segunda-feira, 1 de março de 2010

Arte como libertação comportamental

"O surrealismo me fez ver que na vida há um caminho moral que o homem não pode se recusar a seguir”.
André Breton, 1924.


Movimento fundado em Zurique, na Suiça, por um grupo de artistas e intelectuais, durante a Primeira Guerra Mundial (1914 - 1918). Suas inquietações eram derivadas da desconfiança na ciência, na religião e na moral. O espetáculo hediondo da guerra e o irracionalismo tomaram conta da Europa e de todos os valores tradicionais que sustentavam essa civilização.

Vale lembrar que nesse momento, o pensamento do psicanalista Sigmund Freud trazia inovações ao revelar que muitos dos atos humanos não estão ligados ao encadeamento lógico. A ausência de controle exercido pela razão e o "automatismo psíquico puro" indicavam os novos rumos da arte.

O Manifesto Surrealista foi lançado em Paris, em 1924, por André Breton (1896-1970), um ex-participante do Dadaísmo, que rompera com Tristan Tzara. É importante salientar que o Surrealismo é um movimento de vanguarda iniciado no período entre guerras, ou seja, foi criado sobre as cinzas da Primeira Guerra e sobre a experiência acumulada de todos os outros movimentos.

Entretanto, suas origens estão mais próximas do Expressionismo e da sondagem do mundo interior, em busca do homem primitivo, da liberação do inconsciente e da valorização do sonho.. Este movimento foi significativamente influenciado pelas teses psicanalíticas de Sigmund Freud, que mostram a importância do inconsciente na criatividade do ser humano.

De acordo com Freud, o homem deve libertar sua mente da lógica imposta pelos padrões comportamentais e morais estabelecidos pela sociedade e dar vazão aos sonhos e as informações do inconsciente.

O pai da psicanálise, não segue os valores sociais da burguesia como, por exemplo, o status, a família e a pátria. Entre os principais precursores do surrealismo temos: Willian Blakem Odilon Redon, Hieronymos Bosch e até mesmo Goya. Os inspiradores diretos do movimento foram: Hegel, Apollinaire e principalmente Sigmund Freud. Isso mesmo, aquele da psicanálise. Entre os pintores são citados: Chagal, Max Ernest, Ives Tanguy, André Masson, René Magritte, Picasso, Joan Miró e a grande estrela desse movimento: Salvador Dali.

Pintores Surrealistas Raymond Georges Yves Tanguy (5 de janeiro de 1900 - 15 de janeiro de 1955) foi um pintor surrealista. Ele nasceu em Paris, França, filho de um capitão da marinha aposentado. Seus pais eram ambos de origem Breton.
René François Ghislain Magritte ou simplesmente Magritte, foi um dos surrealistas mais impressionantes que o planeta Terra teve o prazer de dar moradia. Novamente, tal qual fiz como Dalí, Ernst e Miró não farei um biografia, já o fizeram (salvo engano, Marcel Paquet no livro René Magritte - 1898/1967) . “Nenhum objeto é cristalizado com seu nome assim irrevogavelmente que se não pode encontrar outro que o serve para melhorar”.
Paul Delvaux foi um pintor nascido em Antheit, na Bélgica, em 1897 e falecido em Knokke no ano de 1994.

Guillaume Apollinaire (1880 - 1918) nasceu em Roma, Itália. Mas seria em Paris, França, que faria carreira como grande poeta e agitador cultural. Escreveu artigos, poemas, contos, romances eróticos e interessava-se bastante por pintura moderna. O interessante da arte surrealista é que, apesar de ter “nascido” na França, têm seus maiores expoentes espalhados pela Europa.

Joan Miró i Ferrà é um desses, nascido na Espanha, sua arte integra um seleto rol de artistas consagrados por ela. Suas obras, num primeiro olhar, são as que melhor se encaixam na idéia do total desapego aos pré-conceitos estéticos produzidos e consagrados até então.

Max Ernst Pode-se dizer que Ernst foi um dos primeiros pintores surrealistas propriamente dito.

Salvador Dalí Dalí, ele se intitulava a própria manifestação do surrealismo na Terra, dizia (tal qual o Rei Sol): “O surrealismo sou eu”. Dalí foi, salvo engano, o único surrealista que se propagandeava, ou seja, fazia um rebuliço para ser conhecido.
A vanguarda surrealista não era muito fã de Dalí, mas tinham que admitir sua genialidade.


Características do Surrealismo:

- valoriza a intervenção fantasiosa na realidade;

- ressalta o automatismo contra o domínio da consciência;

- as formas da realidade são completamente abandonadas;

- explorar o inconsciente, o sonho, a loucura;

- aproximar-se de tudo que fosse antagônico à lógica e estivesse fora do controle da consciência.

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