quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Projeto para o Edital nº 03/09/CCJ – Co-patrocinio para Primeiras Obras

Rascunhos para inscrição do Edital do CCJ.



Encantos Urbanos à Margem da Memória



Projeto para o Edital nº 03/09/CCJ – Co-patrocinio para Primeiras Obras


PROPONENTE
Aline Reis Cardoso Vieira


EQUIPE TÉCNICA
Inayara Samuel
Alessandra Vilhena
Paloma Kliss


APRESENTAÇÃO

A presente proposta constitui um desdobramento do Projeto “Encantos Urbanos à Margem da Memória”, apoiado pela Lei VAI no ano de 2008, que teve como produto final um documentário batizado com o mesmo nome do projeto. (Anexo 1)

O documentário em questão constituiu um espaço de expressão ao mesmo tempo poético e político. Os agentes, artistas de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, expuseram neste vídeo um pouco do que estão produzindo e refletindo a partir dos seus processos criativos, suas relações com as comunidades e com os públicos, seus desafios e deleites na fazer artístico e cultural. Ao optarem por criações artísticas não-comerciais, a grande maioria desses artistas acabam desempenhando uma atuação mais intensa sem o apoio das instituições de fomento cultural e o reconhecimento do grande público.

Resultado de um processo experimental sensível e engajado, este áudio-visual apresenta imagens contundentes da produção artística de coletivos urbanos e sua relação com o espaço da rua nas grandes cidades. O projeto “Encantos Urbanos à Margem da Memória” coloca em evidencia uma rede intergeracional de artistas que não encontram espaços de expressão para suas produções. Durante a realização do projeto, O Encanta Realejo, um dos coletivos que se inseria nesse contexto, organizou a apresentação de algumas bandas no Centro Cultural da Juventude (Vila Nova Cachoeirinha/SP) e na biblioteca Alceu Amoroso Lima, espaços que não costumam incluir coletivos considerados “marginais” em sua programação musical.

O fio condutor do documentário é o Auto do Realejo Encantado, um espetáculo cênico-musical criado pelo grupo O Encanta Realejo inspirado nas composições de Aline Reis e nas poesias de Inayara Samuel. O Auto narra a trajetória de Alice, uma retirante que viaja pelas estradas e do realejeiro Teotônio, também andarilho. Nesta história de amor, os encontros e desencontros são mediados pelo passarinho do realejo, que norteia a sorte dos personagens. Abordando temas como amor, a homossexualidade, a cultura popular, o sofrimento no sertão e fazendo uma critica as contradições sociais de nosso tempo, o “Auto do Realejo Encantado” dialoga poeticamente com as falas dos artistas entrevistados no documentário.

Este documentário, registra a produção artística dos grupos entrevistados e traz à tona reflexões críticas sobre a política cultural nacional. Com a contemplação do projeto Co-patrocinio para Primeiras Obras, a proposta do Encantos Urbanos, à margem da memória é dar continuidade a parte do conteúdo do Vídeo através da Produção de um Livro, cuja narrativa se conecta com o Auto encenado como fio condutor do documentário. A proposta é fazer com que o livro dialogue com o vídeo dentro de uma narrativa ficcional vertiginosa, que será composta coletivamente em tempo real no espaço de um “blog” já existente, onde levantamentos para a pesquisa já foram inciados mesmo sem apoio. Para mais informações acesse:
http:alinereiss.blogspot.com, que tem como apelido: “Alice no País das ArmaDilhas”.
A presente proposta, portanto, constitui um desdobramento do documentário em um “Livro-vídeo-blog”. O livro terá uma tiragem de mil exemplares, o vídeo será um novo documentário/making off que registrará o processo coletivo de produção do livro-blog, incluindo entrevistas e diálogos com diversos atores sociais. Os conteúdos dos três produtos: “Livro-Vídeo-Blog”, se intercomunicam e relacionam. Todo o material será disponibilizado na internet através de downloads gratuitos no blog que será seguirá em construção no decorrer da realização do projeto.

JUSTIFICATIVA


Com o crescimento da internet como meio de comunicação e com o desenvolvimento de algumas tecnologias, tanto nós artistas quanto a sociedade como um todo, tentamos exercer o direito de gozar de certa autonomia na produção e na distribuição democrática daquilo que é produzido por um grupo artístico-cultural.

A sobrevivência de projetos autorais alternativos deve ser vista como uma forma de oxigenar as idéias do meio cultural, por dar oportunidade a conceitos e idéias que muitas vezes não teriam espaço nos meios tradicionais ou no mercado. O problema crucial, é que, projetos autorais contemporâneos tendem a não ser registrados, e o não registro já fez com que muitos trabalhos artísticos caíssem no esquecimento.

Preocupando-se também com a preponderância da grande mídia, que manipula nossa contemporaneidade determinando o que deve ou não ser relevante para o nosso entendimento do mundo, na construção de sentidos e ordenamento da realidade social, constituindo uma memória hegemônica e pasteurizada. Diante deste contexto propomos o registro de nossas atividades contemporâneas para que tenham a chance de se tornarem memórias, na perspectiva de registrar e preservar o que acreditamos que seja um patrimônio cultural.

É preciso refletir sobre nossos procedimentos e os modos como lidamos com as mídias em nossas práticas de pesquisa para adotarmos posturas críticas que reconhecem a importância de ações de valorização da diversidade cultural. Os veículos de comunicação de massa que modelam formas de pensar e agir, define papéis sociais, generaliza posições e interpretações que se pretendem hegemônicas, não são a única possibilidade de contato e interação com o público. Aos poucos as redes de solidariedade entre os mais diversos atores sociais, vão animando redes de comunicação compartilhada onde a competição dá lugar a cooperação entre as pessoas.

Propostas como “Encantos Urbanos à Margem da Memória” criam visibilidade para novas manifestações artísticas em atividade e proporciona ao público o contato com essa produção emergente.

Uma das grandes barreiras encontradas na arte é a de levar o trabalho ao público, havendo pouca estrutura de distribuição. Sabendo que a cultura de nosso país é impregnada pela riqueza de uma forte tradição oral, propomos a construção de um “Livro-Vídeo-Blog”, onde o leitor pode ser um participante ativo do processo criativo de construção da narrativa e de proposições de reflexões que considere relevantes. Incentivar a leitura, a oralidade, a troca de conhecimentos e o intercâmbio entre jovens, pessoas de várias idades e classes sociais diferentes, membros de coletivos culturais, etc.

OBJETIVO

Publicação de um “Livro-Vídeo-Blog”, utilizando três mídias: o livro em formato impresso, um vídeo de duração de aproximadamente 50 minutos com tiragem de 1000 cópias das quais 1.000 serão utilizadas para acompanhar 1000 exemplares do livro e um blog atualizado diariamente e 24 horas on-line:

http:alinereiss.blogspot.com – Alice no País das ArmaDilhas


A linha narrativa de ficção, trazendo personagens do Auto do Realejo Encantado, texto construído coletivamente pelo grupo O Encanta Realejo. O Auto foi experimentado na Oficina de Dramaturgia oferecido pela FUNARTE em agosto de 2009, no qual eu Aline Reis proponente do projeto, participei (Anexo 2). A linha narrativa continua em experimentação e reformas, tendo um trecho encenado no Ponto de Cultura Bexigão, que neste ano de 2009 iniciaram estudos independentes que a partir da ação física do ator surge uma pesquisa dos vários metodologistas do teatro, essa pesquisa deu origem ao estudo do texto de Flávio de Carvalho “O Bailado do Deus Morto”, que tem como base a antropofagia, e a história de diversos povos primitivos e que compõe esse projeto (Anexo 3).
As vivencias com o Auto já estão sendo colecionadas para a montagem do “Livro-Vídeo-Blog”, que após finalizado, será encaminhado para um núcleo de dramaturgia na pretensão da construção de uma peça teatral.

PRODUTO A SER DESENVOLVIDO

O Produto final previsto é um “Livro-Vídeo-Blog” com tiragem de 1000 exemplares em papel sufit reciclável 14x21, capa cartão suprema, com ilustração artesanal utilizando resíduos do café e ilustração no miolo, com 150 a 200 paginas aclopamdo um DVD multimídia que fará a conexão com o livro, transformando o produto final em um “Livro-Vídeo-Blog” que será disponibilizado para downloads gratuitos na internet no blog: http:alinereiss.blogspot.com.

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