas águas escuras... essa é a fonte que matou Narciso: quando alguém olha para suas águas não vê sua alma, mas simplesmente o corpo, uma imagem transitória que toma pelo seu verdadeiro eu”. (FCD bibl. 4 )

“A inteligência celeste refletida pelo espelho se identifica simbolicamente com o Sol: é por isso que o espelho é freqüentemente um símbolo solar. Mas ele é ao mesmo tempo um símbolo lunar, no sentido em que a Lua, como um espelho, reflete a luz do Sol. A Sabedoria do grande Espelho do budismo tibetano ensina o segredo supremo, a saber, que o mundo das formas que nele se reflete não é senão um aspecto da shunyata, o vácuo.” (DS bibl. 5, p. 394). A esse respeito, Guimarães Rosa trava, no conto “O espelho”, um permanente diálogo entre o mundo transcendente do espelho e o mundo real: “O senhor, por exemplo, que sabe e estuda, suponho nem tenha idéia do que seja na verdade – um espelho? Demais, decerto, das noções de física, com que se familiarizou, as leis da óptica. Reporto-me ao transcendente. Tudo, aliás, é a ponta de um mistério. Inclusive, os fatos. Ou a ausência deles. Duvida? Quando nada acontece, há um milagre que não estamos vendo.” (ROSA, 1988, p. 65). Como reverso da iluminação, a face obscura do espelho é mencionada nesta passagem de Grande Sertão: Veredas: “Nem pensei mais no redemoinho de vento, nem no dono dele – que se diz – morador dentro, que viaja, o Sujo: o que aceita as más palavras e pensamentos da gente, e que completa tudo em obra; o que a gente pode ver em folha dum espelho preto; o Ocultador”.(ROSA, p. 243-244, apud ARROYO, 1984, p. 148). Estaria ele dizendo que o Bem e o Mal estão lado a lado dentro da gente?
Espelho e Reflexo - Do Símbolo ao Significado

Os Símbolos e Ritos só fazem sentido se forem vividos e percebidos duma forma interiorizada, portanto contida e reflexiva: Os Símbolos, indiciam significados, agitam e aguçam a mente, prometem metáforas e revelações; Os Ritos, servem e canonizam os símbolos, fazem perceber uma Ordem e nessa ordem adivinham-se princípios e virtudes, disciplinas e etapas e, mais importante, uma via, quase um trilho, para o conhecimento, sabedoria e, em alguns casos, para a sacralização do homem.

É pela Iniciação que se divisa e compreende a premência deste Universo, que se premonizam alguns significados, que se antegozam revelações e sentimos uma Obediência; É no silêncio do Aprendiz que os Ritos lhe zelam pela observância dos sentidos, explanam virtudes e prefiguram Símbolos: Reflectindo, isto, foi o que me foi dado ver.

No ritual da minha Iniciação, depois de me ter sida concedida a Luz, fui confrontado com o meu pior inimigo, eu, obviamente, ali denunciado, pelo reflexo da minha imagem no espelho; Por detrás dele, para minha alegria e contentamento, estava um Amigo, oferecido Padrinho, hoje um Irmão: É sobre este reflexo que quero reflectir e concentrar a minha atenção

O conceito de espelho aplica-se, genericamente, a qualquer superfície ou objecto polido, reconhecidamente capaz de reproduzir e, ou, Reflectir a Imagem de objectos visíveis e confrontáveis que se lhes apresentem. Assim, quando comummente falamos de espelhos, ou de um frontispício (espelho) de um templo , falamos de matérias com propriedades reflectoras e reflexivas, respectivamente: De ambos imaterializa-se a centelha, a luz e a sombra, O Reflexo, o único que parece ainda emprestar e revelar ao espelho o agente do seu significado; Já não existem espelhos, morreram pela essência do reflexo, que agora liberto, entrecruza-se e confronta-se com o real.

Este real já não cabe no profano, mudou-se, está em evolução, segue uma senda, tenta projectar-se nas virtudes e na fraternidade humana.

É então, agora, urgente, melhorar o Reflexo, o meu profano inimigo, aprender a refrear a sua soberba, domá-lo, vencê-lo, virtualizá-lo, atento aos caminhos do EU Real.

Intuitivamente, este EU Real, será o Espírito, uma partícula da Chama Sagrada, A Alma da Alma, a forma suprema por que Deus se revela ao Homem.

Dizem que a Alma é o Reflexo do Espírito. Seria possível engrandecer este Reflexo, esta Alma, se não fosse Mente Espiritual?

Desta forma, sei que: As minhas reflexões de hoje, irão certamente sucumbir a uma sabedoria, que nos tempos, se perpetuará a Oriente.

sábado, 3 de outubro de 2009

Amigos,

Tudo vem?

Passo pela catalepsia projetiva desde a adolescência que eu me lembre e me recordei de um sonho que tive ano passado e que foi muito real.
Estava conversando com uma parenta minha em meu quarto, era dia, não me lembro ao certo da conversa, sendo que a porta do meu quarto dá para um corredor com um espelho na parede. De uma hora para outra comecei a olhar para a porta e fui literalmente sugado por uma espécie de energia para fora do quarto, em direção a esse corredor, onde me senti flutuando exatamente em frente ao espelho. Não me lembro da imagem no espelho, pois a sensação foi tão desagradável que desejei acordar imediatamente e felizmente acordei. O interessante é que quando fui sugado para o corredor, pude ouvir uma espécie de grito dessa parenta com a qual eu conversava anteriormente, como se ela estivesse lamentando o fato de eu ter sido deslocado para fora do quarto.
Associei isso com o fato de alguns livros sobre o tema da Projeção Astral, afirmarem que quando projetados o espelho constitui uma chave para outras dimensões, não me lembro se li também que de alguma forma o espelho pode atrair nossos corpos astrais. O espelho em si não era algo negativo no sonho, mas foi curioso como fui deslocado exatamente para o local em frente a ele, flutuando.
Foi muito impressionante, realista embora fosse um sonho/pesadelo lúcido . Talvez fosse o reflexo de uma projeção astral que poderia estar ocorrendo de modo inconsciente naquele momento, mas não era agradável.
Realmente nossos sonhos podem ter relação com as projeções, pois me lembro de que frequentemente quando mais jovem, sonhava que meu corpo alcançava uma velocidade muito alta no sonho. Após isso, acordava algumas vezes em E.V.
Abraço a todos e se quiserem postar sugestões, serão bem vindas.
Mineiro


Buenas Mineiro

Tu tiveste um sonho lúcido (consciente) ou apenas lembraste do sonho?
Situação semelhante é contada no livro do Carlos Castaneda, A Arte de Sonhar, onde um dos exercicios é manter a atenção em algum objeto (como vc fez) que ele pode mudar de forma ou levá-lo a outros "lugares". Também devemos depender dos fatores energéticos e vibracionais, não podendo atingir níveis muito elevados com facilidade.


Julio,Tudo blza?

Não foi apenas uma lembrança , esse sonho tive há um tempo atrás em torno de seis meses a um ano e a sensação foi tão forte que é difícil de esquecer. Na verdade eu não me concentrei no espelho. Quando fui sugado flutuando para fora do quarto, por alguma energia, fiquei flutuando como disse exatamente no local em frente ao espelho, mas não cheguei a olhar para ele uma vez que me esforcei em acordar imediatamente não por receio de ver o espelho, mas, sim pela sensação de que algo fosse surgir ou ocorrer. Eu posso apostar como naquele momento de sonho lúcido, meu corpo astral estava sendo puxado para algum lugar, porém eu no sonho tinha apenas essa sensação, que provavelmente era um reflexo do que ocorria no plano astral com meu corpo astral. O grito da minha parenta no sonho que ouvi quando meu corpo foi sugado, como se ela lamentasse eu estar sendo retirado do quarto e da sua presença, também foi muito marcante.
valew!
Mineiro