sexta-feira, 13 de agosto de 2010

“Um dia, talvez, o século seja deleuziano.”


Esta frase de Foucault mostra bem a importância de Gilles Deleuze (1925-1995), uma das figuras mais controversas e sedutoras da filosofia contemporânea. Gênio ardiloso ou inocente trapaceiro, qual é a singularidade deste filósofo excêntrico, cujo pensamento, para muitos, é sinônimo dos acontecimentos de Maio de 1968?

Opositor vigoroso dos que declaram a morte da filosofia, Deleuze mostrou em toda sua obra o que ela pode ainda oferecer e levou ao extremo o caráter mais clássico desta, seu espírito de sistema, definindo, entre a ciência e a filosofia, as condições de uma nova aliança que tivesse os traços de uma filosofia da Natureza.

Para Deleuze, a relação da filosofia com as formas não-filosóficas do pensamento – a arte e a ciência – deve ser de fundamental igualdade. A arte, a ciência e a filosofia são formas de saber diferentes mas de igual valor. Ao destacar a potência de conhecimento da criação artística, Deleuze reverte a posição tradicional da filosofia que reservava à arte um papel secundário dentro do sistema da cultura.

Este livro de Gualandi, na perspectiva do modo sistemático de Deleuze de unir uma filosofia “igualitária” do Pensamento-Cultura a uma filosofia “unívoca” do Ser-Natureza, explica os conceitos do filósofo francês (intensidade, sínteses, séries, corpos sem órgãos, dobra, eterno retorno do diferente, etc.) em sua novidade e ligados à grande tradição ocidental.

Aparece então uma imagem quase clássica do autor de Diferença e repetição, Nietzsche e a filosofia, O Anti-Édipo e Lógica do sentido.




Sobre Deleuze

“Um dia, talvez, o século seja deleuziano.”
Michel Foucault

“Mas realmente produziram algo novo aqueles que, justamente, não seguiram as auto-estradas: Gilles Deleuze, por exemplo. Ele se desprendeu da história tradicional da filosofia, das ciências humanas, da epistemologia: exemplo excelente do movimento dinâmico de um pensamento livre e inventivo.”
Michel Serres

“Sim, Deleuze terá sido nosso grande físico, ele terá contemplado para nós o fogo das estrelas, sondado o caos, tomado medida da vida inorgânica, imergido nossas magras trajetórias dentro da imensidade do virtual. Ele terá sido aquele que não suporta a idéia de que ‘o grande Pã está morto’.”
Alain Badiou




http://www.arq.ufsc.br/esteticadaarquitetura/deleuze_e_a_educacao_parte_um.pdf

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