quinta-feira, 24 de junho de 2010

Famílias têm despesas maiores conforme escolaridade, diz IBGE

Ana Okada
Em São Paulo
Atualizado às 15h56

Quanto maior o tempo de estudos de um dos membros da família, maior é a despesa média mensal dos brasileiros. Entre 2008 e 2009, enquanto famílias em que o responsável tinha menos de um ano de escolaridade contavam com despesa média mensal de R$ 1.403,42, famílias com 11 anos de estudos tinham despesa triplicada (R$ 4.314,92).

Os dados foram divulgados na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008/2009, divulgada nesta quarta-feira (23) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O TEMPO DE ESTUDO E O PODER DE CONSUMO

A alta escolaridade de outros membros da família também aumenta as despesas mensais nos lares brasileiros. A despesa de famílias com mais de um membro com nível superior completo e incompleto (R$ 8.117,27) é quase quatro vezes (390%) maior do que as de famílias sem membros com graduação, que têm despesa média de R$ 1.659,99.

Segundo a POF realizada entre 2002 e 2003, no entanto, a diferença entre famílias com e sem membros no ensino superior era ainda maior, com 430%.

Entre 2008 e 2009, o percentual de famílias que não possuíam pessoas com nível de instrução superior completo ou incompleto também diminuiu em relação à POF 2002/2003: foi de 84% para 76%.
Gasto com educação

A pesquisa revela que o gasto dos brasileiros com educação entre 2008 e 2009 diminuiu 1,1 ponto percentual em relação a 2002/2003: foi de 4,1% para 3%.

O número, porém, é maior do que o da pesquisa feita entre 1974 e 1975: naquele período, as famílias gastavam 2,3% de sua renda com educação.

* Um terço passa fome "às vezes" ou "normalmente"
* Gasto de rico com comida é seis vezes maior
* Despesa média no Sudeste é quase o dobro da do Nordeste
* Homens e brancos consomem mais que mulheres e negros
* 75% têm dificuldade de esticar o salário até o fim do mês
* Brasileiro gasta menos com comida e mais com saúde
* Entenda como é feita a Pesquisa de Orçamentos Familiares

Comida e saúde

O estudo também mostra que o peso da comida nas despesas mensais do brasileiro sofreu um tombo nos últimos 34 anos, enquanto os gastos com saúde e transporte deram um salto.

Em 1974/1975, a participação da comida (dentro e fora de casa) era de 33,9% das despesas de consumo. Em 2008/2009, caiu para 19,8%. No sentido contrário, saúde pesava 4,2% em 1975, e passou a 7,2% em 2008/2009 (uma alta de 71%). Transporte pulou de 11,6% para 19,6% (elevação de 69%).

Com alimentação, o valor mensal médio gasto em 2008/2009 foi de R$ 421,72, enquanto habitação custou R$ 765,89, e saúde (incluindo remédios e planos de assistência) ficou em R$ 153,81.
Sobre a POF

Segundo o IBGE, a pesquisa visa principalmente mensurar as estruturas de consumo, dos gastos, dos rendimentos e parte da variação patrimonial das famílias.

A ideia é estudar a composição dos gastos das famílias segundo as classes de rendimentos, as disparidades regionais, as áreas urbana e rural, a extensão do endividamento familiar, a difusão e o volume das transferências entre as diferentes classes de renda e a dimensão do mercado consumidor para grupos de produtos e serviços.

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