quarta-feira, 20 de abril de 2011

Por Joseh Sillva e Otávio Nagoya

http://carosamigos.terra.com.br/index/index.php/component/content/article/151-edicao-169/1593-gestao-kassab-abandona-as-casas-de-cultura

Importantes para o desenvolvimento de atividades da população nos bairros de São Paulo, os centros culturais foram praticamente esquecidos pela Prefeitura Municipal.

Por Joseh Sillva e Otávio Nagoya

As Casas de Cultura nascem, em São Paulo, com o propósito de criar um espaço para desenvolver a reflexão da cultura como direito social nas periferias da cidade. A partir desta premissa, institui-se um lugar para discussão, produção e incentivo à cultura popular. Apesar de oficializadas somente no início da década de 1990, as Casas de Cultura já eram debatidas, nas periferias, por grupos de cultura popular desde o final dos anos 1970.

As Casas de Cultura partem da concepção de que as expressões artísticas não são somente eventos ou espetáculos. Por isso, Luiz Fernando Herculano, atual presidente da Casa Popular de Cultura do M’Boi Mirim, na Zona Sul, acredita que é necessário valorizar a cultura popular. “Historicamente, aquilo que vem do povo parece não ter valor. Só depois de algum tempo as pessoas perceberam que o saber popular tem importância”, reflete Herculano.

A Casa de Cultura Tendal da Lapa, localizada na Zona Oeste de São Paulo, foi criada em 1989, a partir de uma ocupação cultural. “As primeiras apresentações eram feitas com luzes de lampiões, pois nem tinha luz elétrica”, relembra Marco Aurélio Ozzetti, que participa da Casa de Cultura Tendal da Lapa há 16 anos. Para Ozzetti, atualmente, a Casa de Cultura conta com boa participação da comunidade, “nas oficinas, passam em média duas mil pessoas por mês”, finaliza.

Segundo o grupo Rede Nossa São Paulo, em levantamento realizado em 2009, existiam apenas 85 centro culturais, espaços e casas de cultura em todo município. Desse total, apenas quatro distritos localizados na região central, Sé, Pinheiros, Lapa e Vila Mariana, concentram 64% do total. Além disso, acervo de livros, cinemas, equipamentos culturais públicos, museus, teatros e bibliotecas também estão aglomerados no centro da cidade. Para Marcelo Ribeiro, morador da Zona Sul da cidade e frequentador da casa de cultura M’Boi Mirim, “ninguém vê a opinião pública criticando isso, porque lá no centro tem financiamento, virada cultural, etc. Isso maquia muito o que está acontecendo nas bordas da cidade”.

Joseh Sillva
Núcleo de Pesquisa-Ação Comunitária
Associação Cidade Escola Aprendiz
(011) 3032.3448 (011) 8833.8615
www.aprendiz.org.br
josesillva@aprendiz.org.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário