segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Estudos
O Sol e a Lua
Tanto o Sol como a Lua eram astros considerados como personificações de certas deidades. E não só os imperadores e a classe poderosa, mas também o povo apoiavam o culto às luminárias; pelo qual a veneração à Lua e ao Sol ficava convertida, ao mesmo tempo, em culto oficial e popular.
Eram ofereciam sacrifícios aos citados astros de acordo com o calendário. Os anos ímpares estavam consagrados ao Sol e os anos pares à Lua.
Ambas as luminárias apareciam também relacionadas com os dois princípios essenciais. O Sol era princípio ativo e, portanto, era associado com o "Yang"; ao passo que a Lua era princípio passivo, pelo qual aparecia sempre relacionada com o "Yin". Concebia-se a eternidade como um círculo que carecia de um princípio e que não tinha fim. O "Yang" e o "Yin" estavam dentro dela, como duas forças que se necessitam mutuamente e, pelo mesmo motivo, em vez de opor-se, se complementam.
Apesar de a Maçonaria Regular requerer que os seus candidatos confirmem a sua crença em Deus, não aprofunda o sujeito, deixando a religião e a sua prática ao Maçon enquanto indivíduo. Isto é a Maçonaria pretende afirmar a crença num Deus, mas não forçosamente no Deus Cristão. A maçonaria possibilita aos homens de todas as raças credos ou religiões o acesso ao estudo dos princípios morais e filosóficos praticados pelos seus iniciados há centenas de anos.
Ao entrar no templo pela primeira vez a minha atenção recaiu desde logo nos símbolos do Sol e da Lua. Veio-me à idéia o Templo do Sol e da Lua , locais de culto tão antigos como a noite dos tempos onde os homens prestavam homenagem aos Deuses, e logo de seguida o meu pensamento voou para o G.'. A.'. D.'. U.'. que vai guiando a humanidade. A Maçonaria não é uma religião, é um estado de alma, é um modo (para mim) gratificante de encarar a vida e o que me rodeia defendendo a existência de um Ser Supremo ou num Princípio Criador. Uma religião é algo de muito mais complexo, algo que implica detalhes, como a existência de um plano para salvação ou um caminho pelo qual se alcança uma recompensa depois da vida terrena. Implica também uma teologia que tenta descrever a natureza humana bem como o modo ou forma pela qual o homem comunicam com o seu Deus. A Maçonaria não faz nenhuma dessas coisas.
Abre e fecha os seus trabalhos com uma prece ensinando ao homem que deve reger também os seus empreendimentos no apoio espiritual do seu Eu divino. Mas não induz os homens a rezar ou o que devem pedir. Ao invés disso ensina de um modo subtil que cada um tem que achar as suas respostas para as suas grandes perguntas na sua própria fé, na sua igreja, sinagoga ou outro templo religioso. Vejo a Maçonaria como uma organização fraternal que tem como princípio básico a união entre irmãos, a prática da caridade e da inter-ajuda para além da busca da Verdade.Há um ditado que diz:
"A Maçonaria escolhe homens de bem e faz deles homens ainda melhores".
É normal dizer-se que os homens são o produto do meio que freqüentam. A Maçonaria oferece a cada um dos seus membros a oportunidade de conviver regularmente com homens de bom carácter, o que reforça o seu próprio desenvolvimento pessoal e moral. A garantia dessa fraternal convivência é conseguida evitando discussões político-partidárias ou religioso-sectárias, assuntos, que têm dividido os homens ao longo da história.
O Sol é a Luz. A luz é Vida, e as irradiações entre a Luz e as Trevas transcendem a compreensão humana. Para muitos povos, o Sol é um dos símbolos mais importantes, sendo até venerado como um Deus. Tornou-se também a imagem simbólica da ressurreição e, de, modo geral, de um novo começo.
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Na Alquimia ele corresponde ao Ouro. Na simbologia maçônica o Sol encarna o espírito imutável, o ouro imaterial. Na maioria dos Templos ele é representado a oriente onde o mestre da loja dirige os trabalhos. A palavra franco-maçonaria deriva do antigo egípcio Phre (Sol) e Mas (Luz), ou filho do Fogo e da Luz. A Lua desempenha um papel significativo no pensamento simbólico, mágico e religioso da maioria dos povos. Ao contrário do Sol, um astro de luz própria quase sempre interpretado como masculino e associado ao princípio Yang, a Lua aparece geralmente como símbolo feminino, do suave, do que necessita de apoio e ligada ao princípio Yin. Ela é o símbolo da transformação e do crescimento. A Lua é um símbolo dos ritmos biológicos. A Lua é também o primeiro morto. Durante três noites, e em cada mês lunar, ela está como morta, desapareceu... Depois reaparece e cresce em brilho. A Lua é para o homem o símbolo desta passagem da vida à morte, da morte à vida; é considerada, por muitos povos, como lugar desta passagem, a exemplo dos lugares subterrâneos. É por isso que numerosas divindades lunares são ao mesmo tempo ctonianas e funerárias. A viagem à Lua ou até mesmo a vida imortal, segundo certas crenças, é privilegio de soberanos, heróis, iniciados, e mágicos. No paganismo o Sol e a Lua aparecem como o Deus e a Deusa, Cerridwen e Kernunnos, Endovelicus e Ategina. A Lua é um símbolo do conhecimento indirecto discursivo, progressivo, frio. Evoca metaforicamente a beleza e também a luz reflectida na imensidade tenebrosa. Os antigos alquimistas conheciam a influência da Lua nas marés. Referiam-se aos anjos lunares como sendo o sal.
Sabiam que, para a mente desempenhar as suas funções, era necessária a presença de uma certa quantidade de sal no sangue. Por esse motivo os alquimistas relacionavam a Lua (e os líquidos) com a mente. O Sol e a Lua, representam também na simbologia maçônica a Luz e o seu reflexo, a actividade da vontade e o lado imaginativo do ser humano. Assim presença do sol a Oriente no templo e da Lua a ocidente relembra também ao iniciado o caminho que devemos percorrer: das trevas em direcção à Luz.
Este renascer constante, a partir da morte simbólica, no caminho que vai das trevas à luz, pode ser associado às sucessivas mortes e ressurreições da natureza, retratada do ciclo imutável do Reino Vegetal.
A palavra VITRIOL dos alquimistas rosacrucianos, «Visita o interior da terra, rectificando encontrarás a Pedra oculta», alude a procura da pedra filosofial Alquímica, num convite à introspecção, à procura do Eu interior, como a expressão inscrita no frontispício do Templo de Apolo em Delfos: Nosce te ipsum (Conhece-te a ti mesmo). A Pedra deve ser entendida em sentido amplo (o que não exclui o da Alquimia física), como a matéria (interior e exterior) que passa de pedra bruta a pedra cúbica, após a sua transformação pela Arte. Esta descida às profundezas da terra é um tema iniciático comum a muitas tradições, como a Egípcia à Grega, e a Maçónica (onde a câmara de reflexões é um lugar subterrâneo onde se morre para o mundo profano).
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É este ciclo mostrado pelo Sol e a Lua, que simboliza todo o aperfeiçoamento do candidato, desde o momento em que ele é encerrado na Câmara de Reflexão, até que, como iniciado, percorre o caminho do conhecimento, que o leva à visão da luz total, também simbolizada pelo Sol, no Oriente. A Trilogia dialéctica Sol Lua culmina com o Espírito Superior, Deus o Arquitecto, aquele que encontra o equilíbrio entre os opostos. Quem seguisse o Caminho do Artífice teria de fazer algo mais. Deveria lembrar-se que estava a construir o templo de Deus. Um edifício em consciência, onde ele mesmo é uma pedra individual e única. Com o tempo, cada ser humano polirá a sua pedra e a colocará no Templo, completando-o.
"Os Antigos Mistérios não deixaram de existir quando o Cristianismo se tornou uma das religiões mais poderosas no mundo. O grande Pan não deixou de existir, e a Maçonaria é a prova da sua sobrevivência. Os Mistérios pré-cristãos assumiram, simplesmente, o simbolismo desta nova fé, perpetuados por meio dos seus símbolos e alegorias; as mesmas verdades que conhecidas pelos sábios desde o princípio do mundo. Não há, portanto, uma verdadeira explicação que reúna um total concenso para o facto de símbolos cristãos encerrarem em si o que é escondido pela filosofia pagã. Sem as misteriosas chaves transportadas pelos líderes dos cultos egípcio, brâmane e persa, os portais da Sabedoria não poderiam ser abertos."
- Manly P. Hall, Masonic, Hermetic, Quabbalistic & Rosicrucian Symbolical Philosophy
Cada um dos seres animados deste mundo recebe a sua vida e actividades do poder do espírito. Os elementos grosseiros estão regidos pelos mais subtis, e estes, por sua vez, por outros que os ultrapassam em subtileza, até se chegar ao poder puramente espiritual e divino. Deste modo, Deus influi em tudo o que governa. O homem possui um germe de poder que, desenvolvido, pode converter-se em árvore de admiráveis frutos; mas este germe só pode desenvolver-se pela influência do calor radiante do centro incandescente do grande sol espiritual; e na mesma proporção em que nos aproximamos da Luz, recebemos também este calor.
É inútil meditar sobre pontos místicos que se encontram para além do nosso horizonte mental. É inútil o intento de penetrar nos mistérios espirituais, antes que nos tenhamos espiritualizado. O conhecimento prático pressupõe prática e só pode ser adquirido por meio dela. Para obter poder espiritual é necessário praticar as virtudes espirituais da fé, esperança e caridade. Encontrar o Sol e a Lua dentro do nosso próprio templo é criar condições de uma nova vida, encontrar um novo caminho como aquele hoje percorro desde o momento em que fui levado para câmara da reflexão e trazido de novo para a luz.
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