quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

não quero ser poeta a longa distancia, escritora de mentiras de papel
4 Queimar as telas - DVD/CD/Capa do Livro
5 Como escaneio
8 Comprar cartucho da impressora
11 Marcar com a Ale pra arrematar o Documentário
13 Amadurecer a idéia do Vestido Verde que dialoga com a questão da sustentabilidade, a capa pode dialogar com isso, caixas de leite, não sei amadurecer...
14 comprar uma caneta ponta fina preta...
16 Grafitar as folhas para colocar nas paredes na esposição dos livros
17 mandar -email pro didi e pra ana pra ver se eles podem ir filmar o lançemneto
18 fazer um flyer de lançemneto de distribuir pra todo mundo que eu conheço rsrsrs, pedir pras pessoas levarem um vinho pra rolar o coquetel rsrsr
19 pensar em quantas músicas e quais pra tocar no dia do lançamento com o guima e o tel
20 Programa pra colocar musicas no blog
21 Ir atraz de papelão, vou fazer a capa de papelão, decidiiii
22 Cortas os encaixes do CD e DVD...
4 Queimar as telas - DVD/CD/Capa do Livro
5 Como escaneio
8 Comprar cartucho da impressora
11 Marcar com a Ale pra arrematar o Documentário
13 Amadurecer a idéia do Vestido Verde que dialoga com a questão da sustentabilidade, a capa pode dialogar com isso, caixas de leite, não sei amadurecer...
14 comprar uma caneta ponta fina preta...
16 Grafitar as folhas para colocar nas paredes na esposição dos livros
17 mandar -email pro didi e pra ana pra ver se eles podem ir filmar o lançemneto
18 fazer um flyer de lançemneto de distribuir pra todo mundo que eu conheço rsrsrs, pedir pras pessoas levarem um vinho pra rolar o coquetel rsrsr
19 pensar em quantas músicas e quais pra tocar no dia do lançamento com o guima e o tel
20 Programa pra colocar musicas no blog
21 Ir atraz de papelão, vou fazer a capa de papelão, decidiiii

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

3 Arrumar meu blog
4 Queimar as telas - DVD/CD/Capa do Livro
5 Como escaneio
8 Comprar cartucho da impressora
10 baixar as musicas do meu e-mail pro meu computador
11 Marcar com a Ale pra arrematar o Documentário
12 Pensar qual tipo de capa usar no livro, não sei, talvez folha vegetal...
13 Amadurecer a idéia do Vestido Verde que dialoga com a questão da sustentabilidade, a capa pode dialogar com isso, caixas de leite, não sei amadurecer...
14 comprar uma caneta ponta fina preta...
16 Grafitar as folhas para colocar nas paredes na esposição dos livros
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20 Programa pra colocar musicas no blog

A disputa pelo ouro azul

Aqüífero Guarani: a disputa pelo ouro azul
Por Nancy E., do Uruguai 28/07/2004 às 00:44

A água potável é um dos recursos naturais que faz o tio Sam crescer seus olhos sobre a América Latina.

A suposta atividade de grupos terroristas na Triplíce Fronteira, que une Argentina, Brasil e Paraguai, tem sido o pretexto dos EUA para incrementar sua presença militar na região e cumprir seu verdadeiro objetivo: apoderar-se silenciosamente do Aqüífero Guarani, a reserva de água mais importante do mundo, situada nos três países sul-americanos. Segundo especialistas, o aqüífero poderia produzir 40 quilômetros cúbicos de água, ou seja, 40 bilhões de litros por ano. Seria o suficiente para abastecer, separadamente, a população que vive na região e satisfazer o consumo da população norte-americana.

Por isso, nos últimos meses, os EUA insistiram que existem bases de organizações como Hamas, Hezbollah e Al Qaeda na zona da Triplíce Fronteira.

Segundo dados oficiais, a zona tem uma população de 470 mil habitantes, divididos da seguinte maneira: 30 mil em Porto Iguaçu, na Argentina; 270 mil em Foz do Iguaçu, no Brasil; e 170 mil em Ciudad Del Este, no Paraguai.

Em Ciudad Del Este e Foz do Iguaçu existe uma importante comunidade sírio-libanesa dedicada ao comércio. A atividade mais importante nessas duas cidades é o turismo. Já em Ciudad Del Este, a atividade é o contrabando, organizado e controlado pelo poder político-militar.

Por que esta zona adquire tanta importância para os EUA? O recurso estratégico mais importante para eles, atualmente, é o petróleo e seus derivados. Para assegurar seu abastecimento a preços convenientes, sob o pretexto do controle do terrorismo internacional e do narcotráfico, têm tentado estabelecer o controle político-militar de importantes jazidas, sobretudo na Ásia Menor e na América Latina. Por isso, não tiveram dúvidas em invadir o Afeganistão e o Iraque.

Nas Américas, os EUA agem no México, utilizando o Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) como instrumento de submissão e dependência, e sobre a Venezuela, organizando um falido golpe de Estado e outras ameaças, com o objetivo de não prejudicar seu controle sobre o petróleo.


De olho na água

Entretanto, outros recursos naturais têm começaram a assumir valor estratégico para um futuro próximo. Nos últimos tempos, tem sido significativa a importância da água potável como recurso escasso para os anos vindouros e fundamental para a sobrevivência da humanidade. Quem a controlar, controlará a economia mundial e a vida no futuro, não tão longínquo.

Não foi à toa que os EUA, mediante o Plano Amazônia, ameaçaram se estabelecer na região para controlar as reservas de água. Utilizaram argumentos como a importância de controlar o movimento do povo yanomami, que reinvidicava importantes áreas do território brasileiro. Mais adiante, tentaram estabelecer-se militarmente na base de Alcântara, no Maranhão.

As tentativas dos EUA de se estabelecerem na Venezuela não obtiveram êxito. No entanto, com o pretexto de combater o narcotráfico, vêm conseguindo implantar-se militarmente na região sul-americana, com o Plano Colômbia. Ainda há tentativas de implantação militar imperialista em Manta, no Equador e em outros países.

Todo esse projeto se complementa com o plano da Alca, uma pseudoaliança das débeis economias latino-americanas com o poder das corporações e do governo norte-americano.


O controle militar

Por isso, o interesse militar norte-americano na Triplíce Fronteira revela que existe uma jazida colossal de água potável, a mais importante do mundo: o Aqüífero Guarani.

Os EUA estruturam um sistema para detectar a magnitude do Aqüífero Guarani, assegurar seu uso de maneira ?sustentável? e evitar todo tipo de contaminação. O Banco Mundial, a Organização dos Estados Americanos, organizações alemãs e holandesas e controladas pelos EUA e acadêmicos dos países envolvidos estão à frente dessa investigação. Já foram destinados cerca de 26 milhões de dólares no projeto.


Caridade gringa?

Cabem as perguntas: Por que os governos da região renunciaram a autonomia do projeto? Que significa ?desenvolvimento sustentável? para os países imperialistas e para os que não pertencem a este grupo? A quem obedecem e respondem os organismos internacionais que intervêm no projeto? Desde quando os EUA nutrem sentimentos altruístas, solidários e humanitários?

A inoperância e atitude dos governos locais, atentos exclusivamente a seus interesses particulares e não aos nacionais, têm favorecido ao incessante avanço dos EUA e colocado em perigo a soberania dos países do Aqüífero do Guarani e de toda a região.

Diante das cifras, não cabe mais a surpresa e, agora, tudo tende a justificar-se: a inusitada presença de efetivos militares norte-americanos na região; a proliferação de embates, sempre falsos, de ações de terrorismo internacional desde a Triplíce Fronteira; as infundadas suspeitas sobre a comunidade árabe na região; os contínuos exercícios combinados das forças militares da imperialismo norte-americano nas regiões sob pretextos absurdos.

Continuamente, vem se falando da necessidade e da possibilidade de ser instalada uma base militar dos EUA na província das Missões, na Argentina, a fim de controlar tão temidos terroristas. Os preparativos avançam com receptividade do Ministério de Defesa argentino e o apoio de setores militares, que facilitam as fases prévias das instalações. São os mesmos setores que sonham que a presença ianque lhes permitirá repetir a epopéia da guerra contra a subversão, só que, agora, tendo comerciantes sírio-libaneses.




A presença dos Estados Unidos


O filme argentino Sed, Invasión Gota a Gota ("Sede, Invasão Gota a Gota"), dirigido por Mausi Martínez mostra - na visão de seu autor - como o exército dos Estados Unidos da América vagarosamente, mas com regularidade, teria aumentado sua presença na Tríplice Fronteira (a área entre as fronteiras de Brasil, Argentina e Paraguai).

Oficialmente, a razão dada pelos Estados Unidos para a presença de seu exército na região é o treinamento de tropas paraguaias e exercícios conjuntos entre as tropas dos dois países, além de monitorar a população de etnia árabe que reside na região. De qualquer forma, Martínez alega que é a água que leva os estadunidenses à área, e ela teme uma vagarosa tomada do aqüífero antes mesmo que os governos locais notem o que está havendo.

Medos semelhantes seguiram a assinatura do acordo de treinamento entre os Estados Unidos e o Paraguai, que deu imunidade aos soldados estadunidenses e pode ser renovado infinitamente, o que é inédito, sendo que Donald Rumsfeld em pessoa visitou o Paraguai e, pela primeira vez na história, o presidente paraguaio Nicanor Duarte Frutos foi até a Casa Branca.

A base militar estadunidense foi construída próxima ao aeroporto Mariscal Estigarribia, a 200 km da Argentina e Bolívia e a 300 km do Brasil. O aeroporto pode receber aviões grandes (B-52, C-130 Hercules etc.), que a Força Aérea Paraguaia, aliás, não possui.

De acordo com o jornal argentino Clarín, a base do exército dos Estados Unidos é estratégica por sua locação próxima à Tríplice Fronteira, ao Aquífero Guarani e à Bolívia (menos de 200 quilômetros), ao mesmo tempo em que a lupa de Washington está apontada para o altiplano boliviano e para o presidente venezuelano Hugo Chávez, o suposto instigador da instabilidade na região"
Telefonica é uma empresa espanhola de telecomunicações. Operando globalmente, é uma das maiores companhias de telecomunicações fixas e móveis do mundo.

A empresa começou a atuar no país quando comprou a Companhia Riograndense de Telecomunicações - CRT, do Rio Grande do Sul, empresa que não fazia parte do sistema de telecomunicações brasileiro Telebrás, mas que era da competência estadual desde o governo de Leonel Brizola, em 1962. Por ocasião do programa de privatização da Telebrás, em 1999, no governo Fernando Henrique Cardoso, a empresa passou a operar na região sudeste do Brasil, tendo como principal aquisição a estatal paulista TELESP. Além da Telesp, foram adquiridas a Telefónica Celular, pertencente a Telefónica Moviles, presentes nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Sergipe e Bahia, sendo resultado da privatização da Tele Sudeste Celular (Rio de Janeiro e Espírito Santo) e Tele Leste Celular (Bahia e Sergipe). Para essas negociações nas regiões sudeste e nordeste, contudo, a Agência Nacional de Telecomunicações - Anatel estabeleceu que a Telefônica deveria deixar de atuar no Rio Grande do Sul, onde os serviços [3] e também por gambiarras em linhas alheias, geralmente promovidas por pessoas de ligação com a empresa.
Telefone público da Telefónica em São Paulo, São Paulo.

Também no Brasil divide o controle com a Portugal Telecom da empresa de telecomunicação móvel Vivo, e ainda controla a operadora de telefonia fixa e móvel TIM.
[editar] Críticas

Segundo o Procon do estado de São Paulo, a Telefónica liderou o ranking de empresas mais reclamadas em 1998, 1999, 2000 e 2001.[4] Liderou em 2006, 2007 e 2008 a lista das empresas com mais reclamações fundamentadas[5][6] E, de todas as empresas listadas pelo Procon, é a que menos responde reclamações de seus clientes[7]

Recentemente a Anatel proibiu a Telefônica de vender banda larga depois de uma série de interrupções no serviço Speedy. Segundo Plínio de Aguiar Júnior, conselheiro da Anatel, a Telefônica não tinha domínio técnico-operacional suficiente para controlar o sistema de banda larga.[8]
[editar] Pane de 3 de julho de 2008

Entre os dias 2 e 3 de julho de 2008 a Telefónica enfrentou uma grande pane que afetou seus sistemas de Internet em banda larga, o Speedy em todo estado de São Paulo.

A falha começou a ser sentida na quarta-feira, 2 de julho, e se intensificou durante a madrugada do dia 3. O serviço apresentou instabilidade durante 36 horas, sendo que 24 foram de apagão completo. Residências, empresas e repartições públicas ficaram sem conexão à Internet, o que causou prejuízos e muito transtorno aos usuários[9]. Cerca de 2,1 milhões de clientes foram prejudicados com a pane, incluindo 6 mil pontos da rede do governo estadual, comprometendo o atendimento aos cidadãos[10].
Wikinotícias
O Wikinotícias tem uma ou mais notícias relacionadas com este artigo: Anatel proíbe Telefonica de vender Speedy por causa de interrupções no serviço

A Telefônica se comprometeu em indenizar seus clientes de banda larga com o valor equivalente a 5 dias (120 horas), acrescendo 84 horas de indenização às 36 horas em que oficialmente foi admitido o problema, estimando em R$ 24 milhões o seu próprio prejuízo com o que a mídia chamou de "Apagão da Internet"[11].

A amplitude da falha motivou a ida a público do presidente da empresa, Antonio Carlos Valente, a fim de oferecer explicações ao público[12], além da publicação de diversos anúncios em vários veículos, posicionando os clientes quanto a indenizações e a manutenção dos serviços da empresa.

O laudo do problema, solicitado pela Telefónica ao CPqD, indic







terça-feira, 29 de dezembro de 2009

http://www.vimeo.com/
https://www.podbean.com/login

Eu faço parte desse MOVIMENTO

Aqüífero Guarani



O Aqüífero Guarani é o maior manancial de água doce subterrânea transfronteiriço do mundo. Está localizado na região centro-leste da América do Sul, entre 12º e 35º de latitude sul e entre 47º e 65º de longitude oeste e ocupa uma área de 1,2 milhões de Km², estendendo-se pelo Brasil (840.000l Km²), Paraguai (58.500 Km²), Uruguai (58.500 Km²) e Argentina (255.000 Km²).

Sua maior ocorrência se dá em território brasileiro (2/3 da área total), abrangendo os Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.


Localização do Aqüífero Guarani



Esse reservatório de proporções gigantescas de água subterrânea é formado por derrames de basalto ocorridos nos Períodos Triássico, Jurássico e Cretáceo Inferior (entre 200 e 132 milhões de anos). É constituído pelos sedimentos arenosos da Formação Pirambóia na Base (Formação Buena Vista na Argentina e Uruguai) e arenitos Botucatu no topo (Missiones no Paraguai, Tacuarembó no Uruguai e na Argentina).



A espessura total do aqüífero varia de valores superiores a 800 metros até a ausência completa de espessura em áreas internas da bacia. Considerando uma espessura média aqüífera de 250 metros e porosidade efetiva de 15%, estima-se que as reservas permanentes do aqüífero (água acumulada ao longo do tempo) sejam da ordem de 45.000 Km³.



O Aquífero Guarani constitui-se em uma importante reserva estratégica para o abastecimento da população, para o desenvolvimento das atividades econômicas e do lazer.

Sua recarga natural anual (principalmente pelas chuvas) é de 160 Km³/ano, sendo que desta, 40 Km³/ano constitui o potencial explotável sem riscos para o sistema aqüífero.



As águas em geral são de boa qualidade para o abastecimento público e outros usos, sendo que em sua porção confinada, os poços tem cerca de 1.500 m de profundidade e podem produzir vazões superiores a 700 m³/h.





Conheça Melhor o Aquífero Guarani

Uma Bacia Gigantesca*

1


Além do Guarani, sob a superfície de São Paulo, há outro reservatório, chamado Aqüífero Bauru, que se formou mais tarde. Ele é muito menor, mas tem capacidade suficiente para suprir as necessidades de fazendas e pequenas cidades.


3


Nas margens do aqüífero, a erosão expõe pedaços do arenito. São os chamados afloramentos. É por aqui que a chuva entra e também por onde a contaminação pode acontecer.

2


O líquido escorre muito devagar pelos poros da pedra e leva décadas para caminhar algumas centenas de metros. Enquanto desce, ele é filtrado. Quando chega aqui está limpinho.


4


A cada 100 metros de profundidade, a temperatura do solo sobe 3 graus Celsius. Assim, a água lá do fundo fica aquecida. Neste ponto ela está a 50 graus.
* Figuras e Textos Extraídos da Revista Super Interessante nº 07 ano 13







Perfil do Aqüífero Guarani

a partir da Área de Recarga



No Estado de São Paulo, o Guarani é explorado por mais de 1000 poços e ocorre numa faixa no sentido sudoeste-nordeste. Sua área de recarga ocupa cerca de 17.000 Km² onde se encontram a maior parte dos poços. Esta área é a mais vulnerável e deve ser objeto de programas de planejamento e gestão ambiental permanentes para se evitar a contaminação da água subterrânea e sobrexplotação do aqüífero com o consequente rebaixamento do lençol freático e o impacto nos corpos d'água superficiais.



Legenda:

LOCALIZAÇÃO DO
PERFIL NA ÁREA

Fonte:

Estudo Hidroquímico e Isotópico das Águas subterrâneas do Aqüífero Botucatu no Estado de São Paulo - 1983


Aqüífero Bauru


Aqüífero Serra Geral (basalto)


Aqüífero Botucatu


Substrato do Aqüífero
( Grupos Passa Dois e Tubarão)



Poço e Código de Referência

– – –


Nível Potenciométrico
do Aqüífero Botucatu


Direções de Fluxo d'água
no Aqüífero Botucatu

Nota explicativa: Perfil elaborado com base em dados de poços de água (D.A.E.E.) e poços de pesquisa de petróleo (Petrobrás e Paulipetro)

Rosa B.G. da Silva





A combinação da qualidade da água ser, regra geral, adequada para consumo humano, com o fato do aqüífero apresentar boa proteção contra os agentes de poluição que afetam rapidamente as águas dos rios e outros mananciais de água de superfície, aliado ao fato de haver uma possibilidade de captação nos locais onde ocorrem as demandas e serem grandes as suas reservas de água, faz com que o Aqüífero Guarani seja o manancial mais econômico, social e flexível para abastecimento do consumo humano na área.



Por ser um aquífero de extensão continental com característica confinada, muitas vezes jorrante, sua dinâmica ainda é pouco conhecida, necessitando maiores estudos para seu entendimento, de forma a possibilitar uma utilização mais racional e o estabelecimento de estratégias de preservação mais eficientes.


http://www.daaeararaquara.com.br/guarani.htm


O Aquífero Guarani é a maior reserva subterrânea de água doce do mundo, sendo também um dos maiores em todas as categorias.

A maior parte (70% ou 840 mil km²) da área ocupada pelo aquífero - cerca de 1,2 milhão de km² - está no subsolo do centro-sudoeste do Brasil. O restante se distribui entre o nordeste da Argentina (255 mil km²), noroeste do Uruguai (58 500 km²) e sudeste do Paraguai (58 500 km²), nas bacias do rio Paraná e do Chaco-Paraná. A população atual do domínio de ocorrência do aquífero é estimada em quinze milhões de habitantes.

* Mato Grosso do Sul (213 700 km²)
* Rio Grande do Sul (157 600 km²)
* São Paulo (155 800 km²)
* Paraná (131 300 km²)
* Goiás (55 000 km²)
* Minas Gerais (51 300 km²)
* Santa Catarina (49 200 km²)
* Mato Grosso (26 400 km²)

Nomeado em homenagem à tribo Guarani, possui um volume de aproximadamente 55 mil km³ e profundidade máxima por volta de 1 800 metros, com uma capacidade de recarregamento de aproximadamente 166 km³ ao ano por precipitação. É dito que esta vasta reserva subterrânea pode fornecer água potável ao mundo por duzentos anos. Devido a uma possível falta de água potável no planeta, que começaria em vinte anos, este recurso natural está rapidamente sendo politizado, tornando-se o controle do Aquífero Guarani cada vez mais controverso.
[editar] Geologia do aquífero

O Aquífero Guarani consiste primariamente de sedimentos arenosos depositados por processos fluviais e eólicos durante os períodos Triássico e Jurássico (entre 200 e 130 milhões de anos atrás), sendo mais de 90% de sua área total recoberta com basalto ígneo de baixa permeabilidade, depositado durante o período Cretácio, que age como aquitardo e permite grande contenção de água. Isto diminui em muito a infiltração de água no aquífero e seu subsequente recarregamento, mas também isola o aquífero da zona mais superficial e porosa do solo, evitando a evaporação e evapotranspiração da água nele contida.

A pesquisa e o monitoramento do aquífero para melhor gerenciá-lo como recurso são considerados importantes, uma vez que o crescimento da população em seu território é relativamente alta, aumentando riscos relacionados ao consumo e a poluição.

Podbean

pra colocar minhas musicas na net usei o Pod Bean

http://www.podbean.com/
1 Como coloco minhas músicas na net
2 Me relembrar como ligo a linha do microfone na mesa
3 Arrumar meu blog
4 Queimar as telas - DVD/CD/Capa do Livro
5 Como escaneio
6 Vou xerocar as folhas pelo stenso e alcool
8 Comprar cartucho da impressora
10 baixar as musicas do meu e-mail pro meu computador
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13 Amadurecer a idéia do Vestido Verde que dialoga com a questão da sustentabilidade, a capa pode dialogar com isso, caixas de leite, não sei amadurecer...
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16 Grafitar as folhas para colocar nas paredes na esposição dos livros
17 mandar -email pro didi e pra ana pra ver se eles podem ir filmar o lançemneto
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Diagramação do Livro

Gente, aqui estão alguns vídeos dos procedimentos que segui pra realizar o livro:


A Diagramação do livro, fiz num software livre, o Linux. Usei um programa chamado inkscape. Para a impressão, salvei as folhas em pdf.
Abaixo vai um vídeo explicando um pouco sobre o Linux e em seguida uma filmagem do processo da diagramação!!!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009








dúvidas e lembretes

1 Como coloco minhas músicas na net
2 Me relembrar como ligo a linha do microfone na mesa
3 Arrumar meu blog
4 Queimar as telas - DVD/CD/Capa do Livro
5 Como escaneio
6 Fazer stenso na janela e depois fotografar
7 Editar imagens dos Processos e escrever os textos
8 Comprar cartucho da impressora
9 Mandar e-mail pra Emilia pra marcar data do lançamento na biblioteca Alceu
10 baixar as musicas do meu e-mail pro meu computador
11 Marcar com a Ale pra arrematar o Documentário
12 Pensar qual tipo de capa usar no livro, não sei, talvez folha vegetal...
13 Amadurecer a idéia do Vestido Verde que dialoga com a questão da sustentabilidade, a capa pode dialogar com isso, caixas de leite, não sei amadurecer...
14 comprar uma caneta ponta fina preta...
15 gravar as músicas restantes, levantar quais são...
16 Grafitar as folhas para colocar nas paredes na esposição dos livros
17 mandar -email pro didi e pra ana pra ver se eles podem ir filmar o lançemneto
18 fazer um flyer de lançemneto de distribuir pra todo mundo que eu conheço rsrsrs, pedir pras pessoas levarem um vinho pra rolar o coquetel rsrsr
19 pensar em quantas músicas e quais pra tocar no dia do lançamento com o guima e o tel

Software Livre

"Ou nós iamos para a cozinha preparar o prato que nós queriamos comer, com os "tempero" que nós queriamos colocar e dar um gosto brasileiro na comida ou nós iríamos comer aquilo que a Microsoft queria vender para a gente." Presidente Lula!









fotos e texto adaptado ao bailado






Narrador: Alice já estava começando a cansar-se de ficar sentada sobre a pedra. Contemplava a encruzilhada à sua frente sem saber para onde ir.
Havia reparado que em um dos lados o som de uma viola vinha lhe acariciar os ouvidos, e do outro, também já havia reparado numa casinha.
A menina havia lido num de seus livros, que a civilização avançaria os sertões impelida pela implacável força motriz da história, no esmagamento inevitável das raças fracas pelas raças fortes. Antes de a profecia cair por terra, Alice foi pro sertão árido. O calor daquele dia estava deixando Alice sonolenta. Ela perguntava a si mesma se o prazer de fazê-la ir até a casa valia o esforço de ela dormir por ali mesmo. Foi quando uma moça de pés semi nus passou caminhando por ali. Não havia nada de tão extraordinário nisso. Alice não achou verdadeiramente notável nem mesmo quando a moça lhe jogou uma caixinha de fósforos! Mas quando ela viu em seu rosto um riso azul, Alice levantou-se. Teve a impressão que nunca em sua vida tinha visto um riso azul. Ardendo em curiosidade, caminhou até a moça através do sertão. A moça seguia a caminho da casa e nela entrou. Num instante Alice estava em frente a casa também.

Alice: - Estou sonhando? Coisas estranhas estão acontecendo. Esta casa é familiar. Ontem mesmo sonhei que estava debruçada numa dessas janelas.

Narrador: Haviam seis janelas na casa, cinco abertas e a janela da sala estava fechada, a porta permanecia trancada a chave. Alice contornou a casa tentando enxergar o que havia dentro. Num instante já estava pulando a janela, sem se perguntar por nenhum momento se alguém iria chegar.
Dizem que na vida tibetana o corpo é figurado por uma casa de seis janelas e que a casa representa o ser interior. Isso representa que Alice está num momento de sublimação espiritual.

Alice: Esta casa me da nostalgia. Ela é oca, não tem nada. (Alice esbarrasse num piano).
Ai, pelo menos tem um piano.
Que Cheiro de café.
Olha! Tem andares. Lá de fora ela parecia tão pequenina.
Incrível!
Onde estará o riso azul?
O que são aquelas cartas?

Dançarina: Seu destino menina Alice.

Alice: Como sabe meu nome?

Dançarina: Chegastes cedo flor.
O café está fresco.
Percebeu o pé de café no jardim?
Vou colocar a mesa. Vai comer cenouras e quando terminar tirarei as cartas pra você. E dai por diante será dona de seu destino. Não terá mais os Deuses a lhe acompanhar. Será responsável por suas escolhas. Será dona de si, estará livre...

Alice: Quem é você?

Narrador: É a dançarina que dança firme e equilibrada como a terra, que dança pelo cosmo. Ela é o Resultado de todas as outras cartas, é o Mundo, que representa a consciência de pertencer, vir e voltar a terra, quer dizer vida eterna, recompensa, conclusão, caminho da libertação. Na carta ela olha a folha que simboliza a consciência de ter a mesma origem das plantas, a terra.

Alice: Mora sozinha?

Dançarina: No segundo andar vive o macaco. Na entrada da PORTA DOS FUNDOS, repousa um homem. Logo em frente há uma profetiza, e lá no alto, observando tudo de camarote: a santa, guardiã da porta dos céus. Só os seguros e corajosos poderão passar por lá.

Alice: E este guarda-chuva, pra que serve? É seu?

Dançarina: Sim, é meu. Carrego comigo. Simboliza poder em toda parte... Um símbolo de proteção e realeza. A sombra protege do calor e do sol e o frescor de sua sombra representa proteção contra o sofrimento, desejo, obstáculos e doenças. Tradições diferentes desenvolveram muitos tipos de guarda-chuvas: a parte de cima simboliza sabedoria e o tecido que protege simboliza compaixão. E meu riso é azul.

Alice: Você então que é o riso azul!?

Dançarina: Há sim. Fiquei assim depois de beijar Frida Kalo.

Alice: Se eu te beijar, meu riso se tornará azul para sempre também?

Dançarina: Sim flor!!!

Alice: Me beija então! Cade você. Eu também gosto de chupar uma bucetinhas. Cade você?

Dançarina: Acalme-se, venha. Estou no banheiro...




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domingo, 27 de dezembro de 2009

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Pentagrama







Um pentagrama (do grego antigo πεντάγραμμος) é uma estrela composta por cinco retas e que possui cinco pontas. Na língua portuguesa, pentagrama significa uma palavra com cinco letras. Também é, em música, as cinco linhas paralelas que compõem a partitura.

Ao pentagrama são atribuídos vários significados esotéricos.
Originalmente símbolo da deusa romana Vênus foi associado a diversas divindades e cultuado por diversas culturas. O símbolo é encontrado na natureza, como a forma que o planeta Vênus faz durante a aparente retroação de sua órbita.

Trata-se de um dos símbolos pagãos mais utilizados na magia cerimonial pois representa os quatro elementos (água, terra, fogo e ar) coordenados pelo espírito, sendo considerado um talismã muito eficiente.

O pentagrama é conhecido também como o símbolo do infinito, já que é possível fazer outro pentagrama menor dentro do pentágono regular do pentagrama maior , e assim sucessivamente.

Possui simbologia múltipla, sempre fundamentada no número cinco, que expressa a união dos desiguais. Representa uma união fecunda, o casamento, a realização, unindo o masculino,o 3, e o feminino, o 2, simbolizando ainda, dessa forma, o andrógino.

link

http://www.youtube.com/watch?v=8tE9vLH-Hu0
http://www.youtube.com/watch?v=rZWBifLs0dw
http://www.youtube.com/watch?v=-M35FpnpUtc&feature=related

link

http://www.youtube.com/watch?v=8tE9vLH-Hu0

Alice e o cacau

Alice lembrou-se que nesse dia tinha prova de história e que já havia perdido a eleição pra eleger chapa do grêmio e saiu as preças com a metade do bilheta na mão. Chegando na sala percebeu que a professora havia faltado e no seu lugar veio um professor substituto que veio da bahia. sobre sua mesa havia algo desconhecido fazendo Alice indagar:
- Professor o que é isso sobre sua mesa?
- É um cacau.
- É o seu primeiro dia aqui na escola?
- Sim. Cheguei faz duas semanas de Ilhéus-Bahia.
- Mas por que esse cacau na sua mesa?
- Pra contar um pouco sobre sua origem no brasil e suas consequências.

link

http://www.youtube.com/watch?v=ThSI3uyh0G4

Ajudando o Professor a Ensinar pra Valer nas Classes de Aceleração

Alice Davanço Quadrado
Maria José Reginato Ribeiro Tina Amado

Um dos problemas centrais do Ensino Básico no Brasil é o alto índice
de fracasso escolar, traduzido nas elevadas taxas de repetência e
evasão. Em todo o País, isso representa elevados custos humanos,
sociais e financeiros.
No Estado de São Paulo, as perdas por repetência e evasão
representam cerca de 25% do total dos alunos matriculados na Rede:
são jovens que não têm acesso à plena cidadania, é toda uma
sociedade que não conta com novas gerações adequadamente
formadas e que arca com o desperdício dos recursos públicos
acarretado pela repetência.
Além de fator reconhecidamente responsável por grande parte da
evasão, a múltipla repetência traz conseqüências graves para o
autoconceito do aluno, fruto da interiorização do fracasso escolar,
prejudicando-o como cidadão e em sua relação com o
conhecimento.
Visando reverter este quadro e criar condições para que a escola cumpra
efetivamente sua função social, atendendo às necessidades de todos os alunos,
a Secretaria de Estado da Educação de São Paulo - SEE desencadeou a partir
'Técnicas do Centro de Pesquisas para Educação e Cultura - CENPEC.
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de 1995 uma série de ações, dentre as quais o Projeto de Reorganização
da Trajetória Escolar no Ensino Fundamental: Classes de Aceleração. O
objetivo é corrigir o fluxo na Rede, eliminando a defasagem idade/série,
criando condições para que alunos multirrepetentes possam, em um ou
dois anos, retomar com sucesso o percurso regular, freqüentando a série
prevista para seu grupo erário(2). Mais que isso, na verdade, as Classes
de Aceleração visam recuperar a confiança perdida: de alunos, em sua
capacidade de aprender, e de professores, em sua competência para
ensinar bem a todos.
Concepção das Classes de Aceleração
Assumir o compromisso com a aprendizagem dos alunos
multirrepetentes implicou empenhar-se na revisão do que seria
realmente indispensável assegurar nesta retomada do percurso,
estruturando uma proposta pedagógica significativa e relevante. O
Projeto não pretende criar outra modalidade de ensino, nem instituir a
promoção pura e simples dos alunos para séries subseqüentes: visa,
sim, resgatar, através de aprendizagens bem-sucedidas, o autoconceito
positivo e a confiança dessas crianças e jovens na própria capacidade
de aprender, condições básicas para a continuidade dos estudos com
chances de sucesso.
Não bastava, pois, elaborar um programa de recuperação dos
conteúdos tradicionalmente trabalhados da 1a. à 4a. série. Fez-se
necessário desenvolver uma proposta que mobilizasse os alunos para
conquistar o conhecimento, ampliando suas possibilidades de
aprendizagem, o que certamente implicaria uma nova abordagem dos
conteúdos e da prática docente; seria então necessário organizar um
ambiente escolar desafiador, que estimulasse a curiosidade de
conhecer o mundo, abrindo janelas para a leitura do cotidiano através
dos conteúdos das diferentes disciplinas.
A proposta pedagógica curricular das Classes de Aceleração,
elaborada pela Fundação para o Desenvolvimento da Educação -
FDE, órgão vinculado à Secretaria de Estado da Educação,
originou-se desse propósito (ver artigo anterior nesta publicação).
Para concretizá-la, coube à equipe do Centro de Pesquisas para
Educação e Cultura - CENPEC a elaboração de material de apoio para
professores e alunos, bem como a capacitação dos docentes
envolvidos no Projeto.
2 São considerados alunos com defasagem idade/série aqueles que ultrapassam em dois ou mais anos a idade
prevista para a série em que se encontram matriculados. Embora a defasagem atinja os maiores índices da 58 à 8a
série, a SEE optou por "enfocar, inicialmente, as primeiras séries do 1° Grau, atuando assim onde se encontram as
raízes de sua formação" (SÃO PAULO, 1996b).
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O Material de Apoio
O material elaborado para dar sustentação à atuação docente e discente
no desenvolvimento dessa proposta visa operacionalizar, no dia-a-dia, os
princípios e procedimentos nela explicitados; além de orientação para o
tratamento adequado dos conteúdos curriculares, enfatiza e oferece
alternativas viáveis de condução de classe no trabalho com turma
heterogênea.
Coerente com a concepção de conhecimento e de ensino-aprendizagem
da proposta, o material foi concebido para ser estimulante, promovendo
a integração dos conteúdos, o debate, a busca de informações, o hábito
de registro; atraente, conquistando o envolvimento do aluno e a
cumplicidade do professor, inclusive pelo toque de humor das
ilustrações; e diversificado, a fim de ajudar o professor a atender às
diferentes necessidades dos alunos. Uma preocupação que perpassa
todo o material é a de contribuir para que professor e alunos tenham
clareza dos objetivos de cada atividade proposta e das aprendizagens
realizadas. Para o professor, isso auxilia no planejamento das
intervenções que se fazem necessárias; para os alunos, ajuda a dominar
o próprio processo de aprendizagem, favorecendo o desenvolvimento da
autonomia, condição fundamental para que prossigam seus estudos com
sucesso.
Todo o material foi elaborado em 1996 em caráter provisório,
acompanhando 0 próprio processo de implantação do Projeto na Rede.
Por um lado, era preciso conhecer mais de perto o público a quem se
destinava; por outro, dada a intenção de que tivesse um caráter
formador, em estreita vinculação com a capacitação dos professores,
pretendia, ao mesmo tempo que lhes oferecia sugestões, incorporar
suas contribuições nas etapas seguintes.
Para sua elaboração, formou-se uma equipe(3) de especialistas de área
responsável pela produção dos textos-base para professores e alunos,
contendo as propostas de atividades para todos os componentes - e uma
equipe de pedagogas do CENPEC, encarregada do texto final, produto da
organização, adequação, integração e revisão dos textos-base; e, ainda,
uma revisora e profissionais para projeto gráfico e edição de arte.
3 Encarregaram-se dos textos-base América dos Anjos C. Marinho, Maria Cecília Machado e Zoraide I.
Faustinoni da Silva (Português), Elza Yasuko Passini (História e Geografia), Kátia C. S. Smole
(Matemática), Maria Aparecida R. de Abreu (Ciências), Regina Andrade Clara e Sonia M. Madi Rezende
(Educação Artística e Educação Física); as responsáveis pelo texto final são Elisabete da Assunção José,
Maria José R. Ribeiro, Marilda F Ribeiro de Moraes e Zoraide I. F da Silva, sob coordenação pedagógica
de Maria das Mercês F Sampaio e coordenação geral de Marta Wolak Grosbaum.
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Tendo como base as propostas curriculares elaboradas especificamente
para as Classes de Aceleração, a escolha e organização das atividades não
são aleatórias: seguindo os mesmos princípios da concepção que as
sustenta, as atividades sugeridas são desafiadoras, valorizam os
conhecimentos e as produções dos alunos e estimulam para que tenham
consciência de seu próprio processo de aprendizagem.
O material é propositadamente único para as Classes de Aceleração I e li,
pois a proposta é uma só - e deve permitir que todos avancem, podendo
apresentar desempenhos diferentes, de acordo com os conhecimentos que
já possuem, habilidades desenvolvidas e grau de autonomia conquistado.
Alternativas de atendimento aos diferentes níveis de aprendizagem são
sugeridas em todos os componentes.
É composto por um conjunto de quatro módulos, contendo, cada um,
livro do professor, livro do aluno, fichas de atividades, encartes,
cartazetes e jogos.
Ensinar pra Valer! é o livro do professor, com orientações sobre
procedimentos pedagógicos, atividades para todos os componentes
curriculares e considerações a respeito dos conteúdos e conceitos
trabalhados. Ao final de cada componente, apresenta um
quadro-síntese, relacionando cada atividade proposta aos objetivos
pretendidos, de modo a permitir ao professor ter clareza do que está
desenvolvendo e para quê, podendo assim selecionar ou criar outras
atividades, segundo as necessidades ou dificuldades dos alunos.
Discute e propõe também procedimentos relativos à condução de classe,
indispensáveis para a realização da proposta pedagógica, tais como 0
estabelecimento de rotinas diárias do uso do tempo, do espaço e dos
materiais; o planejamento da distribuição e seqüência das atividades; a
organização de momentos de trabalho coletivo, em pequenos grupos e
individuais para atender aos diferentes ritmos de aprendizagem dos
alunos; a realização do acompanhamento e registro das observações do
professor a respeito da classe, dos alunos individualmente e de seu
próprio trabalho.
O livro do aluno, Aprender pra Valer!, traz atividades variadas e
estimulantes, cujo desenvolvimento é orientado no livro do professor.
Em todos os módulos, para cada componente é apresentado um
índice das atividades a serem realizadas, que vai sendo preenchido
pelos alunos no decorrer de sua realização, com o objetivo de
ajudá-los a organizar-se e conscientizar-se das aprendizagens
realizadas; além disso, prevê espaços para que façam apreciações
sobre elas.
As fichas - de leitura, problemas ou experimentos - e os jogos (para a
aprendizagem lúdica de alguns conteúdos de Português e Matemática) facilitam
22
o trabalho diversificado em sala de aula, envolvendo grupos de alunos em
atividades de seu interesse ou para trabalhar dificuldades específicas,
enquanto o professor dá atendimento individual ou em pequenos grupos
aos demais; os encartes, para uso individual dos alunos, facilitam o
desenvolvimento de algumas atividades, enquanto os cartazetes
destinam-se a ilustrar os temas trabalhados ou desencadear atividades.
Faz parte também do material um volume específico sobre o tema
Avaliação, contendo, além de indicações dos procedimentos para uma
avaliação diagnóstica inicial da classe, orientações detalhadas sobre a
avaliação em processo, parte integrante da proposta pedagógica: indica os
avanços desejados no processo de desenvolvimento do aluno em cada
disciplina, pontuando os marcos de aprendizagem que devem ser
observados e perseguidos no acompanhamento de cada um. Como a
proposta das Classes de Aceleração busca a integração do ensino e da
aprendizagem, a avaliação só faz sentido se incidir sobre as produções dos
alunos e o trabalho realizado pelo professor. Só poderá servir como
instrumento para ajudar os alunos a aprender na medida em que ofereça
subsídios para o professor rever seus procedimentos e replanejar sua
atuação. Nesse sentido, esse volume propõe ainda algumas questões que
pretendem levar o professor a refletir sobre sua condução dos trabalhos, em
cada um dos componentes curriculares.
Este material parece ter servido aos fins a que se propunha. Apesar de
problemas de ordem burocrática, em virtude dos quais os professores não
puderam dispor do que fora produzido dentro dos prazos previstos em
1996, pôde-se perceber, através do contato com os professores e com as
produções de alunos por eles trazidas, que os módulos a que tiveram
acesso foram muito bem recebidos e serviram realmente de apoio para
desenvolver o proposto na capacitação. Problemas como a adequação da
linguagem e das propostas de atividades à idade e aos interesses dos
alunos, sentidos pelos professores a partir do uso em classe, bem como da
clareza de algumas orientações para o próprio professor, puderam ser
corrigidos na produção dos módulos seguintes e por ocasião da revisão de
todo o material para o ano de 1997. Da mesma forma, pôde-se perceber, no
contato com os professores, quais as necessidades que explícita ou
implicitamente traziam em relação ao trabalho, o que também norteou as
produções subseqüentes.
O material foi cuidadosamente pensado e elaborado para contribuir com o
trabalho diário do professor na sala de aula e ajudá-lo a construir uma
nova prática. Evidentemente, porém, ele não é mágico e não basta por si.
A mediação do professor é fundamental no planejamento dos conteúdos a
serem estudados, na organização das atividades e da classe, no contato
com os alunos, nas intervenções que se fazem necessárias... Daí ser
fundamental a estreita vinculação do material com a capacitação dos
professores que o utilizam.
23
A Capacitação dos Professores
Novas práticas só são adotadas quando se percebe sua necessidade, ou
seja, quando se reconhece que as anteriores já não atendem ao que se
deseja, sendo necessário alterá-Ias. Isso ocorre através da reflexão,
buscando-se fundamentação teórica para escolher alternativas mais
adequadas. Esse processo demanda tempo, constitui-se gradualmente e
é mais eficaz quando as pessoas interagem num mesmo grupo, em que
se criam vínculos de conhecimento, confiança mútua e solidariedade. A
capacitação de professores em grupos, a partir dessas premissas,
sensibiliza e mobiliza para a ação, oferecendo recursos para ampliar a
compreensão do processo pedagógico e tratar adequadamente os
conteúdos das áreas do currículo, especialmente ao proporcionar
oportunidade de vivenciar situações de aprendizagem que os levem a
colocar-se no lugar do aluno.
A sistemática de capacitação adotada para os professores envolvidos no
Projeto das Classes de Aceleração apoiou-se nessas premissas, usando o
material produzido para ajudá-los a operacionalizar a proposta no
dia-a-dia da sala de aula, solidificando sua prática, fortalecendo sua
autoconfiança e favorecendo uma visão de conjunto das atividades de
cada componente, dos objetivos a que servem e reiterando, através de
seu desenvolvimento, os propósitos formativos da capacitação. Esta
consistiu em cinco encontros de dois a três dias cada um, ao longo do
ano letivo, reunindo sempre os professores a cargo de uma mesma
capacitadora.
O planejamento, a execução e a avaliação da capacitação foram
realizados por uma equipe de 15 capacitados(4), que se reuniam com a
coordenação do CENPEC em momentos imediatamente anteriores e
posteriores aos encontros com os professores, assegurando unidade ao
processo e maior segurança a suas protagonistas. A seleção das
capacitadoras foi criteriosa, enfatizando, além da competência técnica,
sensibilidade, habilidades de comunicação e relacionamento, bem como
o compromisso com as questões da Escola Pública, especialmente com
os alunos multirrepetentes. Trata-se de um grupo de pedagogas e
alfabetizadoras com larga experiência profissional em variadas funções e
atividades na área da Educação. Coube a elas o principal papel no
desenvolvimento do trabalho junto aos professores, proporcionando aos
participantes fundamentação teórica e momentos de reflexão sobre a
prática, a proposta pedagógica e o Projeto.
4 Carmen Martini Costa. Carmen Olívia B. Peres, Ines Rosanna Carmmarota, Iracema Amaral Mucciolo,
Maria Aparecida Laginestra, Maria Helena L. C. Berti, Marlene Coelho Alexandroff, Maria Nivia S. SchOtt,
Medida F Ribeiro de Moraes. Regina Andrade Clara, Sônia de Gouveia Jorge, Sonia M. Rolffen Diaz,
Vanda Noventa Fonseca, Walderez Nosé Hassenpflug e Wilma Dellwni Teixeira, coordenadas por Alice
Davanço Quadrado.
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Os professores foram distribuídos em 15 turmas sediadas em diferentes
regiões, com aproximadamente 40 pessoas por grupo, sob a coordenação
de uma mesma capacitadora até o final do ano, mantendo-se assim as
relações de vínculo instaladas. Além dos docentes, integraram os grupos
coordenadores pedagógicos, supervisores e técnicos das escolas e
delegacias envolvidas no Projeto.
A maioria dos professores das Classes de Aceleração, segundo dados
fornecidos pela FDE, tem até 10 anos de experiência profissional (66%)
nas séries iniciais do 1° Grau. São, na esmagadora maioria (99,3%),
mulheres, com idades variando de 19 a 34 anos (50%) e de 35 a 50
anos. Todos têm formação completa de 2°- Grau, enquanto mais da
metade (57%) cursou e cerca de um quinto (22%) ainda está cursando a
universidade. Em relação à situação funcional, 45% são efetivos,
distribuindo-se os demais entre estáveis e não-estáveis.
Os encontros de capacitação foram sempre momentos de intensa
interação, consistindo em leitura e debate de textos teóricos e literários,
troca de idéias, vivência de atividades e jogos de sala de aula em
organização variada (em grupos, individual e coletiva), utilizando grande
diversidade de recursos materiais (textos, retroprojetor, vídeo, som) - e,
principalmente, as atividades de Ensinar pra Valer! e Aprender pra Valer!
Começaram os encontros (...) Uma
realidade completamente diferente, com
riqueza de materiais e disposição para
vencer. (Prof(a) Capital)
Com vocês [equipe de capacitação], mudei
as coisas. Além das lousas e
mimeografados de antes, optei pelos
grupos de alunos, círculos, duplas,
passei a utilizar paredes, cartazes,
painéis, jornais e revistas... Muito
estímulo, tantas tentativas e bons
resultados! (Prof(a) Itaquaquecetuba)
A equipe que planejou a capacitação está bem ciente de que os
problemas de formação docente não podem ser todos resolvidos no limite
de um programa. As eventuais lacunas de formação, refletidas na
prática profissional, inserem-se em um contexto mais amplo, requerendo
ações de várias naturezas, em relação tanto à formação inicial quanto à
formação em serviço. Entretanto, um programa como o proposto visou
assegurar maior domínio e uma visão integrada dos conteúdos
curriculares, reflexão coletiva sobre a própria prática e um novo olhar
sobre o aluno e a condução de classe.
25
O ponto de partida é o reconhecimento e a valorização do saber do
professor, buscando-se sempre respeitar e aproveitar sua experiência.
Este projeto não veio apagar aquilo que a
gente já sabia. Veio acrescentar. E
acrescentou muito! (Profª. Capital)
A troca de experiências entre os professores, nos grupos de capacitação,
permite conhecer outras propostas, validar o trabalho realizado ou
mesmo acertos de rumo, quando necessários.
O conteúdo tratado em cada encontro era estreitamente vinculado à
proposta pedagógica e à prática docente, na forma expressa no conjunto
dos materiais de apoio. O professor deveria apropriar-se dos conteúdos
curriculares de maneira significativa (tal como seus alunos),
tornando-se capaz de selecioná-los e dosa-los visando garantir o que é
realmente indispensável nessa retomada. Foi instigado a refletir sobre a
proposta curricular, tornando-se um sujeito ativo no processo
ensino-aprendizagem, capaz de responder adequadamente a uma
variedade de situações.
Como Português e Matemática são componentes centrais na
aprendizagem das séries iniciais, em todos os encontros os professores
foram envolvidos em atividades de leitura e produção de textos, além da
análise dos textos produzidos pelos alunos, desenvolvendo um trabalho
colado à prática da sala de aula; e vivenciaram situações de resolução de
problemas em números, medidas e geometria, a partir de dados do
cotidiano dos alunos, tais como os propostos no material de apoio. Estes
também foram os pontos de partida para desencadear a aprendizagem
de conteúdos dos demais componentes (Ciências, História, Geografia,
Educação Artística e Educação Física), igualmente trabalhados durante
o ano.
Outra preocupação permanente durante a capacitação foi contribuir
para que o professor alcançasse uma visão articulada e integrada dos
vários componentes curriculares. Assim, atividades relativas aos temas
centrais de cada módulo foram vivenciadas em um processo dinâmico e
interativo, levando o professor a desenvolver nova percepção sobre o
processo de construção do conhecimento.
Achava que os alunos aprendiam decorando, mas é preciso
deixá-los expor suas idéias, mostrar seus conhecimentos,
suas dificuldades... (Profª. Itaquaquecetuba)
A fim de atender adequadamente à proposta pedagógica das Classes de
Aceleração, era preciso ainda levar o professor a conhecer o perfil de seus
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alunos e a reconhecer a importância de promover seu autoconceito
positivo, nutrindo-o pelos ganhos cognitivos. Para isso, o professor
exercitou um novo olhar sobre os alunos, procurando reconhecer suas
habilidades, valorizando seus êxitos, sabendo que cresce a confiança em
si quando se percebe capaz de aprender.
Meus alunos hoje são mais confiantes ao
enfrentar dificuldades... (Prof(a) São
Miguel Paulista)
Professora, o que a senhora está fazendo
com a minha filha?! Agora ela está lendo!
Ela não tem mais medo de ler! (Mãe de
aluna, Diadema)
Também constituíram conteúdos dos encontros de capacitação temas
como o registro do cotidiano escolar, que favorece o acompanhamento do
processo ensino-aprendizagem; as práticas de rotina e planejamento,
que permitem o trabalho produtivo e sistematizado; e debates sobre
questões e expectativas dos professores, implícita ou explicitamente
manifestas; dentre estas, particularmente, questões da disciplina e da avaliação.
Os procedimentos em relação à "indisciplina" dos alunos, tema
fortemente requerido pelos professores, foram tratados de forma
articulada à própria organização das situações de aprendizagem. Uma
vez reconhecidos os problemas de indisciplina que podem ser resolvidos
no interior da sala de aula, enfatizou-se a importância do planejamento
coletivo da rotina diária, a necessidade da organização como condição
para o trabalho intelectual, assim como a preocupação permanente em
constituir a classe como um grupo, através do estabelecimento comum
de acordos e regras, gerando confiança mútua e solidariedade.
A capacitação mudou muito a visão que
tínhamos sobre disciplina... (Prof(a) Capital)
Outro tema recorrente foi a avaliação, considerada como instrumento
para ajudar o aluno a aprender, na medida em que permite a percepção
de seus avanços e dificuldades, e como prática que leva o professor a
refletir sobre seu próprio trabalho e a replanejar suas intervenções.
Hoje, uso a avaliação para replanejar meu trabalho e ver o
que deu certo e o que devo mudar. (Prof(a) Carapicuíba)
Houve preocupação também com a avaliação da própria capacitação.
Ao final de cada encontro, os participantes preenchiam uma ficha de avaliação
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respondendo a questões abertas e fechadas; buscou-se com isso, ao mesmo tem
professores opinavam sobre a importância, a conveniência e a forma
como foram conduzidos os encontros. Esses dados eram discutidos com
a equipe de coordenação e sintetizados em um relatório enviado à SEE;
ao mesmo tempo, as sugestões e críticas eram levadas em conta no
planejamento dos encontros seguintes, gerando reflexos também na
produção do material. Nesse sentido, os professores são de certa forma
co-autores desse processo, além de verdadeiros protagonistas da
implementação das Classes de Aceleração, junto com seus alunos.
Considerações Finais
A implementação do Projeto, ao final da presente etapa, traz as marcas
do "novo": de um lado, a paixão dos que desafiam a inércia e ousam
transformar; de outro, os riscos inevitáveis dos que caminham abrindo
horizontes e concretizando ações. Assim, fazer um balanço do que foi
realizado até o momento implica arrolar conquistas e obstáculos.
Tendo o Projeto envolvido um volumoso contingente de pessoas de
diversas instituições, o trabalho incessante e o compromisso
revelado pela maioria configuram sem dúvida pontos dos mais
positivos.
É cedo para avaliara eficácia do investimento na capacitação dos
professores e na produção do material de apoio. Até o momento
(novembro de 1996), não dispomos ainda de dados sobre a promoção
dos alunos. Em breve estarão disponíveis esses resultados, assim como
os do acompanhamento dos egressos das Classes de Aceleração, que
serão feitos em 1997, visando aferir, basicamente, seu sucesso na
continuidade dos estudos.
No entanto, dispomos, sim, de indicadores de natureza qualitativa, na
forma de depoimentos dos professores e produções dos alunos.
Através destes, foi possível perceber, desde o primeiro semestre, que
as Classes de fato faziam diferença, para professores e alunos.
Cresciam, no professor, a segurança ao desenvolver um trabalho
eficiente, o sentimento de dignidade profissional, de solidariedade
para com os alunos e a confiança em sua capacidade de aprender;
enquanto os alunos referiam-se claramente a suas conquistas em
relação ao mundo letrado: ler jornais, fazer contas, construir gráficos,
escrever diário - gostando de fazer tudo isso.
A proposta pode não dar certo, mas eu nunca mais
sereia mesma. (Prof(a) São Miguel Paulista)
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“ Mudei muito minha postura como
professora, tornando-me ousada, curiosa,
sempre buscando o novo... (Prof(a)
Carapicuíba)
Mudou minha visão em termos do que posso
fazer pelo aluno. (Prof(a) Guaianazes)
(...) mudou muito a minha vida, porque eu não
sabia nada antes e agora eu estou lendo e
escrevendo. É muito importante para mim.
Professora, aprendi a gostar de ler com você...
Eu não sabia escrever meu nome (...) e agora
eu sei fazer até diário e continha de quarta
série.
Hoje sei escrever carta, sou eu que escrevo
pro avô lá na Bahia.
Acho que estou bom na escola. (...) Quando eu
não sabia ler, eu pedia pra meu irmão (...)
Hoje eu sei ler e ele se orgulha de mim.
(Alunos, diversas escolas)
Esses e muitos outros depoimentos revelam a concretização do propósito
que permeou tanto a capacitação quanto o material, de que professores e
alunos adquirissem não somente novas competências como também a
consciência dessas aquisições. Muitos depoimentos, tanto dos mestres
quanto de alunos, demonstram ainda a incorporação da nova forma de
tratar os conteúdos e de organizar a classe, tal como proposta no
material e nos encontros, na prática cotidiana da sala de aula.
O tema Supermercado foi tão bem aceito que
os alunos (...) não faltam mais. (Prof(a)
Diadema)
Hoje vejo que, para ensinar e ter um bom
resultado, é preciso partir do que o aluno
sabe e falara linguagem dele. (...) Ele aprende
pra toda a vida. (Prof(a) Taboão da Serra)
Meus alunos me ensinaram coisas que eu não
sabia... [referindo-se a um passeio da classe
em uma reserva florestal] Observamos a
natureza, tudo que estava ao nosso redor. Foi
fascinante! (Prof(a) Cotia)
Aprendi a usar material base dez e a fazer
quadro de observações.
Eu aprendi a data do meu nascimento,
como faz cheque( ...) e estou aprendendo
hora de relógio.
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[aluno argumentando com colega para
obter colaboração:] Você acha que, se
tivesse ficado na outra sala, você já estaria
lendo? (Alunos, diversas escolas)
Ao longo de todo o ano, foi possível perceber o prazer dos alunos em
freqüentar as Classes de Aceleração e a mudança da imagem que faziam de
escola e professor, em sua memória de multirrepetentes.
Adoro vir para a escola. Prefiro vir para a
escola do que ficarem casa. Acordo de
madrugada e fico esperando a hora de vir
para cá.
Antes eu sentava no fundo, o que eu ia fazer
lá na frente? Eu não entendia nada...
Nunca tive uma professora tão legal! Se eu
erro, ela me ensina.
Hoje foi um dia muito legal, mas que pena
que acabou a semana ...(diário de aluno,
numa sexta-feira)
Minha professora é diferente: ela me escuta,
não me ignora, trata todo mundo igual, não
trata um melhor do que o outro.
Dessa classe eu gostei: a professora ensina,
e eu aprendo. (Alunos, diversas escolas)
Falas como essas confirmam nossa hipótese de que um ambiente
desafiador e estimulante, com um professor motivado e consciente de
aonde quer chegar, dispondo de recursos variados de apoio, propiciam o
estabelecimento de uma nova relação dos alunos com o conhecimento, o
que, por sua vez, gera a vontade, o prazer de aprender, a crescente
autoconfiança.
O mesmo sentimento de confiança em si pode ser depreendido de muitos
depoimentos dos professores, ao fazer a avaliação do programa de
capacitação e do próprio trabalho ao final do ano letivo.
Hoje já não me sinto pequena perante os
obstáculos... (Prof(a) Barueri)
Agora sou outra professora, com outra visão
de aprendizagem. (Prof(a) São Miguel
Paulista)
Não posso dizer que mudei de estratégias
para ensinar, pois na verdade não tinha
nenhuma. O que tinha eram alguns modelos
copiados de outras professoras. Hoje posso
dizer que caminho com as minhas próprias
pernas. (Prof(a), Itaquaquecetuba)
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Como se pode ver dessas manifestações, mesmo sem dispor de dados
quantitativos ou de uma avaliação formal, são inegáveis as conquistas do
Projeto. Contribuiu para isso a permanente integração e sintonia entre as
equipes de produção do material e capacitação dos professores, assim como a
cooperação entre estas e a equipe responsável pelo Projeto na FDE.
Em vários momentos, esta equipe assegurou as necessárias medidas de
sustentação: promoveu reuniões com vários segmentos de profissionais da
Rede, para apresentar os propósitos do Projeto e o que vinha sendo
desenvolvido em termos de material e capacitação; participou tanto de
reuniões com a equipe de produção do material, para acerto de rumos, quanto
das reuniões de avaliação dos encontros de capacitação, discutindo as
sugestões e críticas dos professores, o que permitia dar encaminhamento aos
problemas eventualmente apontados; por ocasião da remoção de alguns
professores de Classes de Aceleração durante o período letivo, organizou
encontros específicos das capacitadoras com os que os substituíram,
assegurando a continuidade do processo; ou, ainda, tendo as capacitadoras
percebido que alguns professores apresentavam dificuldades em lidar com os
alunos não-alfabetizados, promoveu um encontro extraordinário, atendendo a
solicitação da equipe do CENPEC, entre professores e duas das capacitadoras,
especialistas em alfabetização.
Entretanto, considerando a própria natureza do Projeto, certos limites de
ordem burocrático-administrativa acabam por constituir-se em entraves a sua
plena realização: embora fosse prevista a adesão voluntária dos professores
para a regência das Classes de Aceleração, cerca de 10% deles não puderam
optar livremente, devido aos critérios vigentes de atribuição de classes na
escola (SÃO PAULO, 1996b); os procedimentos usuais de remoção de
professores em pleno ano letivo provocam ruptura dos vínculos entre
professor e alunos- o que se agrava neste caso, dada a importância da relação
que esses professores, especialmente sensibilizados para atuar com
multirrepetentes, lograram estabelecer com seus alunos.
A burocracia do sistema também impediu que o material produzido chegasse
em tempo hábil às mãos dos professores, prejudicando a capacitação, a
atuação docente e a própria possibilidade de uma avaliação consistente e
criteriosa de sua eficácia, que somente poderá ser feita em 1997, quando todo
o material estiver disponível aos professores desde o início do ano letivo.
Entraves de outras naturezas também puderam ser detectados. Em vários
casos, nas escolas, pôde ser percebido, por relatos de professores, um certo
grau de discriminação em relação às Classes de Aceleração: sua alocação em
salas inadequadas, pequenas, sem ventilação; a falta de apoio da direção e
colegas; o isolamento (inclusive com estabelecimento de horário separado para
o recreio); e, mesmo, sentimentos de "ciúme" por parte dos demais integrantes
da equipe escolar, que aparentemente não se conformavam com "esses
alunos" receberem tantos recursos e atenção. A solução para tais entraves,
na verdade, assim como os anteriormente apontados, estão fora do alcance
do professor que entretanto soube ou pôde oferecer, a seus alunos, uma
experiência de aprendizagem significativa e efetiva.
31
Com certeza, isso foi muito valioso, mas não basta. A escola e o sistema podem f
experiência do Ciclo Básico, instalado já há bom tempo na Rede sem
lograr alterações significativas nas atitudes em relação à seriação). Além
disso, desde seu desenho original, as Classes de Aceleração são um
Projeto cujo êxito consiste na própria extinção: deve encerrar-se tão logo
o fluxo seja corrigido. No entanto, sua própria implementação anuncia
que, para não ser mais necessário, as classes regulares deveriam
incorporar muitas de suas premissas e práticas.
Muitos professores participantes do Projeto explicitam que, se nas
classes regulares fosse desenvolvido um trabalho dessa natureza,
não haveria necessidade das Classes de Aceleração; ou, então,
propõem a extensão do Projeto a todas as classes regulares...
Bom seria se todos os professores
pudessem ter um acompanhamento
durante o ano letivo como o que foi feito
com a Aceleração... (Prof(a) Cotia)
Depois da Classe de Aceleração, será o
máximo pegar outras classes, mesmo
complicadas e, quem sabe, passar a
outras o que aprendi na capacitação.
(Prof(a) Itapecerica da Serra)
No entanto, apesar do entusiasmo pela proposta, a contaminação de
outros professores ainda é dispersa e pontual(5), mesmo nas próprias
escolas que abrigam as Classes de Aceleração, destacando a
necessidade de se articular este projeto com os demais promovidos pelo
órgão central, visando mobilizar a escola como um todo - diretor,
professores, alunos, funcionários e comunidade -para assumir, junto
com o poder público, a responsabilidade social de combater o fracasso
escolar e lutar pela inclusão de crianças e jovens, marginalizados pelo
próprio sistema de ensino, no curso regular de estudos e na condição de
cidadãos.
É preciso juntar objetividade e sonho, para
ver cada aluno com um olhar novo,
percebendo-o como alguém que está hoje
conosco, mas pertence ao futuro.
5 Nos encontros de capacitação, professores relataram que colegas de classes regulares, tendo presenciado 0
entusiasmo dos alunos e observado os progressos feitos, interessaram-se pela proposta, pedindo emprestado 0
material de apoio para reproduzir; a equipe do CENPEC também recebeu solicitação de diversas escolas nãoparticipantes
do Projeto para dispor do material, ou até para conhecer o trabalho que já haviam realizado com base nele.
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E tem o direito de aproveitar ao máximo
seu tempo de escola para adquirir
ferramentas que o ajudem no processo de
compreensão do mundo, de participação
social e construção de uma realidade que
ainda não existe.
Raízes e Asas
Referências Bibliográficas
CENPEC - Centro de Pesquisas para Educação e Cultura. Raízes e asas.
São Paulo: CENPEC, 1994.
_____. Ensinar pra Valer!, Aprenda pra Valer! (versão preliminar). 9v. São
Paulo: FDE, 1996.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Estado da Educação. Fundação para
o Desenvolvimento da Educação. Diretrizes para avaliação e
parâmetros para encaminhamento dos alunos das Classes de
Aceleração. São Paulo: FDE, 1996a.
_____. Perfil dos professores: Classes de Aceleração. São Paulo: FDE,
1996b.
_____. Reorganização da trajetória escolar no ensino fundamental: Classes
de Aceleração; documento de implantação. São Paulo: FDE, 1996c.
_____. Reorganização da trajetória escolar no ensino fundamental:
Classes de Aceleração; proposta pedagógica curricular. São Paulo:
FDE, 1996d.
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