terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Alice ao Quadrado =

“A gente se sente assim como se fosse um passarinho
dentro de uma gaiola. Você vê as nossas crianças falando
nossa linguá, eles cantam, o nossa pajé, ele tem o canto
da religião, então, esse canto é pra nossa sobrevivência.
Até o passarinho que tá dentro da gaiola, quando ele canta
a gente não sabe se ele tá cantando, se tá chorando, se
ele ta pedindo socorro, mas o dono desse passarinho ele
fica contente quando esse passarinho se movimenta, ele
não sabe se ele ta alegre ou não. O nosso som é de um
apelo que eu faço, não é de alegria”. * 1:01:09



Amarelo


“Amar é lo, amar é la, amarelo”...
“Amar ela em amarelo”....


Ela gosta da cor amarela. Da pra saber muito sobre uma pessoa pela sua cor favorita.
Alice, menina, você está prestando atenção na aula? Está acompanhando a leitura?
Estou sim professora.
Então continue você a ler agora.
O pensamento de Alice vagava longe das páginas do livro de história, já havia perdido o meado da leitura.
Está vendo só, você nem sabe onde parou.
Me desculpe professora.
Vamos, procure o terceiro paragrafo e continue... vamos...
Está no terceiro parágrafo, vamos, continue....
Sim, é... A chegada dos Europeus à América, no séculooo...?
Século quinze Alice.
Isso, no século XV, significou o inicio da destruição da maioria das organizações sociais, culturais e politicas existentes. Os chamados conquistadores confiscaram as terras indígenas, sua liberdade e, muito frequentemente, suas vidas. Mais da metade dos cerca de 80 milhões de ameríndios que então se distribuíam por todo o continente acabaram mortos em pouco menos de um século de colonização. No Brasil, dos aproximadamente 3,5 milhões de índios em 1500, restam atualmente pouco mais de 200 mil indivíduos.
Além da submissão à exploração colonial, dos sucessivos confrontos armados e da expulsão de suas terras, os indígenas também foram destruídos pelas doenças trazidas pelos conquistadores. Como não possuíam qualquer residencia às enfermidades desconhecidas na América, as contaminações por gripe, sarampo, catapora, pneumonia, varíola, entre outras, foram amplas e dizimadoras entre os nativos. Neste aspecto, antigas e novas doenças introduzidas ao longo da história brasileira fizeram e continuam fazendo vitimas entre os indígenas.
Os conquistadores europeus, portadores de uma tecnologia superior e dotados da ambição comercial, impuseram um verdadeiro morticínio às populações nativas, tomando suas terras, seus domínios comuns e seus corpos, transformando-os em integrantes do projeto explorador, seja como escravos, o que foi mais comum, ou como associados, submissos ou não.
Corporificando um verdadeiro genocídio dos ameríndios, a ação europeia não sofreu variação substancial em todo o continente, realizando-se tanto nos domínios espanhóis como nos lusos, ingleses, franceses e holandeses. No máximo deu-se uma diferenciação de números absurdos no extermínio e quanto ao processo de efetivação da conquista, mantendo a qualidade violenta e dominadora do sistema de explorador europeu.
No Brasil, passo a passo, as populações indígenas foram sendo empurradas para o interior, assimiladas ou exterminadas pelos conquistadores. O processo teve inicio no período colonial, manteve-se pela fase imperial e continuou pelo período republicano, não sendo raro na SUAVIDADE.
- Atualidade Alice, atualidade.
- Isso professora, atualidade.* (História do Brasil, Claudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo).
De repente ouve-se um grito que parecia vir do banheiro!!! Ninguém mais lia, ninguém fazia um só movimento. Alice, conquanto não tirando os olhos da professora, sentia no ar a curiosidade e o pavor de todos.
- Professora... Murmurou ela daí a alguns minutos.
- Co... con... continue a ler menina.
A menina compôs-se e continuou a ler em voz mais alta; estava com medo. Começou a variar de atitude, agitando-se à toa, coçando os joelhos, o nariz. E o grito estendia-se pelos corredores da escola... Ninguém se movia...
- Alice!...
- S... i... m... sim, professora! Respondeu ela com voz trêmula.
- Venha cá! Bradou a professora.
A professora fitava a menina com seus olhos diabólicos.
- Levante-se!!!
Alice estremeceu como se acordasse de um sonho, e levantou-se às pressas.
- Vá você ver o que está acontecendo...
A meniana não obedeceu logo, mas também não pode negar nada. Já tinha sacado que a vaca da professora tava putinha com ela só por que ela não acompanhou a leitura. Era dessas professoras que não dava limites pras suas atitudes exussentes(tas).... Mesmo tremendo muito, a menina foi.
- Nonononononove, 10... 11, 12, 13...
Alice contava seus passos como se fossem os últimos passos de sua vida... Abriu a porta rapidamente e parou diante do grito que enterrou-a pela consciência dentro um par de olhos pontudos.
A três meses atrás, Alice havia se relacionado com uma garota muito bonita de cabelos loiros. A garota tinhas aproximadamente 15 anos. Ambas sempre planejavam maneiras de matar aula para se encontrarem. Uma delas era se encontrarem no banheiro da escola, pois não havia nada de estranho duas garotas frequentarem o banheiro de escola.
Porém um dia, um acidente terrível aconteceu. Em um desses encontros, a garota por quem Alice se relacionava, escorregou no piso molhado do banheiro e bateu seu queixo no chão. Ficou em coma e pouco tempo depois veio a morrer.
A morta não se conformou com seu fim trágico e prematuro. Sua alma não quis descansar em paz e passou a assombrar os banheiros das escolas.
Alice ao vê-la em alma assustou-se em entender...
- Você me reconhece Alice?
-Sim.
-Voltei pra te buscar, pra vivermos aquilo que é só nosso....
-Você vai me matar?
-Não, basta você executar um ritual. Se o fizer vamos para um lugar nunca visto e nem imaginado, um lugar inventado por nós, por suas músicas e minhas história e poesias....
-Me diga logo essa fórmula.
-Para isso você precisa anotar a formula química escrita na lousa do terceiro ano. Para a grande travessia a nossa Deusa Mãe Terra suplica pela formula responsável pela transcendência do universo.
Alice sem pestanejar foi as pressas até a sala que ficava ao lado da sala de história. Teve de passar por ali sem que a percebesse. Conseguiu e chegou a sala. Anotou a formula e saio cambaleando. A professorinha desta vez estava na porta e viu Alice passar.
-Por que demorastes tanto menina? E os gritos, de quem era?
-Da loira do banheiro professora.
-Loira da onde?
-A loira do banheiro professora.
-A menina não me venha com história e entre já na sala.
-Mas professora preciso levar a formula para ela.
A professora toma a menina pelos braços e faz ela entrar a força e as pressas. Não demorou nem mais dois minutos e os gritos recomeçaram dessa vez mais agudos fazendo com que todos da sala tapassem seus ouvidos.
-Tá vendo só professora, tenho de levar a fórmula, caso contrario ela não parará de gritar.
-Quieta Alice, sente-se!
-A sua pomba gira eu to cansada das suas esterismos, vou sair mesmo que vou não queira, sai da minha frente.
E Alice foi na mais lindas das valentias, tava querendo urgentemente do o pé com a morta. Já tava de saco cheio de seu pai, que desde que o conhece por gente vive a resmungar. Tava cansada da escola, dessa forma de ensino engessada. Dos seus amigos que só falavam de Funk Carioca, Chico Buarque e Malhação, é, tava cansada da televisão, a menina não via a hora das emissoras entrarem em guerra, essa seria a novela mais real brasileira.
- Alice, porque demorastes hem? Temos pouco tempo flor, a passagem pelo portal tem de acontecer antes do sol do meio-dia. Você trouxe a formula?
Trouxe sim, taqui, na palma da minha mão.
- Muito bem, então valos lá.
No momento que a morta iniciava as explicações para a rito de passagem, uma transferência esquisita sintonizava chiados arthonianos por sua voz.
- Só um minuto, parece está chegando um noticiário (toca aquele sinal de noticiário de tragedia da globo e abre-se uma televisãozinha em imagem cibernética real).
!!!Recor bombardeou a globo. Estamos presenciando mais um dos terrorismos televisticos brasileiros”....
Bom, vamos logo antes que explodam o planeta terra. Terás de realizar um ritual ok. Aperte a descarga por três vezes e chute o vaso sanitário com força. Depois disso diga em voz vem alta a fórmula que anotou em sua mão.
Ambas diminuiram e cairam dentro da privada descendo descarga a dentro... posso trazer comparações de quando Alice cai na toca do coelho...
Nossa quanta merda, que fedo é um rio de merda. É aqui que é o paraiso, onde vamos viver o nosso amor lindo? Socorro é um pântano de merda. Socorro, tem alguém que posso me ajudar, eu não estou conseguindo respirar.

Alice, Alice, acorda Alice, tá na hora de ir pra escola... Vamos acorda.... Alice

Ela acorda ofegante, dizendo que havia tido um sonho daqueles.... Que estava morrendo afogada num rio de merda.
A mãe diz que foi só um pesadelo e que merda significa coisa boa, pois é fazendo merda que se aduba a vida...

Ela então vai pra escola e era dia de eleição pra eleger qual a chapa do grêmio iria ganhar. Alice era a vice-presidente e o nome da chapa era: AUREA – Alunos Unidos Revolucionando a Escola....

Ela diz pra um de seus amigos que havia passado por um realejeiro na porta da escola que se dava o nome de Teotônio, ele tirou a sorte pra mim,mas não deu pra ler quase nada pois o periquitinho rasgou o meu bilhetinho e como já havia escutado o sinal bater não tive tempo de tirar outro.... ele contou uma história meio maluka sabe.... trazer a história dele pela Alice mesmo.... to sem meus horários aqui, que aula que é agora?
É aula de história.
A, é verdade e depois é aula de geografia...
Alice pois-se a suspirar.
Fiz uma musica nova, escuta só:
Copo d'água da chuva que colhi
Praquela flor que você tanto gostou
Meu amor dentro dela desabrochou
calado, camuflado e o meu amor
vou te da-la

Bem me quer, mal me quer
Mal me quer, bem me quer
Aquela,pétala que você arrancou
Que carrega a sua favorita cor
foi com ela parte do meu amor
Calado camuflado é o meu amor

Bem me quer, mal me quer
Mal me quer, bem me quer * (Musica ? Do cd de composições de aline reis e do documentário Encantos Urbanos à Margem da Memória 00:00???...)

- Ih Alice, se ta apaixonadinha é? Por quem, posso saber?
Ah, é um amor amarelo... Diz Alice suspirando.
Ih!!! Trouxe as urnas de papelões pra gente colocar os votos.
Legal. Não vamos esquecer de passar as listas de baixo assinado contra a Alca pra galera que vier voltar, assim a gente mata dois coelhos numa paulada só. Vai vir uns militantes do PSTU pra ajudar a gente.
Maravilha, eles realmente veem!!!! Vem, vamos logo pra aula, a professora acabou de entrar na sala.
Lá ela tem uma aula que fala sobre o cacau....

Nenhum comentário:

Postar um comentário