quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Expressão Sonora

A expressão sonora (linguagem sonora) é aquele sistema de comunicação específico em que a transmissão da mensagem se realiza através de sinais acústicas inteligibles para o ser humano.

A linguagem sonora articulam-no 4 elementos:

A palavra, voz humana. Na linguagem sonora é mais importante o tom (connotación) que o significado da palavra (denotación).Uma boa voz comunicadora deve ser, dentro do possível: clara, diferenciada, bem timbrada e, sobretudo, inteligible.
A música. Dentro da expressão sonora, a música pode exercer vários papéis. Pode ser o próprio objecto da comunicação, pode reforçar outras mensagens e pode cumprir a função dos signos de pontuação (Na rádio, são frequentes as ráfagas, golpes musicais, etc.). Em função do papel que desempenha a música na linguagem sonora, podemos encontrar três tipos de música: objectiva, subjetiva, descritiva. (Não há que perder de vista que, uma mesma composição musical, dependendo da mensagem final, pode realizar qualquer dos três papéis).
Música objectiva. É aquela música que faz sentido próprio, que se constitui na própria mensagem (ou em parte dele), independentemente do que sugira. Faz referência a algo concreto, sem que exista a possibilidade de múltiplas interpretações. Ademais, em si mesma, a música objectiva é um tipo de música que claramente denota sua época, género musical, etc.
Música subjetiva: É aquele tipo de música que reforça seu papel emotivo (expressão de sentimentos e estados de ânimo.
Música descritiva: É aquele tipo de música capaz de contextualizar, situar-se ao oyente em um ambiente concreto (época, país, região, natureza, interiores...). trata-se de dar uma imagem sonora fria, desprovista de sentimento.
Os ruídos, o som ambiente ou efeitos sonoros.
No âmbito da expressão sonora, define-se como ruído todo o som não desejado que interfere na comunicação entre as pessoas
Os silêncios. Silêncio é ausência de som, já seja palavra, música ou ruído. O silêncio pode ser consequência de um erro, mas, comummente, na expressão sonora, o silêncio serve de pausa reflexiva depois de uma comunicação, para ajudar a valorizar a mensagem. Para além, o silêncio pode utilizar-se com uma intencionalidad dramática, já que o silêncio revaloriza os sons anteriores e posteriores. Ante isto, podemos estabelecer que o silêncio pode ser: Silêncio objectivo e silêncio subjetivo:
Silêncio objectivo: É a ausência de som. Sem mais connotaciones.
Silêncio subjetivo: É o silêncio utilizado com uma intencionalidad dramática.

Expressão sonora
Jocy de Oliveira fala sobre a música contemporânea de ontem e hojeDesde a década de 1960, muito antes de se falar exaustivamente em convergências de linguagens, a pianista e compositora carioca Jocy de Oliveira trabalha com multimeios. Sua obra reúne música, teatro, instalações, vídeo e performance. Jocy foi solista sob a regência do compositor Igor Stravinsky, lançou 22 discos no Brasil e exterior e apresentou várias primeiras audições de compositores que dedicaram obras à ela, como Xenakis, Berio, Santoro e John Cage. Até amanhã, o Festival de Música Contemporânea Aliança Francesa - Sonoridades Diferenciadas para o Século 21, exibe os quatro DVDs que compõe a coleção Jocy de Oliveira. São registros de seis óperas contemporâneas compostas por ela entre 1986 e 2007 e apresentadas no Brasil e na Alemanha.

A compositora estará presente ao lançamento da coleção, amanhã às 20h, e irá conversar com o público no Teatro Álvaro de Carvalho, na Capital. A apresentação terá a intervenção sonora de Paulo Passos e uma performance interativa com a platéia. Acompanhe a seguir a entrevista concedida por e-mail pela compositora.

Diário Catarinense - Como foi ser regida pelo compositor Stravinsky?

Jocy de Oliveira - Um momento mágico, único e que poucos intérpretes da minha geração tiveram. Ter um convívio com um dos maiores gênios do século 20 deixou certamente marcas na minha trajetória.

DC - Você é mulher, brasileira e pioneira num trabalho que envolve multimeios. Quais os principais obstáculos para chegar onde chegou?

Jocy - Exatamente ser mulher e habitante do terceiro mundo. Minha busca pela integração das diversas mídias e a espacialização sonora e visual teve inicio na década de 1960, período que representou um retorno ao espírito dadaísta, talvez como reflexo de uma revolução social, cultural e sexual (marcante para mulher também no sentido criador). Assim também, meu processo de contar uma estória não linear (usando música/teatro) data de 1961 em Apague Meu Spot Light num trabalho em colaboração com Luciano Berio, realizado no Estúdio de Fonologia de Milão. Esta obra representou a primeira apresentação de música eletrônica no Brasil nos Teatros Municipais do Rio de Janeiro e durante a IV Bienal de São Paulo. Esta pesquisa continuou em diversos campos, usando música, teatro, vídeo, texto, instalações numa convicção que a expressão sonora é inerente a todas as formas de vida e tentando atingir um desenvolvimento orgânico da composição/ execução sem fronteiras entre vida e arte.

DC - Qual o espaço para a música contemporânea brasileira? É mais conhecida no exterior que no Brasil?

Jocy - O público no Brasil não é pequeno, principalmente no eixo Rio - São Paulo, onde me apresento com mais freqüência e sinto uma total receptividade. Considero-me feliz de ter tido a possibilidade de compor seis óperas e ter apresentado todas elas, principalmente no Brasil e na Alemanha, com grandes produções. Agora, ainda mais, com a realização de quatro DVDs compilando seis óperas em sete produções (Brasil e Alemanha) todas no sistema surround 5.1 e com gravação impecável de imagem. Esta retrospectiva agrupa óperas de 1987 a 2007. Muitas foram gravadas pela TV Brasil e pela TV Cultura, mas foram totalmente restauradas e remasterizadas. Estas óperas estão sendo exibidas em uma sala especial de vídeo em sessões diárias durante o Festival, em Florianópolis.

DC - Qual a importância da participação do público nas performances? A performance durante o festival será mesmo a primeira vez na América Latina em que isso ocorre?

Jocy - Não. Em relação ao meu trabalho isto era muito freqüente na década de 1960, quando minhas peças visavam uma participação direta do público com um resultado imprevisível. Estarei reapresentando em São Paulo meu Teatro Probabilístico, de 1967, que recentemente apresentei na minha retrospectiva no Oi Futuro, no Rio. Uma peça multimídia interativa, é baseada numa análise combinatória de elementos sonoros e visuais visando um Teatro Probabilístico. Estreou em 1967, em St. Louis, EUA, e foi publicada no mesmo ano na coleção Source Music of the Avant Garde, Califórnia. Para esta versão, concebi um banco de 87 sons que ao serem ativados pelo pisar do espectador se sobrepõem em aleatórias e infinitas combinações, criando sempre uma nova e imprevisível paisagem sonora. O público se confronta com a seguinte instrução: "tire os sapatos e caminhe pela partitura/mapa desta cidade imaginária. Sua experiência sonora será mais rica se não estiver só."

DC - Para onde caminha a música contemporânea?

Jocy - A música de invenção, ou melhor, erudita, será sempre dirigida a um público mais selecionado porque não visa as massas. Isto é assim em qualquer cultura. Não se trata de elite, mas de desenvolvimento da percepção, da sensibilidade que obviamente não é o critério dos meios massivos de comunicação. Porém, recentemente, por exemplo, minha retrospectiva Imersão ficou em cartaz durante dois meses no Oi Futuro, Rio de Janeiro, tendo sido assistida por um público de cerca de 22 mil pessoas. Para onde caminha a música contemporânea? Vivemos em um cenário que felizmente não mais impõe "ismos ". Não temos mais patrulhamento de escolas academicistas. Assim, existem várias vertentes, uma liberdade na escolha de materiais e uma busca pela invenção aglutinando diferentes métodos compositivos. Não acredito que uma volta ao classicismo significa estar em sintonia com nossos dias, e sim, estar alienado a contemporaneidade. Refletimos um mundo complexo interligado com imensas possibilidades de pesquisas e descobertas. Porque nos acovardarmos e nos escondermos no retrocesso?

A musicoterapia é uma ciência que se utiliza dos sons e seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia) para prevenir, reabilitar e intervir de forma terapêutica no ser humano.Utiliza-se de instrumentos musicais, som, canto, música e movimentos corporais.Busca a saúde integral do ser humano em todos os seus aspectos: físico, mental e espiritual, pela prevenção, reabilitação e/ou tratamento; tendo como facilitador dessa relação, um musicoterapeuta qualificado.



A musicoterapeuta Adriana Silvestre responde algumas perguntas relativas à musicoterpia.


Perguntas frequentes


1 - ”Se o paciente é depressivo é bom que ele vai cantar músicas alegres, não é”?
Adriana - Não, necessariamente. Segundo Benenzon, (1988) o terapeuta deve sempre partir do ISO (em grego quer dizer igual) do paciente, ou seja, da utilização de um estímulo sonoro-musical compatível com o seu tempo mental, para, a partir daí, permitir que qualquer mudança aconteça. Assim, com um paciente que esteja depressivo, mais lento, temos que viver essa intensidade, viver essa ‘dor’, para a partir daí levá-lo a uma mudança, sempre respeitando o tempo do paciente.



Da mesma forma, com um paciente com hiperatividade é necessário vivermos primeiro essa “desorganização”, esse “caos” interno que é refletido externamente através de seus sons e movimentos, para, com o tempo, vínculo e objetivos musicoterápicos caminharmos juntos rumo à uma maior organização e harmonia interna, que se refletirá, instantaneamente em suas atitudes e relações exteriores; o que lhe trará uma verdadeira mudança, não abafada pelas orientações exteriores e sim, expressadas e canalizadas rumo ao seu maior potencial criativo e saudável.


2 - “Eu estava ouvindo música. Estava fazendo musicoterapia?”
Adriana- Ouvir música pode vir a ser terapêutico sim, mas não pode ser considerado Musicoterapia, pois a Musicoterapia é um processo, e só pode ser estabelecida a partir da relação terapeuta/paciente.



3 - "É preciso saber tocar algum instrumento ou saber música para fazer musicoterapia?"
Adriana - Não, o paciente não precisa ter nenhum conhecimento teórico ou prático em relação à aprendizagem musical, uma vez que a musicoterapia visa à expressão sonora e musical em todas as suas formas, e tem a música como natural e inata ao indivíduo.



4 - "Mas, o que é música na musicoterapia?"
Adriana - Consideramos que a música na Musicoterapia seja vista como qualquer tipo de manifestação sonora: seja ela musical ou não. Dentro do musical estaria a música “estruturada” (composta) e seus elementos (ritmo, melodia e harmonia) e dentro do “não musical” estaria o silêncio, o ruído, que ainda assim é dotado de sons. Essa música é feita a partir da relação cliente/terapeuta, onde ambos fazem música, não importa de que maneira, seja ela a partir dos instrumentos musicais (que são identificados como “objetos intermediários”** da relação) e do corpo (voz cantada, sons do corpo), sendo valorizada qualquer forma de expressão. Poderá, então, surgir as “mudanças” no indivíduo, que vão partir da sua expressão e comunicação com o outro.
Autora: Adriana Silvestre - Musicoterapeuta.

http://www.amtrj.com.br/IV_forum4.shtml

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