segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Flávio de Carvalho e a rua: experiência e performance


Flávio de Carvalho e a rua: experiência e performance
Zeca Ligiéro


Flávio de Carvalho no lançamento de seu Traje de Verão, em 1957
O artista Flávio de Carvalho (1899-1973) é um pioneiro no campo da performance. Embora nos últimos anos seus trabalhos artísticos e projetos arquitetônicos tenham recebido especial atenção em exibições, como nas bienais de São Paulo e em outras grandes exposições, suas performances (por ele chamadas experiências) não têm sido ainda devidamente levadas em conta. Ao contrário, elas têm sido consideradas frutos de suas idéias estapafúrdias,1 expressões de sua excentricidaal, ele lançava o seu traje de verão para o executivo dos trópicos em um desfile nas principais ruasde ou da sua necessidade de criar escândalos. Este artigo examina duas performances de Flávio de Carvalho realizadas na rua: em 1931, ao permanecer com um boné em uma procissão de Corpus Christi, em São Paulo, ele quase foi linchado quando procurava investigar qual seria a reação da massa de católicos; em 1956, vestido de uma ousada minissaia, meia arrastão e uma estranha blusa bufante como camisa soci do centro, chocando a paulicéia.
Flávio de Carvalho no lançamento de seu Traje de Verão, em 1957



Estas experiências apresentam características díspares, mas expõem as principais preocupações do vigoroso pensador e prolixo artista plástico e engenheiro. Nelas o autor se mostra simultaneamente em sintonia com os principais movimentos europeus de vanguarda e com a realidade encontrada no país tropical, após o seu retorno de um longo período de estudos no Velho Mundo, onde permanecera por aproximadamente dez anos, tendo concluído o seu curso de engenharia civil no Armstrong College, University of Durham (Inglaterra). Ele chegou ao Brasil alguns meses depois dos principais eventos da célebre Semana de Arte Moderna de 1922. Embora tenha se tornado amigo e colaborador de alguns dos principais líderes de 22, não foi influenciado diretamente pelo movimento, mas pelas mesmas idéias internacionais que inspiraram seus líderes brasileiros. Na Europa, ele havia entrado em contato com o Expressionismo, o Futurismo, o Dadaísmo, e conhecido pessoalmente os principais artistas do Surrealismo que estava eclodindo naquele momento.

Tanto nas ações de 1931 como nas de 1956, Flávio se mostra precursor de um tipo de performance interdisciplinar que, incorporando conceitos de psicologia, antropologia, artes plásticas e teatro, seria conceituada e vivenciada por um grande contingente de artistas a partir do final da década de 60. Flávio de Carvalho conduziu essas pesquisas sempre preocupado com uma resposta do público e para isso utilizou um critério bastante pessoal, que considerou científico. Embora tenha desenvolvido teorias próprias a respeito da experiência, utilizando complicadas teses baseadas nas teorias de Freud, Nietzsche e Darwin, nosso estudo não abordará tais questões e será focado na parte da experiência que concerne a performance e a dinâmica de seus elementos.

A Experiência número 2

No dia 7 de junho de 1931, Flávio de Carvalho performou a sua Experiência número 2. Ele nunca anunciou publicamente a sua Experiência número 1. O crítico Wilson Martins aponta uma outra experiência provocatória semelhante, à qual poderia corresponder uma primeira experiência, acontecida em 1618, na França. Jean de la Barre recusou-se a remover seu chapéu diante da passagem de um procissão católica e foi conseqüentemente torturado pelas autoridades locais.2 Flávio de Carvalho entretanto nunca confirmou se esta era de fato a Experiência número 1 a que deixou implícita.

A manchete no jornal O Estado de S. Paulo assim destacava a notícia sobre a performance de Flávio de Carvalho: NA PROCISSÃO, UMA EXPERIÊNCIA SOBRE A PSICOLOGIA DAS MULTIDÕES DA QUAL RESULTOU SÉRIO DISTÚRBIO, e detalhadamente descrevia o acontecimento.

Domingo, às 15 horas, quando desfilava pelas ruas do centro da cidade a procissão de Corpus Christi, um rapaz muito bem posto, que se achava na esquina da rua Direita e Praça do Patriarca, não se descobriu, conservando ostensivamente seu chapéu na cabeça.

Os crentes, que acompanhavam o cortejo, revoltaram-se com esta atitude e exigiram em altos brados que ele se descobrisse. Ele, no entanto, sorrindo para a turba, não tirou o chapéu, embora o clamor da multidão já se tivesse transformado em franca ameaça. Foi então que inúmeros populares tentaram linchá-lo, investindo contra ele. O rapaz pôs-se em fuga, ocultando-se na Leiteria Campo Bello, situada à rua São Bento, até onde foi perseguido pelos mais exaltados.

O sub-delegado de plantão na Polícia Central compareceu ao local, onde deu garantias ao moço, protegendo-o contra a ira do povo.

Na Polícia Central para onde foi conduzido, declarou a vítima da exaltação popular o engenheiro Flávio de Carvalho, de 31 anos de idade, residente à Praça Oswaldo Cruz, 1.

Nas suas declarações, disse que há tempos se vem dedicando a estudos sobre a psicologia das multidões e tem mesmo alguns trabalhos inéditos sobre a matéria. Para melhor orientação dos seus estudos, resolvera fazer uma experiência sobre a "capacidade agressiva de uma massa religiosa à resistência das forças das leis civis, ou determinar se a força da crença é maior do que a força da lei e do respeito à vida humana".3

Wilson Martins considerou que a Experiência número 2 estava relacionada com os debates da época sobre os esforços da Igreja Católica para recuperar o poder perdido pela nova constituição.4 É possível que a experiência de Flávio de Carvalho tenha alimentado algum debate sobre atitudes seculares e os contextos religiosos, entretanto, mais do que isso, ela revelou como o povo brasileiro estava possuído por um fanatismo religioso que sobrepujava mesmo os direitos de liberdade de crença religiosa. Entretanto, as intenções de Flávio de Carvalho estavam muito mais relacionadas com as questões da eficácia da performance do que a de um possível engajamento ou protesto político.

Embora o simples ato de não remover o chapéu (boné) naquele contexto poderia ser interpretado como uma implícita confrontação com o poder da Igreja Católica, esta não era a intenção de Flávio de Carvalho, como ele mesmo declarou na polícia. Ele estava esperando uma violenta reação da multidão quando ele planejou a sua experiência. Em outras palavras, preparou-se para fazer uma interferência, uma performance, concebendo o evento como tal. Escreveu um livro com o mesmo título da performance: Experiência número 2, no qual relata minuciosamente todas as etapas da sua ação.5

Contemplei por algum tempo este movimento estranho de fé colorida, quando me ocorreu a idéia de fazer uma experiência, desvendar a alma dos crentes; por meio de um reagente qualquer que permitisse estudar a reação nas fisionomias, nos gestos, no passo, no olhar, sentir enfim o pulso do ambiente, palpar fisicamente a emoção tempestuosa da alma coletiva, registrar o escoamento dessa emoção, provocar a revolta para ver alguma coisa inconsciente. Dei meia volta, subi rapidamente em direção da catedral, tomei um elétrico, e meia hora depois voltava munido de um boné.[E2, 8]

As intenções de envolvimento do público em sua ação antecipam as preocupações do Teatro ambientalista estudado por Richard Schechner a partir dos enviroments de Allan Kaprow.6 Flávio de Carvalho, em seu livro, também descreveu detalhadamente como atuou, preocupado com o seu relacionamento espacial, procurando uma melhor visibilidade para a sua figura no meio da rua:

Tomei logo a resolução de passar em revista o cortejo, conservando o meu chapéu na cabeça e andando em direção oposta a que ele seguia para melhor observar o efeito do meu ato ímpio na fisionomia dos crentes. A minha altura, acima do normal, me tornava mais visível, destacando a minha arrogância, e facilitando a tarefa de chamar atenção. A princípio me olhavam com espanto — me refiro à assistência, porque aqueles que eram da procissão se portavam diferentemente, eles eram os eleitos de deus, os escolhidos, e formavam uma massa em movimento lento, contrastando em qualidade com a assistência imóvel; eram, portanto, praticamente, o único movimento de todo o imenso percurso da procissão, e esta situação de movimento naturalmente exigia o monopólio da atenção geral, e uma presença perturbadora como era a minha deveria influir diretamente na procissão em movimento e na assistência.[E2, 9-10]

No começo as reações não eram exatamente como ele esperava, ele então tentou uma nova estratégia, procurando um efeito dramático, caminhando mais perto da procissão e flertando com algumas fiéis, uma manobra teatral de bastante efeito sem dúvida.

Uma delas, porém, destoou claramente das outras. Era uma moça alta, um tanto cheia, tinha o nariz arcado e segurava um estandarte. Ela se parecia mais com um sargento da cavalaria que com a filha da Virgem, seu olhar francamente agressivo me escrutava. Não podia ouvir o que ela dizia em voz baixa a sua companheira, mas os seus lábios pareciam proferir injúrias do mais baixo calão. Tenho certeza de que se estivesse ao seu alcance seria unhado e mordido sem reservas.[E2, 14]

Mas logo a multidão se enfureceu, abandonando o cortejo e partindo para uma ação agressiva contra ele, como ele próprio descreve:

Abri os meus braços num gesto patriarcal e patético expliquei com doçura: "eu sou um contra mil..." a agitação imediatamente cresceu e todos pareciam discutir indecisos entre si. Repeti novamente o que queria dizer. O barulho da discussão aumentou o volume. Fiquei parado sem saber o que fazer, temendo me retirar bruscamente porque sem dúvida seria esmagado e estraçalhado. [...] A massa tinha reagido pela emotividade ancestral, e não pelo raciocínio. [...] Olhei para as caras a minha frente, todas homicidas, vindicativas, revoltadas, todas em expectativas. [...] Um rumor de desagrado percorreu a multidão, "mata... pega..." gritou alguém. [...] Estava prestes a largar o verbo quando alguém grita "lincha!"; vejo uma parte da multidão que quer se precipitar sobre mim, mas é acidentalmente impedida pela confusão reinante.[E2, 18-24]

Flávio então teve a idéia de atravessar a procissão por dentro, como a única fuga possível, o que provocou um engarrafamento dentro do cortejo, e lhe permitiu escapar com vida adentrando em seguida em uma leiteria repleta de senhoras e crianças. Ele penetrou na cozinha e saiu pelo quintal fugindo para o teto de uma casa, aterrorizado, imaginando o seu fim ao ser dividido em postas, devorado pela multidão enfurecida. Felizmente a polícia chegou a tempo levando-o para a prisão, impedindo o trágico desenrolar dessa performance vital.

A polícia, quando acionada, esperava encontrar um terrorista, mas a impecável elegância de Flávio de Carvalho e o seu status de engenheiro fez com que ele e sua experiência fossem encarados de outra forma. Ele tinha escolhido a roupa perfeita, considerada por vários jornalistas como de excelente tecido e caimento. Ele tinha a consciência de que um gentleman seria melhor tratado do que um maltrapilho ou mesmo uma pessoa comum. Não era um mendigo ou um bêbado que estava se opondo a um ritual oficial, era um gentleman. Talvez por isso a polícia tenha chegado a tempo de protegê-lo, libertando-o após o seu depoimento.

A Experiência número 2, apesar de seus ingredientes anticlericais e de choque contra a burguesia, não pode ser considerada apenas como uma manifestação de ocasião, ligada a movimentos como o Futurismo ou Dadaísmo. Sem dúvida, ela incorporou deles uma abordagem de vanguarda ao estabelecer a rua como um espaço de confronto com o público, entretanto aqui estava em jogo não apenas um manifesto ou um protesto, mas uma experiência com a reação do público, inserindo-se, portanto, dentro de um contexto dos happenings e dos enviroments. Walter Zanini classificou a performance de Flávio de Carvalho de ação comportamental como prática psicológica e sociológica,7 atividade que se encaixa perfeitamente dentro das propostas lúdico-sensoriais da década de 60.



A Experiência número 3

Durante as décadas de 40 e 50 Flávio de Carvalho multiplicou suas atividades: visitou a América Latina, os Estados Unidos e a Europa várias vezes, encontrou os surrealistas como André Breton, Tristan Tzara entre outros e publicou suas entrevistas em importantes jornais brasileiros, trabalhou com escritores e artistas como Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Di Cavalcanti, exibiu seus quadros individualmente e participou com seus projetos de arquitetura em concursos internacionais. Entre os inúmeros interesses, a função da roupa e o seu lado prático e estético chamaram a sua atenção. Em 1957, mostrou a sua Experiência número 3, o que ele considerou a síntese de sua pesquisa em termos de um traje, um figurino, especialmente desenhado por ele.

A Experiência número 3 consistiu em um passeio pelo centro de São Paulo com uma roupa unissex, por ele concebida, pensando na elegância, comodidade e higiene do verão das grandes cidades. Ele criou este estilo de roupa por duas razões: primeiro, ele acreditava que era necessário criar uma moda unissex, como consequência do já existente nivelamento entre homens e mulheres; ambos deviam dividir o mesmo tipo de roupa.8 Segundo, ele acreditava que era necessário criar um tipo de roupa para executivo adequado para os trópicos. Ele estava convencido de que as roupas deles — ternos europeus de tecido de casimira inglesa ou brim — eram impróprios para o calor do verão, porque não tinham ventilação e eram portanto anti-higiênicos. Apesar da brutal diferença climática, a moda brasileira insistia em imitar o estilo dark europeu, adotando pesados casacos, chapéus de feltro, calças de lã e gravatas largas e compridas.

Assim Flávio de Carvalho criou um estilo de roupa com buracos na altura do sovaco que permitia a renovação do ar entre o corpo e o tecido e enquanto o movimento das pernas permitiam a renovação do ar entre a saia e as pernas.[T&s] O colarinho devia ser largo e não devia obstruir a circulação do sangue. Sua existência era apenas para psicologicamente favorecer a quem sofria de complexo de inferioridade.[T&s] As meias mais adequadas eram as do tipo arrastão que ele encontrou em uma loja de balé. Sua função era a de esconder as veias que certas pessoas têm.[T&s] A jaqueta bem aberta tanto na cintura como no colarinho permitia a circulação vertical do ar dentro da roupa. Para a sandália, como não teve tempo de pensar em nada exclusivo, adotou um modelo comum.

A inusitada roupa de Flávio de Carvalho provocou choque e muita controvérsia em São Paulo. Desta vez não era a Igreja nem a Polícia que se sentiam agredidas por suas performances, mas os homens em geral. Ele deixou a própria imprensa perplexa com a sua proposta. Alguns acreditaram que ele era um louco, outros que era um homossexual exibicionista. Ele desfilou pelas ruas pelo menos duas vezes, como atestam duas fotos apresentando modelos de blusa ligeiramente diferentes, e em uma, ele exibe um chapéu branco. Na primeira, Flávio de Carvalho é seguido por uma multidão de homens curiosos, incrédulos e fascinados pela elegância do performer, que apesar da saia e da meia arrastão, não demonstra nenhuma feminilidade em seu andar. Numa das fotos, Flávio, de braços dados com um solidário motorista ou cobrador de bonde, atravessa a rua descontraidamente, também seguido por um número de inquietos e curiosos homens. [v. foto p. 104]

Se a roupa de Flávio de Carvalho era realmente eficiente para o verão ninguém além dele pode saber com exatidão. Após o escândalo das suas aparições nas ruas, ele deu muitas palestras explicando a sua eficácia e a sua vantagem no mundo contemporâneo. Ele pregou a moda unissex, que dez anos depois, abalaria as velhas estruturas conservadoras. Os homens não chegaram a adotar saias, mas as mulheres por sua vez, passaram a usar as roupas masculinas. Além disso, as minissaias mostradas por ele, por coincidência ou não, tornaram-se a coqueluche dos anos 60.

Em 1967, o traje de verão criado por Flávio de Carvalho foi novamente tema de discussão no Seminário Tropical, ocorrido no Recife, que reuniu uma série de debates sobre sociologia, arte, saúde e roupa nos trópicos. Novamente, o traje de verão trouxe muitas polêmicas inconclusivas sobre a sua eficácia. Mas como foi usado na performance nunca foi discutido. Se Flávio de Carvalho queria saber a reação da pessoa comum da rua ou criar um novo escândalo ninguém pode saber ao certo. O que parece mais plausível é que ele estava preocupado em mostrar o seu trabalho artístico, o que consistia na exibição do seu próprio corpo num traje considerado apropriado para a média da temperatura do seu ambiente. Era importante sentir a roupa e sentir-se bem dentro dela. Assim, Flávio antecipa as discussões trazidas por Hélio Oiticica e seus Parangolés e outros artistas como Lygia Clark na década de 60 e 70. Não teria sido a própria discussão provocada por Flávio de Carvalho no final da década de 50 sobre a importância do trópico no vestir-se, comportar-se e performar-se influente no Movimento Tropicalista das décadas subseqüentes? Essa é uma questão para novas pesquisas.

Em suas performances, Flávio de Carvalho não estava tentando copiar ou representar ninguém. Poderíamos incluí-lo na categoria do auto-performer, ou do self-performer, uma vez que o material trabalhado pertencia exclusivamente ao próprio autor,9 ou considerá-lo como um artista vivenciando o seu próprio trabalho na forma de uma performance caminhante. Embora Flávio de Carvalho não tenha alcançado a sua meta de obter uma base científica para seu trabalho, nem ter sido reconhecido o valor científico das suas experiências, a importância das mesmas no campo do estudo da performance é enorme. Ele não fala em nenhum momento de teatro, mas suas experiências de rua estão bem próximas do Teatro Invisível de Augusto Boal ou do Teatro de Guerrilla norte-americano nas décadas subseqüentes. Suas experiências inauguraram no Brasil um novo campo de pesquisa criando as primeiras performances de vanguarda na rua e envolvendo em acontecimentos exclusivos distintas categorias do saber como a psicologia, a história da moda e a antropologia, e do criar como as artes plásticas, o teatro e a literatura.



Zeca Ligiéro, doutor no Estudo da Performance na NYU e professor do Programa de Pós-Graduação em Teatro da Uni-Rio.



1 MILLIET, Sérgio. Flávio de Carvalho in Flávio de Carvalho, catálogo da 17a. Bienal de São Paulo. São Paulo: 1983, p. 65.

2 MARTINS, Wilson. História da inteligência brasileira. São Paulo: USP, 1978, p. 500.

3 O Estado de S. Paulo. São Paulo, 9 de junho de 1931, p. 6.

4 MARTINS, Wilson, op. cit., p.500.

5 CARVALHO, Flávio de. Experiência número 2. São Paulo: Irmãos Carvalho, 1931. [Obra identificada no corpo do texto pela sigla E2 seguida pelo número da página]

6 Richard Schechner começou sua carreira de diretor usando as teorias desenvolvidas por Allan Kaprow, as quais não viam limite entre a arte, a música e o teatro. Baseando-se, por sua vez, nas teorias de Jonh Cage, Kaprow desenvolveu seus enviroments cujos visitantes tornaram-se parte integral das peças. Schechner aplicou o termo ambientalista para seu teatro porque o seu primeiro princípio cênico é criar e usar os espaços. Literalmente esferas de espaços, espaços que contém, ou envolvem e relacionam ou tocam todas as áreas onde a platéia e os performers atuam. Enviromental Theatre. New York: Randon House, 1995, p. 2.

7 ZANINI, Walter. Introdução a Flávio de Carvalho in Flávio de Carvalho, catálogo da 17a. Bienal de São Paulo. São Paulo: 1983, p. 3.

8 CARVALHO, Flávio de. Traje e trópico in Trópico & sociologia, pintura, jardim, estudos geográficos, saúde e indústria. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, p. 336. [Obra identificada no corpo do texto pela sigla T&s].

9 Michael KIRBY considera autoperformance como uma apresentação concebida e performada pela mesma pessoa e também se refere a aspectos autobiográficos dos seus trabalhos. An Introduction in The Drama Review. Auto-Performer Issue. NY: NYU, 1979, p.2.

Zeca Ligiéro

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