quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Advogado diz que iraniana foi torturada antes de confessar crime
LONDRES (AFP) - O advogado da iraniana condenada à morte por apedrejamento por adultério afirmou a um jornal britânico que sua cliente foi agredida violentamente e torturada para que aceitasse admitir a culpa na televisão iranaiana.
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Em uma entrevista exibida na noite de quarta-feira no Irã, em um programa político que denunciou a "propaganda dos meios de comunicação ocidentais", uma mulher apresentada como Sakineh Mohamadi Ashtiani, 43 anos, afirmou que um homem com o qual tinha uma relação propôs a morte de seu marido, e que ela permitiu que ele cometesse o crime na sua presença.
A mulher, que falava em azeri (dialeto turco) e que teve as palavras traduzidas ao persa, estava coberta por um xador negro que permitia ver apenas o nariz e um dos olhos.
"Ela foi agredida violentamente e torturada até aceitar aparecer diante das câmeras", afirmou Hutan Kian, advogado da mulher, em uma entrevista publicada no site do jornal britânico The Guardian.
Sakineh Mohamadi Ashtiani foi condenada em 2006 por ter mantido "relações ilegais" com dois homens depois da morte do marido. A sentença de apedrejamento provocou uma onda de indignação em todo o mundo e foi suspensa temporariamente pelo ministro da Justiça, Sadeq Larijani.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ofereceu a possibilidade de recebê-la como refugiada no Brasil.
O advogado manifestou o temor de que o governo iraniano execute a cliente, que teve a penas transformada em morte por enforcamento no mês passado.
Na semana passada, um alto funcionário judicial iraniano, Mossadegh Kahnemui, afirmou que Sakineh, "além de duplo adultério, também foi considerada culpada de complô para matar o marido".
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