segunda-feira, 30 de novembro de 2009
domingo, 29 de novembro de 2009
Amarelo
"Amar é lo, amar é la, amarelo"...
"Amar ela em amarelo"...
- Alice você está prestando atenção na aula? Está acompanhando a leitura? Continua você lendo agora, vamos!
O Pensamento de Alice vagava longe das páginas do livro de história, já havia perdido o meado da leitura!!!
- Está vendo só, você vive em outro mundo não é mesmo? Procure o terceiro paragrafo vamos...
- Sim, me desculpe professora!!!
(Colocar a questão do indio)
Só Alice ouvia essa voz, mas ninguem... Ela era medium... A professora faz ela ir pois acha que ela ta inventando história só pra não ler e ir no banheiro.
Alice, se voce quer ir ao baneiro é só pedir, não precisa me enganar só pra eu te deixar ir, vá logo.... Ela pode ter feito o ritual da loira do banheiro: aperte a descarga por três vezes e nem chute o vaso sanitário com força, pois pode ter uma loira a sua espera, pronta para te atacar.
De repente ouve-se um grito que parecia vir do benheiro!!! Ninguém mais lia, ninguém fazia um só movimento. Alice, conquanto não tirando os olhos da professora, sentia no ar a curiosidade e o pavor de todos.
- Professora... Murmurou ela daí a alguns minutos.
- Quieta!!!
- Continue a ler menina.
Compôs-se e continuou a ler em voz mais alta; estava com medo. Começou a variar de atitude, agitando-se à toa, coçando os joelhos, o nariz. E o grito estendia-se pelos corredores da escola... Ninguem se movia...
- Alice, Venha cá! Bradou a professora.
- Sim, professora! Respondeu ela com voz trêmula.
- Vá você ver o que está acontecendo...
Alice estremeceu como se acordasse de um sonho, e levantou-se às pressas. Não obedeceu logo, mas não pode negar nada. Continuou a tremer muito.
O que mais a menina queria era ver de perto de quem pertencia aqueles gritos Artornianos...
Alice foi e contava seus passos como se fosse os ultimos passos de sua vida...
- 9, 10, 11, 12, 13.
Foi e parou diante do grito que enterrou-a pela consciência dentro um par de olhos pontudos.
- Quem é você que tanto grita? E por que grita?
- Sou a loira do banheiro!!!
Uma garota muito bonita de cabelos loiros com aproximadamente 15 anos sempre planejava maneiras de matar aula. Uma delas era ficar ao banheiro da escola esperando o tempo passar.
Porém um dia, um acidente terrível aconteceu. A loira escorregou no piso molhado do banheiro e bateu sua cabeça no chão. Ficou em coma e pouco tempo depois veio a morrer.
Mesmo sem a permissão dos pais, os médicos fizeram autópsia na menina para saber a causa de sua morte.
A menina não se conformou com seu fim trágico e prematuro. Sua alma não quis descansar em paz e passou a assombrar os banheiros das escolas. Muitos alunos juram ter visto a famosa loira do banheiro, pálida e com algodão no nariz para evitar que o sangue escorra.
- Droga, coisas muito estranhas estão a me acontecer... Primeiro essas coisas estranhas que sinto pela professora de geografia e agora me aparece a loira do banheiro.
Alice era médium...
Cuidado, nunca aperte a descarga por três vezes e nem chute o vaso sanitário com força, pois pode ter uma loira a sua espera, pronta para te atacar. Para a Loira do Banheiro, aparecer bastava simplesmente realizar esse ritual para que a horripilante, fantasmagórica e sangrenta aparecesse.
Lenda urbana que surgiu dentro dos banheiros das escolas municipais nos anos 80 foi motivo para que muitas crianças e adolescentes não fossem ao banheiro em horário de aula sozinhas.
Diziam que era uma professora , que dava aulas nas escolas das periferias que se apaixonou por um aluno, e seu maridinho nada satisfeito tomou uma atitude um pouquinho exagerada, enforcou e esfaqueou sua esposa, ( opa quero dizer sua ex-esposa, mortinha da silva).
Era alta cabelos louros compridos , usava uma saia a qual deixava a mostra um belo par de pernas compridas e finas, e um casaco longo, isso quando estava de costas , bastava ela virar para ser sebo nas canelas, e salvem-se quem puder, pois um rostinho sangrento cheio de algodão e o corpo todo esfaqueado , ninguém resiste não é ?
Lembro-me que nos meus 9, 10 anos de idade , em horário de aula todas as crianças inventavam uma dorzinha de barriga , um xixizinho de última hora, sempre era de esperar que alguém pedisse…
__ Fessora posso ir ao banheiro ? , E a professora respondia.
__ Sim mais volte logo para não perder a matéria.
Há como era bom os anos 80, nos reuníamos para discutir o time de basquete, namoricos de crianças, comer seu lanche escondido, para não ter de dividir com o amiguinho, e principalmente matar aulas, era bom mesmo os anos 80, até que a Loira do Banheiro surge para disputar o espaço, mas felizmente quem ganha somos nós estudantes, crianças e adolescentes .
Mas quem não gosta dos fantásticos contos do bicho papão, a mão preta, o homem do saco que leva criancinhas, heim ? Afinal quem não teve infância ?
Na rua encontrou um realejeiro que se dava o nome de Teotonio...
Machado de Assis CONTO DE ESCOLA
O amarelo é uma cor-pigmento primária e cor-luz secundária, resultado da sobreposição das cores vermelha e verde. Encontra-se entre as faixas 565 nm e 590 nm do espectro de cores visíveis.
Uso, simbolismo e expressões coloquiais
Entre as principais manifestações naturais da cor amarelo está a flor do GirassolÉ considerado o mais expansivo entre os matizes, assim como o que mais atrai os olhos. A exploração de seu uso tem uma grande importância na obra de Vincent van Gogh.
O amarelo era a cor-símbolo do Imperador da China e .por consequência, da Monarquia chinesa. Para os estudiosos em segurança pessoal e patrimonial, é a cor mais adequada, pois qualquer corpo que tenha o amarelo como fundo – mesmo sob a escuridão – é facilmente perceptível, sendo assim a cor recomendada para muros e portões. Em muitos países, o amarelo é usado para representar os táxis. A cor também costuma ser usada nas "páginas amarelas" das listas telefônicas para designar anúncios classificados.
Na natureza a cor amarela manifesta-se em frutos, flores e também em animais (em geral venenosos, como cobras e sapos).
Semáforo
Sinal do semáforo que obriga o motorista que ainda não entrou na correspondente interseção ou ainda não atravessou a correspondente faixa de pedestres a não fazê-lo, exceto se estiver tão próximo do local de parada que a frenagem exigida possa vir a causar um acidente.
Seu dimensionamento incorreto é uma das principais causas de acidentes nos cruzamentos com semáforos. Nunca deve ser inferior a quatro segundos em vias arteriais e inferior a três segundos em vias coletoras ou locais.
chacra solar.
Esse centro de energia controla o sistema digestivo e ajuda a purificar o corpo por meio da sua ação eliminadora no fígado e nos intestinos.
Na aura, o amarelo-ouro denota altas qualidades anímicas,
o amarelo -claro, grande forca intelectual.
Um excesso de amarelo na aura mostra grande forca mental.
Os raios amarelos transmitem correntes magnéticas positivas que inspiram e estimulam. Eles fortalecem os nervos e promovem a mentalidade superior. Essa e a cor que ativa os nervos motores do corpo físico, podendo portanto gerar energia nos músculos.
O amarelo trabalha com a pele melhorando-lhe a textura, bem como limpando e curando cicatrizes e outros distúrbios como o eczema.Por ser estimulante dos nervos, não se deve usar o amarelo em quartos de crianças hipe-ativas, ou bebes que dormem pouco.
Quando utilizado em quartos de bebes, deve-se usar o amarelo-claro, mesclado com branco, ou simplesmente utiliza-lo em acessórios próprios para a ativação do intelecto e do sentido da visão.
As vestimentas na cor amarela, laranja e vermelha devem estar sempre em conjunto com o branco, para amenizar os efeitos estimulantes destas cores, quando não e o objetivo.
A predominância da cor amarela na aura das pessoas indica inteligência, facilidade para se comunicar e para aprender e supremacia da razão sobre a emoção.
Nos animais, pode ser sinal de doença, debilidade física ou tristeza.
Nas plantas significa falta de vitalidade, especialmente se a tonalidade do amarelo for muito fraca.
Já os objetos de aura amarela costumam ser dotados de pouca energia ou emitir vibrações ruins
Aspectos favoráveis: o amarelo é a cor mais clara e a que mais se assemelha ao Sol. Essa cor traz consigo a esperança e o sentimento de que tudo correrá bem. Ela tem uma atmosfera de resplendor, brilho, jovialidade e alegria.O amarelo é compreensivo e inspirador; ele refulge e ilumina e, em sua vibração mais positiva, essa cor corresponde ao conhecimento e à sabedoria. Razão e lógica são seus atributos e deles se irradiam discriminação intelectual, discernimento e capacidade de decisão.
Aspectos desfavoráveis: a vibração negativa do amarelo pode ser extremamente destrutiva. Ela envolve decepção, afastamento, comportamento controlador, discrição, maldade, comportamento vingativo e bajulação. Essa cor pode levar a uma negatividade extrema associada com depressão mental e pessimismo profundo.
Efeitos físicos do amarelo: o amarelo age reforçando o sistema nervoso e os músculos, inclusive o coração, facilitando a circulação. Essa cor ajuda a estimular várias funções corporais, tais como as ações do fígado, da vesícula biliar e o fluxo de bile. O amarelo promove a secreção dos sucos gástricos e alivia a constipação e indigestão, estimulando o trânsito intestinal normal. Essa é uma cor excelente para o tratamento dos distúrbios inflamatórios das articulações e tecidos conjuntivos e pode aliviar a artrite, o reumatismo e a gota.
Sente-se regularmente por algum tempo sob a luz do Sol e impregne-se dos raios amarelo-dourados radiantes, sempre que isso for possível.
O amarelo tem a capacidade de dissolver depósitos de cálcio dentro do organismo e, dessa forma, é eficaz para atenuar a rigidez e as dores articulares experimentadas durante o movimento.
Essa cor também é purgativa e trabalha excepcionalmente bem, estimulando os rins e o fígado, além de dissolver as secreções mucosas do corpo.
O amarelo pode limpar a corrente sangüínea e ativar o sistema linfático.
Ajuda os pacientes diabéticos a reduzir a dose diária da insulina pancreática. Iodo, fósforo, ouro e enxofre contêm essa energia do amarelo.
Embora o amarelo seja uma cor que estimule o cérebro e as faculdades mentais, não é recomendável para qualquer pessoa que tenha doenças mentais ou neuroses graves.
Raio AMARELO (na tonalidade Amarelo-Dourado)
VIRTUDES — Inteligência, iluminação interior, sabedoria.
DESENVOLVE — Sabedoria, intuição, força mental.
CARACTERÍSTICAS NOS SERES NÃO EVOLUÍDOS: Orgulho intelectual, acúmulo de informações por parte das pessoas que empregam o mental e deixam de utilizar o cardíaco, considerando isso fraqueza. Está relacionado ao despertar da Chama Trina nas pessoas mais sensíveis, que estão se espiritualizando.
Psicologicamente o amarelo está ligado à liberação da carga da responsabilidade excessiva, à redução dos complexos, à diminuição da inquietação, da ansiedade e das preocupações. Tudo de um modo suave, mas não inconseqüente.
O amarelo é uma cor ativa, expansiva, ambiciosa, excêntrica e inquiridora. Está ligada a certos estados d'alma, como a euforia, a variabilidade, a expectativa e a espontaneidade. E está relacionada com a originalidade, a mente radiante, a fraqueza, a luz solar e a felicidade.
A pessoa atraída pelo amarelo é irregular em sua atividade, mas não chega a ser irresponsável ou volúvel.
Se o verde significa persistência, o amarelo é mutabilidade; se o verde é tensão, o amarelo é relaxamento e flexibilidade.é uma cor infantil e ingênua.
Efeitos orgânicos: O amarelo tem ação antidistônica, estabelecendo certo grau de equilíbrio entre o sistema nervoso simpático e o parassimpático. Como o vermelho, o amarelo também tende a elevar um pouco a pressão sanguínea, só que com menos intensidade. Reduz levemente a produção de ácidos gástricos.
Indicações: Manias, idéias fixas, preocupação excessiva, fixação em aspectos materiais da vida com lucros, acúmulos de bens, etc., estafa mental, excesso de senso de responsabilidade, fraqueza com pressão baixa, úlceras gástrica e duodenal, choro excessivo e constante, falta de confiança no futuro, diarréias nervosas, colites nervosos, doenças psicossomáticas em geral.
Contra-indicações: Imaturidade, infantilidade, doenças mentais, oligofrenia (demência), síndrome de Down, crianças com distúrbios da fala, mau desenvolvimento psicomotor, impuberdade psíquica, sugestionabilidade, pressão alta, atraso menstrual, falta de memória, baixa capacidade de concentração e de cálculo.
AMARELO OURO
Significa sabedoria, paciencia e alegria. Deve ser usado quando alguém se sente perplexo diante de uma situação ou conduta de alguém. Quando tem que resolver algo urgente e está confuso tbm é indicado. Quando for fazer uma mudança drastica em sua vida e essa mudança nos preocupa ou nos faz vacilar mentalize essa cor. É util quando notamos que estamos sem paciencia ou quando sentimos a ingratidão dos demais. Também quando se cansa de fazer o bem. Amarelo ouro nos ajuda a vencer a tristeza. Deve ser empregado em toda situação em que a sabedoria deve imperar e não simplesmente a inteligencia.
RAIO — OURO-RUBI
VIRTUDES — Paz, fé interior, graça, providência, adoração.
DESENVOLVE — Culto devocional, serenidade e paciência.
CARACTERÍSTICAS NOS SERES NÃO EVOLUÍDOS: Fanáticos, religiosos, pessoas esnobes, esta energia psíquica da humanidade está sendo explorada por grupos involutivos e por grandes mestres de luz, para direcionar as pessoas incultas e emocionalmente inocentes no atual processo de depuração energética do planeta. Uma grande batalha que Uriel e Graça transmutam diariamente unidos ao potencial de Paz e Pacífica no despertar da humanidade de forma ativa dentro dos corpos sutis das humanidades presentes na Terra.
DOURADO
A predominância da cor dourada na aura das pessoas indica espiritualidade elevada e prosperidade.
Ela surge com mais intensidade na região do tórax, pois está associada ao amor, qualidade inerente ao centro energético do coração.
Nos animais, o dourado expressa felicidade.
Nas plantas, simboliza suavidade e fluidos positivos.
Nos objetos, mostra que foram tocados por uma pessoa bem intencionada.
RAIO — DOURADO
DESENVOLVE — Amor universal, transmutação cósmica. Também presente de forma poderosa neste momento, foi a energia que anunciou a presença direta do complemento Mahatma para nossa humanidade, unindo-se ao aspecto crístico e búdico da Consciência Crística Universal, que é trina unida à energia Mahatma. Uma poderosa força de reintegração e despertar para todas as formas de vida deste Sistema Solar. O Raio Dourado manifesta amor e transmutação acima dos padrões comuns que podem ser concebidos pela mente humana, mas que estão no poder de amar que cada ser possui, ativando a sua Chama Trina. Esta transformação complementa diretamente a Chama Violeta e sutiliza todas as energias diretamente na Fonte dos registros no corpo Causal, reabilitando essas energias diante da Presença Eu Sou de cada ser, pois o dourado ativa o poder de realinhamento geométrico de cada elemental do universo, purificando com isso as energias cármicas. Deve ser usado em parceria com o Violeta.
Amarelo forte: Fortificante do corpo, age em tecidos internos.
sábado, 28 de novembro de 2009
vo tocar no sesc
Gente, no dia 9 de dezembro vou tocar com o meu grupo Kammady no SESC Consolacao.... Abaixo nosso release....
Kammady
O grupo surgiu em Setembro de 2009 tendo como proposta integrar o canto de quatro mulheres sobre efeitos percussivos e harmoniosos simples, tendo como mote principal suas composicoes. O fazer musical surgiu da necessidade da alma de cada uma, e e' este principio de fazer uma musica que atue em um plano mais sutil, que dirige o trabalho do grupo. O grupo baseia-se em ritmos regionais brasileiros, musica celta, mantra, blues, etc. As integrantes do grupo são: Aline Reis, Laura Ayres, Marie Gabriella e Nicole Salmi, cada uma com uma formação diferente e caracteristicas próprias, o que traz a unidade através da pluralidade.
Musicas do nosso repertorio atual
Tango to Evora (Lorenna Mckennitt) Flor de Laranjeira (Marie Gabriella e Sonia Padovan) Alice (Aline Reis) I'm Coming Home (Nicole Salmi) Gaya (Nicole Salmi) Estoria de Cantador (Djavan) Frutos da Terra (Jurandir da Feira) Segredos do mar (Flavia Wanceslau) *Agradecimentos especiais: Agradecemos a Sheila Ferreira pela sua contribuição ao grupo durante esses ultimos 3 meses, e todos os amigos que nos deram forca.
Nosso Ensaio
Outro video no youtube
http://www.youtube.com/watch?v=qIHm2xu6N9k
Kammady
O grupo surgiu em Setembro de 2009 tendo como proposta integrar o canto de quatro mulheres sobre efeitos percussivos e harmoniosos simples, tendo como mote principal suas composicoes. O fazer musical surgiu da necessidade da alma de cada uma, e e' este principio de fazer uma musica que atue em um plano mais sutil, que dirige o trabalho do grupo. O grupo baseia-se em ritmos regionais brasileiros, musica celta, mantra, blues, etc. As integrantes do grupo são: Aline Reis, Laura Ayres, Marie Gabriella e Nicole Salmi, cada uma com uma formação diferente e caracteristicas próprias, o que traz a unidade através da pluralidade.
Musicas do nosso repertorio atual
Tango to Evora (Lorenna Mckennitt) Flor de Laranjeira (Marie Gabriella e Sonia Padovan) Alice (Aline Reis) I'm Coming Home (Nicole Salmi) Gaya (Nicole Salmi) Estoria de Cantador (Djavan) Frutos da Terra (Jurandir da Feira) Segredos do mar (Flavia Wanceslau) *Agradecimentos especiais: Agradecemos a Sheila Ferreira pela sua contribuição ao grupo durante esses ultimos 3 meses, e todos os amigos que nos deram forca.
Nosso Ensaio
Outro video no youtube
http://www.youtube.com/watch?v=qIHm2xu6N9k
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
simbologia da casa
FENG SHUI
Simbologia da sua casa
Por meio de um passeio, visitaremos cada cômodo de nosso lar, conhecendo suas simbologias e significados.
E, uma vez desvendados os seus segredos, aprenderemos a viver em harmonia com eles.
Os símbolos da casa:
Sala, quarto, cozinha, banheiro... Cada um dos espaços de nossa casa tem um significado que corresponde a aspectos importantes de nossa vida. Desvendando estes segredos, vamos aprender a viver em harmonia com nosso lar e permitir que as energias da prosperidade -em todos os seus aspectos- estejam sempre presentes.
Portão ou porta de entrada - são consideradas as "bocas" do terreno ou da casa. São eles que fazem o contato entre a casa e o mundo exterior e controlam a qualidade e a quantidade de energia que vai entrar. Os muros não devem estar rachados ou com pintura em mau estado. Isso revelaria pontos fracos na proteção da família. Janelas nos muros não são aconselhadas e muito menos portões enferrujados, em desnível ou com madeira comida. O caminho que leva à porta de entrada deve estar sempre limpo, bem cuidado, iluminado e ter fácil acesso. Além de ser convidativa e acolhedora, a entrada nunca deve apresentar obstruções e entulhos. A porta de entrada também deve estar em bom estado, com maçanetas firmes e sempre desobstruída. Nunca coloque móveis ou entulhos atrás das portas. Lembre-se: a entrada é o cartão de visita de sua casa tanto para as visitas quanto para as boas energias.
Formato dos cómodos - no caso de uma residência, a melhor forma de se construir um cómodo ou mesmo toda a casa é apostando no quadrado. Nele, a energia circula com mais facilidade, dificultando a existência de um local onde ela fique presa e estagnada ou onde se possa formar um vazio de energia. As casas com formato em "L" ou as construções irregulares não são aconselháveis. Mas nesses casos, um consultor de Feng Shui pode encontrar maneiras de corrigir esses pontos fracos.
Sala de estar - vedete da casa e considerada por muitos o cómodo mais valorizado, seria aconselhável que a sala estivesse localizada bem no centro da construção, onde se encontra o "coração" da casa. Não sendo possível, o segundo cómodo favorável para ocupar o centro é o dormitório principal, mas nunca o banheiro, a cozinha ou o porão. O ideal seria que a sala de estar recebesse atenção especial com relação ao equilíbrio de suas energias. Sofás e poltronas nunca devem estar de costas para a porta principal, mas sim voltados para ela numa atitude receptiva para quem chega. Aliás, a disposição dos móveis deve obedecer a certos critérios que levem em conta a recepção das energias e sua livre circulação pelo ambiente. Quando os móveis, pela sua disposição incorreta, tamanho inadequado ou por número excessivo, obstruem a livre movimentação das energias no ambiente, isso causa problemas para os moradores. O uso de cores adequadas, espelhos, sinos de vento, fontes de água e outros recursos do Feng Shui ajuda a atrair e a movimentar adequadamente aos bons fluídos na sala
Quartos - todos nós sabemos muito bem o que significa uma noite mal dormida. Além dos prejuízos para a saúde física, acaba influenciando negativamente em nossas vidas profissional e afetiva, obstruindo os canais criativos e espirituais. Daí a necessidade de um extremo cuidado com a saúde energética desse cómodo tão vital para nós. Um quarto deve ser ao mesmo tempo relaxante e capaz de propiciar um ambiente agradável e excitante para um casal, de modo que, ao fazerem amor, se sintam sensuais e, após o acto, relaxados e felizes. Muitos casos de problemas de coluna, insónia, depressão e ansiedade são ocasionados pela incorreta localização da cama. Objetos electrónicos devem ser evitados, na medida do possível, e o computador e a TV, cobertos com um tecido preto para neutralizar as ondas magnéticas que emitem mesmo desligados. Todos os objetos que lembrem trabalho devem ser retirados do quarto de dormir. Lembre-se sempre: quarto bagunçado, noite agitada.
Cozinha - este é o local da casa em que as energias se propagam no sentido de gerar prosperidade e riqueza para os moradores. Qualquer problema nesse cómodo pode, então, prejudicar as finanças da família. A localização da cozinha na planta da casa é de vital importância tanto para proteger e atrair a prosperidade material quanto para preservar seus moradores dos excessos alimentares. E o fogão é, sem dúvida, a grande vedete da cozinha. Seu bom estado de limpeza, conservação e localização são muito importantes. Muito cuidado deve ser tomado em relação a vazamentos de água, limpeza e ordem dos armários e despensa, e certos alimentos como o arroz, o sal, frutas, milho e o mel também atraem boa fortuna.
Banheiros - a água simboliza fartura e dinheiro, e é justamente o banheiro o local onde a água sai da casa. É neste cómodo que depositamos todas as nossas impurezas. Local Yin por natureza, se mal localizado, pode atrair e mandar embora todas as boas vibrações da casa. Embora muito cómodas, as suítes não são aconselháveis, uma vez que, se a cama estiver alinhada com o vaso sanitário (os dois estiverem na mesma parede), o morador, com certeza, terá problemas sérios de saúde. A cozinha (fartura) também deve estar afastada do banheiro. As portas devem sempre permanecer fechadas, assim como a tampa do vaso sanitário. A limpeza e utilização de cores adequadas é de suma importância, assim como manter plantas no local
Corredores - são as veias da casa. São eles que ligam os diversos cómodos, permitindo que entre eles haja uma boa troca de energias. Assim, se os corredores não respiram, toda a casa pode sufocar. Já os corredores muito compridos acabam por acelerar demais as energias, causando nervosismo e desequilíbrio nos moradores, principalmente em quem dorme no quarto que fica no final do corredor e acaba por tornar-se demasiadamente excitado. Nesse caso, o ideal é colocar quadros nas paredes, tapetes com estampas ou objectos de decoração, que teriam o efeito de diminuir a velocidade da energia Chi. O excesso de portas em um corredor também não é muito positivo, uma vez que pode gerar diversidade de opiniões contraditórias e grande desperdício de energias, resultando em desarmonia entre os familiares.
Escadas - as escadas servem como túneis por onde a energia de uma casa flui de cima para baixo, fazendo um intercâmbio energético na vertical. Nesse caso, as escadas com degraus vazados são desaconselháveis, uma vez que dispersam as energias e as em espiral causam confusão. As escadas nunca devem estar no centro da casa e muito menos dirigidas para a porta de entrada, pois são como uma queda d'água que se dirige para fora levando toda a energia com ela. Vasos de plantas, luminárias, biombos e esferas facetadas são algumas das curas propostas pelo Feng Shui para equilibrar a energia das escadas.
Portas e janelas - são, respectivamente, as bocas e olhos da casa. Das portas já falamos e para as janelas o Feng Shui recomenda cuidado especial com a limpeza e vidros que facilitem a visualização do cenário exterior. Nada de vidros quebrados ou rachados. Caso contrário, este descuido pode se refletir em problemas visuais em seus moradores, bem como a falta de horizontes e perspectivas. As portas são como as bocas dos pais, enquanto as janelas são as vozes das crianças. Por isso, não se devem construir cómodos em que o número de janelas seja superior a três para cada porta da casa. Se isso acontecer, coloca-se um sino atrás da porta principal do aposento, e que toque todas as vezes em que a porta se abrir. Desta forma, as crianças ouvirão as vozes de seus pais, depositando confiança e respeito em suas palavras.
Conheça a simbologia oculta de sua casa
Muitas pessoas têm o costume de comparar um imóvel e seus cômodos ao corpo humano.
Se aprenderemos a olhar para uma sala, quarto, cozinha ou banheiro, iremos descobrir que cada um dos destes espaços de nossa casa tem uma simbologia, correspondendo a aspectos importantes de nossa vida.
Sabendo desvendar esses segredos, vamos aprender a viver em harmonia com nosso lar, e permitir que as energias da prosperidade (em todos os seus aspectos) estejam sempre presentes.
Simbologia e seus segredos
· Portão ou porta de entrada – são considerados as "bocas" do terreno ou da casa. São eles que fazem o contato entre a casa e o mundo exterior, e controlam a qualidade e quantidade de energia que vai entrar.
Os muros não devem estar rachados ou com pintura em mau estado, pois isso revelaria pontos fracos na proteção da família. O caminho que leva à porta de entrada deve estar sempre limpo, bem cuidado, iluminado e ter fácil acesso.
Além de ser convidativa e acolhedora, a entrada nunca deve apresentar obstruções e entulhos. A porta de entrada também deve estar em bom estado, com maçanetas firmes e sempre desobstruída. Nunca coloque móveis ou entulhos atrás das portas. Lembre-se: a entrada é o cartão de visita de sua casa, tanto para as visitas quanto para as boas energias.
· Formato dos cômodos – no caso de uma residência, a melhor forma de se construir um cômodo ou mesmo toda a casa é a quadrada. Nela, a energia circula com mais facilidade, dificultando a existência de um local onde ela fique presa, ou onde se possa formar um vazio de energia.
As casas com formato em "L" ou construções irregulares não são aconselháveis. Mas, nesses casos, um consultor de Feng Shui pode encontrar maneiras de corrigir esses pontos fracos.
· Sala de Estar – "vedete da casa", e considerada por muitos como o cômodo mais valorizado. É aconselhável que a sala esteja localizada bem no centro da construção, onde se encontra o "coração da casa".
O ideal é dar atenção especial ao equilíbrio das energias da sala. Sofás e poltronas nunca devem estar de costas para a porta principal, e sim voltados para ela; o que mostra uma atitude receptiva para quem chega.
Aliás, a disposição dos móveis deve obedecer a certos critérios que levam em conta a recepção das energias e sua livre circulação pelo ambiente. Quando os móveis estão numa disposição incorreta, tamanho inadequado ou num número excessivo, eles obstruem a livre movimentação das energias no ambiente, e causam problemas para os moradores.
· Quartos - todos nós sabemos muito bem o que significa uma noite mal dormida. Além dos prejuízos para a saúde física, isso acaba influenciando negativamente nossa vida profissional, afetiva, além de obstruir os canais criativos e espirituais.
Daí a necessidade de um extremo cuidado com a saúde energética desse cômodo tão vital para nós. Um quarto deve ser ao mesmo tempo relaxante e capaz de propiciar um ambiente agradável e excitante para um casal, de modo que ao fazerem amor sintam-se sensuais e, após o ato, sintam-se relaxados e felizes.
Muitos casos de problemas de coluna, insônia, depressão e ansiedade são ocasionados pela incorreta localização da cama. Objetos eletrônicos devem ser evitados, e o computador e a TV cobertos com um tecido preto para neutralizar as ondas magnéticas que emitem mesmo desligados. Todos os objetos que lembram trabalho devem ser retirados do quarto de dormir. Quarto bagunçado, noite agitada.
· Cozinha – este é o local da casa em que as energias se propagam no sentido de gerar prosperidade e riqueza para os moradores. Qualquer problema nesse cômodo pode, então, prejudicar as finanças da família.
A localização da cozinha na planta da casa é de vital importância, tanto para proteger e atrair a prosperidade material quanto para preservar seus moradores dos excessos alimentares. E o fogão é, sem dúvida, a grande vedete da cozinha. Por isso, é importante que ele esteja num bom estado de limpeza, conservação e numa boa localização.
Muito cuidado deve ser tomado com relação a vazamentos de água, limpeza e ordem dos armários e dispensa. Certos alimentos como o arroz, o sal, frutas, milho e mel, atraem boa fortuna.
· Banheiros – água simboliza fartura e dinheiro, e é justamente o banheiro o local onde a água sai da casa. É neste cômodo que depositamos todas as nossas impurezas. Local Yin por natureza, se mal localizado pode atrair e mandar embora todas as boas vibrações da casa.
Embora muito cômodas, as suítes não são aconselhadas, uma vez que, se a cama estiver alinhada com o vaso sanitário (os dois estiverem na mesma parede) o morador com certeza terá problemas sérios de saúde.
A cozinha (fartura) também deve estar afastada do banheiro. As portas devem sempre permanecer fechadas, assim como a tampa do vaso sanitário. A limpeza e utilização de cores adequadas são de suma importância, assim como manter plantas no local.
· Corredores – as "veias da casa". São eles que ligam os diversos cômodos permitindo que entre eles haja uma boa troca de energias. Assim, se os corredores não respiram, toda a casa pode “sufocar”. Já os corredores muito compridos acabam por acelerar demais as energias, causando nervosismo e desequilíbrio nos moradores, principalmente para quem dorme no quarto que fica no final do corredor e acaba por tornar-se demasiadamente excitado.
Nesse caso, o ideal é colocar quadros nas paredes, tapetes com estampas ou objetos de decoração, que teriam o efeito de diminuir a velocidade do chi (energia). O excesso de portas em um corredor também não é muito positivo, uma vez que pode gerar diversidade de opiniões contraditórias e grande desperdício de energia, resultando em desarmonia entre os familiares.
· Escadas – as escadas servem como túneis por onde a energia de uma casa flui de cima para baixo, fazendo um intercâmbio energético na vertical. Nesse caso, as escadas com degraus vasados são desaconselháveis, uma vez que dispersam as energias. Já as de espiral causam confusão.
As escadas nunca devem estar no centro da casa, e muito menos dirigidas para a porta de entrada, pois são como uma queda d’água que se dirige para fora levando toda a energia com ela. Vasos de plantas, luminárias, biombos e esferas facetadas são algumas das curas propostas pelo Feng Shui para equilibrar a energia das escadas.
· Janelas – "os olhos da casa". Para as janelas, o Feng Shui recomenda cuidado especial com a limpeza e vidros que facilitem a visualização do cenário exterior. Nada de vidros quebrados ou rachados. Caso contrário, esse descuido pode se refletir em problemas visuais em seus moradores, bem como a falta de horizontes e perspectivas.
As portas são como as bocas dos pais, enquanto as janelas são as vozes das crianças. Por isso, não se devem construir cômodos em que o número de janelas seja superior a três para cada porta da casa. Se isso acontecer, coloque um sino atrás da porta principal do aposento, que toque todas as vezes que a porta abrir. Desta forma as crianças ouvirão as vozes de seus pais, depositando confiança e respeito em suas palavras.
Quando estabelecemos essas correlações e aprendemos a respeitar a energia, a lógica e a função de cada cômodo, estabelecemos um "pacto", uma cumplicidade com nosso lar. E todos crescem e prosperam juntos..
Simbologia da sua casa
Por meio de um passeio, visitaremos cada cômodo de nosso lar, conhecendo suas simbologias e significados.
E, uma vez desvendados os seus segredos, aprenderemos a viver em harmonia com eles.
Os símbolos da casa:
Sala, quarto, cozinha, banheiro... Cada um dos espaços de nossa casa tem um significado que corresponde a aspectos importantes de nossa vida. Desvendando estes segredos, vamos aprender a viver em harmonia com nosso lar e permitir que as energias da prosperidade -em todos os seus aspectos- estejam sempre presentes.
Portão ou porta de entrada - são consideradas as "bocas" do terreno ou da casa. São eles que fazem o contato entre a casa e o mundo exterior e controlam a qualidade e a quantidade de energia que vai entrar. Os muros não devem estar rachados ou com pintura em mau estado. Isso revelaria pontos fracos na proteção da família. Janelas nos muros não são aconselhadas e muito menos portões enferrujados, em desnível ou com madeira comida. O caminho que leva à porta de entrada deve estar sempre limpo, bem cuidado, iluminado e ter fácil acesso. Além de ser convidativa e acolhedora, a entrada nunca deve apresentar obstruções e entulhos. A porta de entrada também deve estar em bom estado, com maçanetas firmes e sempre desobstruída. Nunca coloque móveis ou entulhos atrás das portas. Lembre-se: a entrada é o cartão de visita de sua casa tanto para as visitas quanto para as boas energias.
Formato dos cómodos - no caso de uma residência, a melhor forma de se construir um cómodo ou mesmo toda a casa é apostando no quadrado. Nele, a energia circula com mais facilidade, dificultando a existência de um local onde ela fique presa e estagnada ou onde se possa formar um vazio de energia. As casas com formato em "L" ou as construções irregulares não são aconselháveis. Mas nesses casos, um consultor de Feng Shui pode encontrar maneiras de corrigir esses pontos fracos.
Sala de estar - vedete da casa e considerada por muitos o cómodo mais valorizado, seria aconselhável que a sala estivesse localizada bem no centro da construção, onde se encontra o "coração" da casa. Não sendo possível, o segundo cómodo favorável para ocupar o centro é o dormitório principal, mas nunca o banheiro, a cozinha ou o porão. O ideal seria que a sala de estar recebesse atenção especial com relação ao equilíbrio de suas energias. Sofás e poltronas nunca devem estar de costas para a porta principal, mas sim voltados para ela numa atitude receptiva para quem chega. Aliás, a disposição dos móveis deve obedecer a certos critérios que levem em conta a recepção das energias e sua livre circulação pelo ambiente. Quando os móveis, pela sua disposição incorreta, tamanho inadequado ou por número excessivo, obstruem a livre movimentação das energias no ambiente, isso causa problemas para os moradores. O uso de cores adequadas, espelhos, sinos de vento, fontes de água e outros recursos do Feng Shui ajuda a atrair e a movimentar adequadamente aos bons fluídos na sala
Quartos - todos nós sabemos muito bem o que significa uma noite mal dormida. Além dos prejuízos para a saúde física, acaba influenciando negativamente em nossas vidas profissional e afetiva, obstruindo os canais criativos e espirituais. Daí a necessidade de um extremo cuidado com a saúde energética desse cómodo tão vital para nós. Um quarto deve ser ao mesmo tempo relaxante e capaz de propiciar um ambiente agradável e excitante para um casal, de modo que, ao fazerem amor, se sintam sensuais e, após o acto, relaxados e felizes. Muitos casos de problemas de coluna, insónia, depressão e ansiedade são ocasionados pela incorreta localização da cama. Objetos electrónicos devem ser evitados, na medida do possível, e o computador e a TV, cobertos com um tecido preto para neutralizar as ondas magnéticas que emitem mesmo desligados. Todos os objetos que lembrem trabalho devem ser retirados do quarto de dormir. Lembre-se sempre: quarto bagunçado, noite agitada.
Cozinha - este é o local da casa em que as energias se propagam no sentido de gerar prosperidade e riqueza para os moradores. Qualquer problema nesse cómodo pode, então, prejudicar as finanças da família. A localização da cozinha na planta da casa é de vital importância tanto para proteger e atrair a prosperidade material quanto para preservar seus moradores dos excessos alimentares. E o fogão é, sem dúvida, a grande vedete da cozinha. Seu bom estado de limpeza, conservação e localização são muito importantes. Muito cuidado deve ser tomado em relação a vazamentos de água, limpeza e ordem dos armários e despensa, e certos alimentos como o arroz, o sal, frutas, milho e o mel também atraem boa fortuna.
Banheiros - a água simboliza fartura e dinheiro, e é justamente o banheiro o local onde a água sai da casa. É neste cómodo que depositamos todas as nossas impurezas. Local Yin por natureza, se mal localizado, pode atrair e mandar embora todas as boas vibrações da casa. Embora muito cómodas, as suítes não são aconselháveis, uma vez que, se a cama estiver alinhada com o vaso sanitário (os dois estiverem na mesma parede), o morador, com certeza, terá problemas sérios de saúde. A cozinha (fartura) também deve estar afastada do banheiro. As portas devem sempre permanecer fechadas, assim como a tampa do vaso sanitário. A limpeza e utilização de cores adequadas é de suma importância, assim como manter plantas no local
Corredores - são as veias da casa. São eles que ligam os diversos cómodos, permitindo que entre eles haja uma boa troca de energias. Assim, se os corredores não respiram, toda a casa pode sufocar. Já os corredores muito compridos acabam por acelerar demais as energias, causando nervosismo e desequilíbrio nos moradores, principalmente em quem dorme no quarto que fica no final do corredor e acaba por tornar-se demasiadamente excitado. Nesse caso, o ideal é colocar quadros nas paredes, tapetes com estampas ou objectos de decoração, que teriam o efeito de diminuir a velocidade da energia Chi. O excesso de portas em um corredor também não é muito positivo, uma vez que pode gerar diversidade de opiniões contraditórias e grande desperdício de energias, resultando em desarmonia entre os familiares.
Escadas - as escadas servem como túneis por onde a energia de uma casa flui de cima para baixo, fazendo um intercâmbio energético na vertical. Nesse caso, as escadas com degraus vazados são desaconselháveis, uma vez que dispersam as energias e as em espiral causam confusão. As escadas nunca devem estar no centro da casa e muito menos dirigidas para a porta de entrada, pois são como uma queda d'água que se dirige para fora levando toda a energia com ela. Vasos de plantas, luminárias, biombos e esferas facetadas são algumas das curas propostas pelo Feng Shui para equilibrar a energia das escadas.
Portas e janelas - são, respectivamente, as bocas e olhos da casa. Das portas já falamos e para as janelas o Feng Shui recomenda cuidado especial com a limpeza e vidros que facilitem a visualização do cenário exterior. Nada de vidros quebrados ou rachados. Caso contrário, este descuido pode se refletir em problemas visuais em seus moradores, bem como a falta de horizontes e perspectivas. As portas são como as bocas dos pais, enquanto as janelas são as vozes das crianças. Por isso, não se devem construir cómodos em que o número de janelas seja superior a três para cada porta da casa. Se isso acontecer, coloca-se um sino atrás da porta principal do aposento, e que toque todas as vezes em que a porta se abrir. Desta forma, as crianças ouvirão as vozes de seus pais, depositando confiança e respeito em suas palavras.
Conheça a simbologia oculta de sua casa
Muitas pessoas têm o costume de comparar um imóvel e seus cômodos ao corpo humano.
Se aprenderemos a olhar para uma sala, quarto, cozinha ou banheiro, iremos descobrir que cada um dos destes espaços de nossa casa tem uma simbologia, correspondendo a aspectos importantes de nossa vida.
Sabendo desvendar esses segredos, vamos aprender a viver em harmonia com nosso lar, e permitir que as energias da prosperidade (em todos os seus aspectos) estejam sempre presentes.
Simbologia e seus segredos
· Portão ou porta de entrada – são considerados as "bocas" do terreno ou da casa. São eles que fazem o contato entre a casa e o mundo exterior, e controlam a qualidade e quantidade de energia que vai entrar.
Os muros não devem estar rachados ou com pintura em mau estado, pois isso revelaria pontos fracos na proteção da família. O caminho que leva à porta de entrada deve estar sempre limpo, bem cuidado, iluminado e ter fácil acesso.
Além de ser convidativa e acolhedora, a entrada nunca deve apresentar obstruções e entulhos. A porta de entrada também deve estar em bom estado, com maçanetas firmes e sempre desobstruída. Nunca coloque móveis ou entulhos atrás das portas. Lembre-se: a entrada é o cartão de visita de sua casa, tanto para as visitas quanto para as boas energias.
· Formato dos cômodos – no caso de uma residência, a melhor forma de se construir um cômodo ou mesmo toda a casa é a quadrada. Nela, a energia circula com mais facilidade, dificultando a existência de um local onde ela fique presa, ou onde se possa formar um vazio de energia.
As casas com formato em "L" ou construções irregulares não são aconselháveis. Mas, nesses casos, um consultor de Feng Shui pode encontrar maneiras de corrigir esses pontos fracos.
· Sala de Estar – "vedete da casa", e considerada por muitos como o cômodo mais valorizado. É aconselhável que a sala esteja localizada bem no centro da construção, onde se encontra o "coração da casa".
O ideal é dar atenção especial ao equilíbrio das energias da sala. Sofás e poltronas nunca devem estar de costas para a porta principal, e sim voltados para ela; o que mostra uma atitude receptiva para quem chega.
Aliás, a disposição dos móveis deve obedecer a certos critérios que levam em conta a recepção das energias e sua livre circulação pelo ambiente. Quando os móveis estão numa disposição incorreta, tamanho inadequado ou num número excessivo, eles obstruem a livre movimentação das energias no ambiente, e causam problemas para os moradores.
· Quartos - todos nós sabemos muito bem o que significa uma noite mal dormida. Além dos prejuízos para a saúde física, isso acaba influenciando negativamente nossa vida profissional, afetiva, além de obstruir os canais criativos e espirituais.
Daí a necessidade de um extremo cuidado com a saúde energética desse cômodo tão vital para nós. Um quarto deve ser ao mesmo tempo relaxante e capaz de propiciar um ambiente agradável e excitante para um casal, de modo que ao fazerem amor sintam-se sensuais e, após o ato, sintam-se relaxados e felizes.
Muitos casos de problemas de coluna, insônia, depressão e ansiedade são ocasionados pela incorreta localização da cama. Objetos eletrônicos devem ser evitados, e o computador e a TV cobertos com um tecido preto para neutralizar as ondas magnéticas que emitem mesmo desligados. Todos os objetos que lembram trabalho devem ser retirados do quarto de dormir. Quarto bagunçado, noite agitada.
· Cozinha – este é o local da casa em que as energias se propagam no sentido de gerar prosperidade e riqueza para os moradores. Qualquer problema nesse cômodo pode, então, prejudicar as finanças da família.
A localização da cozinha na planta da casa é de vital importância, tanto para proteger e atrair a prosperidade material quanto para preservar seus moradores dos excessos alimentares. E o fogão é, sem dúvida, a grande vedete da cozinha. Por isso, é importante que ele esteja num bom estado de limpeza, conservação e numa boa localização.
Muito cuidado deve ser tomado com relação a vazamentos de água, limpeza e ordem dos armários e dispensa. Certos alimentos como o arroz, o sal, frutas, milho e mel, atraem boa fortuna.
· Banheiros – água simboliza fartura e dinheiro, e é justamente o banheiro o local onde a água sai da casa. É neste cômodo que depositamos todas as nossas impurezas. Local Yin por natureza, se mal localizado pode atrair e mandar embora todas as boas vibrações da casa.
Embora muito cômodas, as suítes não são aconselhadas, uma vez que, se a cama estiver alinhada com o vaso sanitário (os dois estiverem na mesma parede) o morador com certeza terá problemas sérios de saúde.
A cozinha (fartura) também deve estar afastada do banheiro. As portas devem sempre permanecer fechadas, assim como a tampa do vaso sanitário. A limpeza e utilização de cores adequadas são de suma importância, assim como manter plantas no local.
· Corredores – as "veias da casa". São eles que ligam os diversos cômodos permitindo que entre eles haja uma boa troca de energias. Assim, se os corredores não respiram, toda a casa pode “sufocar”. Já os corredores muito compridos acabam por acelerar demais as energias, causando nervosismo e desequilíbrio nos moradores, principalmente para quem dorme no quarto que fica no final do corredor e acaba por tornar-se demasiadamente excitado.
Nesse caso, o ideal é colocar quadros nas paredes, tapetes com estampas ou objetos de decoração, que teriam o efeito de diminuir a velocidade do chi (energia). O excesso de portas em um corredor também não é muito positivo, uma vez que pode gerar diversidade de opiniões contraditórias e grande desperdício de energia, resultando em desarmonia entre os familiares.
· Escadas – as escadas servem como túneis por onde a energia de uma casa flui de cima para baixo, fazendo um intercâmbio energético na vertical. Nesse caso, as escadas com degraus vasados são desaconselháveis, uma vez que dispersam as energias. Já as de espiral causam confusão.
As escadas nunca devem estar no centro da casa, e muito menos dirigidas para a porta de entrada, pois são como uma queda d’água que se dirige para fora levando toda a energia com ela. Vasos de plantas, luminárias, biombos e esferas facetadas são algumas das curas propostas pelo Feng Shui para equilibrar a energia das escadas.
· Janelas – "os olhos da casa". Para as janelas, o Feng Shui recomenda cuidado especial com a limpeza e vidros que facilitem a visualização do cenário exterior. Nada de vidros quebrados ou rachados. Caso contrário, esse descuido pode se refletir em problemas visuais em seus moradores, bem como a falta de horizontes e perspectivas.
As portas são como as bocas dos pais, enquanto as janelas são as vozes das crianças. Por isso, não se devem construir cômodos em que o número de janelas seja superior a três para cada porta da casa. Se isso acontecer, coloque um sino atrás da porta principal do aposento, que toque todas as vezes que a porta abrir. Desta forma as crianças ouvirão as vozes de seus pais, depositando confiança e respeito em suas palavras.
Quando estabelecemos essas correlações e aprendemos a respeitar a energia, a lógica e a função de cada cômodo, estabelecemos um "pacto", uma cumplicidade com nosso lar. E todos crescem e prosperam juntos..
pesquisa - sala de aula
O mito de que “aluno” veio do latim “a-lumnu” no qual “a-” significaria “não” e “lumnu”, luz, é bastante popular. Eu já ouvi isso diversas vezes em sala de aula. Mas, se você abrir qualquer dicionário da língua portuguesa (como o Houais ou o Aurélio), ou até mesmo de línguas estrangeiras que também tenham essa palavra (como em inglês), você não vai ver essa etimologia. Mas, por que é que as pessoas insistem em dizer que aluno quer dizer “sem luz”?
Não faço idéia. O problema é que, como uma busca rápida no google pode mostrar, esse é um mito bastante famoso. Felizmente, a maioria dos resultados parecem dar a resposta correta (tentando, num favor social, desconstruir essa idéia um tanto bizarra)… apesar de você também encontrar o famoso mito sendo perpetuado.
Pegando “The American Heritage Dictionary of the English Language” (melhor dicionário que eu conheço on-line e que fornece os radicais indo-europeus), é possível entender melhor a formação da palavra aluno, através da palavra latina “alumnu(s)”, palavra que deu origem à forma atual:
Latin, pupil, from alere, to nourish. See al-2 in Appendix I.
Ou seja, “alere”, verbo do qual “alumnus” se originou, simplesmente significa “nutrir-se”. E, pegando esse radical “al-“, a gente pode ver mais algumas curiosidades interessantes:
To grow, nourish.
Derivatives include old, haughty, altitude, enhance, alumnus, coalesce, and prolific.
I. Suffixed (participial) form *al-to-, “grown.” 1a. alderman, old, from Old English eald, ald, old; b. elder1, from Old English (comparative) ieldra, eldra, older, elder; c. eldest, from Old English (superlative) ieldesta, eldesta, eldest; d. Germanic compound *wer-ald- (see w-ro-). a–d all from Germanic *alda-. 2. alt, alto, haughty, hawser; altimeter, altiplano, altitude, altocumulus, altostratus, enhance, exalt, hautboy, from Latin altus, high (“grown tall”), deep.
II. Suffixed form *al-mo-. alma mater, from Latin almus, nurturing, nourishing.
III. Suffixed form *al-o-. adolescent, adult, alible, aliment, alimony, altricial, alumnus; coalesce, from Latin alere, to nourish, and alumnus, fosterling, step-child, originally a participle of alere (“being nourished,” < *al-o-mno-).
IV. Suffixed (causative) form *ol-eye-. abolish, from Latin abolre, to retard the growth of, abolish (ab-, from; see apo-).
V. Compound form *pro-al- (pro-, forth; see per1). proletarian, proliferous, prolific, from Latin prls, offspring.
VI. Extended form *aldh-. althea, from Greek althein, althainein, to get well. (Pokorny 2. al- 26.)
O “al-” de “aluno” é o mesmo “al-” de alimento (vide III) e de “alto” (vide I). Nenhuma referência a formas negativas, luzes ou a qualquer falta de luz.
O fato é que, como você pode supor, nem todo mundo confere as informações que recebe (até por uma questão de tempo) e, como comentado pelo professor Newton Luís Mamede [, ], até mesmo professores universitários costumam proferir essa pérola. É muitíssimo comum alguns alunos não contestarem seus professores (que também são humanos, e têm o direito de errar), e é aí que a história parece se complicar. Já ouvi inúmeros eufemismos pra se evitar usar a palavra aluno – desde sua substituição por “estudante” até “aprendente”. Naturalmente, as pressões sociais são o suficiente para colocar uma palavra em desuso (e eu não tenho nada contra isso), mas como tirar o estigma de uma palavra tão popular (e inocente) como a palavra aluno?
Bom, o Romane Aragão, amigo meu que faz Desenho Industrial na UnB, propôs uma guerra de cartazes (não só sobre esse tema, óbvio), mas achei que seria uma oportunidade perfeita de tratar do assunto em Brasília. O Rafael Alvarenga, outro amigo meu que faz psicologia na UnB, parece ter conseguido uma oportunidade de debatermos o assunto no meio acadêmico (depois eu falo sobre isso).
O fato é que, numa guerra de ideologia, assim como numa guerra de verdade, não tem porquê maltratar pobres inocentes.
ROMANCE ESCOLAR E HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
MARIA DO AMPARO BORGES FERRO – UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
Este trabalho é fruto de uma ampla pesquisa para tese de doutoramento em
educação. Trata-se de um estudo de natureza historiográfica a partir de fontes literárias. O texto básico usado como fio condutor é o romance Cazuza de Viriato Corrêa, utilizado largamente como livro didático e/ou paradidático por várias escolas brasileiras no século XX.
A partir deste romance escolar, fêz-se o cruzamento com obras de outros autores como
Machado de Assis, Raul Pompéia e José Lins do Rêgo, entre outros, que enfocam a temáticadas representações sociais sobre escola, cotidiano e práticas escolares, apresentada sob a ótica de alunos. Cazuza, como obra literária captura de forma privilegiada uma determinada representação do passado escolar que, depois dos anos trinta, enraizou-se profundamente na memória coletiva. Justifica-se dessa forma, a consideração do romance como objeto de estudo e como documento histórico. O pequeno romance sintetiza e condensa uma perspectiva do passado e um projeto de futuro que, a partir da década de trinta tornou-se quase mítica.
O período estudado estende-se do final do século XIX e início do século XX –
tempo apresentado no desenrolar da obra – visto através da década de trinta quando foi escrita e publicada em sua primeira edição. Neste espaço de tempo, no Brasil, foi construída uma memória, uma representação sobre a escola, e sobre o professor, sua formação e práticas escolares, que durante muito tempo foi hegemônica e que está presente em muitas obras sobre educação, mas que é especialmente nítida em algumas obras literárias. A pretensão é resgatálas para os estudos sobre o cotidiano escolar, a formação e prática dos professores, e consequentemente para os estudos históricos sobre educação brasileira. Neste esforço, percebe-se que se está resgatando uma forte representação do itinerário escolar de professores
e intelectuais, que se repete na história de vida de vários escritores brasileiros.
Ao se trabalhar o relato consistente do desenrolar da vida escolar dos
personagens, não se tem a ingenuidade de conformismo com uma ilusão retórica, com uma
representação comum da existência, reforçada pela tradição literária, mas a própria condução coerente e necessária, pelo interesse em resgatar uma representação tornada hegemônica da tradição escolar dos intelectuais desse período, que se afirmaram na capital do país e que eram provenientes do Norte e Nordeste, recuperando-se a seleção comum de acontecimentos vistos como mais significativos. Nestes estudos, pode-se observar que naquela época estava em processo a construção de uma nova mentalidade, de um modo de pensar a educação por parte dos professores, e a lenta assimilação desta ideologia pelas famílias, pela sociedade como um todo e principalmente pelos alunos, a partir da influência dos novos professores formados
pelas Escolas Normais.
O embasamento teórico-metodológico está ancorado na área da História Cultural,
buscando-se fundamentação também nos estudos literários e da história da educação. Ao
final, é possível verificar que nas fontes estudadas foi possível evidenciar o cotidiano escolar,
as práticas pedagógicas com seu ideário subjacente, que se constituem em interessantes e
pertinentes referências para a pesquisa na área, e podem contribuir para a consideração de
novos olhares e enfoques na história da educação no Brasil.
A pesquisa em história da educação tem se mostrado sintonizada com o
movimento de renovação dos estudos históricos que apresentam na perspectiva da nova
história cultural, a possibilidade de redefinição para a compreensão do objeto educacional
nesta perspectiva, através de novos olhares e enfoques como afirma Carvalho (1998). O
estudo dos agentes, formas e culturas escolares no aspecto histórico, pode ser conduzido nesta
ótica, através das representações de escola, de professor, de aluno, contidas em fontes
diversas. No caso presente, se busca na literatura, e mais especificamente na literatura infantil
e juvenil, estas representações que, durante décadas, estiveram presentes no imaginário social,
através da leitura de Cazuza.
Ao fazer uma análise da relação da história cultural com outros campos do saber,
Roger Chartier (1990) assim esclarece a sua percepção sobre a mesma: “a história cultural,
tal como a entendemos, tem por principal objetivo identificar o modo como em diferentes
lugares e momentos uma determinada realidade social é construída, pensada, dada a ler.” (p.
17). Assim, para se trabalhar a história neste enfoque, é possível trilhar vários caminhos. Um
deles seria o que se utiliza das classificações e delimitações que de alguma forma dão uma
certa organização à apreensão do mundo social como categorias de percepção e de apreciação
do real por via da representação do grupo. Teria como variáveis as classes sociais ou os meios
intelectuais que seriam produzidos por modos estáveis e partilhados do grupo a que se refere.
Considera este autor, que as representações sociais construídas deste modo são
sempre determinadas pelos interesses dos grupos que as enunciam, ainda que tenham
pretensão de universalidade. Pelo fato de que estas percepções do social não são neutras,
tendem a ser vistas como meio de concorrências e competições entre grupos que pretendem
justificar as suas posições como sendo as mais viáveis, confiáveis ou criteriosas em relação a
outras.
As posições dogmáticas em relação a uma aparente separação e inconciliação
entre a objetividade das estruturas e a subjetividade das representações, considerando a
primeira como a reconstrução do real através de documentos seriados, quantificáveis e a
Segunda, que diz respeito a outro tipo de história das “ilusões do discurso”, mas distantes do
real, perpassaram por bastante tempo a história e outras ciências sociais, como a sociologia, a
etnologia, etc... A posição entre as abordagens estruturalistas privilegiando o foco das
posições e relações de classes e grupos, e as análises fenomenológicas que enfatizam o estudo
de comportamentos e valores de comunidades menores, e via de regra mais homogêneas,
estão sendo superadas, e o próprio Chartier (op. cit. p. 18-21) insiste que faz-se necessária a
ultrapassagem desta polarização, principalmente através da consideração de esquemas
geradores de classificações e percepções específicas de cada grupo ou meio, como
“verdadeiras instituições sociais, incorporando sob a forma de categorias mentais e de
representações coletivas as demarcações da própria organização social.” (p. 18).
Observa que é possível utilizar a noção de representação coletiva, no sentido que
permite conciliar o que Lucien Febvre denomina de “os materiais de idéias”, ou imagens
mentais claras como os esquemas interiorizados, as categorias que estão incorporadas e que
ao mesmo tempo são suas produtoras e geradoras. Continua informando que esta noção de
representação coletiva remete necessariamente à modelação de esquemas e categorias, não
para processos psicológicos, sejam eles singulares ou compartilhados, mas para as próprias
divisões do mundo social.
Jacques Le Goff afirmava a necessidade de que os estudos históricos se
interessassem pelo homem cotidiano e apontava como indicativo desta tendência o crescente
interesse pelo nível dos costumes. Sua orientação indica: “a necessidade de desenvolver os
métodos de uma história a partir de textos até então desprezados textos literários ou de
arquivos que atestem humildes realidades cotidianas os ‘etnotextos’.” (Le Goff, 1993:46).
Tem-se consciência de que estas fontes possuem limitações, mas elas contêm informações que
nem sempre se encontram nas fontes já consagradas pelos estudos acadêmicos. A afirmação
de Cecília Souza é esclarecedora:
“Para compreender o que a escola realizou... é preciso também apanhar a
maneira com que professores e alunos reconstruíram sua experiência... Em que
pese todas as críticas a seu subjetivismo, e sem isentá-los de outras, esses
documentos... muitas vezes são as únicas testemunhas de práticas e idéias pouco
notadas.” (1998: 310-311).
Cazuza é um destes textos, que aparentemente despretencioso, apresenta
entretanto, um manancial rico de informações sobre o cotidiano onde se desenrola o itinerário
escolar do autor. Foi escrito entre dezembro de 1936 e junho de 1937, segundo informação do
próprio autor. Relata entretanto acontecimentos que, pelo cruzamento com os seus dados
biográficos, devem ter ocorrido entre a última década do século XIX e o início do século XX.
A análise de obras literárias como fonte de história da educação já vem sendo
feito. As vidas de professores como elementos fundamentais para o estudo da sua formação,
têm sido enfocados por diversos autores em vários países, como se pode constatar nas obras
coletivas organizadas por Nóvoa (1988), (1991) e (1992). Tem-se percebido a necessidade de
organização e diversificação de fontes em pesquisas de História da Educação, como indicado
por Nunes (1992), e por Nunes e Carvalho (1993). Faz-se necessária a consideração de um
mesmo objeto de estudo sob a ótica de olhares diversos como observa Lopes (1986). As
fontes literárias assumem assim interesse e importância neste contexto, porque “como uma
destas fontes, a literatura torna-se um fértil campo de pesquisa para a ampliação da
compreensão crítico-social da historiografia educacional.” (SOUSA, 1999:181). Em estudos
anteriores, já se defendia a consideração de fontes memorialísticas de professores e alunos na
história da educação. (FERRO: 1997 e 1998).
Ao apresentar a obra Cazuza, o autor se utiliza de “mise-en-scène” que se criou
em torno do romance na Europa do século XIII, com o objetivo de criar um efeito de verdade
sobre o texto literário, como aponta Goulemot (1991), e que tem sido uma prática recorrente.
Apresenta-se a narrativa de textos supostamente encontrados acidentalmente em sótãos ou
velhos baús como cartas antigas, diários, velhos manuscritos, etc..., textos que são publicados
como se o autor não tivesse a intenção de escrever um romance, e que são apresentados como
se fossem “discurso expontâneo, como ato sob forma de discurso, produzido por um não
escritor, não destinado à publicação...” (p. 393).
Este romance, contém um relato da trajetória escolar de um menino, apresentando
três momentos distintos e subsequentes. O primeiro é o início da escolarização na pequena
escola da roça, dominada pela figura do velho professor autoritário, repressor e distante. O
segundo momento mostra a experiência da escola da vila onde a ênfase é dada às professoras
com formação para o magistério e um tratamento terno e amigo com os alunos. No terceiro
momento, a realidade do Colégio da capital com diversidade de professores e o
distanciamento do convívio familiar é a tônica. Nas três partes, vários aspectos são enfocados,
observando-se uma grande ênfase na realidade social de então, no cotidiano escolar, nas
relações escola-familia, nos valores a nortear a formação da juventude, na disciplina escolar e
métodos usados de controle do comportamento dos alunos.
A primeira escola, a do povoado, era um casebre de palha com biqueiras de telhas,
com a fachada pintada de cal. O seu interior resumia-se a um grande salão, de chão batido e
sem tijolos com casas de marimbondos no teto. O mobiliário era constituído pela mesa grande
do professor, um quadro negro suspenso por um cavalete de madeira, as mesas estreitas dos
alunos e os bancos em que se assentavam. Segundo o narrador, a sua decepção começara logo
que entrou. O ambiente que ele conhecera num dia de festa, enfeitado de bandeirinhas, flores
e ramos, apresentava-se como era, na realidade simples do cotidiano, com as paredes nuas cor
de barro e sem os adornos que lhe davam o ar festivo. Cazuza fica surpreso, meio “zonzo”,
duvidando se aquele era o lugar para onde tanto desejava ir, e sente-se assim:
“os meus olhinhos inquietos percorriam os cantos da sala, `a procura de
qualquer coisa que me consolasse. Nada. As paredes sem caiação, a mobília
polida de preto – tudo grave, sombrio e feio, como se a intenção ali fosse
entristecer a gente” (Cazuza, p. 28).
Na vila, o seu encantamento maior foi com a escola. No seu primeiro dia, ao
entrar naquele velho casarão, de salas amplas, construído há mais de cinquenta anos, “levado
pela mão de meu pai, senti no peito o coração bater jubilosamente.”(p. 75). A sua recepção
for lembrada positivamente. A diretora, “recebeu-me com o carinho com que se recebe um
filho”. (p. 75). Até os colegas – meninos e meninas – que presenciaram sua chegada, tiveram
uma postura amistosa: “olharam-me risonhamente, como se já tivessem brincado comigo”.
(idem).
Para o garoto, tudo era novidade agradável, e a comparação é feita
espontaneamente. A escolinha do povoado seria diferente da escola da vila como a noite do
dia. O menino, oriundo do rigor punitivo da primeira, com alunos tristes e professor
carrancudo, sentiu sua alma intensamente consolada.
Na terceira fase escolar, para o garoto do interior, o colégio da capital assumia
enormes proporções: “Era um casarão imenso, de escadaria afidalgada, com muitas janelas,
muitas salas e muitos quartos.” (p. 141). De fato, para os padrões da época era uma escola
grande, até porque atendia a alunos em regime de internato e externato. “O Timbira talvez
fosse o maior colégio da cidade. Cerca de cinquenta alunos internos e mais de duzentos
externos.” (p. 141), e oferecia o ensino primário e secundário. A acolhida no novo colégio foi
feita pelo próprio diretor que segundo o garoto, o recebeu “paternalmente”. O relato deste
momento chama a atenção para alguns aspectos. Primeiro a observação de que o diretor tivera
um comportamento paternal, o que sugere a idéia de que era este o comportamento desejável
para esta função social. Há uma mescla na relação família-escola no que se refere a
comportamentos esperados de agentes sociais destes dois grupos pai √ professor, mãe √
professora. Também a idéia contida na frase do diretor, de que a ida à escola significava a
aspiração de ser um “grande homem”. Como se a idéia de grande homem estivesse
intrinsecamente relacionada à aquisição de um certo nível de instrução e escolaridade.
Um terceiro aspecto é o impacto causado na sensibilidade de jovens e
adolescentes pela ruptura com a vida familiar e o ingresso no novo universo de internato
escolar. Muitas experiências deste tipo já foram relatadas em obras memorialistas. Vale a
pena mencionar que o Sérgio de O Ateneu fala de “ruptura com o aconchego placentário da
dieta caseira.” (p. 06).
O professor da escola da roça é apresentado como um homem já velho, de figura
austera com um visual de óculos escuros em contraste com o bigode branco, formando uma
combinação que o fazia parecer aos olhos das crianças como um figura sisuda, atemorizante,
sempre com um pigarro de asmático, o que contribuía para os alunos terem dele uma
impressão assustadora:
“Nunca lhe vi um sorisso no rosto. Vivia sempre zangado, com o ar de quem
está a ralhar com o mundo, cara amarrada, rugas na testa
Para as criancinhas do meu tamanho, representava o papel do lobisomem.
Tinhamos-lhe um medo louco.” (p. 19).
Um aspecto repetidamente focalizado é a questão do controle de comportamento
exercido de modo autoritário, arbitrário e utilizando castigos corporais, que também é referido
por Machado de Assis (1977), José Lins do Rego (1980), Érico Veríssimo (1994) e o já citado
Raul Pompéia. Nestas obras também se registram figuras de professores cujo estereótipo
lembram o João Ricardo, de Cazuza
Na vila, a professora era vista como muito simpática e cativante, viera da capital,
onde estudara e “aprendera a ensinar crianças” (p. 76). Há sugestão de que a professora
tivera formação específica para o magistério, o que naquela época era feita pelos cursos
normais. A impressão deixada no novo aluno foi muito positiva. Assim é feita a descrição:
“Havia nas suas maneiras suaves um quê de tanta ternura que nós, às vezzes a
julgávamos nossa mãe.
A sua voz era doce, dessas vozes que nunca se alteram e que mais doces se
tornam quando fazem alguma censura.” (Cazuza, p. 76)
Ao longo da narrativa de Cazuza, é facilmente perceptível a preocupação em
propagar alguma idéias, valores e ideais, no sentido de que seria necessária a sua assimilação
para uma boa formação de crianças e jovens. Esta orientação de inculcação do que era
recomendado pelos bons costumes e moral da época através da leitura já foi referida por
Bittencourt (1993). A formação de um modo de pensar, sentir e agir na nascente nação
republicana, a construção deste imaginário social, ou como fala José Murilo de Carvalho
(1990), esta “formação das almas”, fazia-se necessária. Viriato Corrêa assume esta postura, e
aqui se destaca e registra alguns destes posicionamentos que ele certamente contribuiu para
disseminar entre crianças e jovens brasileiros em sua produção literária.
A ideologia do valor do trabalho, que constrói a nação e torna os trabalhadores
iguais independente do prestígio e da posição que ocupa a sua atividade laboral. A
necessidade da escolarização e da consequente aplicação dos estudos para a sociedade
moderna, a importância da disseminação de idéias higienistas, a construção de uma sociedade
frterna, com superação de discriminação de raça, etnia, com convivência harmoniosa de
diferenças sociais e políticas, bem como o desenvolvimento de um sentimento de ufanismo
nacional e amor à Pátria, são valores insistentemente apresentados na obra, e mostram a
ideologia veiculada na formação do imaginário da república que estava ainda em processo de
consolidação.
O autor sugere a idéia de que aquela escola era um espaço social e racialmente
democrático onde o acesso e a convivência sem discriminação de raça e origem social e
financeira. Conviviam no mesmo ambiente escolar o filho do juiz de direito da cidade, um
dos homens mais importantes da vila e a filha da sua cozinheira, mãe solteira, negra “pretinha
como um tição”, e a mais inteligente e peralta da turma. Outro aluno filho do homem mais
rico da vila, também estudava com um dos mais pobres, filho de uma doçeira, que nas horas
de folga vivia vendendo pelas ruas os doces que a mãe fabricava, e que era um verdadeiro
líder entre os colegas. São informações interessantes sobre o modo de ser e agir daquela
comunidade interiorana, que leva à reflexão.
Um incidente de tratamento injusto aplicado por um aluno, filho do prefeito a um
colega pobre filho do carreiro, empregado do prefeito, mostra a intervenção da diretora numa
correção justa e isenta. Depois a professora conta à turma uma estória ressaltando o valor de
dois calçados: ”o sapato ferrado e a sandália de veludo”, e o final igual dos dois, numa
analogia ao valor das pessoas, independente da sua situação financeira. Fica na leitura a
indagação: havia realmente democracia? Ou era utopia, influenciada pelos ideais do narrador?
A idéia de valorização da Pátria é bem presente, e insistentemente posta à
reflexão. Em vários momentos é posta sobre ângulos diversos. A defesa diante dos conflitos
com outras nações, como o caso da Guerra do Paraguai, enaltecendo a figura do velho excombatente
voluntário (p. 114-122), mostrando que a defesa da Pátria deve ser feita até o
sacrifício da própria vida, no combate renhido, sem, entretanto, deixar de lado o sentimento
de humanidade, na compreensão do valor humano do adversário. Ao enfatizar o zelo pela
Pátria observa a necessidade de não desenvolver apenas o ufanismo vazio que se restringia ao
aspecto material, na exaltação dos elementos físicos do território brasileiro, como suas
grandezas, potencialidades e belezas, mas chama a atenção para o aspecto humanista da
consideração do valor do homem brasileiro, do seu trabalho e esforço na construção do país, a
formação do povo, sua cultura, os movimentos libertários, etc... (p. 152 a 157). Mostra que o
Brasil não é apenas a grandiosidade do seu território e as belezas naturais, mas enfoca as
carências, as diferenças regionais, a pobreza do povo, numa época em que só se exaltava o
que o país tem de positivo. (p. 171-174). Percebe-se o esforço no sentido de não apenas
desenvolver um orgulho estéril de ser brasileiro, mas a preocupação em firmar a idéia de que
cada um é responsável por participar como cidadão da construção da sua Pátria, como
indivíduo e ser social, numa atitude de cidadania consciente e atuante. “O verdadeiro
patriotismo é aquele que reconhece as coisas ruins do seu país e trabalha para melhorá-las.”
(p. 173).
Finalmente, é possível afirmar que obras como o romance Cazuza, têm o mérito
de tornar visível para a História da Educação, informações sobre homens e mulheres – e suas
vidas em sociedade – já tornadas quase imperceptíveis. Ainda que sobre elas pesem todas as
críticas a seu subjetivismo, idealização e anacronismo, estas obras didáticas ou paradidáticas
muitas vezes são testemunhas de idéias e práticas que já estão quase desapercebidas, por
serem a tal ponto corriqueiras, que passam a ser desvalorizadas, e por vezes desprezadas. Por
estes aspectos, reafirma-se a importância, validade e pertinência de obras literárias no resgate
destes indícios de representações sociais e consequentemente na construção da história da
educação brasileira.
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Quando o aluno se apaixona pelo professor
Eliana Camejo Comunicação Empresarial
Gostar do professor ou professora da escola é normal entre os adolescentes
e pré-adolescentes? Será que essa 'paixonite' pode acarretar problemas
para a vida escolar e pessoal do jovem?
O processo educativo pressupõe basicamente a relação professor - aluno,
pois é ela que dinamiza e dá sentido a este processo tornando-se o centro deste.
Esta relação pode se mostrar por vezes conflituosa, pois se baseia no convívio
de classes sociais, culturas, valores e objetivos diferentes.
Dada a intensidade desta relação alguns estudantes podem, por vezes, confundir
os sentimentos que se estabelecem. A paixão despertada pelos docentes
em pré - adolescentes e adolescentes é mais comum do que se pensa.
Segundo a orientadora educacional Sumaia Curço, do Colégio Farroupilha
em Porto Alegre (RS), para muitos alunos o professor representa uma figura
praticamente mítica, uma pessoa perfeita, ideal. Esse sentimento é normalmente
despertado pela beleza, charme, inteligência, cultura e situação de poder na qual
o professor se encontra. “É próprio desta fase da vida do aluno os sentimentos
muito intensos e eles acabam por transformar seus professores em príncipes
e princesas. Se trata de uma paixão idealizada ou amor platônico. Em muitos casos,
os adolescentes passam anos esperando pela realização desta paixão idealizada.
É uma fase de amadurecimento afetivo”, afirma a especialista.
Dependendo da intensidade, essa paixão pode estimular o aluno a se dedicar
mais a determinada disciplina ou ao contrário pode acarretar problemas
de concentração nas aulas. A fantasia que envolve esta relação e a dificuldade
de conversar sobre o assunto com outras pessoas aumenta a angustia do jovem.
A paixão por algum professor não representa riscos à vida dos alunos e dificilmente
poderá trazer conseqüências mais graves no futuro, destaca Sumaia Curço.
No entanto os pais devem estar sempre atentos ao comportamento dos filhos
e nestes casos o diálogo entre pais e filhos é imprescindível.
Psicologia: Ele se apaixonou por você. E agora?
Paixão de aluno pelo professor passa rápido,
mas tem de ser tratada com respeito e sensibilidade
Paola Gentile
Poucos escapam. Um belo dia entram na classe e vêem, em cima da mesa, um presentinho mais valioso que a costumeira maçã. Ou então, no meio da aula, notam o olhar cada vez mais comprido de um aluno. Algumas vezes acontece no fim do dia. O abraço de despedida da mais tímida da classe fica estranhamente apertado e demorado. Esse curioso comportamento tem um nome: paixão pelo professor.
Nas cabecinhas infantis, ela pode nascer de uma confusão de papéis, em que a professora e a mãe (ou o professor e o pai) se misturam. Para as crianças maiores, a admiração pelo mestre – que sempre é um modelo a ser seguido – pode mudar de forma e fazer bater mais forte aquele coração de estudante. Já os adolescentes e jovens adultos costumam deixar mais picante o carinho que dedicam aos professores ao temperá-lo com pitadas de sensualidade.
Histórias de amor entre alunos e professores costumam evaporar-se no ar sem deixar marcas. Mas, algumas vezes, podem ser intensas como uma paixão de novela. É quando se deve tomar cuidado: afetos exagerados trazem infelicidade para os alunos e geram constrangimentos para os professores. Veja nesta reportagem o que os especialistas recomendam para lidar com tais situações.
O primeiro amor
A professora Ana Cristina Croce Marra, da 1a série do Colégio São Luiz, em São Paulo, guarda em um caderno todos os bilhetes que recebeu em dezoito anos de magistério. Entre eles, destacam-se os que foram escritos no ano passado por Higor Caldas Marques, então com 7 anos. Higor era extremamente carinhoso. “Tudo era motivo para ele me elogiar, trazer presentes, mandar recados e me dar um beijo”, recorda-se Ana Cristina. Mesmo lisonjeada, ela controlou-se o ano inteiro para não dar mais atenção ao garoto do que aos outros colegas. “Tinha medo de dar preferência a ele e, com isso, acho que acabei exagerando e impedindo um pouco sua participação em sala de aula.” Reações como a de Ana Cristina não são incomuns. Muitos professores ficam em dúvida sobre a melhor maneira de agir (veja nesta página algumas dicas de especialistas de como enfrentar casos como esse).
Paixões infantis, como a de Higor, são bem conhecidas dos psicólogos. “Entre 3 e 5 anos de idade, a criança encontra-se na fase do conflito edipiano, época em que sente atração pelo progenitor do sexo oposto e passa a competir com o progenitor do mesmo sexo”, explica a psicóloga Lúcia Fuks. “Esses sentimentos podem acabar transferidos para o professor”, explica. A fantasia é tão intensa que muitas crianças chegam a chamar a professora de mãe. “Quando isso acontece, é melhor alertar o aluno que ele se confundiu, diferenciando os papéis de mãe e professora, em tom de brincadeira e com carinho”, aconselha a psicóloga educacional e consultora de escolas Simone Brites.
Para ajudar os alunos a canalizar esses sentimentos de uma forma menos conflituosa, o Colégio São Luiz tem um quadro onde os alunos fixam mensagens para seus professores. “Por ser exposto, todos expressam sua admiração de forma aberta”, afirma Cecília Colella, coordenadora pedagógica.
Cuidado com a vaidade
Se a relação professor-aluno tornar-se muito permissiva, o estudante pode interpretar como sedução. O professor fica envaidecido com o afeto e a paixão que o aluno lhe dedica, quer agradá-lo e não dá broncas na hora certa para não perder a admiração. “O bom educador tem de impor os limites e não deve ser íntimo dos alunos, pois nessa relação vale muito mais o vínculo afetivo com a classe, com elogios referentes ao desempenho do aluno em trabalhos didáticos e em sala de aula”, aconselha Tereza Rego, professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. A seguir, algumas dicas úteis:
• Dar atenção igual a todos os alunos, sem mostrar predileção por nenhum;
• Receber com naturalidade todas as manifestações de carinho;
• Caso o aluno começar a chamar o professor de “mãe” ou “pai”, alertá-lo que ele se confundiu;
• Atender às necessidades da criança sem tentar substituir a mãe;
• Prestar atenção nas mudanças de rendimento do aluno, seja para menos ou para mais;
• Evitar elogios pessoais, priorizando o desempenho;
• Não prolongar manifestações de carinho físico;
• Não alimentar ilusões, seja por palavras, seja por olhares, seja por gestos;
• Evitar encontros fora da escola;
• Quando a paixão surgir, levar o caso à psicóloga da escola ou à orientadora pedagógica;
• Ter em mente que a amizade professor-aluno nunca vai ser simétrica, ou seja, no mesmo nível.
A paixão impossível
A partir de 6 ou 7 anos até 12 ou 13, no período chamado de pré-adolescência, as crianças buscam outros modelos de identificação. É quando os professores jovens, sociáveis e com idéias diferentes chamam atenção.
Nádia Ramirez Starikoff, que há cinco anos leciona Ciências para o Ensino Fundamental, não sabia se Rodolfo*, 12 anos, queria aparecer para os colegas ou realmente tinha algum sentimento mais forte em relação a ela. O fato é que, durante a aula, o garoto levantava a mão e a convidava para sair, provocando risadas. Em particular, procurava-a na hora do recreio com o pretexto de esclarecer pontos da matéria. Depois de uma ou duas dúvidas, perguntva sobre sua vida pessoal, querendo saber o que ela fazia além de dar aulas, se era casada etc.
“Sempre respondi descontraidamente para não dar trela e evitar constrangimento”, afirma Nádia. Essa situação durou um ano, até que ela saiu do colégio e nunca mais viu o aluno. Os psicanalistas chamam esse período de latência, quando já existe uma certa atração (impossível de ser concretizada) que faz com que os meninos prestem atenção no corpo das professoras, já mostrando interesse sexual.
Mas as manifestações podem ser menos explícitas, como aconteceu com Juliana*, da 6a série do Colégio Madre Alix. Seu rendimento caiu, ela não fazia mais lição, estava avoada e sem interesse, o que foi percebido por todos os professores. Coube à orientadora pedagógica da escola descobrir o que estava acontecendo durante um encontro em sala de aula – esse bate-papo entre eles acontece com freqüência: as amigas acabaram contando que Juliana estava apaixonada pelo professor de Biologia, Edson Grandisoli.
“Para mim foi uma surpresa, pois nunca dei atenção especial a nenhuma aluna”, afirma Edson. Bastaram algumas dessas conversas em grupo, com a orientadora alertando sobre a diferença de idade e os problemas que esse sentimento poderia trazer, para o quadro mudar.
“Os tímidos não têm coragem de se expor, perdem muito tempo pensando nos professores e desviam a atenção do dia-a-dia”, explica Márcia de Fátima de Oliveira, psicóloga de crianças e adolescentes da Clínica do Amor e da Timidez.
Nesses casos, o professor deve redobrar a atenção para tudo o que não for normal no comportamento do aluno. Acontece também o contrário, quando eles querem agradar pelo lado intelectual, tornando-se bem-comportados e dedicados ao estudo. Nessa fase, todas as palavras e atitudes, seja com os tímidos, seja com os extrovertidos, devem ser bem medidas, para não alimentar ilusões e não dar margem ao aluno para achar que sua paixão está sendo correspondida. Márcia de Oliveira alerta que a orientação dos psicólogos da escola ou do coordenador pedagógico pode trazer bons resultados, sem provocar constrangimentos para nenhuma das partes.
Caso o professor queira conversar ele próprio com a aluna, deve evitar encontros fora da escola. “Um convite para sair pode ser interpretado como uma resposta positiva à paixão”, afirma a psicóloga Simone Brites. Durante a conversa, ele deve usar o bom senso para não magoar, mas precisa ser objetivo e firme, ressaltando a diferença de idade e até contando que já tem um outro relacionamento, se for o caso.
Diva Felipe Pedro, orientadora da Escola Caravelas, pede a seu corpo docente que tome cuidado com a aproximação física da criança, que é espontânea: “Nessa fase eles têm necessidade de tocar, abraçar, sentar no colo. O professor deve receber essas manifestações, mas não pode prolongar os atos para não confundir nem despertar atração física”, afirma. Ela ainda pede que a atenção maior aos alunos seja dada em sala de aula, mostrando entusiasmo e elogiando os avanços cognitivos. Segundo Ana Rita Silva Almeida, em seu livro A Emoção na Sala de Aula, as necessidades afetivas evoluem e as crianças tornam-se mais exigentes: “Passar afeto inclui não apenas beijar, abraçar, mas também conhecer, ouvir, conversar, admirar”.
* Os nomes dos alunos foram mudados.
O despertar do sexo
Se os alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental vêem seus professores como objetos de um amor platônico e etéreo, para os estudantes do Ensino Médio eles podem se transformar em desejáveis seres de carne e osso. Recentemente o Colégio Bandeirantes, de São Paulo, teve de lidar com dois desses casos de paixão. Carolina*, de 15 anos, procurava o professor de Matemática onde ele estivesse, mesmo em outras salas de aula, e dava beijos e abraços apertados na frente de todos. Mariana*, de 16 anos, estava perdidamente apaixonada pelo professor de Biologia. Nunca se abriu com ele, mas suas amigas compartilhavam seu sofrimento. Um dia deixou a timidez de lado e, em uma carta, jurou que ele “era tudo para ela” e, para namorá-lo, estava disposta a enfrentar o que fosse preciso.
Perplexos, os dois professores procuraram a orientadora pedagógica da escola, Mariângela de Azevedo Antunes. No primeiro caso, bastou uma conversa com a estudante, dizendo que a atitude dela estava incomodando o professor. “Ela alegou ser tudo brincadeira e nunca mais o procurou.”
A outra aluna resistiu mais tempo. Por um mês ela evitou Mariângela, que precisou usar as amigas da aluna para conseguir marcar uma conversa com Mariana. Finalmente, depois de uma reunião que lembrou uma sessão de terapia, conseguiu convencer a garota de que ela se apaixonara por um mito, um ideal que não existia.
“As conversas têm de ser respeitosas e os adolescentes, levados a sério, pois para eles seus sentimentos são reais e fortes”, adverte Mariângela.
A adolescência é marcada por mudanças corporais profundas, o que provoca uma grande confusão na cabeça dos jovens. “Há uma reciclagem da primeira infância”, explica Nicole Rebecca Levy Plapler, psicanalista e terapeuta de família. “E eles precisam se diferenciar dos pais para crescer.” Uma forma típica de promover tal reciclagem é idolatrar pessoas que tenham valores diferentes dos que receberam em casa. Ao mesmo tempo, eles não são críticos o suficiente para negar tudo o que aprenderam com a família. É muito comum um professor carismático ser o ídolo da turma e o queridinho das meninas. Alguns, percebendo essa força, tentam ocupar o lugar de conselheiro e ser amigos, o que pode confundir ainda mais esse quase adulto.
Um amor platônico pode também ser uma medida preventiva contra os “perigos” da maioridade. A psicóloga Simone Brites diz que é comum nessa fase o adolescente ter medo de encarar relações maduras: “O círculo de amizades exige que ele tenha um namoro, apesar de os pais esperarem que ele retarde essa experiência. Uma paixão impossível, nesse caso, livra-o de assumir um relacionamento frente aos colegas e aos pais.”
Nova Escola – Dezembro 1999
Veja qual é o limite da relação entre professor e aluno
Intimidade com o professor pode não ensinar nada, além de magoar
Publicado em 17/10/2007
Ao ingressar na universidade, alunos vindos do ensino médio logo percebem que as relações com seus novos professores será drasticamente diferente daquela vivida na escola. Entre sisudos e descolados, mais jovens ou mais velhos, espirituosos ou carrancudos, cada professor tem seu jeito de ensinar e interagir com seus alunos. Além disso, essa abordagem é afetada pelo próprio ambiente universitário, mais independente e onde os mestres não se preocuparão em tutelar seus pupilos da mesma forma que acontece no ensino médio. Nesse sentido, os professores podem parecer mais liberais e acessíveis ou mesmo dispostos a conversar sobre assuntos comuns com seus alunos e até acompanhá-los em ambientes sociais fora da classe. Nesse momento é que há uma dúvida: Até que ponto pode ir essa relação?
De acordo com duas especialistas nessa matéria, existe um certo limite na relação pessoal entre professores e alunos para não colocar em risco o objetivo primário dessa relação: o aprendizado. Claro que um ambiente mais descontraído, com um líder que sabe ouvir, ceder espaços e identificar dificuldades, tende a ser um lugar mais agradável para o estudo. Quando esse estágio é alcançado, há uma relação considerada por muitos como ideal e que contribui para todos: alunos e professores. Será que seu relacionamento com o professor e o dele com você é o ideal?
A professora de Psicologia da Unip (Universidade Paulista), Elizete Lupo, fala sobre a importância da ética na vida do professor. "Ter uma relação amigável é muito bom, ter uma relação de amigos não", adverte ela. Elizete é taxativa ao falar sobre a ética necessária para equilibrar essa relação. "Quem não entende as diferenças disso e se envolve com alunos, seja por uma amizade, uma paixão, ou qualquer outro motivo, falta com a ética", dispara ela.
Segundo Elizete, por causa dessa maior proximidade, alguns alunos podem criar uma paixão por professores. Muitas histórias assim acabam por temperar as conversas de corredor. Há que já tenha até sido protagonista de um sonho de amor com aquele ou aquela que te ensina, mostra experiência, serenidade e compreensão. Nesse caso, Elizete é enfática e não concorda com a permanência do suposto apaixonado ou apaixonada na mesma sala de aula que o amado. "Enquanto um for aluno e o outro professor, jamais o profissional pode se deixar levar por isso. A direção da escola ou faculdade tem que ser avisada e os dois devem ser separados de sala", aconselha.
Para a pedagoga graduada pela Universidade Santa Úrsula, do Rio de Janeiro, Sílvia Amaral de Mello Pinto, o limite ideal é um convívio praticamente profissional. "Quando você tem pontos em comum, a relação fica mais íntima. E nisso o professor pode tirar proveito para fazer o aluno se interessar mais no assunto, e não nele. Ouvir, conversar, dar risadas é uma coisa, levar um aluno para sua casa é completamente diferente", alerta ela.
Sílvia fala ainda sobre amizade e como ela pode influenciar o comportamento das pessoas e destruir os processos de avaliação. "Não quero ver quem gosto passar por uma dificuldade. Vou ajudar a sair dessa dificuldade. Alguém gostaria de ver um amigo reprovado, ter notas ruins e não poder fazer nada para ajudá-lo? É claro que não, e por isso não se pode misturar essas funções", declara Sílvia. Para ela, a relação entre aluno e professor deve ter uma dose sutil de intimidade. "O professor deve sim ser cortês, acessível e ter um olhar afetivo para com o aluno. Isso não quer dizer que necessariamente uma amizade seja necessária, pois isso é algo muito mais profundo", recomenda.
Para Sílvia, ser amigo de um aluno é correr o risco de perder algo primordial para um professor: a autoridade. "Nesse caso, o ambiente fica prejudicado. Um bom professor é democrático, motivador, mas não deixa de ser um líder. Se essa liderança for abalada por amizade, é sinal de que o limite foi ultrapassado", alerta. Já Elizete acrescenta. "Ser sociável, agradável e atencioso é muito bom, mas também é preciso ser cuidadoso, pois essas características podem parecer sedutoras para os alunos, que perdem o respeito pela imagem do professor", adverte ela.
Como não ser
Se por um lado a cordialidade pode gerar relações tortuosas, Sílvia diz que o contrário também não é a solução. Ou seja, ser um professor carrasco não ajuda em nada e pode criar problemas sem solução para o aluno. Ela trabalha numa clínica que atende casos como esse, de alunos que tem mau desempenho escolar por problemas supostamente psicológicos. "Muitas vezes o estudante nos diz que tem dificuldade e não consegue se expressar quanto a isso pela falta de espaço e de diálogo com professores". Ela diz que profissionais que agem dessa maneira podem criar até deficiências irreparáveis na saúde e no aprendizado dos alunos.
Elizete concorda e dá a receita. "Não se pode pensar como há alguns anos, que o professor é um chefe, que te diz as regras, você obedece, acata e não discute com medo de alguma repressão. É preciso ouvir e identificar dificuldades dos alunos e para isso não é preciso se apaixonar e nem seduzir, basta ser profissional, ou seja, explicar, fazer-se entender, tirar dúvidas e dar auxílio", finaliza.
Não faço idéia. O problema é que, como uma busca rápida no google pode mostrar, esse é um mito bastante famoso. Felizmente, a maioria dos resultados parecem dar a resposta correta (tentando, num favor social, desconstruir essa idéia um tanto bizarra)… apesar de você também encontrar o famoso mito sendo perpetuado.
Pegando “The American Heritage Dictionary of the English Language” (melhor dicionário que eu conheço on-line e que fornece os radicais indo-europeus), é possível entender melhor a formação da palavra aluno, através da palavra latina “alumnu(s)”, palavra que deu origem à forma atual:
Latin, pupil, from alere, to nourish. See al-2 in Appendix I.
Ou seja, “alere”, verbo do qual “alumnus” se originou, simplesmente significa “nutrir-se”. E, pegando esse radical “al-“, a gente pode ver mais algumas curiosidades interessantes:
To grow, nourish.
Derivatives include old, haughty, altitude, enhance, alumnus, coalesce, and prolific.
I. Suffixed (participial) form *al-to-, “grown.” 1a. alderman, old, from Old English eald, ald, old; b. elder1, from Old English (comparative) ieldra, eldra, older, elder; c. eldest, from Old English (superlative) ieldesta, eldesta, eldest; d. Germanic compound *wer-ald- (see w-ro-). a–d all from Germanic *alda-. 2. alt, alto, haughty, hawser; altimeter, altiplano, altitude, altocumulus, altostratus, enhance, exalt, hautboy, from Latin altus, high (“grown tall”), deep.
II. Suffixed form *al-mo-. alma mater, from Latin almus, nurturing, nourishing.
III. Suffixed form *al-o-. adolescent, adult, alible, aliment, alimony, altricial, alumnus; coalesce, from Latin alere, to nourish, and alumnus, fosterling, step-child, originally a participle of alere (“being nourished,” < *al-o-mno-).
IV. Suffixed (causative) form *ol-eye-. abolish, from Latin abolre, to retard the growth of, abolish (ab-, from; see apo-).
V. Compound form *pro-al- (pro-, forth; see per1). proletarian, proliferous, prolific, from Latin prls, offspring.
VI. Extended form *aldh-. althea, from Greek althein, althainein, to get well. (Pokorny 2. al- 26.)
O “al-” de “aluno” é o mesmo “al-” de alimento (vide III) e de “alto” (vide I). Nenhuma referência a formas negativas, luzes ou a qualquer falta de luz.
O fato é que, como você pode supor, nem todo mundo confere as informações que recebe (até por uma questão de tempo) e, como comentado pelo professor Newton Luís Mamede [, ], até mesmo professores universitários costumam proferir essa pérola. É muitíssimo comum alguns alunos não contestarem seus professores (que também são humanos, e têm o direito de errar), e é aí que a história parece se complicar. Já ouvi inúmeros eufemismos pra se evitar usar a palavra aluno – desde sua substituição por “estudante” até “aprendente”. Naturalmente, as pressões sociais são o suficiente para colocar uma palavra em desuso (e eu não tenho nada contra isso), mas como tirar o estigma de uma palavra tão popular (e inocente) como a palavra aluno?
Bom, o Romane Aragão, amigo meu que faz Desenho Industrial na UnB, propôs uma guerra de cartazes (não só sobre esse tema, óbvio), mas achei que seria uma oportunidade perfeita de tratar do assunto em Brasília. O Rafael Alvarenga, outro amigo meu que faz psicologia na UnB, parece ter conseguido uma oportunidade de debatermos o assunto no meio acadêmico (depois eu falo sobre isso).
O fato é que, numa guerra de ideologia, assim como numa guerra de verdade, não tem porquê maltratar pobres inocentes.
ROMANCE ESCOLAR E HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
MARIA DO AMPARO BORGES FERRO – UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
Este trabalho é fruto de uma ampla pesquisa para tese de doutoramento em
educação. Trata-se de um estudo de natureza historiográfica a partir de fontes literárias. O texto básico usado como fio condutor é o romance Cazuza de Viriato Corrêa, utilizado largamente como livro didático e/ou paradidático por várias escolas brasileiras no século XX.
A partir deste romance escolar, fêz-se o cruzamento com obras de outros autores como
Machado de Assis, Raul Pompéia e José Lins do Rêgo, entre outros, que enfocam a temáticadas representações sociais sobre escola, cotidiano e práticas escolares, apresentada sob a ótica de alunos. Cazuza, como obra literária captura de forma privilegiada uma determinada representação do passado escolar que, depois dos anos trinta, enraizou-se profundamente na memória coletiva. Justifica-se dessa forma, a consideração do romance como objeto de estudo e como documento histórico. O pequeno romance sintetiza e condensa uma perspectiva do passado e um projeto de futuro que, a partir da década de trinta tornou-se quase mítica.
O período estudado estende-se do final do século XIX e início do século XX –
tempo apresentado no desenrolar da obra – visto através da década de trinta quando foi escrita e publicada em sua primeira edição. Neste espaço de tempo, no Brasil, foi construída uma memória, uma representação sobre a escola, e sobre o professor, sua formação e práticas escolares, que durante muito tempo foi hegemônica e que está presente em muitas obras sobre educação, mas que é especialmente nítida em algumas obras literárias. A pretensão é resgatálas para os estudos sobre o cotidiano escolar, a formação e prática dos professores, e consequentemente para os estudos históricos sobre educação brasileira. Neste esforço, percebe-se que se está resgatando uma forte representação do itinerário escolar de professores
e intelectuais, que se repete na história de vida de vários escritores brasileiros.
Ao se trabalhar o relato consistente do desenrolar da vida escolar dos
personagens, não se tem a ingenuidade de conformismo com uma ilusão retórica, com uma
representação comum da existência, reforçada pela tradição literária, mas a própria condução coerente e necessária, pelo interesse em resgatar uma representação tornada hegemônica da tradição escolar dos intelectuais desse período, que se afirmaram na capital do país e que eram provenientes do Norte e Nordeste, recuperando-se a seleção comum de acontecimentos vistos como mais significativos. Nestes estudos, pode-se observar que naquela época estava em processo a construção de uma nova mentalidade, de um modo de pensar a educação por parte dos professores, e a lenta assimilação desta ideologia pelas famílias, pela sociedade como um todo e principalmente pelos alunos, a partir da influência dos novos professores formados
pelas Escolas Normais.
O embasamento teórico-metodológico está ancorado na área da História Cultural,
buscando-se fundamentação também nos estudos literários e da história da educação. Ao
final, é possível verificar que nas fontes estudadas foi possível evidenciar o cotidiano escolar,
as práticas pedagógicas com seu ideário subjacente, que se constituem em interessantes e
pertinentes referências para a pesquisa na área, e podem contribuir para a consideração de
novos olhares e enfoques na história da educação no Brasil.
A pesquisa em história da educação tem se mostrado sintonizada com o
movimento de renovação dos estudos históricos que apresentam na perspectiva da nova
história cultural, a possibilidade de redefinição para a compreensão do objeto educacional
nesta perspectiva, através de novos olhares e enfoques como afirma Carvalho (1998). O
estudo dos agentes, formas e culturas escolares no aspecto histórico, pode ser conduzido nesta
ótica, através das representações de escola, de professor, de aluno, contidas em fontes
diversas. No caso presente, se busca na literatura, e mais especificamente na literatura infantil
e juvenil, estas representações que, durante décadas, estiveram presentes no imaginário social,
através da leitura de Cazuza.
Ao fazer uma análise da relação da história cultural com outros campos do saber,
Roger Chartier (1990) assim esclarece a sua percepção sobre a mesma: “a história cultural,
tal como a entendemos, tem por principal objetivo identificar o modo como em diferentes
lugares e momentos uma determinada realidade social é construída, pensada, dada a ler.” (p.
17). Assim, para se trabalhar a história neste enfoque, é possível trilhar vários caminhos. Um
deles seria o que se utiliza das classificações e delimitações que de alguma forma dão uma
certa organização à apreensão do mundo social como categorias de percepção e de apreciação
do real por via da representação do grupo. Teria como variáveis as classes sociais ou os meios
intelectuais que seriam produzidos por modos estáveis e partilhados do grupo a que se refere.
Considera este autor, que as representações sociais construídas deste modo são
sempre determinadas pelos interesses dos grupos que as enunciam, ainda que tenham
pretensão de universalidade. Pelo fato de que estas percepções do social não são neutras,
tendem a ser vistas como meio de concorrências e competições entre grupos que pretendem
justificar as suas posições como sendo as mais viáveis, confiáveis ou criteriosas em relação a
outras.
As posições dogmáticas em relação a uma aparente separação e inconciliação
entre a objetividade das estruturas e a subjetividade das representações, considerando a
primeira como a reconstrução do real através de documentos seriados, quantificáveis e a
Segunda, que diz respeito a outro tipo de história das “ilusões do discurso”, mas distantes do
real, perpassaram por bastante tempo a história e outras ciências sociais, como a sociologia, a
etnologia, etc... A posição entre as abordagens estruturalistas privilegiando o foco das
posições e relações de classes e grupos, e as análises fenomenológicas que enfatizam o estudo
de comportamentos e valores de comunidades menores, e via de regra mais homogêneas,
estão sendo superadas, e o próprio Chartier (op. cit. p. 18-21) insiste que faz-se necessária a
ultrapassagem desta polarização, principalmente através da consideração de esquemas
geradores de classificações e percepções específicas de cada grupo ou meio, como
“verdadeiras instituições sociais, incorporando sob a forma de categorias mentais e de
representações coletivas as demarcações da própria organização social.” (p. 18).
Observa que é possível utilizar a noção de representação coletiva, no sentido que
permite conciliar o que Lucien Febvre denomina de “os materiais de idéias”, ou imagens
mentais claras como os esquemas interiorizados, as categorias que estão incorporadas e que
ao mesmo tempo são suas produtoras e geradoras. Continua informando que esta noção de
representação coletiva remete necessariamente à modelação de esquemas e categorias, não
para processos psicológicos, sejam eles singulares ou compartilhados, mas para as próprias
divisões do mundo social.
Jacques Le Goff afirmava a necessidade de que os estudos históricos se
interessassem pelo homem cotidiano e apontava como indicativo desta tendência o crescente
interesse pelo nível dos costumes. Sua orientação indica: “a necessidade de desenvolver os
métodos de uma história a partir de textos até então desprezados textos literários ou de
arquivos que atestem humildes realidades cotidianas os ‘etnotextos’.” (Le Goff, 1993:46).
Tem-se consciência de que estas fontes possuem limitações, mas elas contêm informações que
nem sempre se encontram nas fontes já consagradas pelos estudos acadêmicos. A afirmação
de Cecília Souza é esclarecedora:
“Para compreender o que a escola realizou... é preciso também apanhar a
maneira com que professores e alunos reconstruíram sua experiência... Em que
pese todas as críticas a seu subjetivismo, e sem isentá-los de outras, esses
documentos... muitas vezes são as únicas testemunhas de práticas e idéias pouco
notadas.” (1998: 310-311).
Cazuza é um destes textos, que aparentemente despretencioso, apresenta
entretanto, um manancial rico de informações sobre o cotidiano onde se desenrola o itinerário
escolar do autor. Foi escrito entre dezembro de 1936 e junho de 1937, segundo informação do
próprio autor. Relata entretanto acontecimentos que, pelo cruzamento com os seus dados
biográficos, devem ter ocorrido entre a última década do século XIX e o início do século XX.
A análise de obras literárias como fonte de história da educação já vem sendo
feito. As vidas de professores como elementos fundamentais para o estudo da sua formação,
têm sido enfocados por diversos autores em vários países, como se pode constatar nas obras
coletivas organizadas por Nóvoa (1988), (1991) e (1992). Tem-se percebido a necessidade de
organização e diversificação de fontes em pesquisas de História da Educação, como indicado
por Nunes (1992), e por Nunes e Carvalho (1993). Faz-se necessária a consideração de um
mesmo objeto de estudo sob a ótica de olhares diversos como observa Lopes (1986). As
fontes literárias assumem assim interesse e importância neste contexto, porque “como uma
destas fontes, a literatura torna-se um fértil campo de pesquisa para a ampliação da
compreensão crítico-social da historiografia educacional.” (SOUSA, 1999:181). Em estudos
anteriores, já se defendia a consideração de fontes memorialísticas de professores e alunos na
história da educação. (FERRO: 1997 e 1998).
Ao apresentar a obra Cazuza, o autor se utiliza de “mise-en-scène” que se criou
em torno do romance na Europa do século XIII, com o objetivo de criar um efeito de verdade
sobre o texto literário, como aponta Goulemot (1991), e que tem sido uma prática recorrente.
Apresenta-se a narrativa de textos supostamente encontrados acidentalmente em sótãos ou
velhos baús como cartas antigas, diários, velhos manuscritos, etc..., textos que são publicados
como se o autor não tivesse a intenção de escrever um romance, e que são apresentados como
se fossem “discurso expontâneo, como ato sob forma de discurso, produzido por um não
escritor, não destinado à publicação...” (p. 393).
Este romance, contém um relato da trajetória escolar de um menino, apresentando
três momentos distintos e subsequentes. O primeiro é o início da escolarização na pequena
escola da roça, dominada pela figura do velho professor autoritário, repressor e distante. O
segundo momento mostra a experiência da escola da vila onde a ênfase é dada às professoras
com formação para o magistério e um tratamento terno e amigo com os alunos. No terceiro
momento, a realidade do Colégio da capital com diversidade de professores e o
distanciamento do convívio familiar é a tônica. Nas três partes, vários aspectos são enfocados,
observando-se uma grande ênfase na realidade social de então, no cotidiano escolar, nas
relações escola-familia, nos valores a nortear a formação da juventude, na disciplina escolar e
métodos usados de controle do comportamento dos alunos.
A primeira escola, a do povoado, era um casebre de palha com biqueiras de telhas,
com a fachada pintada de cal. O seu interior resumia-se a um grande salão, de chão batido e
sem tijolos com casas de marimbondos no teto. O mobiliário era constituído pela mesa grande
do professor, um quadro negro suspenso por um cavalete de madeira, as mesas estreitas dos
alunos e os bancos em que se assentavam. Segundo o narrador, a sua decepção começara logo
que entrou. O ambiente que ele conhecera num dia de festa, enfeitado de bandeirinhas, flores
e ramos, apresentava-se como era, na realidade simples do cotidiano, com as paredes nuas cor
de barro e sem os adornos que lhe davam o ar festivo. Cazuza fica surpreso, meio “zonzo”,
duvidando se aquele era o lugar para onde tanto desejava ir, e sente-se assim:
“os meus olhinhos inquietos percorriam os cantos da sala, `a procura de
qualquer coisa que me consolasse. Nada. As paredes sem caiação, a mobília
polida de preto – tudo grave, sombrio e feio, como se a intenção ali fosse
entristecer a gente” (Cazuza, p. 28).
Na vila, o seu encantamento maior foi com a escola. No seu primeiro dia, ao
entrar naquele velho casarão, de salas amplas, construído há mais de cinquenta anos, “levado
pela mão de meu pai, senti no peito o coração bater jubilosamente.”(p. 75). A sua recepção
for lembrada positivamente. A diretora, “recebeu-me com o carinho com que se recebe um
filho”. (p. 75). Até os colegas – meninos e meninas – que presenciaram sua chegada, tiveram
uma postura amistosa: “olharam-me risonhamente, como se já tivessem brincado comigo”.
(idem).
Para o garoto, tudo era novidade agradável, e a comparação é feita
espontaneamente. A escolinha do povoado seria diferente da escola da vila como a noite do
dia. O menino, oriundo do rigor punitivo da primeira, com alunos tristes e professor
carrancudo, sentiu sua alma intensamente consolada.
Na terceira fase escolar, para o garoto do interior, o colégio da capital assumia
enormes proporções: “Era um casarão imenso, de escadaria afidalgada, com muitas janelas,
muitas salas e muitos quartos.” (p. 141). De fato, para os padrões da época era uma escola
grande, até porque atendia a alunos em regime de internato e externato. “O Timbira talvez
fosse o maior colégio da cidade. Cerca de cinquenta alunos internos e mais de duzentos
externos.” (p. 141), e oferecia o ensino primário e secundário. A acolhida no novo colégio foi
feita pelo próprio diretor que segundo o garoto, o recebeu “paternalmente”. O relato deste
momento chama a atenção para alguns aspectos. Primeiro a observação de que o diretor tivera
um comportamento paternal, o que sugere a idéia de que era este o comportamento desejável
para esta função social. Há uma mescla na relação família-escola no que se refere a
comportamentos esperados de agentes sociais destes dois grupos pai √ professor, mãe √
professora. Também a idéia contida na frase do diretor, de que a ida à escola significava a
aspiração de ser um “grande homem”. Como se a idéia de grande homem estivesse
intrinsecamente relacionada à aquisição de um certo nível de instrução e escolaridade.
Um terceiro aspecto é o impacto causado na sensibilidade de jovens e
adolescentes pela ruptura com a vida familiar e o ingresso no novo universo de internato
escolar. Muitas experiências deste tipo já foram relatadas em obras memorialistas. Vale a
pena mencionar que o Sérgio de O Ateneu fala de “ruptura com o aconchego placentário da
dieta caseira.” (p. 06).
O professor da escola da roça é apresentado como um homem já velho, de figura
austera com um visual de óculos escuros em contraste com o bigode branco, formando uma
combinação que o fazia parecer aos olhos das crianças como um figura sisuda, atemorizante,
sempre com um pigarro de asmático, o que contribuía para os alunos terem dele uma
impressão assustadora:
“Nunca lhe vi um sorisso no rosto. Vivia sempre zangado, com o ar de quem
está a ralhar com o mundo, cara amarrada, rugas na testa
Para as criancinhas do meu tamanho, representava o papel do lobisomem.
Tinhamos-lhe um medo louco.” (p. 19).
Um aspecto repetidamente focalizado é a questão do controle de comportamento
exercido de modo autoritário, arbitrário e utilizando castigos corporais, que também é referido
por Machado de Assis (1977), José Lins do Rego (1980), Érico Veríssimo (1994) e o já citado
Raul Pompéia. Nestas obras também se registram figuras de professores cujo estereótipo
lembram o João Ricardo, de Cazuza
Na vila, a professora era vista como muito simpática e cativante, viera da capital,
onde estudara e “aprendera a ensinar crianças” (p. 76). Há sugestão de que a professora
tivera formação específica para o magistério, o que naquela época era feita pelos cursos
normais. A impressão deixada no novo aluno foi muito positiva. Assim é feita a descrição:
“Havia nas suas maneiras suaves um quê de tanta ternura que nós, às vezzes a
julgávamos nossa mãe.
A sua voz era doce, dessas vozes que nunca se alteram e que mais doces se
tornam quando fazem alguma censura.” (Cazuza, p. 76)
Ao longo da narrativa de Cazuza, é facilmente perceptível a preocupação em
propagar alguma idéias, valores e ideais, no sentido de que seria necessária a sua assimilação
para uma boa formação de crianças e jovens. Esta orientação de inculcação do que era
recomendado pelos bons costumes e moral da época através da leitura já foi referida por
Bittencourt (1993). A formação de um modo de pensar, sentir e agir na nascente nação
republicana, a construção deste imaginário social, ou como fala José Murilo de Carvalho
(1990), esta “formação das almas”, fazia-se necessária. Viriato Corrêa assume esta postura, e
aqui se destaca e registra alguns destes posicionamentos que ele certamente contribuiu para
disseminar entre crianças e jovens brasileiros em sua produção literária.
A ideologia do valor do trabalho, que constrói a nação e torna os trabalhadores
iguais independente do prestígio e da posição que ocupa a sua atividade laboral. A
necessidade da escolarização e da consequente aplicação dos estudos para a sociedade
moderna, a importância da disseminação de idéias higienistas, a construção de uma sociedade
frterna, com superação de discriminação de raça, etnia, com convivência harmoniosa de
diferenças sociais e políticas, bem como o desenvolvimento de um sentimento de ufanismo
nacional e amor à Pátria, são valores insistentemente apresentados na obra, e mostram a
ideologia veiculada na formação do imaginário da república que estava ainda em processo de
consolidação.
O autor sugere a idéia de que aquela escola era um espaço social e racialmente
democrático onde o acesso e a convivência sem discriminação de raça e origem social e
financeira. Conviviam no mesmo ambiente escolar o filho do juiz de direito da cidade, um
dos homens mais importantes da vila e a filha da sua cozinheira, mãe solteira, negra “pretinha
como um tição”, e a mais inteligente e peralta da turma. Outro aluno filho do homem mais
rico da vila, também estudava com um dos mais pobres, filho de uma doçeira, que nas horas
de folga vivia vendendo pelas ruas os doces que a mãe fabricava, e que era um verdadeiro
líder entre os colegas. São informações interessantes sobre o modo de ser e agir daquela
comunidade interiorana, que leva à reflexão.
Um incidente de tratamento injusto aplicado por um aluno, filho do prefeito a um
colega pobre filho do carreiro, empregado do prefeito, mostra a intervenção da diretora numa
correção justa e isenta. Depois a professora conta à turma uma estória ressaltando o valor de
dois calçados: ”o sapato ferrado e a sandália de veludo”, e o final igual dos dois, numa
analogia ao valor das pessoas, independente da sua situação financeira. Fica na leitura a
indagação: havia realmente democracia? Ou era utopia, influenciada pelos ideais do narrador?
A idéia de valorização da Pátria é bem presente, e insistentemente posta à
reflexão. Em vários momentos é posta sobre ângulos diversos. A defesa diante dos conflitos
com outras nações, como o caso da Guerra do Paraguai, enaltecendo a figura do velho excombatente
voluntário (p. 114-122), mostrando que a defesa da Pátria deve ser feita até o
sacrifício da própria vida, no combate renhido, sem, entretanto, deixar de lado o sentimento
de humanidade, na compreensão do valor humano do adversário. Ao enfatizar o zelo pela
Pátria observa a necessidade de não desenvolver apenas o ufanismo vazio que se restringia ao
aspecto material, na exaltação dos elementos físicos do território brasileiro, como suas
grandezas, potencialidades e belezas, mas chama a atenção para o aspecto humanista da
consideração do valor do homem brasileiro, do seu trabalho e esforço na construção do país, a
formação do povo, sua cultura, os movimentos libertários, etc... (p. 152 a 157). Mostra que o
Brasil não é apenas a grandiosidade do seu território e as belezas naturais, mas enfoca as
carências, as diferenças regionais, a pobreza do povo, numa época em que só se exaltava o
que o país tem de positivo. (p. 171-174). Percebe-se o esforço no sentido de não apenas
desenvolver um orgulho estéril de ser brasileiro, mas a preocupação em firmar a idéia de que
cada um é responsável por participar como cidadão da construção da sua Pátria, como
indivíduo e ser social, numa atitude de cidadania consciente e atuante. “O verdadeiro
patriotismo é aquele que reconhece as coisas ruins do seu país e trabalha para melhorá-las.”
(p. 173).
Finalmente, é possível afirmar que obras como o romance Cazuza, têm o mérito
de tornar visível para a História da Educação, informações sobre homens e mulheres – e suas
vidas em sociedade – já tornadas quase imperceptíveis. Ainda que sobre elas pesem todas as
críticas a seu subjetivismo, idealização e anacronismo, estas obras didáticas ou paradidáticas
muitas vezes são testemunhas de idéias e práticas que já estão quase desapercebidas, por
serem a tal ponto corriqueiras, que passam a ser desvalorizadas, e por vezes desprezadas. Por
estes aspectos, reafirma-se a importância, validade e pertinência de obras literárias no resgate
destes indícios de representações sociais e consequentemente na construção da história da
educação brasileira.
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Quando o aluno se apaixona pelo professor
Eliana Camejo Comunicação Empresarial
Gostar do professor ou professora da escola é normal entre os adolescentes
e pré-adolescentes? Será que essa 'paixonite' pode acarretar problemas
para a vida escolar e pessoal do jovem?
O processo educativo pressupõe basicamente a relação professor - aluno,
pois é ela que dinamiza e dá sentido a este processo tornando-se o centro deste.
Esta relação pode se mostrar por vezes conflituosa, pois se baseia no convívio
de classes sociais, culturas, valores e objetivos diferentes.
Dada a intensidade desta relação alguns estudantes podem, por vezes, confundir
os sentimentos que se estabelecem. A paixão despertada pelos docentes
em pré - adolescentes e adolescentes é mais comum do que se pensa.
Segundo a orientadora educacional Sumaia Curço, do Colégio Farroupilha
em Porto Alegre (RS), para muitos alunos o professor representa uma figura
praticamente mítica, uma pessoa perfeita, ideal. Esse sentimento é normalmente
despertado pela beleza, charme, inteligência, cultura e situação de poder na qual
o professor se encontra. “É próprio desta fase da vida do aluno os sentimentos
muito intensos e eles acabam por transformar seus professores em príncipes
e princesas. Se trata de uma paixão idealizada ou amor platônico. Em muitos casos,
os adolescentes passam anos esperando pela realização desta paixão idealizada.
É uma fase de amadurecimento afetivo”, afirma a especialista.
Dependendo da intensidade, essa paixão pode estimular o aluno a se dedicar
mais a determinada disciplina ou ao contrário pode acarretar problemas
de concentração nas aulas. A fantasia que envolve esta relação e a dificuldade
de conversar sobre o assunto com outras pessoas aumenta a angustia do jovem.
A paixão por algum professor não representa riscos à vida dos alunos e dificilmente
poderá trazer conseqüências mais graves no futuro, destaca Sumaia Curço.
No entanto os pais devem estar sempre atentos ao comportamento dos filhos
e nestes casos o diálogo entre pais e filhos é imprescindível.
Psicologia: Ele se apaixonou por você. E agora?
Paixão de aluno pelo professor passa rápido,
mas tem de ser tratada com respeito e sensibilidade
Paola Gentile
Poucos escapam. Um belo dia entram na classe e vêem, em cima da mesa, um presentinho mais valioso que a costumeira maçã. Ou então, no meio da aula, notam o olhar cada vez mais comprido de um aluno. Algumas vezes acontece no fim do dia. O abraço de despedida da mais tímida da classe fica estranhamente apertado e demorado. Esse curioso comportamento tem um nome: paixão pelo professor.
Nas cabecinhas infantis, ela pode nascer de uma confusão de papéis, em que a professora e a mãe (ou o professor e o pai) se misturam. Para as crianças maiores, a admiração pelo mestre – que sempre é um modelo a ser seguido – pode mudar de forma e fazer bater mais forte aquele coração de estudante. Já os adolescentes e jovens adultos costumam deixar mais picante o carinho que dedicam aos professores ao temperá-lo com pitadas de sensualidade.
Histórias de amor entre alunos e professores costumam evaporar-se no ar sem deixar marcas. Mas, algumas vezes, podem ser intensas como uma paixão de novela. É quando se deve tomar cuidado: afetos exagerados trazem infelicidade para os alunos e geram constrangimentos para os professores. Veja nesta reportagem o que os especialistas recomendam para lidar com tais situações.
O primeiro amor
A professora Ana Cristina Croce Marra, da 1a série do Colégio São Luiz, em São Paulo, guarda em um caderno todos os bilhetes que recebeu em dezoito anos de magistério. Entre eles, destacam-se os que foram escritos no ano passado por Higor Caldas Marques, então com 7 anos. Higor era extremamente carinhoso. “Tudo era motivo para ele me elogiar, trazer presentes, mandar recados e me dar um beijo”, recorda-se Ana Cristina. Mesmo lisonjeada, ela controlou-se o ano inteiro para não dar mais atenção ao garoto do que aos outros colegas. “Tinha medo de dar preferência a ele e, com isso, acho que acabei exagerando e impedindo um pouco sua participação em sala de aula.” Reações como a de Ana Cristina não são incomuns. Muitos professores ficam em dúvida sobre a melhor maneira de agir (veja nesta página algumas dicas de especialistas de como enfrentar casos como esse).
Paixões infantis, como a de Higor, são bem conhecidas dos psicólogos. “Entre 3 e 5 anos de idade, a criança encontra-se na fase do conflito edipiano, época em que sente atração pelo progenitor do sexo oposto e passa a competir com o progenitor do mesmo sexo”, explica a psicóloga Lúcia Fuks. “Esses sentimentos podem acabar transferidos para o professor”, explica. A fantasia é tão intensa que muitas crianças chegam a chamar a professora de mãe. “Quando isso acontece, é melhor alertar o aluno que ele se confundiu, diferenciando os papéis de mãe e professora, em tom de brincadeira e com carinho”, aconselha a psicóloga educacional e consultora de escolas Simone Brites.
Para ajudar os alunos a canalizar esses sentimentos de uma forma menos conflituosa, o Colégio São Luiz tem um quadro onde os alunos fixam mensagens para seus professores. “Por ser exposto, todos expressam sua admiração de forma aberta”, afirma Cecília Colella, coordenadora pedagógica.
Cuidado com a vaidade
Se a relação professor-aluno tornar-se muito permissiva, o estudante pode interpretar como sedução. O professor fica envaidecido com o afeto e a paixão que o aluno lhe dedica, quer agradá-lo e não dá broncas na hora certa para não perder a admiração. “O bom educador tem de impor os limites e não deve ser íntimo dos alunos, pois nessa relação vale muito mais o vínculo afetivo com a classe, com elogios referentes ao desempenho do aluno em trabalhos didáticos e em sala de aula”, aconselha Tereza Rego, professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. A seguir, algumas dicas úteis:
• Dar atenção igual a todos os alunos, sem mostrar predileção por nenhum;
• Receber com naturalidade todas as manifestações de carinho;
• Caso o aluno começar a chamar o professor de “mãe” ou “pai”, alertá-lo que ele se confundiu;
• Atender às necessidades da criança sem tentar substituir a mãe;
• Prestar atenção nas mudanças de rendimento do aluno, seja para menos ou para mais;
• Evitar elogios pessoais, priorizando o desempenho;
• Não prolongar manifestações de carinho físico;
• Não alimentar ilusões, seja por palavras, seja por olhares, seja por gestos;
• Evitar encontros fora da escola;
• Quando a paixão surgir, levar o caso à psicóloga da escola ou à orientadora pedagógica;
• Ter em mente que a amizade professor-aluno nunca vai ser simétrica, ou seja, no mesmo nível.
A paixão impossível
A partir de 6 ou 7 anos até 12 ou 13, no período chamado de pré-adolescência, as crianças buscam outros modelos de identificação. É quando os professores jovens, sociáveis e com idéias diferentes chamam atenção.
Nádia Ramirez Starikoff, que há cinco anos leciona Ciências para o Ensino Fundamental, não sabia se Rodolfo*, 12 anos, queria aparecer para os colegas ou realmente tinha algum sentimento mais forte em relação a ela. O fato é que, durante a aula, o garoto levantava a mão e a convidava para sair, provocando risadas. Em particular, procurava-a na hora do recreio com o pretexto de esclarecer pontos da matéria. Depois de uma ou duas dúvidas, perguntva sobre sua vida pessoal, querendo saber o que ela fazia além de dar aulas, se era casada etc.
“Sempre respondi descontraidamente para não dar trela e evitar constrangimento”, afirma Nádia. Essa situação durou um ano, até que ela saiu do colégio e nunca mais viu o aluno. Os psicanalistas chamam esse período de latência, quando já existe uma certa atração (impossível de ser concretizada) que faz com que os meninos prestem atenção no corpo das professoras, já mostrando interesse sexual.
Mas as manifestações podem ser menos explícitas, como aconteceu com Juliana*, da 6a série do Colégio Madre Alix. Seu rendimento caiu, ela não fazia mais lição, estava avoada e sem interesse, o que foi percebido por todos os professores. Coube à orientadora pedagógica da escola descobrir o que estava acontecendo durante um encontro em sala de aula – esse bate-papo entre eles acontece com freqüência: as amigas acabaram contando que Juliana estava apaixonada pelo professor de Biologia, Edson Grandisoli.
“Para mim foi uma surpresa, pois nunca dei atenção especial a nenhuma aluna”, afirma Edson. Bastaram algumas dessas conversas em grupo, com a orientadora alertando sobre a diferença de idade e os problemas que esse sentimento poderia trazer, para o quadro mudar.
“Os tímidos não têm coragem de se expor, perdem muito tempo pensando nos professores e desviam a atenção do dia-a-dia”, explica Márcia de Fátima de Oliveira, psicóloga de crianças e adolescentes da Clínica do Amor e da Timidez.
Nesses casos, o professor deve redobrar a atenção para tudo o que não for normal no comportamento do aluno. Acontece também o contrário, quando eles querem agradar pelo lado intelectual, tornando-se bem-comportados e dedicados ao estudo. Nessa fase, todas as palavras e atitudes, seja com os tímidos, seja com os extrovertidos, devem ser bem medidas, para não alimentar ilusões e não dar margem ao aluno para achar que sua paixão está sendo correspondida. Márcia de Oliveira alerta que a orientação dos psicólogos da escola ou do coordenador pedagógico pode trazer bons resultados, sem provocar constrangimentos para nenhuma das partes.
Caso o professor queira conversar ele próprio com a aluna, deve evitar encontros fora da escola. “Um convite para sair pode ser interpretado como uma resposta positiva à paixão”, afirma a psicóloga Simone Brites. Durante a conversa, ele deve usar o bom senso para não magoar, mas precisa ser objetivo e firme, ressaltando a diferença de idade e até contando que já tem um outro relacionamento, se for o caso.
Diva Felipe Pedro, orientadora da Escola Caravelas, pede a seu corpo docente que tome cuidado com a aproximação física da criança, que é espontânea: “Nessa fase eles têm necessidade de tocar, abraçar, sentar no colo. O professor deve receber essas manifestações, mas não pode prolongar os atos para não confundir nem despertar atração física”, afirma. Ela ainda pede que a atenção maior aos alunos seja dada em sala de aula, mostrando entusiasmo e elogiando os avanços cognitivos. Segundo Ana Rita Silva Almeida, em seu livro A Emoção na Sala de Aula, as necessidades afetivas evoluem e as crianças tornam-se mais exigentes: “Passar afeto inclui não apenas beijar, abraçar, mas também conhecer, ouvir, conversar, admirar”.
* Os nomes dos alunos foram mudados.
O despertar do sexo
Se os alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental vêem seus professores como objetos de um amor platônico e etéreo, para os estudantes do Ensino Médio eles podem se transformar em desejáveis seres de carne e osso. Recentemente o Colégio Bandeirantes, de São Paulo, teve de lidar com dois desses casos de paixão. Carolina*, de 15 anos, procurava o professor de Matemática onde ele estivesse, mesmo em outras salas de aula, e dava beijos e abraços apertados na frente de todos. Mariana*, de 16 anos, estava perdidamente apaixonada pelo professor de Biologia. Nunca se abriu com ele, mas suas amigas compartilhavam seu sofrimento. Um dia deixou a timidez de lado e, em uma carta, jurou que ele “era tudo para ela” e, para namorá-lo, estava disposta a enfrentar o que fosse preciso.
Perplexos, os dois professores procuraram a orientadora pedagógica da escola, Mariângela de Azevedo Antunes. No primeiro caso, bastou uma conversa com a estudante, dizendo que a atitude dela estava incomodando o professor. “Ela alegou ser tudo brincadeira e nunca mais o procurou.”
A outra aluna resistiu mais tempo. Por um mês ela evitou Mariângela, que precisou usar as amigas da aluna para conseguir marcar uma conversa com Mariana. Finalmente, depois de uma reunião que lembrou uma sessão de terapia, conseguiu convencer a garota de que ela se apaixonara por um mito, um ideal que não existia.
“As conversas têm de ser respeitosas e os adolescentes, levados a sério, pois para eles seus sentimentos são reais e fortes”, adverte Mariângela.
A adolescência é marcada por mudanças corporais profundas, o que provoca uma grande confusão na cabeça dos jovens. “Há uma reciclagem da primeira infância”, explica Nicole Rebecca Levy Plapler, psicanalista e terapeuta de família. “E eles precisam se diferenciar dos pais para crescer.” Uma forma típica de promover tal reciclagem é idolatrar pessoas que tenham valores diferentes dos que receberam em casa. Ao mesmo tempo, eles não são críticos o suficiente para negar tudo o que aprenderam com a família. É muito comum um professor carismático ser o ídolo da turma e o queridinho das meninas. Alguns, percebendo essa força, tentam ocupar o lugar de conselheiro e ser amigos, o que pode confundir ainda mais esse quase adulto.
Um amor platônico pode também ser uma medida preventiva contra os “perigos” da maioridade. A psicóloga Simone Brites diz que é comum nessa fase o adolescente ter medo de encarar relações maduras: “O círculo de amizades exige que ele tenha um namoro, apesar de os pais esperarem que ele retarde essa experiência. Uma paixão impossível, nesse caso, livra-o de assumir um relacionamento frente aos colegas e aos pais.”
Nova Escola – Dezembro 1999
Veja qual é o limite da relação entre professor e aluno
Intimidade com o professor pode não ensinar nada, além de magoar
Publicado em 17/10/2007
Ao ingressar na universidade, alunos vindos do ensino médio logo percebem que as relações com seus novos professores será drasticamente diferente daquela vivida na escola. Entre sisudos e descolados, mais jovens ou mais velhos, espirituosos ou carrancudos, cada professor tem seu jeito de ensinar e interagir com seus alunos. Além disso, essa abordagem é afetada pelo próprio ambiente universitário, mais independente e onde os mestres não se preocuparão em tutelar seus pupilos da mesma forma que acontece no ensino médio. Nesse sentido, os professores podem parecer mais liberais e acessíveis ou mesmo dispostos a conversar sobre assuntos comuns com seus alunos e até acompanhá-los em ambientes sociais fora da classe. Nesse momento é que há uma dúvida: Até que ponto pode ir essa relação?
De acordo com duas especialistas nessa matéria, existe um certo limite na relação pessoal entre professores e alunos para não colocar em risco o objetivo primário dessa relação: o aprendizado. Claro que um ambiente mais descontraído, com um líder que sabe ouvir, ceder espaços e identificar dificuldades, tende a ser um lugar mais agradável para o estudo. Quando esse estágio é alcançado, há uma relação considerada por muitos como ideal e que contribui para todos: alunos e professores. Será que seu relacionamento com o professor e o dele com você é o ideal?
A professora de Psicologia da Unip (Universidade Paulista), Elizete Lupo, fala sobre a importância da ética na vida do professor. "Ter uma relação amigável é muito bom, ter uma relação de amigos não", adverte ela. Elizete é taxativa ao falar sobre a ética necessária para equilibrar essa relação. "Quem não entende as diferenças disso e se envolve com alunos, seja por uma amizade, uma paixão, ou qualquer outro motivo, falta com a ética", dispara ela.
Segundo Elizete, por causa dessa maior proximidade, alguns alunos podem criar uma paixão por professores. Muitas histórias assim acabam por temperar as conversas de corredor. Há que já tenha até sido protagonista de um sonho de amor com aquele ou aquela que te ensina, mostra experiência, serenidade e compreensão. Nesse caso, Elizete é enfática e não concorda com a permanência do suposto apaixonado ou apaixonada na mesma sala de aula que o amado. "Enquanto um for aluno e o outro professor, jamais o profissional pode se deixar levar por isso. A direção da escola ou faculdade tem que ser avisada e os dois devem ser separados de sala", aconselha.
Para a pedagoga graduada pela Universidade Santa Úrsula, do Rio de Janeiro, Sílvia Amaral de Mello Pinto, o limite ideal é um convívio praticamente profissional. "Quando você tem pontos em comum, a relação fica mais íntima. E nisso o professor pode tirar proveito para fazer o aluno se interessar mais no assunto, e não nele. Ouvir, conversar, dar risadas é uma coisa, levar um aluno para sua casa é completamente diferente", alerta ela.
Sílvia fala ainda sobre amizade e como ela pode influenciar o comportamento das pessoas e destruir os processos de avaliação. "Não quero ver quem gosto passar por uma dificuldade. Vou ajudar a sair dessa dificuldade. Alguém gostaria de ver um amigo reprovado, ter notas ruins e não poder fazer nada para ajudá-lo? É claro que não, e por isso não se pode misturar essas funções", declara Sílvia. Para ela, a relação entre aluno e professor deve ter uma dose sutil de intimidade. "O professor deve sim ser cortês, acessível e ter um olhar afetivo para com o aluno. Isso não quer dizer que necessariamente uma amizade seja necessária, pois isso é algo muito mais profundo", recomenda.
Para Sílvia, ser amigo de um aluno é correr o risco de perder algo primordial para um professor: a autoridade. "Nesse caso, o ambiente fica prejudicado. Um bom professor é democrático, motivador, mas não deixa de ser um líder. Se essa liderança for abalada por amizade, é sinal de que o limite foi ultrapassado", alerta. Já Elizete acrescenta. "Ser sociável, agradável e atencioso é muito bom, mas também é preciso ser cuidadoso, pois essas características podem parecer sedutoras para os alunos, que perdem o respeito pela imagem do professor", adverte ela.
Como não ser
Se por um lado a cordialidade pode gerar relações tortuosas, Sílvia diz que o contrário também não é a solução. Ou seja, ser um professor carrasco não ajuda em nada e pode criar problemas sem solução para o aluno. Ela trabalha numa clínica que atende casos como esse, de alunos que tem mau desempenho escolar por problemas supostamente psicológicos. "Muitas vezes o estudante nos diz que tem dificuldade e não consegue se expressar quanto a isso pela falta de espaço e de diálogo com professores". Ela diz que profissionais que agem dessa maneira podem criar até deficiências irreparáveis na saúde e no aprendizado dos alunos.
Elizete concorda e dá a receita. "Não se pode pensar como há alguns anos, que o professor é um chefe, que te diz as regras, você obedece, acata e não discute com medo de alguma repressão. É preciso ouvir e identificar dificuldades dos alunos e para isso não é preciso se apaixonar e nem seduzir, basta ser profissional, ou seja, explicar, fazer-se entender, tirar dúvidas e dar auxílio", finaliza.
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Mediunidade
A mediunidade é o nome atribuído a uma capacidade humana que permite uma comunicação entre homens e espíritos. Ela se manifestaria [1] independente de religiões, de forma mais ou menos intensa em todos os indivíduos. Porém, usualmente apenas aqueles que apresentam num grau mais perceptível são chamados médiuns[2].
Assim, um espírito que deseja comunicar-se entra em contato com a mente do médium e, por esse meio, se comunica oralmente (psicofonia), pela escrita (psicografia), ou ainda se faz visível ao médium (vidência). Allan Kardec, o codificador da Doutrina Espírita, descreve também fenômenos de ordem física, como batidas (tiptololigia), escrita direta (pneumatografia), voz direta (pneumatofonia), e ainda materializações ectoplasmáticas em que o espírito desencarnado se faz visível e até palpável aos presentes no ambiente onde ocorra o fenômeno. Outras formas de comunicação com os espíritos podem ser encontradas em O Livro dos Médiuns.
Portugal
Portugal, oficialmente República Portuguesa,[10][11] é um país localizado no sudoeste da Europa, cujo território se situa na zona ocidental da Península Ibérica e em arquipélagos no Atlântico Norte. Possui uma área total de 92.391 km²,[12] e é a nação mais ocidental do continente europeu. O território português é delimitado a Norte e a Leste por Espanha e a Sul e Oeste pelo Oceano Atlântico, e compreende a parte continental e as regiões autónomas: os arquipélagos dos Açores e da Madeira.
Durante os séculos XV e XVI, Portugal foi uma potência mundial económica, social e cultural, constituindo-se o primeiro e o mais duradouro império colonial de amplitude global.[13]
É hoje um país desenvolvido,[14] economicamente próspero, social e politicamente estável e com Índice de Desenvolvimento Humano elevado. Encontra-se entre os 20 países do mundo com melhor qualidade de vida,[15] apesar de o seu PIB per capita ser o menor entre os países da Europa Ocidental.
É membro das Nações Unidas e da União Europeia (na altura da sua adesão em 1986, CEE), e membro-fundador da NATO, da OCDE, da Zona Euro (da União Europeia) e da CPLP. Participa em diversas missões de manutenção de paz das Nações Unidas. Portugal é também um Estado-Membro do Espaço Schengen.
Consulado Geral de Portugal em São Paulo - SP
Rua Canadá, 324 - Jardim América
01436-000 - São Paulo – SP
tel: (11) 3084 1800
Fax: (11) 3085 5633
E-mail: mail@cgspl.dgaccp.pt
site: http://www.consuladoportugalsp.org.br
Conheça as exigências de visto e seguro saúde dos países europeus
Segundo informações da Comissão Européia de Turismo (CET), os cidadãos brasileiros não necessitam de visto para entrar em qualquer um dos países europeus integrantes do Espaço Schengen, quando estiverem se deslocando a turismo e por no máximo 90 dias. Os países integrantes do Espaço Schengen são: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Itália, Islândia, Luxemburgo, Noruega, Países Baixos, Portugal e Suécia.
Formalidades de entrada
A isenção de visto, no entanto, não exime os turistas brasileiros do cumprimento de algumas formalidades de entrada no Espaço Schengen, a saber:
- passaporte com validade superior a 6 (seis) meses;
- bilhete de viagem aérea (ida e volta) com permanência máxima de 90 dias;
- comprovante de alojamento; *
- seguro de saúde; *
- comprovante de meios financeiros para manter-se durante a estada*
* Estas obrigatoriedades variam de país para país.
Fica a critério das autoridades fronteiriças de cada país a exigência do cumprimento destas formalidades. Aos estrangeiros que não cumprem esses requisitos pode ser recusada/dificultada a entrada no Espaço Schengen.
PORTUGAL
Seguro de Saúde: não existe limite de cobertura pré-definido para o valor do seguro de saúde a ser apresentado quando da entrada no país. Os cidadãos brasileiros ou dependentes, se inscritos no INSS, não necessitam de seguro de saúde. Um acordo bilateral assegura o atendimento na rede pública em Portugal. Para usufruir deste benefício, antes da viagem, os interessados deverão procurar o Ministério da Saúde do Brasil (em São Paulo, na Av. Nove de Julho 611, 2º andar, conj. 202, telefone 11 – 3241 2197) munidos de cópias e originais dos seguintes documentos:
- passaporte (3 páginas iniciais)
- carteira de identidade (RG)
- passagem aérea
- comprovante de residência
- comprovante de inscrição no INSS (se for empregado: carteira de trabalho e nº de inscrição no INSS; se for autônomo: três últimas contribuições do carnê; se for aposentado: último extrato do INSS).
Em Portugal, caso necessite, o turista deverá providenciar a carteirinha para atendimento em qualquer serviço público de saúde no Departamento de Relações Internacionais e Segurança Social, levando a documentação emitida no Brasil, o passaporte e duas fotos 3x4. Em Lisboa fica na Rua Junqueira, 112.
Comprovante de meios financeiros: para entrar em Portugal, o cidadão brasileiro tem que comprovar possuir - 75 euros para cada entrada no país, e mais
- 40 euros por dia de permanência.
Estes montantes (em dinheiro, travelers cheques ou cartões de crédito internacionalmente aceitos) poderão ser dispensados, caso seja apresentado termo de responsabilidade emitido por um cidadão português ou por estrangeiro habilitado com título de residência, autorização de permanência, visto de trabalho, estudo, estada temporária, válidos, que garanta a alimentação e o alojamento do interessado durante a sua estada, sem prejuízo da possibilidade de recurso a outros meios de prova.
Demais países europeus
Para todos os outros países europeus que não integram o Espaço Schengen, o turista deverá consultar seus respectivos consulados para confirmar quais as formalidades de entrada.
Dúvidas e informações
Estas informações foram fornecidas pelas Embaixadas ou Consulados Gerais em São Paulo, em fevereiro/2005. Em caso de dúvida ou para mais informações, consultar Embaixadas ou Consulados de cada país.
Nove países integram a CET
A Comissão Européia de Turismo (CET) é uma organização sem fins lucrativos com sede em Bruxelas, na Bélgica. Fundada em 1948, a CET reúne 33 países com um objetivo em comum: promover a Europa e seus destinos turísticos por todo o mundo. Hoje, o grupo operacional da CET para a América Latina, tem nove países integrantes – Alemanha, Espanha, França, Grã-Bretanha, Irlanda, Itália, Polônia, Portugal e Suíça.
grata,
Gisele Corrêa
Realizaçao Viagens e Turismo
Av. Angelica, 501 -Terreo
Sao Paulo/SP
Fone: 55 11 2137-5300
Fax: 55 11 2137-5316
www.realizacao.com.br
5º FORRÓ DA LUA... NOVA
Dia 27/11/09 (sexta-feira), a partir das 21:00hrs
Um encontro de amigos apaixonados por forró...
E para aqueles que também querem se apaixonar.
No aconchego de um lar...
Em um local, privilegiado pela natureza (casa da Sônia).
Na Rua Ministro José Geraldo Alckmin, 2220 (quem vem da Av . Sto . Amaro, virar a esquerda na R. Bela Vista e seguir reto até o fim).
Participação: R$ 10,00 na entrada
(comes e bebes incluídos)
Para Maria da Graça
Valeu Marcelo!!!!
Agora, que chegaste à idade avançada de quinze anos, Maria da Graça, eu te dou este livro: Alice no País das Maravilhas.
Este livro é doido, Maria. Isto é: o sentido dele está em ti. Escuta: se não descobrires um sentido na loucura acabarás louca. Aprende, pois, logo de saída para a grande vida, a ler este livro como um simples manual do sentido evidente de todas as coisas, inclusive as loucas. Aprende isso a teu modo, pois te dou apenas umas poucas chaves entre milhares que abrem as portas da realidade. A realidade, Maria, é louca. Nem o Papa, ninguém no mundo, pode responder sem pestanejar à pergunta que Alice faz à gatinha: "Fala a verdade, Dinah, já comeste um morcego?" Não te espantes quando o mundo amanhecer irreconhecível. Para melhor ou pior, isso acontece muitas vezes por ano. "Quem sou eu no mundo?" Essa indagação perplexa é o lugar – comum de cada história de gente. Quantas vezes mais decifrares essa charada, tão entranhada em ti mesma como os teus ossos, mais forte ficarás. Não importa qual seja a resposta; o importante é dar ou inventar uma resposta. Ainda que seja mentira. A sozinhez (esquece essa palavra que inventei agora sem querer) é inevitável. Foi o que Alice falou no fundo do poço: "Estou tão cansada de estar aqui sozinha!" O importante é que ela conseguiu sair de lá, abrindo a porta. A porta do poço! Só as criaturas humanas (nem mesmo os grandes macacos e os cães amestrados) conseguem abrir uma porta bem fechada, e vice-versa, isto é, fechar uma porta bem aberta. Somos todos tão bobos, Maria. Praticamos uma ação trivial e temos a presunção petulante de esperar dela grandes conseqüências. Quando Alice comeu o bolo, e não cresceu de tamanho, ficou no maior dos espantos. Apesar de ser isso o que acontece, geralmente, às pessoas que comem bolo. Maria, há uma sabedoria social ou de bolso; nem toda sabedoria têm de ser grave. A gente vive errando em relação ao próximo e o jeito é pedir desculpas sete vezes por dia: "Oh, I beg your pardon!" Pois viver é falar de corda em casa de enforcado. Por isso te digo, para tua sabedoria de bolso: se gosta de gatos, experimenta o ponto de vista do rato. Foi o que o rato perguntou à Alice: "Gostarias de gatos se fosses eu?" Os homens vivem apostando corrida, Maria. Nos escritórios, nos negócios, na política, nacional e internacional, nos clubes, nos bares, nas artes, na literatura, até amigos, até irmãos, até marido e mulher, até namorados, todos vivem apostando corrida. São competições tão confusas, tão cheias de truques, tão desnecessárias, tão fingindo que não é, tão ridículas muitas vezes, por caminhos tão escondidos, que, quando os atletas chegam exaustos a um ponto, costumam perguntar: "A corrida terminou! mas quem ganhou ?" É bobice Maria da Graça, disputar uma corrida se a gente não irá saber quem venceu. Se tiveres de ir a algum lugar, não te preocupe a vaidade fatigante de ser a primeira a chegar. Se chegares sempre aonde quiseres, ganhaste.
Disse o ratinho: "Minha história é longa e triste!" Ouvirás isso milhares de vezes. Como ouvirás a terrível variante: "Minha vida daria um romance". Ora, como todas as vidas vividas até o fim são longas e tristes, e como todas as vidas dariam romances, pois o romance é só o jeito de contar uma vida, foge, polida mas energicamente, dos homens e das mulheres que suspiram e dizem: "Minha vida daria um romance!" Sobretudo dos homens. Uns chatos irremediáveis, Maria. Os milagres sempre acontecem na vida de cada um e na vida de todos. Mas, ao contrário do que se pensa, os melhores e mais fundos milagres não acontecem de repente, mas devagar, muito devagar. Quero dizer o seguinte: a palavra depressão cairá de moda mais cedo ou mais tarde. Como talvez seja mais tarde, prepara-te para a visita do monstro, e não te desesperes ao triste pensamento de Alice: "Devo estar diminuindo de novo". Em algum lugar há cogumelos que nos fazem crescer novamente. E escuta esta parábola perfeita: Alice tinha diminuído tanto de tamanho que tomou um camundongo por um hipopótamo. Isso acontece muito, Mariazinha. Mas não sejamos ingênuos, pois o contrário também acontece. E é um outro escritor inglês que nos fala mais ou menos assim: o camundongo que expulsamos ontem passou a ser hoje um terrível rinoceronte. É isso mesmo. A alma da gente é uma máquina complicada que produz durante a vida uma quantidade imensa de camundongos que parecem hipopótamos e de rinocerontes que parecem camundongos. O jeito é rir no caso da primeira confusão e ficar bem disposto para enfrentar o rinoceronte que entrou em nossos domínios disfarçado de camundongo. E como tomar o pequeno por grande e o grande por pequeno é sempre meio cômico, nunca devemos perder o bom humor.
Toda pessoa deve ter três caixas para guardar humor: uma caixa grande para o humor mais ou menos barato que a gente gasta na rua com os outros; uma caixa média para o humor que a gente precisa ter quando está sozinho, para perdoares a ti mesma, para rires de ti mesma; por fim, uma caixinha preciosa, muito escondida, para as grandes ocasiões. Chamo de grandes ocasiões os momentos perigosos em que estamos cheios de dor ou de vaidade, em que sofremos a tentação de achar que fracassamos ou triunfamos, em que nos sentimos umas drogas ou muito bacanas. Cuidado, Maria, com as grandes ocasiões. Por fim, mais uma palavra de bolso: às vezes uma pessoa se abandona de tal forma ao sofrimento, com uma tal complacência, que tem medo de não poder sair de lá. A dor também tem o seu feitiço, e este se vira contra o enfeitiçado. Por isso Alice, depois de ter chorado um lago, pensava: "Agora serei castigada, afogando-me em minhas próprias lágrimas".
Conclusão: a própria dor deve ter a sua medida: É feio, é imodesto, é vão, é perigoso ultrapassar a fronteira de nossa dor, Maria da Graça.
( Paulo Mendes Campos, Para Maria da Graça, in Para gostar de ler, crônicas, São Paulo, Ática, 1979, v.4, p.73-76.)
Agora, que chegaste à idade avançada de quinze anos, Maria da Graça, eu te dou este livro: Alice no País das Maravilhas.
Este livro é doido, Maria. Isto é: o sentido dele está em ti. Escuta: se não descobrires um sentido na loucura acabarás louca. Aprende, pois, logo de saída para a grande vida, a ler este livro como um simples manual do sentido evidente de todas as coisas, inclusive as loucas. Aprende isso a teu modo, pois te dou apenas umas poucas chaves entre milhares que abrem as portas da realidade. A realidade, Maria, é louca. Nem o Papa, ninguém no mundo, pode responder sem pestanejar à pergunta que Alice faz à gatinha: "Fala a verdade, Dinah, já comeste um morcego?" Não te espantes quando o mundo amanhecer irreconhecível. Para melhor ou pior, isso acontece muitas vezes por ano. "Quem sou eu no mundo?" Essa indagação perplexa é o lugar – comum de cada história de gente. Quantas vezes mais decifrares essa charada, tão entranhada em ti mesma como os teus ossos, mais forte ficarás. Não importa qual seja a resposta; o importante é dar ou inventar uma resposta. Ainda que seja mentira. A sozinhez (esquece essa palavra que inventei agora sem querer) é inevitável. Foi o que Alice falou no fundo do poço: "Estou tão cansada de estar aqui sozinha!" O importante é que ela conseguiu sair de lá, abrindo a porta. A porta do poço! Só as criaturas humanas (nem mesmo os grandes macacos e os cães amestrados) conseguem abrir uma porta bem fechada, e vice-versa, isto é, fechar uma porta bem aberta. Somos todos tão bobos, Maria. Praticamos uma ação trivial e temos a presunção petulante de esperar dela grandes conseqüências. Quando Alice comeu o bolo, e não cresceu de tamanho, ficou no maior dos espantos. Apesar de ser isso o que acontece, geralmente, às pessoas que comem bolo. Maria, há uma sabedoria social ou de bolso; nem toda sabedoria têm de ser grave. A gente vive errando em relação ao próximo e o jeito é pedir desculpas sete vezes por dia: "Oh, I beg your pardon!" Pois viver é falar de corda em casa de enforcado. Por isso te digo, para tua sabedoria de bolso: se gosta de gatos, experimenta o ponto de vista do rato. Foi o que o rato perguntou à Alice: "Gostarias de gatos se fosses eu?" Os homens vivem apostando corrida, Maria. Nos escritórios, nos negócios, na política, nacional e internacional, nos clubes, nos bares, nas artes, na literatura, até amigos, até irmãos, até marido e mulher, até namorados, todos vivem apostando corrida. São competições tão confusas, tão cheias de truques, tão desnecessárias, tão fingindo que não é, tão ridículas muitas vezes, por caminhos tão escondidos, que, quando os atletas chegam exaustos a um ponto, costumam perguntar: "A corrida terminou! mas quem ganhou ?" É bobice Maria da Graça, disputar uma corrida se a gente não irá saber quem venceu. Se tiveres de ir a algum lugar, não te preocupe a vaidade fatigante de ser a primeira a chegar. Se chegares sempre aonde quiseres, ganhaste.
Disse o ratinho: "Minha história é longa e triste!" Ouvirás isso milhares de vezes. Como ouvirás a terrível variante: "Minha vida daria um romance". Ora, como todas as vidas vividas até o fim são longas e tristes, e como todas as vidas dariam romances, pois o romance é só o jeito de contar uma vida, foge, polida mas energicamente, dos homens e das mulheres que suspiram e dizem: "Minha vida daria um romance!" Sobretudo dos homens. Uns chatos irremediáveis, Maria. Os milagres sempre acontecem na vida de cada um e na vida de todos. Mas, ao contrário do que se pensa, os melhores e mais fundos milagres não acontecem de repente, mas devagar, muito devagar. Quero dizer o seguinte: a palavra depressão cairá de moda mais cedo ou mais tarde. Como talvez seja mais tarde, prepara-te para a visita do monstro, e não te desesperes ao triste pensamento de Alice: "Devo estar diminuindo de novo". Em algum lugar há cogumelos que nos fazem crescer novamente. E escuta esta parábola perfeita: Alice tinha diminuído tanto de tamanho que tomou um camundongo por um hipopótamo. Isso acontece muito, Mariazinha. Mas não sejamos ingênuos, pois o contrário também acontece. E é um outro escritor inglês que nos fala mais ou menos assim: o camundongo que expulsamos ontem passou a ser hoje um terrível rinoceronte. É isso mesmo. A alma da gente é uma máquina complicada que produz durante a vida uma quantidade imensa de camundongos que parecem hipopótamos e de rinocerontes que parecem camundongos. O jeito é rir no caso da primeira confusão e ficar bem disposto para enfrentar o rinoceronte que entrou em nossos domínios disfarçado de camundongo. E como tomar o pequeno por grande e o grande por pequeno é sempre meio cômico, nunca devemos perder o bom humor.
Toda pessoa deve ter três caixas para guardar humor: uma caixa grande para o humor mais ou menos barato que a gente gasta na rua com os outros; uma caixa média para o humor que a gente precisa ter quando está sozinho, para perdoares a ti mesma, para rires de ti mesma; por fim, uma caixinha preciosa, muito escondida, para as grandes ocasiões. Chamo de grandes ocasiões os momentos perigosos em que estamos cheios de dor ou de vaidade, em que sofremos a tentação de achar que fracassamos ou triunfamos, em que nos sentimos umas drogas ou muito bacanas. Cuidado, Maria, com as grandes ocasiões. Por fim, mais uma palavra de bolso: às vezes uma pessoa se abandona de tal forma ao sofrimento, com uma tal complacência, que tem medo de não poder sair de lá. A dor também tem o seu feitiço, e este se vira contra o enfeitiçado. Por isso Alice, depois de ter chorado um lago, pensava: "Agora serei castigada, afogando-me em minhas próprias lágrimas".
Conclusão: a própria dor deve ter a sua medida: É feio, é imodesto, é vão, é perigoso ultrapassar a fronteira de nossa dor, Maria da Graça.
( Paulo Mendes Campos, Para Maria da Graça, in Para gostar de ler, crônicas, São Paulo, Ática, 1979, v.4, p.73-76.)
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