As salas são vazias. Esta exposição existe e está em cartaz no Centro Georges Pompidou, em Paris. Vazios, uma retrospectiva, nome da mostra, está dando assunto para os franceses, povo vocacionado para a polêmica.
A exposição tem nove vazios, nove salas do museu sem nada, e é uma retrospectiva reunindo artistas que se expressaram dessa forma conceitual nos últimos 50 anos, entre eles, John Cage e Stanley Braun. O Vazio, de Yves Klein, também foi um momento muito importante, um dos trabalhos mais famosos da história da arte. O pintor francês, até então famoso por suas telas em azul, radicalizou no ano de 1958 montando uma exposição vazia em uma galeria de Paris. No Brasil, recentemente, a Bienal de São Paulo deixou um andar sem obras e esse acabou sendo pichado.
Abrir uma exposição sem obras traz uma velha discussão dos limites ou dos não-limites da arte contemporânea. Eu gosto da provocação do Brasil, não é a minha formatação de exposição preferida, mas me agrada o que ela questiona, acaba inquietando o público, levantando perguntas de difícil resposta.
Qual é o papel de uma exposição? Qual o papel da arquitetura, da estrutura das salas, do local de uma exposição e como ela influencia numa obra de arte?
E hoje à noite, em Porto Alegre, será aberta para convidados uma exposição que não terá nada de vazio. O Corpo Humano, no Barra Shopping Sul. Amanhã será aberta ao público. O preço do ingresso é um pouco salgado, mas vale, vale muito a visita!
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