terça-feira, 29 de junho de 2010

FILOSOFIA E PEDAGOGIA: ANALISANDO CONTOS DE FADAS E ESTIMULANDO O SENSO CRÍTICO



Nádia Bertrand Ferreira1

Resumo

O artigo pretende realizar uma análise crítica sobre o conto de fadas dos irmãos Grimm, “Branca de Neve e os Sete Anões”. Os contos de fadas, utilizados há tempos para a leitura com as crianças, são constituídos de mensagens subliminares e ideologias que só podem ser notadas a partir de uma leitura minuciosa e uma análise reflexiva. Na filosofia encontramos uma ferramenta capaz de auxiliar-nos a decodificar essas mensagens, que é a hermenêutica. Através dessa leitura crítica sobre os conteúdos infantis, e a partir da decodificação das mensagens, poderemos nos apropriar dos contos de fadas como uma potente ferramenta educacional, unindo, assim a filosofia com a educação.

1. Considerações iniciais

Unir a Filosofia com a Pedagogia nem sempre é uma tarefa fácil, apesar de serem tão imprescindíveis uma à outra. A Pedagogia tem por base a filosofia, mas na prática é um tanto difícil notar essa ligação nas escolas, tanto da parte dos alunos como dos próprios professores. É normal ouvirmos o discurso de que na universidade tem muita teoria, muita utopia, e que quando se entra em uma sala de aula tudo é diferente, e nota-se que é praticamente impossível praticar o que estudamos tanto. Até mesmo alguns professores nos questionam, quando chega a época dos estágios, em como iremos colocar em prática nosso embasamento teórico, como se duvidassem. Ao citarmos alguns autores em nossa proposta de estágio, eles perguntam como conseguiremos formar alunos críticos e reflexivos, conforme nossas citações. Eles querem saber como conseguiremos fazer isso em praticamente um mês de estágio, e se não conseguirmos provar isso através de atividades práticas, o trabalho não é aprovado.

1 Graduanda do curso de Pedagogia pela Universidade Federal de Santa Maria email: nadinhab@yahoo.com.br

Através da própria filosofia sabemos que não é possível formar alunos críticos e reflexivos com algumas atividades didáticas, por mais que sejam bem elaboradas. O professor não tem o poder de mudar o pensamento dos alunos em um mês, ou em um ano. O que ele faz é ensinar o exercício da criticidade durante todas as aulas, todas as disciplinas. E ele não irá impor que seus alunos sejam reflexivos em sua aula, não irá cobrar isso em uma avaliação. Isso se dará principalmente com o exemplo do professor. Eles irão aprender através da forma com que o professor explica um conteúdo, que deve ser seguida de perguntas e questionamentos, proporcionando que os conhecimentos sejam descobertos, e não apenas apresentados. Assim como afirma Freire (1996), “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua produção ou sua construção”. (FREIRE, 1996, pág. 22)
Sendo assim, o que propomos é uma análise sobre um conto de fadas muito popular entre as crianças, e que faz parte do cotidiano escolar através da estampa de imagens em mochilas, cadernos, agendas, etc. Iremos refletir sobre a história de “Branca de Neve e os sete anões”. A análise que será realizada será do ponto de vista adulto, e não infantil, pois pensamos que primeiro o professor deve analisar as imagens com sua visão, refletindo e criticando, para depois lançar esse desafio aos alunos. Se o professor se acostumar a realizar essas análises constantemente, ficará mais fácil manter essa postura crítica em sala de aula. Baseamo-nos na citação de Freire, que diz:
É neste sentido que ensinar não é transferir conhecimentos, conteúdos nem formar é ação pela qual um sujeito criador dá forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado. Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. (FREIRE, 1996, pág. 23)
As análises sobre o conto são pessoais, realizadas pela autora, a história da Branca de Neve foi retirada de seu livro original, de autoria dos irmãos Grimm.
1. Analisando o conto “branca de neve”
A partir do título da história já podemos realizar uma reflexão em torno do nome da personagem principal, pois reconhecemos que se trata de uma pessoa branca, e assim, mais uma vez o negro fica de fora do papel principal dos contos de fada. O texto começa com a frase “Uma vez, há muito, muito tempo”, indicando um tempo mítico que não pode ser determinado. A primeira personagem a aparecer é a mãe de Branca de Neve, uma rainha, nobre e bela. (GRIMM,1986) Aqui encontramos aspectos para realizar um questionamento sobre os estereótipos sempre presentes nos contos de fada. Por que as personagens principais sempre são belas e nobres? É difícil encontrar um conto que não trate sobre a vida de rainhas, princesas e príncipes, sendo que a vida nobre torna-se o centro dessas histórias.
Prosseguindo no texto, a rainha aparece bordando, ou seja, realizando um dos trabalhos da mulher, e ao observar os flocos de neve caindo do céu, deseja ter uma filha tão branca como a neve. Um tempo depois, seu desejo é realizado, mas como já é de praxe nos contos de fada, a mãe morre após o parto, deixando o pai livre para buscar outra esposa, a terrível madrasta. Acontece que esta madrasta era possuidora de grande beleza, e o que ela tinha de terrível era seu orgulho e seu narcisismo.
A trama da história é baseada na briga entre a nova rainha e a Branca de Neve, pois a madrasta é invejosa e ciumenta, e não admite que exista pessoa mais bonita que ela no reino. Fazendo uma análise sobre a moral do texto, pensamos sobre a escolha desse tema, que envolve a beleza e a inveja. O que levou o autor a utilizar esses aspectos tão polêmicos? Por que tratar desses temas na infância? Acreditamos que seja proveitoso utilizar esse conto para trabalhar essas ideologias com as crianças, mas observamos que hoje em dia está ocorrendo exatamente o contrário, pois quando a mídia satura a mente infantil com as imagens das princesas lindas e perfeitas, e quando os contos de fadas são trabalhados superficialmente, os estereótipos e os padrões de beleza tornam-se mais importantes que a moral em si.
Porém, em uma análise mais aprofundada do conto, buscando a moral subjacente, podemos observar alguns aspectos ainda não discutidos. A começar pelo desejo somente da mãe de ter uma filha, pois o texto não menciona que o rei queria ter uma filha também, o que leva-nos a pensar que Branca de Neve não foi bem aceita pelo pai, justificando seu total desinteresse em procurar sua filha quando ela desapareceu na floresta.
É interessante notar também que o narrador defende sempre a personagem principal no texto, desprezando a madrasta através de frases como: “Sua inveja e seus ciúmes desenvolviam-se qual erva daninha, não lhe dando mais sossego, nem de dia, nem de noite”,
ou “A pérfida rainha”. E notamos que o narrador trata a Branca de Neve como “a pobre menina” e “tão linda e meiga”, fazendo, assim, com que o leitor sinta pena e defenda a personagem principal. Ainda quanto ao autor, observamos a forma com que ele denomina as personagens. A madrasta, por exemplo, começa sendo uma “princesa de grande beleza” e logo depois é chamada de rainha. Quando ela passa a cometer maldades, é chamada de madrasta, velha, bruxa e até de “horrível mulher”, sendo que no começo da história ela uma linda princesa. É interessante analisar que quando a madrasta vai encontrar a Branca de Neve pela primeira vez, a fim de matá-la, ela disfarça-se de “velha vendedora de quinquilharias”, o que leva-nos a questionar o motivo dessa escolha. Por que disfarçar-se de velha? Será que uma pessoa idosa conseguiria andar tantos quilômetros até chegar à casa dos anões? Talvez os contos de fadas que começaram a passar a imagem às crianças de que os velhos assustam, e talvez isso incentivou aquela história de “cuidado com o velho do saco”. Quando a madrasta comete atos maus, nunca é chamada pelo narrador de rainha, mas sim de velha, bruxa, pérfida, etc. Isso pode ocorrer pelo fato de ser difícil no imaginário social pensar em uma mulher bonita cometendo atos terríveis. É mais fácil sentir ódio de uma pessoa “feia”, e esse estereótipo é passado desde cedo às crianças.
Se observarmos o conto de uma posição diferente, deixando de lado a opinião do narrador, iremos encontrar alguns defeitos na Branca de Neve não apresentados no texto. Em primeiro lugar, a personagem é tão linda que chega a aborrecer! É difícil alguma criança sentir-se tão bela quanto à Branca de Neve, pois sua beleza parece ser intocável, já que era “tão linda quanto à luz do dia”, e também era considerada “magnífica” pelos sete anões. A princesa também demonstra ser teimosa e desleal ao abrir a porta todas as vezes que a madrasta aparece, sendo que tinha feito uma promessa aos anões de nunca atender a estranhos. Outro defeito de Branca de Neve é sua tendência em ser consumista, pois toda vez que aparece alguém em sua porta oferecendo algo para vender, ela não resiste, e abre a porta para dar uma “espiadinha”. Na primeira tentativa da madrasta, ela oferece à princesa “um cinto de cetim cor de rosa, todo recamado de seda multicor”, e na segunda tentativa, “um pente cravejado de pérolas e digno de uma princesa”, sendo que a vaidade de Branca de Neve a impulsiona a comprar. Provavelmente a compra foi feita com o dinheiro dos anões, pois em nenhum momento o texto menciona que a princesa possuía algum dinheiro. Ou, ainda pior, Branca de Neve poderia ter roubado o dinheiro dos anões, já que não se mostra que eles deram permissão para ela comprar alguma coisa. Aqui já se percebe que a Branca de Neve já não é mais a “pobrezinha” que o narrador tanto defende.
Indo mais a fundo no conto, podemos ver uma ligação bem subliminar da história com a bíblia, através de alguns momentos da trama. Primeiro pela clássica luta entre o bem e o mal, que é o início de toda a história bíblica, e geralmente é o tema dos contos infantis. Em segundo lugar pela predominância dos números sete e três. Sete é o número sagrado, representado pelos dias da semana e utilizado em muitas histórias da bíblia. Três foi o número de vezes que satanás tentou Jesus antes de morrer, assim como a bruxa fez com Branca de Neve. O texto traz que a menina, ao ir deitar-se na casa dos anões, fez uma oração e “encomendou-se a Deus” antes de dormir. O ponto forte de ligação com a bíblia é no momento da tentação com a maçã, levando a princesa à perdição. Na bíblia Eva foi tentada pela serpente a comer a maçã, e ao ceder acabou arruinando sua vida e toda a humanidade.
Alguns elementos ainda merecem especial atenção na história, que são: a maçã, o espelho e os anões. A maçã é um objeto intrigante no conto, pois é o que leva Branca de Neve à morte, é o utensílio que mais atrai a princesa. Diz-nos o texto que a madrasta levou vários dias consultando todos os livros de bruxaria e pesquisando sobre uma tentação fatal. E por que a escolha da maçã? O que a maçã representa? No Jardim do Éden a maçã simbolizava o conhecimento e a imortalidade, e será que na atualidade essa figura possui o mesmo significa.
Observando a figura da maçã, notamos que ela lembra-nos o formato de um coração, e seu vermelho intenso remete à paixão, ao amor. Por ser a maçã o fruto do pecado, torna-se símbolo da tentação, da sedução. Sendo assim, Branca de Neve, ao ceder à maçã, está também demonstrando sua fraqueza aos pecados, às tentações? Está ela liberando alguns desejos íntimos?
A figura do espelho na vida da rainha narcisista é também muito intrigante, pois deve haver alguma mensagem subliminar nessa relação. A rainha confia inteiramente no espelho, e ele por sua vez só fala a verdade. Por que existe essa confiança tão forte, e essa necessidade de aprovação? Pode ser que o espelho represente o papel do homem na vida da mulher, ou talvez ele seja o próprio ego feminino.
É questionável no texto a imagem dos sete anões. Por que Branca de Neve foi deparar-se em uma casa de anões? Por que não de pessoas de tamanho normal? Seria um pouco malicioso, e talvez inaceitável para o público infantil o conto de fadas “Branca de Neve e os sete homens”. Os anões são homens normais, mas talvez a baixa estatura classifica-os como inocentes para o público. Porém através de uma visão adulta da estória, podemos notar alguns aspectos maliciosos da relação dos anões com a Branca de Neve. A começar pelo dia em que
ela aparece na casinha, e bebe um golinho de vinho de cada copinho, e vai deitar-se muito cansada (ou embriagada). Os anões chegam pela noite e acendem suas lanterninhas, indicando a penumbra propícia do momento, e se encantam com a beleza magnífica da jovem deitada na cama. Pode ser que devido aos anões viverem em uma floresta, isolados, e por nunca terem visto uma mulher tão bela, tenham ficado apaixonados por Branca de Neve, o que podemos observar futuramente quando eles hesitam em entregar o corpo dela ao príncipe. O momento mais intrigante e sexual do conto é quando a Branca de Neve morre, ao comer a maçã, e os anões chegam à noite e encontram-na deitada no chão. Para certificarem-se sobre a causa da morte, os anões desabotoam o vestido da princesa, penteiam seu cabelo, e lavam ela com água e vinho! Esse ato dos anões é totalmente sem noção, pois o fato de deixarem a menina nua e banharem ela com vinho, certamente não levaria a menina a ressuscitar. O que nos parece, realmente, é que os anões aproveitaram o momento em que Branca de Neve estava inconsciente e realizaram orgias com seu corpo! É claro que essas conclusões não podem ser feitas com crianças, mas considerando que o conto foi escrito por adultos, não podemos deixar de acreditar na existência dessas mensagens subliminares de má índole.
Para concluir a análise, damos atenção ao final do conto, no casamento da Branca de Neve com seu príncipe encantado, quando os anões se vingam da madrasta, assassinando a “coitada” sem dó nem piedade. Eles forçam a rainha a calçar uns sapatos de ferro, que haviam sido deixados em brasa durante toda à tarde, e ela é obrigada a dançar sobre eles até morrer queimada. Horrorizamo-nos ao contemplar tamanha violência num conto infantil, e ficamos perplexos com as maldades ocorridas ao longo do texto, e com a vingança sempre presente. O conto ensina às crianças que quem é mal merece morrer, pois a vingança é sempre bem-vinda, e todos ficam alegres e tranqüilos mesmo após terem assassinado pessoas. Como será que os anões ficam no final? Pois, como diz o ditado popular: “a vingança nunca é plena; mata a alma e a envenena.” Provavelmente eles devem ter sido envenenados por alguma outra bruxa, ou devem ter morrido alcoolizados!
2. Trabalhando o conto em sala de aula
É importante trabalhar nas escolas esse universo dos contos de fadas, afinal isso constitui uma parte do lazer infantil. As crianças são apresentadas desde cedo a esse mundo
de fantasia, com bruxas, fadas e princesas, e o professor deve utilizar essa oportunidade de estimular a criticidade das crianças. O que acontece geralmente é um trabalho superficial sobre o assunto. As crianças ouvem a história, ou assistem ao filme, e quando não fica só nisso, são estimuladas a responderem algumas perguntas referentes à história, como quais são os personagens principais, o que aconteceu com a personagem principal, etc. Geralmente esse trabalho se refere à interpretação textual. Mas o interessante é que os contos de fadas proporcionam inúmeras possibilidades, e trabalhar com a filosofia é uma delas.
Sob o tema da Branca de Neve, pode-se questionar os alunos sobre por que os contos de fadas sempre trabalham com princesas, reis e rainhas. Questionar os alunos sobre por que as crianças gostam tanto desse gênero de histórias, onde envolvem castelos, bruxas, fadas e princesas. Segundo Kellner (2006),
Os filmes de super-heróis incorporam fantasias de poderes que permitem aos protagonistas derrotar seus inimigos e prevalecer num ambiente de alta tecnologia. Essas produções cinematográficas são expressão de uma cultura que cria visões cada vez mais fantásticas, à medida que a tecnologia e a sociedade do espetáculo continuam a desenvolver-se de formas inovadoras e algumas vezes assustadoras. (KELLNER, 2006, pág. 130)
A partir desse entendimento, o professor poderá levantar essa reflexão com seus alunos. Se a educação escolar deve ser unida à vida, é fundamental que se aprenda em sala de aula a manter um posicionamento crítico com relação ao que é apresentado nos contos de fadas e na mídia, a analisar e decodificar as mensagens subjacentes aos filmes e contos de fadas, e a refletir sobre a influência dos mesmos em nossa vida.
Pode-se pesquisar com os alunos o período histórico desses contos, e poderia ser realizado uma transferência da classe social retratada na história para os dias de hoje. Poderia ser questionado: Quem eram os reis e rainhas daquela época? Quem representa essa classe social nos dias de hoje? Nós fazemos parte dessa classe? Por que os contos de fadas retratam apenas essas classes sociais? Sobre esse assunto, encontramos em Gomes (2001) o seguinte argumento: “O papel das figuras produzidas por corporações como a Disney, a Warner e a Mattel, por exemplo, não diz respeito somente a figuras atraentes e coloridas para serem consumidas, mas também a posições e lugares sociais representados por esses personagens”. (GOMES, 2001, pág.193)
Outro tema muito importante que pode ser trabalhado sobre a história da Branca de Neve é a beleza. Questionar os alunos qual é a beleza verdadeira. Que características tornam a Branca de Neve a mais bonita do reino? Por que a madrasta quer tanto ser a mais bonita de todas? É importante ser a mais bonita? Que outras características são mais importantes que a beleza? A partir dessas questões pode-se trabalhar sobre os valores e princípios.
São muitos aspectos que podem ser trabalhados sobre apenas esse conto de fadas, e o trabalho seria muito mais rico se fosse preparado um projeto trabalhando todos os contos de fadas mais apreciados pelas crianças. Esse é um tema relevante para se trabalhar filosofia nas escolas, o que muitas vezes parece ser difícil e pode se tornar em uma aula não muito atrativa para as crianças. Estimular o senso crítico e reflexivo é um grande objetivo da filosofia, e pode ser alcançado nessas atividades que parecem simples, mas que se bem planejadas irão proporcionar um grande resultado.
Considerações finais
Segundo Kellner (1995), deveríamos aprender a apreciar a imagem, a decodificá-la e a interpretá-la, e analisar a forma como ela opera em nossa vida. Devemos, primeiramente, aprender a olhar a imagem, para depois educarmos as crianças para o mesmo. O professor, ao ensinar seu aluno a questionar as imagens e a mídia, acabará adquirindo essa postura crítica para si mesmo, e a partir dessa prática, contribuirá para o desenvolvimento da educação adequada ao mundo da imagem.
Os contos de fadas, utilizados há tempos para a leitura com as crianças, são constituídos de mensagens subliminares e ideologias que só podem ser notadas a partir de uma leitura minuciosa e uma análise reflexiva. Na filosofia encontramos uma ferramenta capaz de auxiliar-nos a decodificar essas mensagens, que é a hermenêutica. Através da hermenêutica realizamos uma leitura detalhada e crítica sobre um texto ou uma imagem, a fim de se obter uma interpretação, uma tradução do que está sendo lido, o que resulta em uma melhor compreensão. Através dessa leitura crítica sobre os conteúdos infantis, e a partir da decodificação das mensagens, poderemos nos apropriar dos contos de fadas como uma potente ferramenta educacional, que pode ser utilizada tanto na alfabetização quanto para trabalhar ideologias, preconceitos e comportamentos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário