sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

HELOÍSA HELENA CRITICA PROCESSO DE PRIVATIZAÇÃO NO BRASIL

A senadora Heloísa Helena (PT-AL) citou o livro O Brasil privatizado, escrito pelo jornalista econômico, Aloysio Biondi, para opinar sobre o processo de privatização das estatais brasileiras. Ela também criticou o que considerou uma "prática nazi-facista" contra os servidores públicos, ao se referir ao projeto aprovado nesta terça-feira (dia 11), limitando os gastos da União com o funcionalismo federal.- São duas panacéias cantadas em verso e prosa pelo estado brasileiro, este monstrengo deformado à serviço da elite econômica. O servidor público e a privatização sempre foram as desculpas da incompetência e da irresponsabilidade de alguns governantes. Apresentavam o enxugamento da folha de pessoal e a privatização de estatais como solução para todos os males do estado - protestou Heloísa Helena.Referindo-se ao livro de Aloysio Biondi, a senadora por Alagoas disse que os dados publicados demonstram que, através das cifras oficiais, o governo montou uma "grande demagogia" em torno do processo de privatização. Heloísa Helena citou como exemplo a venda das empresas telefônicas, dizendo que o governo investiu R$ 21 bilhões no setor em dois anos e meio e vendeu tudo por "uma entrada" de R$ 8,8 bilhões, sendo que a metade financiada.Heloísa Helena também falou sobre a venda do Banco do Estado do Rio de Janeiro (Banerj) por R$ 330 milhões, quando o governo do Rio havia contraído antes um empréstimo de R$ 3,3 bilhões para pagar os direitos dos trabalhadores do banco.No caso da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a senadora lembrou que a empresa foi comprada por R$ 1,05 bilhão, dos quais R$ 1,01 bilhão em moedas podres, vendidas aos compradores pelo próprio Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), financiadas em 12 anos.- No Nordeste se diz que isso é uma esculhambação, aqui se pode dizer que é um profundo vazio moral. Mas assim é a privatização brasileira: o governo financia a compra no leilão, vende "moedas podres" a longo prazo e ainda financia investimentos que os compradores precisam fazer - denunciou Heloísa Helena.Outra denúncia feita pela senadora, baseada no livro de Aloysio Biondi, foi a existência de uma intensa campanha contra as estatais nos meios de comunicação para facilitar as privatizações. Heloísa Helena lembrou que entre os principais argumentos utilizados aparecia sempre a promessa de que os consumidores pagariam preços mais baixos com a desestatização das empresas.De acordo com Heloísa Helena, era tudo "enganação", já que antes das privatizações o governo já havia começado a aumentar o preço das tarifas, para evitar que no futuro os compradores não tivessem que enfrentar o risco de protestos e a indignação dos consumidores.Em aparte, o senador Geraldo Cândido (PT-RJ) disse que apesar do governo ter, em nome da modernidade, privatizado empresas e imposto aos servidores um arrocho salarial, o Brasil está enfrentando a maior crise da história e detém uma dívida externa impagável. Já o senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) disse que o Brasil, para atender às exigências do Fundo Monetário Internacional (FMI), aceitou tomar medidas que só têm contribuído para piorar a qualidade de vida da população.

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