sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

no fundo do mar

Alice num dia desses, antes do sol passar por cima de sua cabeça, foi abraçar o mar. Por lá ficou até o sol estender-se-la no horizonte. A menina via a cena como um espetáculo.
Abriu um desses livros que a gente nunca ouve falar, de um autor desconhecido. Narrava um romance entre uma cigarra e uma sereia. De escrita capenga, mas instigadora.
O guarda-sol, agora protegia a menina da chuva, ao passo que folheava as ultimas paginas solenemente, sem pressa.
Mal sabia ela que a chuva já conhecia a história, por isso precipitou o choro...
A identificação da menina era pelo canto das personagens. Alice num risco arriscava a riscar. Alice gostava de cantarolar suas autorias. Suas modinhas. Seus estribilhos.
E na história, a sereia e a cigarra, encontraram-se em cantos dissonantes.
Obs: posso explorar o canto das personagens, no sentido de trazer o que o canto de cada uma delas querem dizer, passar. A sereia pode ser a sedução e a cigarra de competição.
Alice encheu-se de curiosidade... Alice se pocou de curiosidade. Alice se encheu de curiosidade.
Quando a cigarra foi beijada pela sereia, ela cantou, cantou tão alto que explodiu.
A sereia então triste voltou para as profundezas do mar.
Alice, se ali se visse. Alice aliciada e triste...
A maré recuava-se a pedido da lua em pêsames a sereia, que transbordava seu coração com toda aquela água.
A sereia nunca mais cantou...
Trancou o amor amordaçado no armário.
E Alice, na areia confusa, desparafusou seu guarda-chuva ao pôr-do-sol e viu o mais belo arco-íris de todos os tempos.
E Alice, na areia confusa, desparafusou seu guarda-chuva ao pôr-do-sol, vislumbrando o arco-íris deixado pelo rastro da pipa.
Saiu pela Bahia de outro nome com sua viola vestida da caneca necessária.
Passarinhos aprisionados em notas de um real voaram à caneca, até que um dia Alice, não agüentando ver todos aqueles seres aprisionados, resolveu libertar-se-los deles.





Polifonia Estética – Construtivismo Russo.

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