segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
fotos e texto adaptado ao bailado
Narrador: Alice já estava começando a cansar-se de ficar sentada sobre a pedra. Contemplava a encruzilhada à sua frente sem saber para onde ir.
Havia reparado que em um dos lados o som de uma viola vinha lhe acariciar os ouvidos, e do outro, também já havia reparado numa casinha.
A menina havia lido num de seus livros, que a civilização avançaria os sertões impelida pela implacável força motriz da história, no esmagamento inevitável das raças fracas pelas raças fortes. Antes de a profecia cair por terra, Alice foi pro sertão árido. O calor daquele dia estava deixando Alice sonolenta. Ela perguntava a si mesma se o prazer de fazê-la ir até a casa valia o esforço de ela dormir por ali mesmo. Foi quando uma moça de pés semi nus passou caminhando por ali. Não havia nada de tão extraordinário nisso. Alice não achou verdadeiramente notável nem mesmo quando a moça lhe jogou uma caixinha de fósforos! Mas quando ela viu em seu rosto um riso azul, Alice levantou-se. Teve a impressão que nunca em sua vida tinha visto um riso azul. Ardendo em curiosidade, caminhou até a moça através do sertão. A moça seguia a caminho da casa e nela entrou. Num instante Alice estava em frente a casa também.
Alice: - Estou sonhando? Coisas estranhas estão acontecendo. Esta casa é familiar. Ontem mesmo sonhei que estava debruçada numa dessas janelas.
Narrador: Haviam seis janelas na casa, cinco abertas e a janela da sala estava fechada, a porta permanecia trancada a chave. Alice contornou a casa tentando enxergar o que havia dentro. Num instante já estava pulando a janela, sem se perguntar por nenhum momento se alguém iria chegar.
Dizem que na vida tibetana o corpo é figurado por uma casa de seis janelas e que a casa representa o ser interior. Isso representa que Alice está num momento de sublimação espiritual.
Alice: Esta casa me da nostalgia. Ela é oca, não tem nada. (Alice esbarrasse num piano).
Ai, pelo menos tem um piano.
Que Cheiro de café.
Olha! Tem andares. Lá de fora ela parecia tão pequenina.
Incrível!
Onde estará o riso azul?
O que são aquelas cartas?
Dançarina: Seu destino menina Alice.
Alice: Como sabe meu nome?
Dançarina: Chegastes cedo flor.
O café está fresco.
Percebeu o pé de café no jardim?
Vou colocar a mesa. Vai comer cenouras e quando terminar tirarei as cartas pra você. E dai por diante será dona de seu destino. Não terá mais os Deuses a lhe acompanhar. Será responsável por suas escolhas. Será dona de si, estará livre...
Alice: Quem é você?
Narrador: É a dançarina que dança firme e equilibrada como a terra, que dança pelo cosmo. Ela é o Resultado de todas as outras cartas, é o Mundo, que representa a consciência de pertencer, vir e voltar a terra, quer dizer vida eterna, recompensa, conclusão, caminho da libertação. Na carta ela olha a folha que simboliza a consciência de ter a mesma origem das plantas, a terra.
Alice: Mora sozinha?
Dançarina: No segundo andar vive o macaco. Na entrada da PORTA DOS FUNDOS, repousa um homem. Logo em frente há uma profetiza, e lá no alto, observando tudo de camarote: a santa, guardiã da porta dos céus. Só os seguros e corajosos poderão passar por lá.
Alice: E este guarda-chuva, pra que serve? É seu?
Dançarina: Sim, é meu. Carrego comigo. Simboliza poder em toda parte... Um símbolo de proteção e realeza. A sombra protege do calor e do sol e o frescor de sua sombra representa proteção contra o sofrimento, desejo, obstáculos e doenças. Tradições diferentes desenvolveram muitos tipos de guarda-chuvas: a parte de cima simboliza sabedoria e o tecido que protege simboliza compaixão. E meu riso é azul.
Alice: Você então que é o riso azul!?
Dançarina: Há sim. Fiquei assim depois de beijar Frida Kalo.
Alice: Se eu te beijar, meu riso se tornará azul para sempre também?
Dançarina: Sim flor!!!
Alice: Me beija então! Cade você. Eu também gosto de chupar uma bucetinhas. Cade você?
Dançarina: Acalme-se, venha. Estou no banheiro...
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